domingo, 31 de agosto de 2014

A saúde dos mais novos

















Encontrem uma cura antes 
que me cresçam as mamocas

Futebol em Macau: Porto vence Sporting

Ponto Final
Porto Sporting créditos a Bessa AlmeidaMayckol Sabino saiu do banco para dar a vitória aos azuis e brancos no primeiro derby da Bolinha.
Sandra Lobo Pimentel
Sporting e Porto defrontaram-se ontem no Campo do D. Bosco, naquele que foi o primeiro derby do grupo A da primeira divisão da Bolinha, que conta com três equipas de matriz portuguesa.
Os azuis e brancos venceram por 2-1, com dois golos de Mayckol Sabino, que saltou do banco para o lugar de Ronald Cabrera e acabou por ser decisivo para a primeira vitória do Porto na competição.
Os leões entraram mais organizados, mas faltou eficácia no último passe para a finalização. O lance de maior perigo dos leões aconteceu aos 13 minutos, depois de um bom trabalho de Pascoal Júnior pela direita, mas o capitão Brito desperdiçou no centro da área.
O Porto queixou-se de dois lances dentro da área do Sporting, um deles, aos 22 minutos, reclamando mão de Timba num lance com Alison Brito. O avançado dos dragões foi a maior dor de cabeça para o conjunto verde e branco, mas o jogo chegou ao intervalo empatado sem golos.
No recomeço dos segundos 25 minutos, os dragões tiveram uma boa oportunidade num lance de bola parada, mas Nuno Capela atirou por cima da trave.
Aos 36 minutos o Porto inaugurou o marcador, numa abertura pela esquerda que Mayckol Sabino não desperdiçou em frente a Juninho.
Os leões mostravam querer discutir o resultado avançando sobre a equipa do Porto, mas foi o Porto que esteve mais perto de marcar num lance de contra ataque que Paulo Conde não conseguiu aproveitar.
O golo dos leões chegou aos 45 minutos, num lance do recém-chegado Jorge Tavares, que ultrapassou a defesa portista e empatou o jogo com um remate colocado, sem hipóteses para o guarda-redes Bruno Capitule.
O jogo esteve parado vários minutos por lesão de Lai Weng Kit, que obrigou mesmo o Porto a uma substituição.
Mas a noite foi de Mayckol Sabino, que ao cair do pano apontou o golo da vitória. Num lance infeliz para a defesa leonina, o jogador brasileiro fixou o resultado em 2-1.
Leões comprometeram objectivos
No final, Mayckol Sabino estava visivelmente “satisfeito” por ter contribuído com os dois golos que deram a vitória ao Porto. O brasileiro que representou o Chao Pak Kei na Liga de Elite, não entrou de início na formação orientada a partir da bancada por Pelé, reconhecendo a opção “feliz” do treinador.
“Foi um jogo difícil, sabíamos que sendo um derby ia ser um jogo difícil, mas com a raça e a força da equipa do Porto conseguimos”. Sobre o futuro na competição, do lado dos dragões não se assume objectivos, apenas “continuar a trabalhar para cada dia melhorar mais e esperar o próximo jogo”.
Já João Pegado sublinhou que o jogo foi “muito equilibrado”, não escondendo que “o empate seria o resultado mais justo”. Em declarações ao PONTO FINAL, o técnico dos leões dá o mérito ao Porto, que “nas ocasiões de golo que teve, marcou”.
Sobre os objectivos do Sporting na competição, que apostou na Bolinha com a vinda de alguns dos profissionais que actuaram na Liga de Elite da época passada, reconhece que será “muito difícil” chegar à vitória final. “Vai ser bastante complicado. O grupo é muito equilibrado, sabemos que há equipas que ainda vão perder pontos, mas mesmo que ganhemos todos os jogos é muito difícil”.
As duas derrotas arredam praticamente o Sporting da corrida para as meias-finais, no entanto, com a chegada de Jardel Luís, que já pode alinhar na próxima partida frente aos Artilheiros, marcada para dia 3 de Setembro, “a frente de ataque já fica mais composta”, reconhece João Pegado.
O capitão Bruno Brito, que já alinhou nesta partida, reconhece que o Sporting entrou “com uma estratégia bem montada”, no entanto, os leões não conseguiram marcar. “Falhámos muitos golos e neste tipo de jogos quem cria oportunidades e não marca, acaba por sofrer, e foi o que nos aconteceu”.
Sobre o golo que desempatou o jogo, o número 10 reconhece que se tratou de “um lance infeliz”, sublinhando que “o mais justo era o empate”.
No outro jogo da noite, desta feita a contar para o grupo B, o Ngan Ieng venceu o Wing Kei por 1-0.
Hoje entram em campo Benfica e Lam Pak, jogo marcado para as 19:30 horas no campo D. Bosco, seguido do embate entre Meng Ian Club e Polícia.


