(...) Olham-se os campos, as aldeias, as casas, os quintais e o que se vê são metades... Nos campos "já não vale a pena"; nas aldeias, os automóveis (amarelos e com muitos extras...) que, facilitados pelos corredores de asfalto, levam mais do que trazem...; as casas ... desdentadas, mas com dentes de ouro na frente...; os quintais, esses, às vezes, bem desenhados, mas, em regra, com o tempo, cemitérios de plantas que tinham nome, cor e cheiro.
O que mais abunda são intenções entre vizinhos (...) Já cá cantam, sem contar com a pré-história, vinte e um séculos, e estamos assim no interior - no interior da nossa terra, que é, como quem diz, no nosso interior (...) As metades que aparecem são, na circunstância, o possível, diria, o máximo que o grande motor da cobiça conseguiu dar à luz.
Faltam-nos vagas de gente nova (...), quem acredite na agricultura do futuro, no ordenamento futuro do território, numa arquitectura com passado e futuro, em quintais com flores vivas e cuidadas. E assim vamos... De metade em metade... Poucochinhos...heróis do lar, pobre povo, coração quente... Precisamos de camadas de juventude que revolucionem isto. (...) É tempo de netos. Continua. Junta-te aos bons... Contra os calões, lutar, lutar!..."
M.A.
* a publicar ("Cartas do meu avô") quando houver um editor que não esteja falido e tenha netos.
Bom dia, Facebook!
Olá Mrcial!
ResponderEliminarQue bom o encontro com estas mensagens, tão bonitas..
Um abraço
Marta ( CALB)
Olá!
ResponderEliminarSabe, Marta, o meu coração, às vezes, tem uma caneta e escreve, escreve, escreve... Como se eu, avô, estivesse a andar para trás - até, de novo, sentir necessidade de ser embalado para fazer ó-ó... Um abraço.