sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Mansidão, poema de Fernanda Botelho

Hoje, especialmente hoje, minha Mãe, porque amanhã quero que tudo renasça como tu sempre quiseste que em mim fosse.
M.A.











Quando me chamam, vou logo,
E não reajo. Disfarço.
E a cada ultrage, renasço
com as artérias em fogo.

Não falo do meu espanto.
Quando recuso, não digo.
(Conservo as vozes comigo
a elaborar o meu canto.)

E com maneiras discretas,
vou criando o movimento
que hei-de entregar, a seu tempo,
às minhas asas quietas.

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