"O presidente da Associação Novo Macau, Scott Chiang, está a ser investigado pela Polícia de Segurança Pública (PSP) por alegada desobediência às autoridades durante o protesto de 15 de Maio em que foi pedida a demissão de Fernando Chui Sai On.
O dirigente da organização pró-democrática revelou ontem que foi intimado pela polícia para se deslocar à esquadra a fim de ser interrogado sobre a manifestação de 15 de Maio. Outros militantes da Novo Macau receberam intimações semelhantes, esclareceu Scott Chiang.
Questionada pela agência Lusa, a Polícia de Segurança Pública confirmou a informação e indicou que o activista é “acusado de agravação de desobediência à polícia”. Segundo as autoridades, após a manifestação, a polícia entregou um relatório ao Ministério Público, que ordenou “mais averiguações”.
A manifestação do passado dia 15 de Maio pedia a demissão de Chui Sai On. Durante o protesto, os participantes estiveram parados durante uns minutos na Avenida da Praia Grande, uma vez que a rua foi bloqueada pela polícia, em cumprimento de uma decisão do Tribunal de Última Instância, que não permitiu que os manifestantes seguissem pela estrada.
Nesse dia, em comunicado, a PSP indicou que o grupo, “não obedecendo à decisão do Tribunal de Última Instância, nem às instruções indicadas por esta polícia, recusou utilizar os passeios que os agentes no local indicaram, obstando deliberadamente o trânsito (…) e provocando momentos de disputa com os condutores”.
Em seguida, um grupo mais pequeno seguiu Scott Chiang até à Colina da Penha, para deixar na caixa do correio da residência oficial do chefe do Executivo uma carta com as reivindicações, deparando-se com a estrada cortada.
A manifestação terminou com os participantes a transformarem as reivindicações impressas em pequenos aviões de papel que foram lançados, por cima do muro, para o interior de Santa Sancha.
Sobre isto, a polícia afirmou também, nesse dia, que os manifestantes se desviaram “sem dar nenhum aviso legal”, “ocuparam ilegalmente as vias públicas” e recusaram responder à ordem de dispersão, levando à “confusão do trânsito naquela zona”. Face à situação, “a polícia exprime a sua repreensão rigorosa”, rematou.
Ao início da tarde de ontem, antes de a polícia ter revelado qual a infracção de que Chiang era acusado, o presidente da Novo Macau lamentou que “quando alguém aponta um problema, a resposta natural da administração não seja focar-se no problema mas ir atrás dos que o apontaram”.
A associação garantiu que não se “deixará intimidar” pelo que considera sinais de “perseguição política”.
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