Ponto Final | Agosto 31, 2014 às 2:38 pm | Categorias: Uncategorized | URL:http://wp.me/pu3KH-8yX

O que a gente vê...

A gente vê tanta coisa ... Vi este tempo filho da puta em que três jovens, supostamente amigas, em plena rua, divertidas, caminhavam em grupo com cada uma a falar no seu telemóvel, se calhar, para outras amigas também com amigas à ilharga ... 

Regressa Charlot! Por favor. Agora é que isto está bom. Há novas caricaturas a pedir filme.




Promoção social (?) do Cine-Paraíso porno, em Lisboa

"Cine Paraíso-porno em sessões contínuas" é, na ruadojardim7, "campeão" de audiências desde 6 de Maio de 2011.

A televisão acaba de noticiar (que chatice...) a renovação do espaço, ali, entre o Bairro Alto, de antigas famas eróticas, e o velho Chiado, repleto de "pseudónimos" ... Um dia destes vou passar por lá ... Parece que, ou ao Paraíso-porno se lhe acabou o "stock", ou o porno está tão banalizado que já não é negócio para ninguém ... Vou ver se percebo.

Palavras cruzadas ("venha o diabo e escolha ...")



































Fernando Namora

"Gorbatchev é o aviso que a URSS se deixou adormentar pelo longo reinado de uma geração sugando o Poder até o exaurir, enquanto ela própria se esgotava biologicamente."

Marcello Caetano

"Os comunistas e seus aderentes professaram uma doutrina simplista que fornece explicações fáceis e unilaterais para todas as coisas."

Mao Tsetung

"Só o sistema ideológico e o regime social do comunismo estão plenos de juventude e vitalidade."

Álvaro Cunhal

"Não se podem (...) vencer as dúvidas e hesitações se se responde a elas, apresentando um texto e dizendo: está aqui toda a verdade."

Cuidado com os camelos ...























MAGAZINE: esta fotografia foi tirada por M.P., no Egipto. Publico-a na rua para "ilustrar" o que acontece a quem, sem treino, monta um camelo - no deserto como ... como em qualquer parte: se não se põe a pau, termina de cabeça no chão ...

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Audiências da RUADOJARDIM7: Macau actualidade

Muito feliz e contente com as "audiências" desta RUA, num universo de farta "concorrência"tenho que confessar mágoa, de certo modo, uma grande mágoa:

as mensagens que, quase diariamente, aqui publico relativas a MACAU (obrigado, gente do PONTO FINAL!) são as menos generosas em quantidade (como é óbvio, aqui não há frequentadores de 1ª, nem de 2ª - são todos, no mínimo, simpáticos) - e isso entristece-me. É claro que Macau é longe, mas ... mas ainda tem gente nossa, caramba.



