quinta-feira, 31 de março de 2011
RIO 2016 - IMAGENS AEREAS FULL HD - RIO DE JANEIRO AIR VIEW-HELICOPTERO ...
Um bem-haja, tão público quanto uma "rua" como esta consegue ser, a Manuel Costa que, da Austrália da minha saudade, me enviou um "e-mail" com estas imagens únicas do Rio de Janeiro.
Mal sabe ele que, há dezenas de anos (do tempo em que os diapositivos eram revelados em Espanha), me sinto roubado das imagens que captei a bordo do Infante D. Henrique frente a uma baía da Guanabara imperdível.
Obrigado! Muito obrigado!
Imagens de arquivo
Banco do Tempo *
"Neste banco não há dinheiro a circular, mas há cheques, movimentos de conta, créditos e débitos. Como diz o povo na sua imensa sabedoria, "o tempo é dinheiro" e no Banco do Tempo a moeda em circulação divide-se em minutos e horas. Recorramos a um exemplo para explicar como funciona.
Luísa, advogada, solteira e a viver sozinha, teve um problema com o computador e, como percebe pouco de informática, precisa de alguém que lhe dê uma ajuda. Contactou a agência do banco na área da sua residência, que de imediato iniciou a pesquisa para saber se entre os seus clientes (membros) havia alguém que pudesse ajudar Luísa.
Narciso, engenheiro electrótécnico, casado, respondeu à chamada. Deslocou-se a casa de Luísa, fez a reparação e, em vez de receber dinheiro, creditou na sua conta o tempo dispendido a fazer o trabalho: 45 minutos. Nas contas bancárias de cada um ficará registado um débito de 45 minutos a Luísa e um crédito de igual tempo a Narciso.
Narciso poderá ser reembolsado do seu crédito por um serviço prestado por qualquer outro cliente do Banco, não sendo necessária a troca de serviços. Foi o que aconteceu quando um amigo, a viver nos Estados Unidos, lhe comunicou que viria a Lisboa visitá-lo. Impossibilitado de o ir esperar ao aeroporto, contactou o Banco do Tempo que rapidamente encontrou um membro disposto a ajudá-lo nessa tarefa. Arlindo recebeu o amigo de Narciso, levou-o a casa e cobrou o tempo gasto nessa tarefa: 2 horas. Feitas as contas, Narciso passou a ter um débito de 1h 15m que pagará com uma tarefa de ajuda a outro membro do Banco do Tempo.
O Banco do Tempo nasceu em 2002 por iniciativa do Graal e resultou da necessidade de "criar redes de entreajuda que estimulem novos modelos de vida em sociedade, a valorização das pessoas e a revitalização das comunidades". O modelo inspirou-se na filosofia dos bancos de tempo que apareceram em Itália no início da década de 90: construir uma cultura de solidariedade e promover o sentido de comunidade, o encontro de pessoas que convivem nos mesmos espaços, a colaboração entre gerações e a construção de relações sociais mais humanas."
* in DIRIGIR de Jan., Fev, Março de 2011, editada pelo I.E.F.P.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Japão vulcânico e Portugal cerâmico
Respigo de alguns "papéis velhos", a realidade física do Japão e, enquanto, português, interrogo-me...
"Há no Japão 192 vulcões, dos quais 58 activos", leio. "O Aso é o vulcão com a maior cratera do mundo. A sua última erupção foi em 1707."
"O terramoto de 1923 destruiu a maior parte de Tóquio e matou milhares de pessoas."
"A agricultura no Japão quase soa a milagre, porque a maior parte do solo é rochosa. Apenas 16% do total é terra útil. Entretanto, há menos de um século, a população rural ultrapassava os 30 milhões de pessoas."
"A criação de gado é limitada. Os japoneses encontraram no mar fontes de suprimento do que a terra não lhes proporcionava." Pode dizer-se, acrescenta a notícia que aqui se reproduz, que "o Japão é um pais de agricultores do mar."
"Japão - país de emigração", lê-se.
Ora bem, dispenso-me de ser eu a estabalecer paralelos. Sublinho apenas isto:
Portugal não é vulcânico ou, se o é, não dá sinais, a não ser nos Açores.
Portugal tem um clima temperado e o solo não é predominantemente montanhoso.
Portugal é uma das principais entradas por mar para o resto da Europa.
Portugal "nasceu" frente a um dos países mais prósperos do mundo.
Portugal não é um país sobrelotado.
Portugal não é um recém-chegado ao mundo dito civilizado. Tem um passado de grande prestígio e aqui nasceram alguns dos homens e mulheres que iniciaram povoamentos.
Portugal não sofreu directamente os horrores das guerras mundiais.
A pergunta é esta: o que é nos falta? Talvez apenas acreditar e fazer. Mais do que gritar no futebol e outras coisas da trilogia conhecida entre nós, pelo menos, desde o tempo do Salazar - que, aliás, ainda não fomos capazes de ultrapassar em inúmeros aspectos da prosperidade reclamada.
No Tribunal do Tempo, somos, portanto, réus. Com o Zé do Bordalo a fazer gestos, que são o nacional desabafo enquanto esperamos o julgamento, que, tardará, mas há-de ser feito, talvez logo a seguir ao do caso Casa Pia... Vai demorar, mas acontecerá... Quem sabe, se numa manhã de nevoeiro...
"Há no Japão 192 vulcões, dos quais 58 activos", leio. "O Aso é o vulcão com a maior cratera do mundo. A sua última erupção foi em 1707."
"O terramoto de 1923 destruiu a maior parte de Tóquio e matou milhares de pessoas."
"A agricultura no Japão quase soa a milagre, porque a maior parte do solo é rochosa. Apenas 16% do total é terra útil. Entretanto, há menos de um século, a população rural ultrapassava os 30 milhões de pessoas."
"A criação de gado é limitada. Os japoneses encontraram no mar fontes de suprimento do que a terra não lhes proporcionava." Pode dizer-se, acrescenta a notícia que aqui se reproduz, que "o Japão é um pais de agricultores do mar."
"Japão - país de emigração", lê-se.
Ora bem, dispenso-me de ser eu a estabalecer paralelos. Sublinho apenas isto:
Portugal não é vulcânico ou, se o é, não dá sinais, a não ser nos Açores.
Portugal tem um clima temperado e o solo não é predominantemente montanhoso.
Portugal é uma das principais entradas por mar para o resto da Europa.
Portugal "nasceu" frente a um dos países mais prósperos do mundo.
Portugal não é um país sobrelotado.
Portugal não é um recém-chegado ao mundo dito civilizado. Tem um passado de grande prestígio e aqui nasceram alguns dos homens e mulheres que iniciaram povoamentos.
Portugal não sofreu directamente os horrores das guerras mundiais.
A pergunta é esta: o que é nos falta? Talvez apenas acreditar e fazer. Mais do que gritar no futebol e outras coisas da trilogia conhecida entre nós, pelo menos, desde o tempo do Salazar - que, aliás, ainda não fomos capazes de ultrapassar em inúmeros aspectos da prosperidade reclamada.
No Tribunal do Tempo, somos, portanto, réus. Com o Zé do Bordalo a fazer gestos, que são o nacional desabafo enquanto esperamos o julgamento, que, tardará, mas há-de ser feito, talvez logo a seguir ao do caso Casa Pia... Vai demorar, mas acontecerá... Quem sabe, se numa manhã de nevoeiro...
