quarta-feira, 27 de abril de 2016
rePENSAR deZOLAdo
Ainda bem que inventaram esta enorme espécie de superfície de "vidro plastificado" onde ninguém pode limpar nada, nem mesmo a consciência, mas que serve, como nenhuma outra, para a gente, eventualmente, se repetir - pelo preço, aqui invisível, da electricidade e pouco mais ...
ZOLA (escritor francês. Esse, antigo), com verdades sem data. Vale sublinhá-lo:
"(...) O que me parece injustificado é perderem-se ou arrecadarem-se em armazéns e depósitos, nas dependências de antigos mosteiros e a bel-prazer de ignorantes, elementos que um dia representaram aspirações de beleza, voto de gratidão religiosa, gosto de devoção ou somente o fruto de uma época de opulência."
"O dinheiro e as coisas que ele compra deviam servir para nos elevar, para nos dar dignidade. Daí para cima, o dinheiro é o veneno da humanidade..."
"Em Bruxelas nunca vi uma mulher, mesmo do "povo", com uma criança ao colo: os bebés ou andam nos carrinhos ou a pé - vi-os arreados, em parelhas, como cavalos, conduzidos por uma tia rabugenta! Em compensação: as mulheres com cachorros ao colo a cada volta; algumas correndo desvairadas para o veterinário, porque o chéri estava souffrant!"
"... Desde o seu regresso de Roma, havia três anos que ele vivia na pior angústia em que um homem pode cair. A princípio, para ver se de novo adquiria a crença perdida, tentara uma primeira experiência: tinha ido a Lourdes procurar a fé ingénua da criança que se ajoelha e que reza a fé primitiva dos povos moços, curvados sob o terror da sua ignorância; e revoltava-se ainda perante a glorificação do absurdo, a decadência do senso comum, convencido de que a salvação, a paz dos homens e dos povos de hoje não poderia residir nesse abandono pueril da razão. Em seguida, reapossando-se dele a necessidade de amar, ao mesmo tempo que satisfazia a parte intelectual dessa razão exigente, arriscara a paz numa segunda experiência: tinha ido a Roma ver se o catolicismo podia renovar-se, regressar ao espírito do catolicismo nascente, ver a religião da democracia, a fé que o mundo moderno, alvoraçado, em perigo de morte, esperava para acalmar e viver, e não encontrara senão escombros, senão o tronco apodrecido de uma árvore incapaz de uma nova primavera, não ouvira senão o estalar supremo do velho edifício social, prestes a desabar.
(...) Os homens esquecem que uma obra só começa a estar verdadeiramente pronta, não quando se acaba a sua construção, mas quando pode considerar-se no caminho de uma maturidade".
ACTUALIZEM-SE AS PALAVRAS:
o Papa Francisco é a MATURIDADE sonhada?
o sangue de Paris e Bruxelas derramou-se em nome de quê?
como se explica a existência de gente em fuga?...
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