Eu disse, tu disseste, ele disse ( 7 )

               Reanimar palavras ditas













Mia Couto in A Varanda do Frangipani

"Lhe conto uma história. Me contaram, é coisa antiga, dos tempos do Vasco da Gama. Dizem que havia, nesse tempo, um velho preto que andava pelas praias a apanhar destroços de navios. Recolhia restos de naufrágios e os enterrava. Acontece que uma dessas tábuas que ele espetou no chão ganhou raízes e revivou em árvore.

Pois, senhor inspector, eu sou essa árvore. Venho de uma tábua de outro mundo mas o meu chão é este, minha raízes renasceram aqui. São estes pretos que todos os dias me semeiam. Converso-lhe, lengalengo-lhe? Vou chegando perto, como um besouro que dá duas voltas antes de entrar no buraco. Desculpe este meu português, já nem sei a língua que falo, tenho a gramática toda suja, da cor da terra."

Quem ler pode ganhar, se não se perder ...












Eu nunca "fui à guerra". As viagens que fiz, "fizi-as" ou para ir observar a paz alheia, ou para admirar as paisagens de que me falaram outros - pessoalmente, em narrativas feitas papel de revistas-embrulha-coisas, RTP (nos intervalos dos sorteios) e mais uma ou outra estação de televisão vendida em pacote ... Portanto, sejamos claros, considero-me um narrador-comentador de paisagens feitas.

- Mas, então, se está tudo dito, o que é que pretendes acrescentar?

- Nada, a não ser o que os meus olhos vêem e o cérebro toma nota. Esclareço: o bloco-notas, no meu caso, é um órgão, uma espécie de implante, que arranjei com a cultura que a família e outros académicos me deram ao longo de muitos anos. Muitos anos, digo bem. Tantos que, sem eles quererem, às vezes, me fazem lembrar o espírito inventivo do quixotesco Cervantes, que Deus tenha em boa guarda, para nos animar o possível encontro final.

E assim vou, juntando pequenos saberes ... Livros, q.b., que estão caros, papéis velhos com fartura, alguma NET, mais para confirmar do que para aprender (é preciso ser muito culto para saber saber ...). E ... e uma fome de paisagem que ninguém faz ideia. A humana, sobretudo, aquela que cheira a suor e que, às vezes, tem histórias inéditas para narrar ... Como as que me contam os mais velhos (e alguma família idosa) da aldeia da Beira, interior, claro, que sabem da vida coisas que nunca mais acabam ... Muito mais do que os universitários que ainda andam a aprender ...

É claro que, se eu tivesse ido p'ra fora mais vezes do que fui (olhem o Antunes, por exemplo) sabia, obviamente, muito mais ... Assim, não: sei o que fui sabendo, mais o que alguns dizem quando se sentam ao pé de mim na ruadojardim ... Que é, escrevo-o pela primeira vez, uma lateral da espécie de avenidadojardim  que lhe fica a dois passos. Passos de gente, claro.

Em resumo: cá estou. No paleio do costume com os saberes que vou juntando para vos dizer e evitar que se mortifiquem com o que, consta, as televisões atormentam as pessoas: guerras, religiões, discursos, debates e rebates, sorteios e mais sorteios. Sorteios mais importantes do que notícias, calculem. Não há pachorra
(ligue agora, ligue agora, ainda tem dois minutos ...). Estou farto de notícias.
Sobretudo, porque são repetições das que encontro, nomeadamente, nos meus papéis velhos.

Fica o manifesto. Em jeito de manifesta. Manifesta que não dá nem milhões, nem automóveis.

É tudo.


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Quadra em flor de papel



Falaste-me de esquecimento
Admito, é da idade ...
Ou será deslumbramento
Por te rever mocidade?...

Antologia da gente que passa ( 5 )

Manuel Alegre

A PALAVRA

1.
Apetece dizer uma palavra misteriosa
apetece dizer uma palavra
pode ser a incognoscível palavra rosa
ou a terrível palavra abracadabra
apetece dizer uma palavra lavra lavra.
Pode ser a palavra pa
pode ser a palavra pala
pode ser
pode ser apenas a palavra

2.
Belveder Elsenor Abdelkader
pedra que grita olho que fita
apetece morrer apetece viver apetece escrever
a palavra esquisita
a finita infinita palavra ser.

