Que pode, AQUI, um cidadão comum escrever sobre Pompeia que não seja a repetição chata do que já terá sido debitado - aqui ou, por certo, em milhares de linhas de livros de estudo, de teses, que sei eu?!...
Há, no entanto, uma realidade, banal, que me provoca o atrevimento: ninguém no mundo tem, teve ou terá o recorte da minha impressão digital. O que, se não me autoriza a "sapateiro, ir além da chinela...", me dá "autoridade" suficiente para expressar emoções. ÚNICAS, por consequência. E, com estas, fazer apelos.
Dito isto...
Pompeia, não sei muito bem como, mas não deveria ser pisada assim... Já lhe bastaram as pilhagens de que foi alvo, os riscos naturais a que esteve, e está, sujeita, os milhões e milhões de pés que a calcaram, as "pedrinhas" que os visitantes lhe roubaram, a pretexto de "recuerdo", o lixo que por lá deixaram alguns dos que a dizem amar, para... para ponderar (se o não foi... Não parece...) a "invenção" de um sistema de protecção permanente, sobretudo, do que se pisa.
Por exemplo, digo eu, que não percebo nada dessas coisas, mas que fiquei a amar Pompeia: obrigar ao uso de uma qualquer sandália, por exemplo (não estou a avançar para "além da chinela..."), fornecida pela organização, à entrada, e incluida no preço do ingresso, que, não fazendo escorregar, permitisse percorrer Pompeia "sem a magoar..."
É uma sugestão que dá vontade de rir? Talvez, talvez, sobretudo, aos que não estiveram, por exemplo, em Petrópolis, nos arredores do Rio de Janeiro, e visitaram o Palácio Imperial - onde só se ingressa depois de calçar umas... pantufas, PANTUFAS, que são emprestadas a todos os que querem pisar os mármores de Carrara e madeiras nobres dos seus diferentes salões.
Mas talvez não seja necessário sair de Itália para sentir a mesma necessidade. A catedral de Siena, por exemplo (bem sei que é diferente...), tem grande parte dos seus pisos interiores, ía a dizer, resguardados, ou por cordões à sua volta, ou por uma espécie de linóleo que, disseram-me, só é retirado do chão uma vez por ano, em dia especialmente festivo.
Ria-se à vontade quem me ler neste espaço de "apressados", mas, acerca de Pompeia, é o que me apetece sublinhar. O "resto" está noutras páginas NET e nos escaparates de milhares e milhares de bibliotecas de todo o mundo. O que aqui deixo tem, pois, quando muito, o eventual "interesse" de uma impressão digital e quer dizer, sobretudo, uma banalidade: Pompeia é uma lição de história inolvidável, que não pode esgotar-se assim...aos pés de curiosos - "mal calçados"...
"Adormecida durante dezanove séculos", é urgente salvar Pompeia dos "novos bárbaros", reis do lixo e da insensatez... Com sandálias apropriadas, que são provocação, ou como quiserem. Mas salvá-la.
Gostam de Pompeia? Então, contribuam para a sua existência e...e digam de vossa justiça para as autoridades europeias, ou outras, o que deve ser "começado" a pensar - para aplicação urgente. O que sei é que se impõe pôr fim a um certo Vesúvio naquele exemplo espectacular das capacidades humanas de resposta às necessidades de sobrevivência. Organizada.
Nas grutas, sempre terá sido sempre crime, que se saiba, tocar nas formações rochosas em desenvolvimento ( estalactites e estalagmites) à nossa volta. No caso de Pompeia, só de imaginar, por exemplo, certos sapatos...arrepia. Então...
Na sugestão, a homenagem.
Na sugestão, a homenagem.
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