As regras para publicação de conteúdos na Internet no Continente estão desde ontem mais apertadas. As empresas estrangeiras estão agora proibidas de publicar conteúdos online e as empresas com capitais estrangeiros precisam de receber luz verde do Governo primeiro para divulgar o que quer que seja.
"Uma normativa que entrou ontem em vigor na República Popular da China proíbe as empresas estrangeiras de publicarem conteúdo na Internet chinesa, em mais um esforço de Pequim para controlar aquele que é considerado o espaço mais livre do país.
O novo documento, designado "regulamento para a gestão dos serviços publicitários `online`", obriga ainda as empresas chinesas com capitais estrangeiros a obterem a aprovação das autoridades antes de difundir conteúdos no espaço cibernético chinês.
A normativa abrangerá sobretudo as "indústrias criativas" de jogos, animação, banda desenhada e gravações de áudio ou vídeo, mas também livros, jornais e revistas, segundo o jornal oficial Global Times.
A regulamentação anterior, que data de 2002, permitia às empresas estrangeiras difundir conteúdo "criativo" directamente no espaço cibernético. As alterações tinham sido já anunciadas, no ano passado, pela Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (NDRC), o organismo ministerial chinês encarregue do planeamento económico, e pelo próprio Ministério do Comércio.
Os conteúdos ‘online' deverão, a partir de agora, "promover valores socialistas essenciais" e "transmitir princípios morais que sirvam para melhorar o país e promover o desenvolvimento económico", detalha o Global Times.
"A proibição do investimento estrangeiro em serviços de publicação ‘online' destina-se a proteger a segurança ideológica e cultural da nação", disse àquele jornal Wang Sixin, professor na Universidade de Comunicação da China. "Ajudará também a prevenir que a nossa cultura seja influenciada por culturas estrangeiras", acrescentou o académico.
Na quarta-feira, as contas oficiais do jornal de Hong Kong South China Morning Post nas principais redes sociais chinesas - Sina Weibo, Tencent Weibo e Wechat - foram encerradas.
A população `online` da China atingiu os 688 milhões de pessoas em 2015, mas Pequim esforça-se para sufocar a liberdade criada pela internet através do "Grande Firewall da China". Aquele mecanismo censura `sites` como o Facebook, Youtube e Google. Nos últimos anos, foi aperfeiçoado, bloqueando selectivamente páginas com termos "sensíveis" em vez de uma censura integral do `site`.
Desde que Xi subiu ao poder, em 2012, uma lei de segurança nacional que visa "a protecção da soberania do espaço cibernético" foi aprovada, enquanto as autoridades têm vindo a reforçar a monitorização da rede.
Em Fevereiro passado, ao discursar na Conferência Mundial sobre a Internet em Wuzhen (leste da China), o Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu que cada país deve controlar a sua própria Internet, uma vez que "liberdade e ordem" devem andar de mãos dadas na rede."
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