3.
Uivo da terra. Vento. Verbo. Venta.
Verso no verso e no reverso
grito do fundo: música da placenta.
O poço. O osso.
Sintaxe do avesso.
A palavra por dentro do caroço.

4.
A palavra por dentro do latido
o ai o ui: gramática gutural.
O puro som
ganido
com
seu chacal
em busca de sentido.

5.
Apetece dizer uma palavra
uma palavra irrepetível irremediável
apetece uma palavra como lava
com seu cheiro de enxofre e sua cabra
apetece uma palavra que nos abra
a terra inabitável
da palavra.

Carne de baleia na mesa lisboeta!...


















Quando eu era menino, uma senhora muito, muito gorda, vendia aqui, neste Mercado, em Lisboa, carne de baleia e apregoava:

              
                            ao almoço, ao jantar e à ceia, coma carne de baleia.

É mais barata do que as outras carnes ... - recordavam os fregueses, pouco dados ás questões ambientais que a necessidade fazia esquecer ... Os bifes, bem temperados, ficam quase iguais aos de vaca ...

Macau: defesa dos aumentos salariais acima da inflação

Chui defende aumentos salariais acima da inflação

 byPonto Final
O candidato único a chefe do Executivo, Chui Sai On, defendeu ontem perante representantes do terceiro sector do Colégio Eleitoral que os aumentos salariais devem ser sempre acima da taxa de inflação.
Confrontado com o aumento do custo de vida e os monopólios que existem em Macau pela audiência, Chui Sai On apelou a que os patrões aumentem os seus trabalhadores acima da taxa de inflação.
“Os empregadores não devem dar aumentos inferiores à actual taxa de inflação. Espero que possam acompanhá-la. Não deve, pelo menos, ficar abaixo, especialmente numa altura em que os preços dos bens estão a aumentar tanto”, disse o candidato único em declarações recolhidas pela TDM. Esta posição já tinha sido defendida por Chui Sai On em debate com os deputados sobre as Linhas de Acção Governativa.
Em Julho, a taxa de inflação homóloga cresceu 5,92 por cento sobretudo devido às rendas de casa e aos preços das refeições fora de casa.
O candidato único à eleição a chefe de Executivo falava a este grupo de representantes que inclui os subsectores do trabalho, dos serviços sociais e da religião sobre questões que afectam o mercado privado.
É que apesar de apoiar esta medida, os últimos aumentos salariais na Administração Pública ficaram abaixo da taxa de inflação – foram de 5,71 por cento, mas face à inflação estimada para 2014, o vencimento real foi de 4,08 por cento, calculou Albano Martins.
De acordo com os cálculos do economista, citados pela agência Lusa, os trabalhadores da Administração Pública têm vindo a perder poder de compra desde 1999. Entre o ano da transferência de soberania até Abril de 2014, os funcionários públicos perderam 8,69 por cento do seu vencimento: a inflação acumulada foi de 43,82 por cento e os seus salários cresceram apenas 35,13 por cento, estimou Albano Martins.

Registo: Sto. António dos Cavaleiros, Eng. Monteiro de Barros









"1964 – Main organizer of ICESA as its vice-president and, later on, as its president (up to 1975).These has been a prefab company (big concrete panels, produced with the French system Fiorio) acting as a builder (developer) and as a contractor (public woks), getting at the time a 15% share of the national housing production."

O Eng. Monteiro de Barros é, na foto, o segundo à esquerda.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Cantando espalharei ...


























Estes dois "copianços" estão agora, algures, também noutro espaço NET, assinado por Glória Trindade. Não sei donde foram sublinhados, mas "quero-os" igualmente, aqui. Com a vossa licença.

Para os devidos efeitos ...

