sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Ler em papel para escrever em digital, SE ...

"... A Feira do Livro de Lisboa foi considerada um sucesso, mas não chegou para contrariar a crise (...). Vendas de livros caem 50 mil/mês. Em 2012, portugueses compraram menos um milhão de livros e o negócio valeu 149 milhões, uma perda de 15 milhões. Tendência mantém-se este ano. O mercado livreiro continua a sofrer as consequências da crise e no primeiro semestre de 2013 foram vendidos menos 300 mil exemplares (excluindo manuais escolares), uma diminuição de 5% face aos mesmos meses do ano transato. Ou seja, os portugueses compraram menos 50 mil livros por mês. No total, foram vendidos 5,8 milhões de unidades, revelam os números da GfK Portugal, que reflectem uma cobertura estimada entre os 75% e os 80% das vendas do mercado nacional de livros não escolares. Neste período, as editoras facturaram 62 milhões de euros, uma diminuição de aproximadamente dois milhões. A quebra surge apesar de um balanço positivo da Feira do Livro de Lisboa, que recebeu mais de 500 mil visitantes, mais 10% do que em 2012, e um novo recorde, revelou a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). A responsável pela organização do evento referiu ainda que também as vendas "aumentaram face ao ano passado", com alguns "editores a afirmarem, a uma semana da feira terminar, ter superado as vendas da última edição". 
Contudo, a não realização da Feira no Porto poderá explicar parte da quebra. A tendência de perda já tinha sido verificada em 2012, quando o mercado livreiro vendeu menos um milhão de unidades. No total, no ano passado foram comprados 13,65 milhões de livros, com um volume de negócios superior a 149 milhões de euros. Um montante que representa uma quebra de 9% (mais de 15 milhões) face a 2011 (...)"

"Isto" escreveu-se na imprensa diária, escreve-se, nos "últimos tempos", ou escreve-se sempre que, por exemplo, surge uma feira do livro a agitar o assunto. Mas, de há umas décadas para cá, diria eu, não acredito que o "cenário" tenha mudado, sobretudo, para melhor: as livrarias passaram a vender tudo menos livros - ou desapareceram pura e simplesmente do cenário alfacinha, para não escrever do cenário PORCALENSE ... 
Mas não vou mais longe e olho para o que rodeia o espaço em que "todo me dou" ao abecedário: páginas amarelas, algumas; página amarelecidas, muitas (bom muitas é força de expressão que ...). Uma merda em causa própria: dúvidas, chego aqui e quase sempre as tiro ... Novidades? Bom novidades, chegam mais depressa à NET que aos netos: uma porra!

Resta (resta?) um pormenor fundamental: além do prazer de manusear papel imprenso a negro em folha branca, quase virgem, que é SUBLINHAR e voltar a sublinhar - para depois, sabe Deus quando, chegar aqui e poder afirmar DO LIDO, O SUBLINHADO, como resultado de uma leitura, de duas, de três - e, por essa via, devidamente datada, conhecer-se a si próprio, enquanto leitor, na eventual diversidade dos sublinhados feitos ... Isto é, de uma forma gráfica, registar (datadas) as opiniões pessoais assinaladas de forma graficamente diferente, acerca do mesmo assunto, para uma análise pessoal (e posterior) acerca do LIDO, de facto, em data anotada à margem.

O computador terá todas as hipóteses, dir-se-á. Mas também tem uma que, se usada e abusada, pode ser demolidora do SABER: come-se, mas, se a gente não se põe a pau, come-se e... e caga-se ... Com a digestão mal feita.

Escrevo com o "saber de experiência feito": se não fossem os livros que li e sublinhei, de facto, parte do que AQUI tento "exarar", não teria sido possível, por falta de suporte - repetidamente consultável, se necessário.

Bem sei que hoje tudo é comprado feito - só que, não raro, é preciso pedir depois à avó que lhe dê um jeito ... E a escola tem meninos e meninas que só sabem ver bonecos ...

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