O estimulante Einstein
A frase que ocorre é esta: "a cultura é aquilo que fica depois de esquecer o que se aprendeu". A ideia, pelo menos, é esta. E é atribuida a Albert Einstein, o grande físico e matemático do século XX, como se sabe.
Agora, repare-se: dizem que há, nesta altura, em Portugal mais gente do que no passado com licenciaturas, mestrados, doutoramentos, SABERES. Donde ... mais cidadãos capazes de esquecer... Numa palavra: FUTURO assegurado.
Einstein revolucionou o mundo aos 76 anos, meus amigos!... Portanto, continuem - que o vosso tempo há-de chegar ... quando parecer que já não há tempo... Até eu, que ainda não cheguei lá ... com boa vontade, claro, posso, em termos de BI, dar um jeito, imagine-se ... Temos é que todos continuar a aprender. Nem que seja com os nossos erros...
Agora, repare-se: dizem que há, nesta altura, em Portugal mais gente do que no passado com licenciaturas, mestrados, doutoramentos, SABERES. Donde ... mais cidadãos capazes de esquecer... Numa palavra: FUTURO assegurado.
Einstein revolucionou o mundo aos 76 anos, meus amigos!... Portanto, continuem - que o vosso tempo há-de chegar ... quando parecer que já não há tempo... Até eu, que ainda não cheguei lá ... com boa vontade, claro, posso, em termos de BI, dar um jeito, imagine-se ... Temos é que todos continuar a aprender. Nem que seja com os nossos erros...
terça-feira, 29 de março de 2011
Ar livre para gastar menos - saúde e dinheiro...
REVITALIZAR O ESSENCIAL?
A sugestão é simples e resulta, ao nível do Zé, do que se ouviu ontem, na RTP, pela voz de nacionais sábios, no programa Prós e Contras. Não se riam. A conclusão é que temos que tentar um regresso à simplicidade - em tudo. Sem perder a alegria de ser e estar que, em princípio, de resto, lhe deve estar inerente. Sem despesas de maior.
Encurtemos: retorno aos jardins, à música no coreto, aos jogos de ar livre. Regresso. Não retrocesso, claro:
- retorno aos jardins, isto é, maior contacto com a natureza;
- à música no coreto: mobilização regular das nossas bandas, terra por terra;
- aos jogos de ar livre: nos parques e jardins que temos de norte a sul do país;
- às boas leituras à sombra das árvores que plantámos;
- à animação das velhas tertúlias - nos jardins, nas esplanadas.
Um dia destes, por exemplo, em Carnide (Lisboa) a Junta de Freguesia deu, uma vez mais, o exemplo, escolhendo o ar livre e público para homenagear João d'Ávila, mas já, meses antes, tinha optado por um espaço semelhante para organizar uma tarde de festa popular.
SALOIOS, no pior sentido, são os que se encafuam nas discotecas, os que não gozam, não aproveitam as vias que por aí já existem com alguma fartura para andar de bicicleta.
SALOIOS e dignos de chacota são os que passam os fins-de-semana nos centros comerciais, não para fazerem compras, mas para "passear"...
SALOIOS são os falam de tudo e não leram nada...
SALOIOS são os que dizem mal de tudo, sem se informarem de nada...
SALOIOS são os que para quaisquer cem metros de possível passeio a pé, preferem o uso do carro que consume gasolina mas lhes dá "estatuto"...
Ó analfabetos letrados do meu País, mudem de hábitos e, por tabela, não digam só aos outros para gastarem menos... Gastem vocês TAMBÉM menos e aproveitem para experimentar a felicidade do que é simples...
segunda-feira, 28 de março de 2011
Canteiro de palavras ( XIII ) - John Bull
"Canal da Mancha, lado esquerdo.
Meu caro John
(...) De sua natureza desconfiadíssimo, o negociante do Porto não deixa penetrar quem quer no santuário da sua confiança mercantil. O seu compatriota que charuta na praça, que usa bigode torcido, que põe gravata garrida, que é tipo de chicotinho e de cavalicoque, infunde-lhe suspeitas e apreensões trágicas. Todo o estrangeiro que pela sua maneira de carregar nos rr inculque a possibilidade de ser francês é implacavelmente despedido dos escritórios com murmúrios de mau agouro, e logo que ele vire costas investiga-se com sobressalto se sim ou não foram empalmadas as penas de aço de cima da carteira.
Contigo, nem a mínima sombra de receio! Apresentas-te a esses austeros e taciturnos vestido como um jockey em viagem, de chapéu coco alvadio, rabona cor de mostarda, gravata vermelha ou azul Cambridge passada por um anel de ouro polido, cachimbo nos dentes, stick debaixo do braço, monóculo no olho.
Dizes-lhe: - Aoh! Vossemecê!... All right!... E em presença duma tal gravidade de aspecto, duma tão respeitosa cultura de linguagem, o burguês indígena da tua Rua Nova rende-se-te incondicionalmente com armas e bagagens para toda a espécie de negócio, e ele mesmo folga de repetir como tu, numa bonomia imensa:
- Aoh!... Yes ... all right!...
Toda a transacção feita sobre tais bases é a mais segura e mais firme transacção do mundo para o homem cauto da praça do Porto. Ele não sabe ao certo se tu vens de Southampton, se vens de Liverpool ou se vens de Manchester, nem se tens de teu mais alguma coisa do que o teu cachimbo, o teu stick e a tua égua derrabada. Para seu inviolável e perenal sossego basta-lhe que tu sejas o Inglês ... o Inglês do Candal, ou o Inglês de Matosinhos ... John, enfim! o grande John, o forte John, o inteiriço e desdenhoso John - da veneranda firma John and John!
Na região vinhateira do Douro as tuas atitudes são tão largamente senhoriais, tão convictamente dominativas que eu sempre cuidei, em pequeno, que eras tu o dono de toda aquela coisa desde os Padrões da Teixeira até Cima-Corgo!
No tempo da uva madura, desde meado de Setembro até meado de Outubro, o jantar ou o almoço das famílias é frequentemente interrompido pelo fac-totum que te precede, com a sua maleta em punho, e vem berrar de chapéu na cabeça à porta da casa de jantar:
- O Inglês! o Inglês! aí está o Inglês! O Sr. John!
O lavrador ergue-se então dum pulo, limpa os beiços à pressa, sacode as migalhas do colete, e voa ao teu encontro, sabendo que te desgostaria fazendo-te esperar.
(...) - Qual a produção?... quanto o preço de cada pipa?...
E tomas as notas numa carteira. Depois do que prossegues a tua excursão de quinta e quinta, despindo-te do lavrador com um breve gesto acenando com a ponta da luva ou com o cabo do chicote.
Na segunda visita, daí a três dias, análoga cena para fixar o preço e fechar a transacção:
- Eu compra vossemecê quinze soberanos pipa.
Proferida esta solene palavra na língua portuguesa de teu uso, entrecortada de plebeísmos aprendidos com os banqueiros de Massarelos e com os matulas dos armazéns de Vila Nova de Gaia, está fechado o negócio." *
in "John Bull" de Ramalho Ortigão
* ...e agora, todos contentes, cá estamos no Mercado Comum ... - acrescentaria eu.