Para os devidos efeitos e para evitar eventuais confusões, se declara que:

1. O signatário deste blogue nunca foi filiado em nenhum partido político e, muito menos, tem, teve, mais do que o voto livre, qualquer intervenção directa na vida partidária. O único comício (*) a que assistiu foi, ocasionalmente, em Portalegre, quando, em período difícil para a Democracia Portuguesa, o general Ramalho Eanes fez uma intervenção, por sinal, bem acalorada.

2. Entretanto, este blogue tenta ser como que o jornal de alguém que, querendo paz e descanso, vai dizendo umas coisas ligeiras sobre tudo - tudo o que possa ser conversa de jardim ... E não muito mais do que isso. Aqui não há restos de partido nenhum, não há uma seta apontada a ninguém, em particular. Nem, muito menos, a pretensão de derrubar quem quer que seja ... Mas há um princípio, aliás, premiado nos EUA há umas dezenas de anos:

           "Os direitos do teu dedo terminam onde começa o meu nariz"

     E assim vamos. De preferência, acompanhados. Votando, votando sempre.

* Nota de rodapé: não é verdade, da varanda de casa de um familiar, assisti ao comício da Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, com Mário Soares, na altura, a falar de liberdade.

Obra de Eça de Queirós na Feira do Livro de Pequim

Eça de Queiroz e autores de Macau na Feira do Livro de Pequim Maria Caetano mariacaetano.pontofinal@gmail.com A Fundação Macau e o Instituto Cultural marcam este ano presença na Feira Internacional do Livro de Pequim, que decorre até 31 de Agosto, com o lançamento de duas séries de publicações de obras de autores locais e outros que escreveram sobre Macau. Esta manhã, o sector livreiro de Pequim é apresentado à primeira “Colecção Literatura de Macau”, 22 volumes com obras de autores locais onde estão representados apenas escritores de língua chinesa, entre estes o próprio presidente da Fundação Macau, Wu Zhiliang, Yao Feng, pseudónimo literário do vice-presidente do Instituto Cultural, Yao Jing Ming, Lei Seng Chong, fundador do jornal Ou Mun, e Lei Pang Chu, director da mesma publicação. São ainda publicados James Wong, também artista plástico, Lawrence Lei, também o director da Escola de Teatro do Conservatório de Macau, Loi Chi Pang, chefe de divisão no Instituto Cultural, Lei Kun Teng, presidente da Associação de Escritores de Macau e também assessor do Instituto Cultural, e ainda Joe Tang, Kerik Lam, Ng Mei Ngai, Daisy Tong Mui Siu, Staci Chio, Cheang Kuok Wai, Un Sio San, Wong Kuan Io, Huang Dehong, Leung Sok Kei, Chau Ka Lai, Iao Chi Wai, Mok Fan Chong e Mok Ian Ian. A colecção de trabalhos literários vai ser lançada a partir das 11h, no Centro Internacional de Exposições da China, onde é hoje inaugurada a Feira Internacional do Livro de Pequim (BIBF, na sigla inglesa) numa área de 53.600 metros quadrados onde se concentram mais de dois mil expositores de editoras de dezenas de países. Este ano, a BIBF tem a Turquia como país convidado. Já amanhã, pelas 10h30, haverá uma exposição de livros de Macau e durante a tarde, a partir das 15h30, o Instituto Cultural de Macau vai apresentar na BIBF uma nova colecção, intitulada “Espelho do Mar”, já com três volumes editados pela People’s Literature Publishing House. São traduzidos para chinês, nesta colecção, “O Mandarim”, de Eça de Queiroz, “City of Broken Promises”, de Austin Coates, e “Le Port Intérieur”, de Antoine Volodine. \\\ O sector livreiro de Pequim é apresentado à primeira “Colecção Literatura de Macau”, 22 volumes com obras de autores locais onde estão representados apenas escritores de língua chinesa, entre estes o próprio presidente da Fundação Macau.

 byPonto Final

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Antologia do tempo que passa ( 5 )

O Portugal Futuro

Ruy Belo

O portugal é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que chamarem
portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro

Tango - precisa par ceria





















O feito

Um dia a gente acorda e diz ao primeiro espelho que encontre que lhe veja a verdade, louca na primeira aproximação, acabada de sonhar: se conseguir quem me apoie financeiramente, vou dar uma volta ao mundo ... E põe-se logo a imaginar qual será o itinerário que, sendo do agrado dos eventuais patrocinadores, melhor "sirva" a ânsia do "por fazer"que lhe vem das profundezas do querer ...

