O exemplo de Macau é visto como um bom exemplo pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) no âmbito da integração de candidatos com um estatuto ambíguo, como é o caso de Olivença. A cidade estremenha, objecto de litígio entre Portugal e Espanha, está interessada em aderir à organização, posição assumida na sexta-feira pelo autarca local na comemoração, inédita, do Dia de Portugal naquela cidade.
"O secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho, que participou na iniciativa à agência Lusa que a entrada da cidade na organização é uma possibilidade que "faz todo o sentido": "Olivença é uma cidade bicultural. A presença portuguesa é muito forte e Espanha preserva esta presença na monumentalidade de várias edificações históricas", referiu o responsável da UCCLA, salientando ainda que cerca de 500 habitantes de Olivença são binacionais e têm nacionalidade portuguesa e espanhola.
Segundo Ramalho, os estatutos da UCCLA "permitem e encorajam" que cidades, independentemente de serem lusófonas ou não, façam parte da organização, "desde que tenham uma ligação cultural ligada aos países-membros" e justifica uma tal possibilidade com o caso de Macau: "É natural que apresentem a proposta [de adesão]. Foi nesse sentido que o presidente da Câmara de Olivença [o socialista Manuel Gonzaléz Andrade] me falou", disse Vítor Ramalho, que considera que a eventual entrada de Olivença para a organização "é muito útil para o aprofundamento das relações".
"A proximidade das relações com as cidades propicia um aprofundamento das relações culturais que, se for ao nível dos Estados, é mais complicado", sustentou.
Além disso, o responsável da UCCLA defende que "os portugueses conheçam [esta cidade], não numa lógica nacionalista e serôdia, que não faz sentido nenhum, mas numa lógica de aprofundamento de relações com o nosso único vizinho continental, que é Espanha".
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