Patrício de John Bull em Portugal
Para uma visita de três dias a Portugal, chega hoje a Lisboa, de braço dado com Camilla Parker Bowles, o principe Carlos de Inglaterra, que, para as revistas cor-de-rosa, e à boca pequena, não conseguiu ser o companheiro ideal da bela Diana, falecida em Paris, nas circunstâncias que se pensam conhecer.
Seja, sejam bem-vindos, principe Carlos e Camilla Parker!
Nada a dizer acerca da vossa vinda a Portugal. O que havia para dizer sobre as relações bilaterais entre Portugal e a Inglaterra, escreveu-o, em data própria, Ramalho Ortigão no seu livro John Bull.
Agora, quando muito, haveria que reconsiderar vários aspectos dessas relações à luz das novas realidades europeias, mas isso, convenhamos, é coisa demasiadamente importante para ser abordada aqui, num banco de jardim. Eu bem sei que, há por aí "tratadistas" que qualquer pedaço de NET lhes serve para a catedra... A mim, no entanto, que não sou de FACEBOOK para aquilo que é do coração, nem de blogue fora do que o tenho como excelente (é só fazer uma amostragem do escrito em mais de 1800 posts que aí andam já com o M.A. no final...), o que me traz hoje, agora, a este espaço, é, se ainda vou a tempo, uma breve nota acerca do estado em que possa estar o percurso a percorrer, nomeadamente, em Lisboa, por Suas Altezas Britânicas.
Explico-me melhor: quando a rainha Isabel II, mãe, como se sabe, do princípe Carlos, que agora nos visita, esteve a primeira vez em Portugal, desembarcou, simbolicamente, no Cais das Colunas e a seguir, de carro, subiu a nossa avenida da Liberdade, na altura (1957) em obras por força da construção dos túneis do metropolitano de Lisboa. Ora...
Ora (eu trabalhava, na altura, no Diário de Notícias - avenida da Liberdade, 266, a dois passos do Marquês, como se sabe) o que se passou foi o seguinte: a mui digna e nobre Câmara de Lisboa, para disfarçar as obras do Metro, então em curso, teve uma ideia brilhante: colocou, entre o cruzamento da rua Alexandre Herculano e a avenida da Liberdade até à rotunda do Marquês, vasos com altíssimos arbustos que, a um tempo, tapavam os matacões das obras em curso e alindavam, qual festa, o percurso obrigatório da comitiva de Sua Majestade e de Seu Bem-Amado Esposo.
Porquê esta alusão ao passado? - perguntar-se-á. É simples: acordei preocupado com o que, para parecer bem, vamos conseguir fazer para evitar que se vejam os podres que temos vindo a acumular, não só em Lisboa, como no resto do país ... Haverá , por exemplo, nos armazéns da banca, vasos suficientes para encobrir, por exemplo, o nosso descoberto?... É só um exemplo. Duvido.
Quando Isabel II, de Inglaterra, esteve em Portugal, além do truque dos vasos, Craveiro Lopes, então presidente da República Portuguesa, ajudou a "safar" a coisa, falando de cavalos, que era tema de agrado certo da rainha.
Mas agora? Será que, por exemplo, temos alguém especializado em bestas?... Bestas, animais ...
Seja o que Deus quiser. Welcome!
Seja, sejam bem-vindos, principe Carlos e Camilla Parker!
Nada a dizer acerca da vossa vinda a Portugal. O que havia para dizer sobre as relações bilaterais entre Portugal e a Inglaterra, escreveu-o, em data própria, Ramalho Ortigão no seu livro John Bull.
Agora, quando muito, haveria que reconsiderar vários aspectos dessas relações à luz das novas realidades europeias, mas isso, convenhamos, é coisa demasiadamente importante para ser abordada aqui, num banco de jardim. Eu bem sei que, há por aí "tratadistas" que qualquer pedaço de NET lhes serve para a catedra... A mim, no entanto, que não sou de FACEBOOK para aquilo que é do coração, nem de blogue fora do que o tenho como excelente (é só fazer uma amostragem do escrito em mais de 1800 posts que aí andam já com o M.A. no final...), o que me traz hoje, agora, a este espaço, é, se ainda vou a tempo, uma breve nota acerca do estado em que possa estar o percurso a percorrer, nomeadamente, em Lisboa, por Suas Altezas Britânicas.
Explico-me melhor: quando a rainha Isabel II, mãe, como se sabe, do princípe Carlos, que agora nos visita, esteve a primeira vez em Portugal, desembarcou, simbolicamente, no Cais das Colunas e a seguir, de carro, subiu a nossa avenida da Liberdade, na altura (1957) em obras por força da construção dos túneis do metropolitano de Lisboa. Ora...
Ora (eu trabalhava, na altura, no Diário de Notícias - avenida da Liberdade, 266, a dois passos do Marquês, como se sabe) o que se passou foi o seguinte: a mui digna e nobre Câmara de Lisboa, para disfarçar as obras do Metro, então em curso, teve uma ideia brilhante: colocou, entre o cruzamento da rua Alexandre Herculano e a avenida da Liberdade até à rotunda do Marquês, vasos com altíssimos arbustos que, a um tempo, tapavam os matacões das obras em curso e alindavam, qual festa, o percurso obrigatório da comitiva de Sua Majestade e de Seu Bem-Amado Esposo.
Porquê esta alusão ao passado? - perguntar-se-á. É simples: acordei preocupado com o que, para parecer bem, vamos conseguir fazer para evitar que se vejam os podres que temos vindo a acumular, não só em Lisboa, como no resto do país ... Haverá , por exemplo, nos armazéns da banca, vasos suficientes para encobrir, por exemplo, o nosso descoberto?... É só um exemplo. Duvido.
Quando Isabel II, de Inglaterra, esteve em Portugal, além do truque dos vasos, Craveiro Lopes, então presidente da República Portuguesa, ajudou a "safar" a coisa, falando de cavalos, que era tema de agrado certo da rainha.
Mas agora? Será que, por exemplo, temos alguém especializado em bestas?... Bestas, animais ...
Seja o que Deus quiser. Welcome!
domingo, 27 de março de 2011
Dia T - T de Teatro
Carta de Soror Mariana Alcoforado para ler baixinho, como quem reza, no silêncio da casa, a um canto, só ...
"Escrevo-lhe pela última vez, e espero fazer-lhe saber, pela diferença dos termos e do tom desta carta, que, finalmente, me persuadi de que já não me amava e que, portanto, também devo deixar de o amar. Vou, pois, enviar-lhe, pelo primeiro portador, tudo o que ainda me resta de si.
Não receie que eu lhe escreva; nem sequer porei o meu nome na encomenda. Encarreguei de tudo Dona Brites, a quem eu tinha acostumado a confidências bem diferentes desta. Os cuidados dela ser-me-ão menos suspeitos do que os meus; ela tomará todas as precauções necessárias, a fim de que eu possa ficar certa de que recebeu o retrato e as pulseiras que me deu.
Quero, no entanto, que saiba que, de há alguns dias a esta parte, sinto vontade de queimar e destruir estes testemunhos do seu amor que me eram tão caros; mas mostrei-me tão fraca consigo que nunca acreditaria que eu pudesse ser capaz de tais extremos. Desejo, pois, gozar de toda a dor que tive ao separar-me deles e causar-lhe também a si algum despeito.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Bem vejo que estou ainda mais ocupada do que devia com as minhas censuras e com a sua indiferença. Mas lembre-se de que prometi a mim própria um estado mais sereno e que lá hei-de chegar! Ou, então, tomarei contra mim alguma resolução extrema, de que tomará conhecimento sem grande desgosto.Mas nada mais quero de si.
