sexta-feira, 6 de maio de 2016
ADÉ e o Doci Papiá di Macau
Anteontem, conheci-o em Macau; ontem, revi-o no Parque dos Poetas, em Oeiras; de vez em quando, releio-o nos poemas que, de Macau, são pedaços de história e, hoje ... hoje, aqui, reencontro-o na mensagem (17 de Dezembro de 2009 que a saudade transcreveu). E está quase tudo escrito:
quem foi, quem é José dos Santos Ferreira - Adé, "amante incondicional do belo, perfeccionista, minucioso." Falta, quiçá, um poema, um poema em papiá cristam de Macau.
ESTE?
Macau di janéla vérde,
veneziána di tabique;
Macau di chám sobradado,
co enténa chuchú parede
pa co-côi sobrado;
Saguám pa lavá rópa
Teraço di chám di ladrilho
lugar pa suga rópa.
Macau di casarám antigonostre
Cubrido co télia vemêlo,
parede caiado,
varánda empolado ...
Únde têm vôs?
Macau di quintal co pôço,
corda mará báldi,
báldi elá águ vêm riva.
Horta co árvre di frutázi
semeado aqui-ali;
Porta-trás pa sai "lap-sap",
pa áma comprá som,
apô di cartá águ-fónti,
intrá-sai di casa.
Únde têm vôs
Macau antigo di gudám
co dispénsa pa guardá catá-cutí;
Quarto di quiada na "lau-chai".
Quartinho di bánho na vánda-trás,
co bacia di loiça pa lavá rosto,
balsa di pau pa lavá corpo ...
Casa-casa antigo
di Macau tamêm antigo ...
Seléa Macau, únde têm vôs?
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