Ren Zhiqiang caiu em desgraça junto das autoridades chinesas, depois de ter criticado nas redes sociais os gastos feitos pelo Governo Central em propaganda partidário. O Partido Comunista diz apenas que o milionário será “severamente punido”.O Partido Comunista da China (PCC) vai "penalizar com severidade" um milionário do sector imobiliário que criticou nas redes sociais o controlo exercido pelo Estado sob os media de comunicação social do Continente, informou ontem a agência Xinhua.
"Ren Zhiqiang tinha 37 milhões de seguidores no Weibo, rede social que é muitas vezes comparada ao Facebook. O milionário é conhecido pelo carácter provocativo das suas intervenções.
Apesar de ser membro do Partido Comunista da China, Ren terá questionado o investimento de dinheiros públicos em propaganda partidária, depois de Xi Jinping ter visitado três importantes meios de comunicação estatais.
O comentário despoletou um rol de reacções criticas por parte da imprensa oficial e levou ao encerramento das contas de Ren nas redes sociais.
De acordo com uma circular do Partido Comunista, o milionário deverá agora ser “severamente castigado” e alvo de “duras” penalizações internas. Ren "tem posto a circular informação ilegal e fez comentários inapropriados 'online'", escreve a Xinhua, citando o documento, que diz ainda que as suas acções "resultaram numa influência negativa e danificaram a imagem do partido".
A Administração do Ciberespaço da China justificou também o encerramento das contas de Ren devido "à influência vil" que as intervenções do milionário tinham junto dos seus seguidores.
A China criminaliza certos tipos de comentários, incluindo aqueles que contêm "rumores", um termo amplo que por vezes se aplica a críticas ao Partido Comunista Chinês.
O portal Qianlong acusou o empresário de recorrer a argumentos capitalistas e de seguir o constitucionalismo "ocidental", falhando na defesa dos interesses do Partido do qual é membro: "Quando é que o governo do povo passou a ser o governo do Partido?", questionou Qianlong, sobre o comentário de Ren, entretanto apagado, "Não utilizem o dinheiro dos contribuintes para algo que não lhes providencia qualquer serviço".
Fontes oficiais chinesas indicam que o país emprega dois milhões de pessoas na monitorização permanente da rede. Outra medida 'orwelliana' inclui a contratação de internautas para fazerem comentários pró-Governo em fóruns 'online'.
Ren já tinha causado polémica anteriormente, quando, por exemplo, chamou à televisão estatal CCTV "o porco mais estúpido à face da terra", ou defendeu os altos preços do imobiliário no Continente, levando inclusive um membro da audiência a atirar-lhe um sapato, num ataque de raiva."
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