Quinze minutos depois, olhado o planisfério, aí está "o plano": vou aqui, depois sigo para acolá, de acolá meto-me a caminho de ... Etc "Tá feito!"

Vai, chega, trabalha, festeja, arruma-se na bagagem adquirida, responde às perguntas de amigos e conhecidos, mas ... mas, passados uns seis meses, verifica que, vendo melhor, não viu ... e também não viu ... e também não viu ...

O por fazer

Não viu, por exemplo, esta, aparentemente, enorme cidade de Buenos Aires (com milhares de compatriotas no meio ...), para a qual, abreviando o discurso, espera, por este meio escrito, conseguir uma boleia que o ponha a caminho da capital argentina para uma série de crónicas a publicar, por exemplo, no jardim7, onde, apesar de tudo, há muitos leitores ... Garante-se.

Eu sei que, desta vez, é maior o pedido do que a contrapartida, mas uma viagem a mais não se nega, no caso, a quem tanto escreveu do mundo que já viu ...

E, por agora, é tudo.

"Tá louco!..." - dirão alguns.

Não tá, não: foi quase assim que nasceram crónicas e livro, oficialmente patrocinado ("Os Portugueses no Mundo"). Três meses de viagens e centenas de contactos.

Reflexão quase sem importância

Quando, à luz de eventuais novos conceitos, duas pessoas de sexo oposto decidem viver juntas, verifica-se uma união de facto ou uma união de fato(s)?

Macau "ganha" 98 novos não residentes por dia

by Ponto Final
O universo de trabalhadores não-residentes de Macau representa 40 por cento da população activa e um quarto da população total, indicam dados oficiais ontem divulgados.
De acordo com dados da Polícia de Segurança Pública, disponíveis no portal do Gabinete para os Recursos Humanos, 158.234 trabalhadores do exterior integravam o mercado laboral, equivalendo a 40,5 por cento da população activa (390.100) e a um quarto da população total (640.000) estimada no final de Junho.
No intervalo de um ano, Macau ‘ganhou’ 36.129 trabalhadores não residentes, ou seja, uma média de 98 por dia.
Face a Junho, o universo de mão-de-obra importada registou um reforço’ de 2.924 trabalhadores.
O interior da China continua a figurar como a principal fonte de trabalhadores recrutados ao exterior, cujo número superou a barreira dos 100 mil (64,6 por centodo total), mantendo uma ampla distância das Filipinas, em segundo lugar, com 20.390 nacionais no final de Julho. O pódio completa-se com o Vietname (12.885).
Ponto Final | Agosto 26, 2014 às 10:37 am | Categorias: Uncategorized | URL:http://wp.me/pu3KH-8xt
Comment   

As flores

Houve quem, ao ar livre, as fizesse crescer, alimentando-as
com o melhor que, a seu ver, tinha ao dispor.
Depois, no natural entusiasmo da vida, chamou-as para uma jarra
e passou a olhá-las todos os dias, na esperança da eternidade.
Estranhamente, agora, como se a jarra não fosse uma homenagem,
há pétalas a cair ...
E anda no ar uma tristeza quase fúnebre.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O Farrapeiro


Quem tem trapos ou farrapos p´ra vender?... ouvia-se em Lisboa nos anos quarenta do século passado. Mal sabia eu que, na terra de meus pais, na então Beira Baixa,
uma parte significativa da população tinha quase como patrono a figura simples do Farrapeiro, a dar, amassado em suor, pão e sabedoria - tão importante que, criadas as condições, é hoje, em muitos casos, universitária.