Sou uma louca em voltar a dizer o mesmo tantas vezes! É preciso que o deixe e que não volte a pensar em si. Julgo mesmo que não voltarei a escrever-lhe.Tenho alguma obrigação de lhe dar contas dos meus actos?"
"Escrevo-lhe pela última vez, e espero fazer-lhe saber, pela diferença dos termos e do tom desta carta, que, finalmente, me persuadi de que já não me amava e que, portanto, também devo deixar de o amar. Vou, pois, enviar-lhe, pelo primeiro portador, tudo o que ainda me resta de si.
Não receie que eu lhe escreva; nem sequer porei o meu nome na encomenda. Encarreguei de tudo Dona Brites, a quem eu tinha acostumado a confidências bem diferentes desta. Os cuidados dela ser-me-ão menos suspeitos do que os meus; ela tomará todas as precauções necessárias, a fim de que eu possa ficar certa de que recebeu o retrato e as pulseiras que me deu.
Quero, no entanto, que saiba que, de há alguns dias a esta parte, sinto vontade de queimar e destruir estes testemunhos do seu amor que me eram tão caros; mas mostrei-me tão fraca consigo que nunca acreditaria que eu pudesse ser capaz de tais extremos. Desejo, pois, gozar de toda a dor que tive ao separar-me deles e causar-lhe também a si algum despeito.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Bem vejo que estou ainda mais ocupada do que devia com as minhas censuras e com a sua indiferença. Mas lembre-se de que prometi a mim própria um estado mais sereno e que lá hei-de chegar! Ou, então, tomarei contra mim alguma resolução extrema, de que tomará conhecimento sem grande desgosto.Mas nada mais quero de si.
Sou uma louca em voltar a dizer o mesmo tantas vezes! É preciso que o deixe e que não volte a pensar em si. Julgo mesmo que não voltarei a escrever-lhe.Tenho alguma obrigação de lhe dar contas dos meus actos?"
O esqueleto de Nuno Delgado, judoca olímpico
Incompetência criadora *
"Um exemplo interessante
A recusa abrupta de uma oferta de promoção é conhecida por "Evasão de Peter". De facto, parece muito simples, mas só descobri um único exemplo bem sucedido.
T. Saywer, carpinteiro da Beamish Construction Company, era tão trabalhador, competente e conscencioso que lhe foi oferecido, várias vezes, o lugar de capataz.
Sawyer respeitava o seu patrão e gostaria de lhe obedecer, mas sentia-se feliz como simples carpinteiro. Não tinha preocupações e podia esquecer o trabalho a partir das 16.30 h.
Sabia que, como capataz, passaria as noites e dia de semana preocupado com o trabalho do dia ou da semana seguintes. Portanto, recusou firmente a promoção.
Sawyer, note-se, era um homem solteiro, sem parentes próximos, com poucos amigos e, portanto, podia agir como lhe apetecesse."
Em véspera de eleições em Portugal, Peter diverte-me...
* Do livro "O Princípio de Peter"
Terramotos
O sr. Xung Li ( ? ) enviou-me ontem, via FACEBOOK, a seguinte mensagem:
"Saudações. Pode surpreender você receber esta carta minha, já que não houve correspondência trocada entre nós. O meu nome é Xung Li, um procurador da Malásia nacional e pessoal para o meu cliente atrasado que base aqui na Malásia, mas ele é um japonês que ele está morto no terremoto que aconteceu na semana passado japonês.
Meu propósito de contrato com você é para ajudar você a proteger os fundos deixados por meu cliente final, para evitar que seja confiscado ou declarados inservíveis pelo Banco, o que é valorizado fundos (EUA $5.900.000,00) cinco milhões e novecentos mil dólares norte-americanos depositados Royal Bank of Scotland Malásia por ele antes da sua morte.
O Banco lançou-me um aviso para manter contacto com o parente mais próximo ou a conta será declarado inservível e do fundo desviados para a tesouraria do Banco. Apesar de todos os esforços para obter um porão de alguém relacionado a este homem provou fútil, daí, entrei em contacto com você porque eu fiz vários contactos à sua embaixada para localizar qualquer um dos seus parentes e isso também não foi bem sucedida.
Na verdade, estou pedindo o seu consentimento para apresentá-lo para o Banco como parente mais próximo/beneficiário dos fundos de minha cliente final, pois você tem o mesmo sobrenome, de modo que os rendimentos dessa conta pode ser paga na sua conta, então nós pode compartilhar o fundo em um percentagem acordado mutuamente.
Todas as documentações legais para fazer backup de seus créditos como próximo do meu cliente de Kin, vou-lhes. Tudo que eu preciso é a sua cooperação honesta para nos permitir alcançar esta situação.
A operação pretendida será executado em regime legítimo que irá protegê-lo de qualquer infração da lei. No entanto, se esta proposta de negócio fere sua ética moral, não aceitam o meu sincero pedido de desculpas. Caso esteja interessado, envie um email de volta para o meu e-mail privado (...) para mais esclarecimentos. NOTA: Eu não venho para o FACEBOOK, Então eu aconselho você a voltar para mim no meu e-mail privado.
E posso garantir-vos que este transações é 100% livre de risco e você não tem nada a temer de forma alguma. Aguardo a sua resposta mais adiantada.
Saudações,
Advogado. Xung Li"
Ele há cada um!...
sábado, 26 de março de 2011
Canteiro de palavras ( XII ) - O velho barqueiro
"Govinda demorou-se algum tempo com outros monges, descansando no jardim dos prazeres que a cortesã Kamala oferecera aos discípulos de Gotama. Ouviu falar de um velho barqueiro que vivia junto ao rio, a um dia de viagem, e a quem muitos consideravam um sábio.
Quando retomou a sua caminhada, decidiu seguir a estrada que o levaria até esse barqueiro, ansioso por vê-lo, pois, embora tivesse vivido toda a sua vida de acordo com as regras, embora fosse respeitado pelos monges mais jovens devido à sua idade e discrição, no seu coração ainda não se apagara a inquietação e a procura.
Chegou ao rio, pediu ao velho que o transportasse e, quando desceram do barco na outra margem, perguntou-lhe:
- Revelaste muita bondade na maneira como nos tratas, monges e peregrinos; transportaste já muitos dos nossos. Não és tu também, barqueiro, um homem à procura do caminho certo?
Siddhartha disse, os velhos olhos sorrindo:
- Chamas a ti mesmo um homem à procura, ó Venerável, embora sejas já de idade avançada e uses o manto dos monges de Gotama?
- Sou realmente velho - disse Govinda -, mas ainda não desisti de procurar. Nunca desistirei de procurar, tal é a minha decisão. Também tu, pelo que me parece, andaste à procura. Quererás dizer-me uma palavra, Ó Venerado?
Siddhartha disse:
- O que poderia ter eu a dizer, ó Venerável? Talvez dizer-te que procuras demasiado? Que enquanto procurares nunca conseguirás encontrar?
- Como assim? - perguntou Govinda.
