História da Literatura Portuguesa, de António José Saraiva e Óscar Lopes:
"Augusto Gil é um produto da gazetilha jornalística, da graça do teatro ligeiro, da boémia intelectual de café e noitada (...)" que "adaptou certa plasticidade da imaginação a um lirismo e sátira muito popularizáveis".
Lisboa, quando achou oportuno, inaugurou-lhe placa, que pode ler-se do lado dos Jerónimos, para quem se apresenta de costas para o Centro Cultural de Belém - e que, já agora, é aqui ilustração, sobretudo, pela leveza de...de tudo...
O lirismo *
"Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é certamente,
E a chuva não bate assim..."
O popularizável **
"Se o som é forte e é baritonal
E mal que rompa, de repente estaque,
Temos a fúria intestinal
Se chama: traque.
Espalha um cheirozito, uma pitada
Que o beque surpreendeu mas não reteve:
Quase nada...
Coisa leve..."
Leve, levemente...
* in Tesouros da Poesia Portuguesa
** in Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica
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