Rodrigo de Matos
“Vocês estão a ser observados”, advertiu o representante do Governo Central chinês em Macau, Li Gang, dirigindo-se aos funcionários chineses que têm por hábito vir apostar nas mesas de casino da capital do jogo. O aviso foi proferido no âmbito da campanha anti-corrupção protagonizada por Pequim.
Em meio ao aumento da pressão para que Macau limpe a sua reputação de máquina de lavar dinheiro e para que diversifique a sua economia – quesitos incluídos no plano do Presidente Xi Jinping de caça aos corruptos – o responsável do Gabinete de Ligação de Pequim em Macau garantiu estarem a ser tomadas medidas para apertar a vigilância sobre os funcionários do Governo que viessem passear a Macau. De acordo com a notícia avançada pelo jornal South China Morning Post, de Hong Kong, Li Gang não terá revelado ao certo que medidas específicas seriam essas, mas são do conhecimento comum as verificações de identidade actualmente praticadas sobre todos os apostadores que tentam a sua sorte nas salas VIP dos casinos.
“Com o combate à corrupção a endurecer, alguns altos funcionários corruptos, incluindo directores de algumas empresas públicas, não se têm atrevido a ir a Macau jogar”, observou Li, em declarações ao jornal The Beijing News. “Até porque, com as medidas tomadas pela indústria de jogo de Macau, se esses funcionários forem jogar a Macau serão facilmente descobertos”, acrescentou.
Actualmente, as salas VIP dos casinos já têm de reportar às autoridades as identidades dos autores de apostas consideradas “de risco”, por envolverem montantes avultados.
Acordo de extradição a caminho
Na mesma entrevista, Li disse também considerar que já era tempo de Macau e a China Continental estabelecerem um acordo de extradição desses funcionários que fossem apanhados a infringir a lei na Las Vegas do Oriente.
“É necessário as duas partes reforçarem a cooperação neste campo. Sempre que um criminoso entrasse em Macau com dinheiro, as autoridades locais poderiam repatriá-lo, de forma lançarmos assim um ataque conjunto ao crime”, afirmou Li. “De momento, estamos a implementar um mecanismo de discussão entre Macau e a China Continental, mas não há qualquer acordo de extradição em funcionamento, o que deve ser concretizado o mais depressa possível”.
Em Janeiro, já havia sido noticiado que um acordo de extradição entre Hong Kong e Macau estava a ser delineado para permitir que os fugitivos que buscassem refúgio numa das cidades para escapar à punição na outra pudessem ser mandados de volta à origem."
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