- Quando alguém procura - respondeu Siddhartha - pode acontecer que os seus olhos vejam apenas a coisa que ele procura, que não permitam que ele encontre porque ele pensa sempre e apenas naquilo que procura, porque ele tem um objectivo, porque está possuído por esse objectivo. Mas encontrar significa ser livre, manter-se aberto, não ter objectivos. Tu, Venerável, és talvez um homem à procura, pois, perseguindo o teu objectivo, muitas vezes não vês aquilo que está perante os teus olhos."
Hermann Hesse in Siddhartha
sexta-feira, 25 de março de 2011
Carta falada aos políticos da Lusa Casa
Caros Políticos da Lusa Casa
Meia dúzia de linhas, não em jeito de desabafo, mas em nome de dezenas de (activos) anos de vida e da liberdade que, apesar de tudo, ainda vamos tendo ...
Sejamos claros: EU (e, como eu, muitos da minha geração) NÃO QUERO Salazares. Mas alguns dos senhores, se não querem, às vezes, parecem desejá-lo. Essa é que é a verdade... Não exactamente um Salazar como era, percebe-se, mas um Salazar, assim, mais amarcelado ... Mudemos de assunto.
Afinal, os meus amigos são, ou não, capazes de governar isto em liberdade?... Do outro dizia-se: "produzir e poupar, manda o ..."
Conseguem, ou não, em liberdade, vencer as dificuldades?
Dar emprego aos jovens?
Não abusar dos que já não são, nem devem ser, mas foram parte importante da força que vos ajudou a estar e ser?...
Já sei que vão querer o meu voto. E que estão a ver em que dia deve ter lugar, disseram-me na televisão esta semana.
Por mim, estejam à vontade: é quando quiserem. Na certeza porém de que, se for para fazer "mais do mesmo", é a última vez que lá vou ... Eu, pelo menos, é assim que penso. Entendam-se. Mas, fiquem a saber, que, aqui ao pé do banco donde vos interpelo, o pessoal está "em brasa"... Não sei o que está a acontecer à volta dos outros bancos, mas aqui a coisa está preta... É uma força de expressão.
E, por falar em bancos, vejam bem o que fazem com as economias do pessoal ... O que nós sabemos é que os senhores não têm conseguido governar o País sem empréstimos. E que não têm vergonha de andar por aí, todos os dias a pedinchar...
Já não têm, percebo, o ouro do Brasil ..., eu sei.
Diminuiram as remessas dos emigrantes ... E, por isso,toca a pedir a quem lhes pagava no estrangeiro ... Sabemos.
Já não temos colónias ... Dizem os compêndios de Geografia. Não se ignora.
Entretanto, quando se fala em diminuir certos proventos como aqueles que os do "Facebook" e outros me dizem existir, os senhores, que souberam primeiro do que eu, assobiam para o lado...
"Demagogo?!..." V. Exas. têm a coragem de me chamar demagogo? Eu que trabalhei, que paguei sempre a horas os meus impostos ... Seus caloteiros!...
(... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...)
Vão Vossas Excelências!...
quinta-feira, 24 de março de 2011
Apontamento verde
A UNESCO, ao que se sabe, "decretou" a proibição de carros estacionados em frente do Convento de Mafra. Já aqui o escrevi.
O presidente do ACP rejubilou, hoje, ao abrir o Rali de Portugal, defronte do Mosteiro dos Jerónimos, com uma prova "muito especial".
O Zé está danado por passar a não poder estacionar o seu carrito onde os cavalos da corte marcaram presença, apesar de tudo, com benefício para a agricultura de Mafra e zonas limítrofes, mas acaba de ignorar o desconforto dos gases expelidos por turbos de grandes escapes nas barbas dos Jerónimos e arredores ...
E há que governar isto...
O presidente do ACP rejubilou, hoje, ao abrir o Rali de Portugal, defronte do Mosteiro dos Jerónimos, com uma prova "muito especial".
O Zé está danado por passar a não poder estacionar o seu carrito onde os cavalos da corte marcaram presença, apesar de tudo, com benefício para a agricultura de Mafra e zonas limítrofes, mas acaba de ignorar o desconforto dos gases expelidos por turbos de grandes escapes nas barbas dos Jerónimos e arredores ...
E há que governar isto...
PASSOS de LEBRE
"O Princípio de Peter" ( I )
Editado em 1971, li este livro em Janeiro de 1973, e volto a tê-lo a jeito, para o que der e vier.
Para já, relembro o Princípio (sabido mas ignorado, penso eu...):
"Numa hierarquia todo o empregado tende a elevar-se até ao nível de incompetência"
e transcrevo um caso:
"O meu Princípio é a chave para uma compreensão (escreve o autor) e todos os sistemas hierárquicos e também de toda a estrutura da civilização. Alguns excêntricos tentam evitar envolver-se em sistemas de hierarquia, mas toda a gente, dos negócios, indústria, sindicatos, política, governo, exército, religião ou educação lhe presta tributo, todos obedecem ao Princípio de Peter.
Muitos deles, sem dúvida, podem subir um ou dois lugares, passando de um nível de competência para outro nível de competência mais alto. Mas a competência desse novo lugar qualifica-os para uma outra promoção. Para cada indivíduo, para si ou para mim, a última promoção faz passar de um nível de competência para um nível de incompetência.
Assim, dando tempo ao tempo - e pressupondo que existem graus suficientes na hierarquia - cada empregado eleva-se e fica no seu nível de incompetência.
O Corolário de Peter afirma:
"Com o tempo qualquer lugar tende a ser ocupado por um empregado incompetente para assumir as responsabilidades inerentes a ele."
( ... ) "O trabalho é realizado por aqueles empregados que ainda não atingiram o seu nível de incompetência."
Para já, relembro o Princípio (sabido mas ignorado, penso eu...):
"Numa hierarquia todo o empregado tende a elevar-se até ao nível de incompetência"
e transcrevo um caso:
"O meu Princípio é a chave para uma compreensão (escreve o autor) e todos os sistemas hierárquicos e também de toda a estrutura da civilização. Alguns excêntricos tentam evitar envolver-se em sistemas de hierarquia, mas toda a gente, dos negócios, indústria, sindicatos, política, governo, exército, religião ou educação lhe presta tributo, todos obedecem ao Princípio de Peter.
Muitos deles, sem dúvida, podem subir um ou dois lugares, passando de um nível de competência para outro nível de competência mais alto. Mas a competência desse novo lugar qualifica-os para uma outra promoção. Para cada indivíduo, para si ou para mim, a última promoção faz passar de um nível de competência para um nível de incompetência.
Assim, dando tempo ao tempo - e pressupondo que existem graus suficientes na hierarquia - cada empregado eleva-se e fica no seu nível de incompetência.
O Corolário de Peter afirma:
"Com o tempo qualquer lugar tende a ser ocupado por um empregado incompetente para assumir as responsabilidades inerentes a ele."
( ... ) "O trabalho é realizado por aqueles empregados que ainda não atingiram o seu nível de incompetência."
quarta-feira, 23 de março de 2011
Rever Sophia de Mello Breyner, na Biblioteca Nacional
Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morrermos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.
Canteiro de palavras ( XI ) - O Universo
"O grande sonho requer certas circunstâncias sociais. Um dia que, embevecido por certo movimento rítmico e dolente do que escrevera, me recordei de Chateaubriand, não tardou que me lembrasse de que eu não era visconde, nem sequer bretão. Outra vez que julguei sentir, no sentido do que dissera, uma semelhança com Rousseau, não tardou, também, que me ocorresse que, não (tendo) tido o privilégio de ser fidalgo e castelão, também o não tivera de ser suíço e vagabundo.
