terça-feira, 12 de junho de 2012

Comungar no Jardim

É, digo eu, legítima a pergunta: quem são os habituais companheiros de banco, de um banco de jardim? Imagino a pergunta e solto a resposta: é gente simpática, toda ela, tolerante, quanto baste, muito dada à política, um bocadinho fanática nas suas convicções religiosas, ferverosamente contra (contra o estabelecido, sobretudo. Seja ele qual for). AMIGA, sim! Mesmo que o encontro regular não se verifique onde o gosto (primeiro O acentuado ...) é palavra-chave, ainda que corriqueira, com direito a retrato. Noto, entretanto, alguma "timidez" nas apreciações ao escrito e/ou mostrado e lembro-me com frequência de Ivone Silva: vestida de preto, nunca me comprometo ...

No jardim, aliás, como se sabe, são sempre mais os que vêem do que os que jogam. Isto, tanto às cartas, como ao dominó ... Que para o xadrez são raros os parceiros. Ou porque temem o cheque-pastor, ou porque percebem pouco de cavalos e/ou movimentam com dificuldade os bispos ... Mas é assim.

 Para jogar às damas aparecem muitos, mas, por vezes, participam pouco. Distraem-se a ver quem passa e ... e se, nesse quem passa, houver damas a sério ... então ... (não é por acaso que, no jardim7, os olhares vão, acima de tudo, para a eventual pouca vergonha - mesmo que só dada a entender ...).


Chega. Se querem saber o que é que me dá mais gozo fazer aqui, dir-lhes-ei, finalmente, que é PALAVRAS CRUZADAS - pela "investigação" a que obriga ... Mas ninguém é obrigado a ter a opinião de ninguém. O que é agradavelmente liquido é que, tudo somado, há dias em que, ou porque está sol, ou porque corre uma brisa, a ruadojardim7 me dá uma alegria parecida com a de certas noites de Santo António, em Alfama, onde, às tantas, não há raças, nem credos, mas canta-se, canta-se a alegria de comungar ... E cheira bem, cheira a Lisboa.

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