Ser proprietário, director, jornalista, repórter fotográfico, compositor, gráfico, tudo...de um blogue ...

Nas oficinas do sr. Google, entre o banco de jardim e esta coisa, o desabafo - que, valha-nos isso, ninguém impede, Pode não ter frequentadores, mas nunca foi o caso: pelo menos um, não sei quem, aparece sempre a dizer bom dia, boa tarde ou boa noite. Não se registam na ruadojardim7 crónicas ou imagens sem visitas. Aqui, ao menos, não há solidão, nem devolvidos. Numa palavra, a liberdade é total, porque o pode ser, convenhamos ...

E, se, com a vossa licença, é assim, que venha a reflexão de quem viajou décadas pelo cheiro a tintas e a papel.Hoje, nem sequer para, da hierarquia oficial constituída, dizer uma palavra, ao menos, contra ou favor, da Junta de Freguesia, que é, na escadaria pública, a mais escassa de degraus ...

Agora percebo como deve ser difícil, sozinho, ou quase, fazer um jornal de província: "one man show", sem as agressões políticas do 1º grau, que dão títulos de meia página ou mais; sem crimes, que dão folhetins, que enchem, ou podem encher, meias páginas em edições consecutivas; sem entrevistas a ilustres acabados de chegar à Portela; sem escândalos financeiros que obrigam a desenvolvimentos ... como é difícil "sustentar" um modesto blogue (Ramalho Ortigão já "aqui" esteve, mas era genial ... Fialho de Almeida, também, digamos; Vergílio Ferreira, sim ...), ainda por cima, sem finalidades científicas ...

Bondade, isto, é só a bondade e curiosidade das conversas sem agenda de um qualquer jardim público, onde só pára quem quer, ou porque está cansado, ou porque lhe sabe bem o fresco das palavras ou das sombras que o rodeiam. E tem, procura ter, esta coisa quase única que é a voz do povo - que, dizem, é a voz de Deus. Dando-se ao luxo de, ousadia suprema, apesar de tudo, até já ter entrevistado o senhor prior de uma aldeia do Interior Beirão...

Prossigamos. Em nome da direcção - que faz tudo, dá-se a cara ...