Mas, enfim, também há universo na Rua dos Douradores. Também aqui Deus concede que não falte o enigma de viver. E por isso, se são pobres, como a paisagem de carroças e caixotes, os sonhos que consigo extrair de entre as rodas e tábuas, ainda assim são para mim o que tenho, e o que posso ter.
Alhures, sem dúvida é que os poentes são. Mas até deste quarto andar sobre a cidade se pode pensar no infinito. Um infinito com armazéns em baixo, é certo, mas com estrelas ao fim... É o que ocorre, neste acabar de tarde, à janela alta, na insatisfação do burguês que não sou e na tristeza do poeta que nunca poderei ser."
Em dia difícil para Portugal, releio Pessoa e vou ouvir as notícias no interior do meu quarto andar. Se, logo a tarde, me sentir abafado, sento-me na varanda a pensar o mundo - que há mais mundo, e gente honesta, creio, para além dos telhados... Ou naquele combóio de que "falou" há bocado uma amiga minha, no mail cheio de saberes que me enviou.
terça-feira, 22 de março de 2011
Carta a quem manda ...
Caros Senhores
A bem dizer, isto não é uma carta, é um simples, muito simples, recado escrito e aberto a quem manda, ou melhor, a quem está no Poder, no caso, muito próximo da rua do jardim... É simples. Só podia ser, como é o caso, enviado por um ex-trabalhador. Quer dizer, que já não é. Foi. E foi-o durante 48 anos (quarenta e oito anos, tomem nota).
Apesar de tudo, o escrito é breve. O que pode acontecer é que circule... Embora, contenha eventuais intimidades...
Por exemplo: aí por altura dos meus doze, treze anos, o sr. Alberto, que Deus tem, era dono de uma pequena camioneta de aluguer, estacionada, de segunda a sábado, no largo da Estrela, em Lisboa (próximo, portanto, deste que é agora "o meu banco". Só tenho este...). Transportava mobílias, "bidons" com leite que ia buscar às tetas das vacas dos arredores da capital; de vez em quando chamavam-no do Jerónimo Martins, que lhe alugava o transporte; lembro-me de o saber a levar mármores, não sei para onde, de uma oficina de cantarias que havia em Campo de Ourique ...
Vivia assim. À noite, jogava à sueca, em casa, com os amigos, ou ficava-se a ouvir um fadinho da Amália Rodrigues, de que D. Rosário, sua mulher, gostava muito...
Fui seu "cobrador". E o que venho aqui dizer HOJE é simples: não declarei às Finanças, nem o meu pai por mim, os 100, 150$00 com que, de vez em quando, o ti Alberto me gorjetava ...
De resto, de quando me começaram a dar o nome de trabalhador, não me lembro ter falhado com um tostão sequer às Finanças... Ou melhor, se alguém falhou, terá sido o velho "Diário de Notícias" que, para oficialmente não me aumentar, a certa altura, me começou a dar 150$00 "por fora..." Mas nada que atingisse coisa que se visse, em termos de Fazenda Pública. De resto, eu deveria ter, na altura, uns 17/18 anos... Penso que já existia uma coisa que se chamava Imposto Profissional, mas ainda não era comigo...
Entretanto, daí para cá, foi, até me reformar, sempre a pagar, sempre a pagar - COMO TODA A GENTE (ou quase...), aliás.
Moral da história: do que entreguei ao longo de 48 anos (não incluem, como se deixa ver, as gratificações do sr. Alberto, da camioneta), estou a receber uma reforma, uma espécie de reembolso, do saldo que foram (foram?) guardando para quando eu já não pudesse...Ou não devesse estar ao serviço...
Entretanto, tinha chegado a liberdade.
Melhoraram os Serviços de Saúde, é verdade.
Passámos a ter mais auto-estradas, confirmo.
Posso dizer que não estou satisfeito, posso.
Mas ... mas está-me cá a parecer que a chamada democracia começa a adormecer: fala-se de uma Justiça pouco justa, fala-se de uma juventude culta, mas desempregada, fala-se de gente a ir aos caixotes do lixo dos supermercados, fala-se de "tachos" por todo o lado ... Mas o que é isto?...
De que vale a um cidadão a comprovada entrega, ao Poder Democraticamente Eleito, de uma parcela do seu suor? Que direito têm os políticos de ir ao cofre que eu lhes aluguei, no meu interesse e no dos meus concidadãos - e dizerem AGORA, sem mais aquelas, "dá cá" ?... O interesse público exige discussão. Exige o quê?!... Quem exige sou eu: mostrem lá se foram, ou não, honestos, se os vossos argumentos são credíveis, ou não. Mostrem!...
O que eu sei é que tenho saudades do sr. Alberto. Ele é que tinha razão. Dava-me aqueles tostões limpinhos - e eu entregava-os à minha mãe, que era ministra das finanças lá de casa, e que, de vez em quando, me comprava uma gravata nos chineses. 10$00!
Malandros! Piratas!... É coisa que se faça?... Leiam Fialho, leiam Eça, leiam Ramalho e vão ... vão para ... para o trabalho, que se faz tarde.
Entendam-se! E não mexam nas minhas economias sociais, ou faço queixa ... faço queixa a ... Olhem, faço queixa a Bruxelas, por exemplo.
Pode não haver razões para saudades doutros tempos, mas há uma coisa que eu sei, tenho a certeza: OS SENHORES NÃO VÃO FICAR NA HISTÓRIA do meu País. Ou, se ficarem, vão figurar num "pos-scriptum", sem relevância que se transmita às novas gerações. Sem terem dado uma para "a Caixa"...
M.A.
A bem dizer, isto não é uma carta, é um simples, muito simples, recado escrito e aberto a quem manda, ou melhor, a quem está no Poder, no caso, muito próximo da rua do jardim... É simples. Só podia ser, como é o caso, enviado por um ex-trabalhador. Quer dizer, que já não é. Foi. E foi-o durante 48 anos (quarenta e oito anos, tomem nota).
Apesar de tudo, o escrito é breve. O que pode acontecer é que circule... Embora, contenha eventuais intimidades...
Por exemplo: aí por altura dos meus doze, treze anos, o sr. Alberto, que Deus tem, era dono de uma pequena camioneta de aluguer, estacionada, de segunda a sábado, no largo da Estrela, em Lisboa (próximo, portanto, deste que é agora "o meu banco". Só tenho este...). Transportava mobílias, "bidons" com leite que ia buscar às tetas das vacas dos arredores da capital; de vez em quando chamavam-no do Jerónimo Martins, que lhe alugava o transporte; lembro-me de o saber a levar mármores, não sei para onde, de uma oficina de cantarias que havia em Campo de Ourique ...
Vivia assim. À noite, jogava à sueca, em casa, com os amigos, ou ficava-se a ouvir um fadinho da Amália Rodrigues, de que D. Rosário, sua mulher, gostava muito...
Fui seu "cobrador". E o que venho aqui dizer HOJE é simples: não declarei às Finanças, nem o meu pai por mim, os 100, 150$00 com que, de vez em quando, o ti Alberto me gorjetava ...
