É bom lembrar numa altura em que esquecer, não sendo desejável, tem perdão.
Carlos Lemonde de Macedo, a vários títulos, referenciável, mas de prémio que, tendo sido "inventado" em gabinete que me deu, cozida, farinha amassada (não há documento que o ateste), GANHOU, ia jurar, o Prémio Literário que "inventei" para que alguém acrescentasse - aos que já tivesse ou não.
E neste emaranhado me perco, convencido de que o amável autógrafo que leio, mas não mostro, no seu NAU NUA, "navegou" por essa assoalhada ... Sendo assim ou não, do poema, um poema fica em homenagem a quem, tendo sido muita coisa, foi, sobretudo, amável. Corria o ano de 1981.
Quando as mãos se cansavam de aplaudir
E se aquietavam rubras, tumefactas,
As outras mãos, as outras, as intactas
Desenhavam no ar gestos de rir.
Eram gestos de dar e de pedir,
Fechar e abrir de asas inexactas,
Painel de tintas vagas, abstractas
Que tudo e nada pode reflectir.
Quando as mãos se cansavam de aplaudir
E se aquietavam, rubras, tumefactas
As outras mãos, as fortes, as intactas,
Desenhavam no ar gestos de rir,
E desses gestos de evasão suprema
Brotava a pura alegria e o seu poema.
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