Eu sou do tempo em que os combóios falavam: Vale Prazeres!... Alcaria!
Ouvia-se uma voz que soava dentro da carruagem sem se perceber donde vinha... Mas quando a gente punha o pé no chão da gare, ou do apeadeiro, de chegada, era uma festa... Às vezes, estavam lá tias, primos... Não raro, um turbilhão de gente conhecida ou nem tanto. Havia abraços, beijos...
"Qual é a tua bagagem?..."
"É aquela mala e esse saco às riscas..."
"Dá cá um beijinho, meu filho!..."
Não foi assim. Não! Mas estive onde a saudade aperta e quatro rodas sem poesia me levaram.
Estou agora de volta. Gosto de vir para aqui e, de vez em quando, pisar a relva sem fazer trilho. Ou sentar-me num banco, desses que não dão dinheiro, mas dão para um coreto, onde, às vezes, tocam músicas marciais, oiço gargalhadas com cheiro a rosas em botão e leio Vergílio Ferreira, Mestre de boas "Contas".
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