De resto, de quando me começaram a dar o nome de trabalhador, não me lembro ter falhado com um tostão sequer às Finanças... Ou melhor, se alguém falhou, terá sido o velho "Diário de Notícias" que, para oficialmente não me aumentar, a certa altura, me começou a dar 150$00 "por fora..." Mas nada que atingisse coisa que se visse, em termos de Fazenda Pública. De resto, eu deveria ter, na altura, uns 17/18 anos... Penso que já existia uma coisa que se chamava Imposto Profissional, mas ainda não era comigo...
Entretanto, daí para cá, foi, até me reformar, sempre a pagar, sempre a pagar - COMO TODA A GENTE (ou quase...), aliás.
Moral da história: do que entreguei ao longo de 48 anos (não incluem, como se deixa ver, as gratificações do sr. Alberto, da camioneta), estou a receber uma reforma, uma espécie de reembolso, do saldo que foram (foram?) guardando para quando eu já não pudesse...Ou não devesse estar ao serviço...
Entretanto, tinha chegado a liberdade.
Melhoraram os Serviços de Saúde, é verdade.
Passámos a ter mais auto-estradas, confirmo.
Posso dizer que não estou satisfeito, posso.
Mas ... mas está-me cá a parecer que a chamada democracia começa a adormecer: fala-se de uma Justiça pouco justa, fala-se de uma juventude culta, mas desempregada, fala-se de gente a ir aos caixotes do lixo dos supermercados, fala-se de "tachos" por todo o lado ... Mas o que é isto?...
De que vale a um cidadão a comprovada entrega, ao Poder Democraticamente Eleito, de uma parcela do seu suor? Que direito têm os políticos de ir ao cofre que eu lhes aluguei, no meu interesse e no dos meus concidadãos - e dizerem AGORA, sem mais aquelas, "dá cá" ?... O interesse público exige discussão. Exige o quê?!... Quem exige sou eu: mostrem lá se foram, ou não, honestos, se os vossos argumentos são credíveis, ou não. Mostrem!...
O que eu sei é que tenho saudades do sr. Alberto. Ele é que tinha razão. Dava-me aqueles tostões limpinhos - e eu entregava-os à minha mãe, que era ministra das finanças lá de casa, e que, de vez em quando, me comprava uma gravata nos chineses. 10$00!
Malandros! Piratas!... É coisa que se faça?... Leiam Fialho, leiam Eça, leiam Ramalho e vão ... vão para ... para o trabalho, que se faz tarde.
Entendam-se! E não mexam nas minhas economias sociais, ou faço queixa ... faço queixa a ... Olhem, faço queixa a Bruxelas, por exemplo.
Pode não haver razões para saudades doutros tempos, mas há uma coisa que eu sei, tenho a certeza: OS SENHORES NÃO VÃO FICAR NA HISTÓRIA do meu País. Ou, se ficarem, vão figurar num "pos-scriptum", sem relevância que se transmita às novas gerações. Sem terem dado uma para "a Caixa"...
M.A.
Anthony Quinn e Mikis Theodorakis - ZORBA
Milhares de vezes exibido? Milhares de vezes, simplesmente, ouvido? Se calhar já esteve nesta ruadojardim... Quiçá ... Mas trata-se de um grito de AMOR, de LIBERDADE!... Vale, por isso, no mínimo, renovar a emoção... Creio.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Cantiga de Maldizer *
No Dia Mundial da Poesia
Melhor do que eu me governo
governa-se o do caderno
das contas que no inverno
com boa lã se tapou:
mas eis que jaz no inferno
já que bem se governou.
Andam seus filhos comendo
o que foi seu, dispendendo,
negociatas fazendo
que ele nunca imaginou;
e eis que jaz no fogo ardendo
já que bem se governou.
O que foi seu - desgraçado! -
vê agora dissipado;
e eis que está bem arranjado
quem na vida se arranjou.
Jaz no inferno atormentado
já que bem se governou.
* in Trobas d'e Rey D. Denis
Obama no Theatro Municipal do Rio
Ouvi, ontem, na TV Brasil, em directo, o discurso do presidente Obama no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
A primeira impressão geral é óbvia: o homem estudou muito bem a lição, salpicando-a, por exemplo, com as palavras portuguesas que lhe ensinaram no departamento da diplomacia da Casa Branca, para que pudesse tocar (mesmo...) o coração brasileiro...
"Boa tarde a todo o povo brasileiro. Oi, Rio de Janeiro, cidade maravilhosa!
Desde o momento em que cheguei, o povo desta nação tem mostrado gentilmente à minha família calor e generosidade. Hoje, por exemplo, em que estais aqui e se disputa um jogo de futebol entre o Vasco e o Botafogo... Tanto mais que sei que os brasileiros não desistem muito facilmente do seu futebol ...
Agora uma das minhas primeiras impressões do Brasil foi um filme que vi com minha mãe quando era muito novo. Um filme chamado Black Orpheus que decorre nas favelas do Rio de Janeiro durante o Carnaval. A minha mãe adorou esse filme, com os seus cantos e danças contra o pano de fundo dos vossos lindos morros verdes. Teve a sua estreia, enquanto peça, aqui, no Theatro Municipal. Foi o que entendi.
E minha mãe já se foi... Mas ela jamais teria imaginado que a primeira viagem de seu filho ao Brasil seria como presidente dos Estados Unidos. E eu jamais imaginei que este país era ainda mais belo do que no filme ...Vocês são, como cantou Jorge Ben-Jor, "um país tropical abençoado por Deus, e bonito por natureza".
( ... ) Agora, ontem, reuni-me com a vossa maravilhosa nova presidente Dilma Rousseff e conversámos acerca da forma como podemos fortalecer parcerias entre os nossos dois governos.
( ... ) Mas hoje quero falar directamente ao povo brasileiro para ver como é possível melhorar a amizade entre as nossas nações. Vim para partilhar algumas ideias porque desejo falar dos valores que partilhamos, das esperanças que temos em comum e da diferença que, juntos, poderemos fazer ( ... )"
Discurso longo - e inteligente. Digo eu, que sou português e, portanto, interessado nestes entendimentos entre um irmão nosso e um nosso amigo cultural, económico e financeiro, de peso. Em momento importante cá por casa.
A primeira impressão geral é óbvia: o homem estudou muito bem a lição, salpicando-a, por exemplo, com as palavras portuguesas que lhe ensinaram no departamento da diplomacia da Casa Branca, para que pudesse tocar (mesmo...) o coração brasileiro...
"Boa tarde a todo o povo brasileiro. Oi, Rio de Janeiro, cidade maravilhosa!
Desde o momento em que cheguei, o povo desta nação tem mostrado gentilmente à minha família calor e generosidade. Hoje, por exemplo, em que estais aqui e se disputa um jogo de futebol entre o Vasco e o Botafogo... Tanto mais que sei que os brasileiros não desistem muito facilmente do seu futebol ...
Agora uma das minhas primeiras impressões do Brasil foi um filme que vi com minha mãe quando era muito novo. Um filme chamado Black Orpheus que decorre nas favelas do Rio de Janeiro durante o Carnaval. A minha mãe adorou esse filme, com os seus cantos e danças contra o pano de fundo dos vossos lindos morros verdes. Teve a sua estreia, enquanto peça, aqui, no Theatro Municipal. Foi o que entendi.
