"As autoridades chinesas estão a explorar novas formas de controlar o ciberespaço, adiantou ontem a imprensa oficial do Continente, depois de ter sido noticiado que as firmas estatais serão encorajadas a investir em plataformas 'online' de distribuição de vídeos.
As novas regulações preveem que uma restrita lista de empresas do Estado seja autorizada a comprar "participações especiais de gestão", de até 10 por cento naqueles portais, obtendo o direito de supervisionar a produção e tomada de decisão, de acordo com uma notícia publicada pela revista financeira Caixin.
Várias páginas estrangeiras, incluindo o Facebook, o Twitter e o Google, e conteúdo considerado politicamente sensível, violento ou moralmente "não saudável", estão bloqueados na China.
Plataformas como o Youku, o equivalente chinês ao Youtube, e que foi comprado no ano passado pelo gigante Alibaba ou o iQiyi.com, do motor de busca Baidu, poderão ser afectados.
A medida demonstra que o Governo quer reforçar o controlo sobre 'sites' - a maioria geridos por privados - onde tem tido "pouca influência", afirmou o jornal estatal Global Times, que cita Xiang Ligang, presidente do portal dedicado à indústria de telecomunicações cctime.com: "O Governo não pode punir [os portais] diariamente ou encerrá-los, porque isso causaria um retrocesso", considerou.
A publicação cita ainda o professor de lei da comunicação Zhu Wei, que explica que o mecanismo seria uma "medida preventiva capaz de bloquear conteúdo impróprio antes de ser publicado, ao contrário dos regulamentos actuais que só punem os autores depois da publicação.
A lista inicial de empresas estatais que poderão comprar participações incluem a Rádio Nacional da China e a Rádio China Internacional, de acordo com o Global Times. Em Outubro deste ano, um relatório da Freedom House colocou a China no topo de uma lista de 65 países analisados como o que Estado mais restritivo ao uso da Internet, à frente do Irão e da Síria."
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