Não sei se o sr. Primeiro-Ministro português, agora em Bissau, vai ou não, em visita particular ou oficial ao "cemitério" de estátuas dos portugueses ilustres que "fizeram" a Guiné-Bissau. O que sei é que, há um bom par de anos, simpático, o motorista da nossa embaixada na capital guineense, a certa altura, acercou-se de mim no seu "jeep" de serviço, parou e, num repente, disse-me:
- Entre rapidamente que vou mostrar-lhe uma "coisa" ...
Não pestanejei, percorremos cerca de um quilómetro e ... na, altura, em perfeita desordem, vi ... Vi Portugal no lixo ...
Entretanto, o anos passaram e, ao que julgo saber, o "cemitério" foi objecto de "decência" e ... e, já não fará, digo eu, corar de vergonha, a pele acastanhada do Dr. António Costa, filho da minha antiga colega na Sociedade Nacional de Tipografia ("O Século"), Drª Maria Antónia Palla, que nunca mais vi, a não ser na televisão, numa das óbvias cadeiras de honra a que o cargo actual do filho António lhe confere.
É a vida. São os "sapos" que se engolem - para que a paz possível se instale e, no caso, um museu ao ar livre tente salvar a face.
É a história: também Carmona, por exemplo, que foi presidente de Portugal e teve estátua em Lisboa (Campo Grande), vive agora, recatado, uma espécie de exílio no Museu da capital portuguesa. E, dizem, era bom homem ...
É assim na dança da política: os pedestais são quase sempre empréstimos ...
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