Cara Grécia,
Os subscritores desta carta, profundamente nauseados com o vergonhoso comportamento do governo português nas negociações que a Grécia tem vindo a desenvolver com a UE, vêm deste modo desvincular-se das suas acções, palavras e programa político.
Aproveitamos para lembrar que nas eleições legislativas de 2011, a abstenção (com votos em branco e nulos) atingiu os 46% e que o partido a que estes senhores pertencem foi eleito com dois milhões de votos, numa população de dez milhões. É com legitimidade que afirmamos: não nos representam.
Não nos representam, sobretudo porque o seu papel de lacaios do governo alemão e neoliberais convictos tem destruído o nosso país e condenado à miséria uma parte importante da população. Estamos hoje mais pobres que há vinte anos. Somos hoje um país de fome e miséria, de desempregados e empregados famintos, de suícidios crescentes, de famílias sem casa, sem acesso a água e luz, de idosos abandonados, de doentes sem acesso a medicamentos, de crianças que desmaiam e adoecem com fome, de estudantes sem acesso a livros e materiais escolares, de escolas degradadas, do pequeno comércio falido, dos incontáveis sem abrigo. Somos hoje um país onde a emigração atingiu números equivalentes aos do Estado Novo, o regime fascista que a nossa revolução de Abril derrubou, mas que agora vemos reencarnado e perpetuado neste governo que não reconhecemos.
Os subscritores desta carta, não podem, por tudo isso, deixar de reafirmar o seu incondicional apoio à luta do povo grego, irmãos no sofrimento, e a sua total solidariedade com o actual governo grego. A vossa luta é a nossa luta e cientes do titânico trabalho que teremos pela frente, congratulamo-nos, desde já, com as pequenas vitórias alcançadas e com a alegria e esperança que trouxeram a uma Europa submissa ao totalitarismo genocida neoliberal.
Obrigada, Grécia. A nossa luta é Internacional."
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