E minha mãe já se foi... Mas ela jamais teria imaginado que a primeira viagem de seu filho ao Brasil seria como presidente dos Estados Unidos. E eu jamais imaginei que este país era ainda mais belo do que no filme ...Vocês são, como cantou Jorge Ben-Jor, "um país tropical abençoado por Deus, e bonito por natureza".
( ... ) Agora, ontem, reuni-me com a vossa maravilhosa nova presidente Dilma Rousseff e conversámos acerca da forma como podemos fortalecer parcerias entre os nossos dois governos.
( ... ) Mas hoje quero falar directamente ao povo brasileiro para ver como é possível melhorar a amizade entre as nossas nações. Vim para partilhar algumas ideias porque desejo falar dos valores que partilhamos, das esperanças que temos em comum e da diferença que, juntos, poderemos fazer ( ... )"
Discurso longo - e inteligente. Digo eu, que sou português e, portanto, interessado nestes entendimentos entre um irmão nosso e um nosso amigo cultural, económico e financeiro, de peso. Em momento importante cá por casa.
Fotomontagem |
Boa noite, Primavera!
domingo, 20 de março de 2011
Canteiro de palavras ( X ) - escrever
"Sê alegre apenas depois de dares a volta à vida toda. E regressares então a uma flor, ao sol num muro, a um verme no chão. A profunda alegria não é a do começo mas a do fim. A do começo é a do imbecil e a do fim a da calma sabedoria. É a do primeiro que tem o nome idiota de felicidade e pode manifestar-se pelo riso ou risada. A do segundo, quando muito, chega apenas ao sorriso. Há decerto o lado fácil de nós que se estrutura do riso. É o lado de fora, da exterioridade do convívio, da folga que se tira ao lado de dentro. Mas como no simile consabido, o palhaço que ri por fora, chora por dentro. Não é o choro que te recomendo mas o que resta dele ou da sua vontade.
Sê alegre como a natureza que não chora nem ri e apenas é. Mas talvez te faça bem rires e chorares antes apenas de seres. E que nome dar a isso senão o da alegria? E que pode haver de comum entre ela e o que se chama estupidamente felicidade?
Dá a volta à vida toda e depois sê. E não vale a pena dar a isso nome nenhum."
Vergílio Ferreira in "Escrever", numa edição de Helder Godinho
Sê alegre como a natureza que não chora nem ri e apenas é. Mas talvez te faça bem rires e chorares antes apenas de seres. E que nome dar a isso senão o da alegria? E que pode haver de comum entre ela e o que se chama estupidamente felicidade?
Dá a volta à vida toda e depois sê. E não vale a pena dar a isso nome nenhum."
Vergílio Ferreira in "Escrever", numa edição de Helder Godinho
Sócrates confessa
sábado, 19 de março de 2011
Algures numa Tenda, Kadhafi revê Livro Verde
"Não há democracia sem congressos populares e comités populares por toda a parte."
"A representação é uma impostura."
"O partido representa apenas uma fracção do povo, enquanto a soberania popular é indivisível."
"A verdadeira Lei de uma sociedade é o costume (tradição) ou a religião; todas as outras tentativas fora destas duas fontes são inúteis e ilógicas."
"Os códigos redigidos pelos homens e saídos das constituições estão repletos de sanções materiais, quando a lei do costume está quase desprovida delas."
"Pretender, para um indivíduo ou um grupo de indivíduos, a responsabilidade da Lei, é ditatorial."
É que o homem escreveu de Boa Fé. E agora atacam-no com misseis?... Francamente!... Terá tido, os seus deslizes, diz-se, mas isso acontece a qualquer... Não vale. A menos que esteja a tornar-se ... costume... Se assim for, vejam então se acertam na Tenda ... Entretanto, cuidado com o petróleo, que é inflamável.
"A representação é uma impostura."
"O partido representa apenas uma fracção do povo, enquanto a soberania popular é indivisível."
"A verdadeira Lei de uma sociedade é o costume (tradição) ou a religião; todas as outras tentativas fora destas duas fontes são inúteis e ilógicas."
"Os códigos redigidos pelos homens e saídos das constituições estão repletos de sanções materiais, quando a lei do costume está quase desprovida delas."
"Pretender, para um indivíduo ou um grupo de indivíduos, a responsabilidade da Lei, é ditatorial."
É que o homem escreveu de Boa Fé. E agora atacam-no com misseis?... Francamente!... Terá tido, os seus deslizes, diz-se, mas isso acontece a qualquer... Não vale. A menos que esteja a tornar-se ... costume... Se assim for, vejam então se acertam na Tenda ... Entretanto, cuidado com o petróleo, que é inflamável.
The Cantors-Tumbalalaika (Trailer)
Esta é a Sinagoga Portuguesa Sefardita de Amesterdão. "Talvez o mais venerado santuário sefardita no mundo. Construído em 1675, é ainda iluminado por candeeiros, nunca tendo sido electrificado. O arco, assentos, altar, etc, são feitos manualmente por construtores navais.
Durante a 2ª Grande Guerra os nazis não a descobriram. Por isso está intacta e original"
(o "mail" completo tem 3 minutos e 40 segundos. Pode, como é óbvio, pesquisar e ... e ouvir tudo...)
Homenagem ao actor João d'Ávila
Com o pequeno senão de, para uma Junta de Freguesia de maioria comunista, por infeliz coincidência, ouvi comentar, ter acontecido no dia em que a CGTP- IN contava ter toda a gente numa manif, os autarcas de Carnide, em Lisboa, foram, apesar de tudo, uma vez mais, brilhantes ao, antecipando o DIA MUNDIAL DO TEATRO (27 de Março), prestarem justa homenagem ao actor João d'Ávila (*).
Gostei! Esta equipa de Carnide trabalha - e sente.
Tendo em segundo plano, na foto, o presidente da Junta, feliz e serenamente determinado, leia-se a explosão de alegria incontida de João d'Ávila, ao agradecer a homenagem pública que tinha acabado de lhe ser prestada. E considere-se aqui, assim, entretanto, escrito o essencial.
Não sem registar, contudo, nomeadamente, a presença de Mariema e de Maria do Céu Guerra, para quem "as câmaras estiveram lá..." - também. Como era natural.
* João d'Ávila, disponível, pessoalmente solicitado por M.A., prontificou-se a permitir uma fotocópia do seu discurso de agradecimento da homenagem promovida pela Junta de Freguesia de Carnide, que, simpática, ficou, pelo seu lado, de colaborar na concretização do pretendido.
Bem-hajam!
Gostei! Esta equipa de Carnide trabalha - e sente.
Tendo em segundo plano, na foto, o presidente da Junta, feliz e serenamente determinado, leia-se a explosão de alegria incontida de João d'Ávila, ao agradecer a homenagem pública que tinha acabado de lhe ser prestada. E considere-se aqui, assim, entretanto, escrito o essencial.
Não sem registar, contudo, nomeadamente, a presença de Mariema e de Maria do Céu Guerra, para quem "as câmaras estiveram lá..." - também. Como era natural.
* João d'Ávila, disponível, pessoalmente solicitado por M.A., prontificou-se a permitir uma fotocópia do seu discurso de agradecimento da homenagem promovida pela Junta de Freguesia de Carnide, que, simpática, ficou, pelo seu lado, de colaborar na concretização do pretendido.
Bem-hajam!
Foto M.A. |