Judite de Sousa, a Mãe



Judite de Sousa, 
a sua oração não se consegue ler em voz alta.

Um abraço quase anónimo.

TOY: do Porto ... para Santo António dos Cavaleiros

Conheci, pessoalmente, Toy, em 2003, no Porto, num programa da RTP em que ele era o artista convidado e eu o entrevistado acerca da emigração portuguesa. A conversa foi conduzida por uma Marta Leite de Castro inexperiente "em palco", "dirigida" por Carlos Malato, na altura, lembro-me bem, de algum modo, no papel de uma espécie de censor e/ou padrinho da jovem entrevistadora. A coisa não correu bem, mas a relação breve com Toy nada teve a ver com isso. De resto, "quem canta seu mal espanta ..." No caso, não foi o "seu", mas o meu mal ... Por isso, goste-se ou não se goste do seu cantar, para reter ficou a sua simpatia que, ontem, em Santo António dos Cavaleiros, ao, de novo, tê-lo ouvido cantar ao vivo, revi mais do que ouvi. E matei saudades.






MACAU - "Mais vale vergar do que quebrar?"


Mais vale vergar do que quebrar?

 by Ponto Final
Maria Caetano
As pessoas do primeiro sistema sabem aquilo com que podem contar. As pessoas do segundo sistema não. Habituamo-nos a esperar o provável exercício e respeito do Estado de Direito, pelas autoridades de segurança, pelos tribunais, último garante de que a lei nos defende de injustiças, violações e ilegalidades. Estará na altura de começar a esperar o pior, por via de má-fé, pressão, alimentação de equívocos, transposições oblíquas e desonestas da letra da lei ou de um acórdão de um tribunal.
Aparentemente, em tempo de guerra não se limpam armas, nem consciências, nem imagem. Mais do que estar com a razão, importa estar com quem manda e pode, cada vez mais pela arbitrariedade flagrante, dispor de nós a cada momento, dos nossos negócios e da nossa situação.
De modo que qualquer traição ao próprio e às evidências surge bem defendida, hoje, com a possibilidade de se estar no círculo próximo de influência, numa espécie de assessoria à governação por via da qual se será bem sucedido a encarreirar as coisas por dentro e com muita harmonia. Os assessores podem sempre alegar que não é uma rendição, é diálogo, e sentirem-se próximos das decisões. Os restantes são “radicalizados” condenados ao fracasso.
Confere. Vai conferindo. Mais vale vergar do que quebrar. Mas não vem proveito ao mundo nem a Macau, nem qualquer alegado exercício de influência subtil é real, como constataremos todos mais cedo ou mais tarde.
A desonestidade do ciclo que estamos a viver é óbvia para tantos. A indiferença que alguns julgam existir perante as condições políticas em que Macau se encontra não é livre de censura ou aversão. A vida prossegue, mas com desdém cada vez maior pela classe dirigente, pelos seus assessores, nomeados e tácitos.
Apenas alguns se deixam deter, teimosamente, numa acção que, mais que qualquer coisa, denuncia. Os resultados positivos são esses, sim, os de uma chamada de atenção. E que mal tem isso? É demagógico, populista? Que todos os males sejam esses. Na verdade, não há demagogia em extremar as condições que testam a sanidade do sistema. Há um compromisso com a saúde, expondo as maleitas que é necessário prevenir e curar. Os panos quentes nada tapam.
Aquilo que aconteceu ontem, a detenção de cinco dos promotores do chamado referendo civil com base em pressupostos desconexos e desonestos, é a todos os títulos de lamentar e denunciar. Quando a ilegalidade é cometida por quem tem de zelar pelo cumprimento da lei, temos medo. E o objectivo talvez seja esse, o de amedrontar.

domingo, 24 de agosto de 2014

Coreto - Rancho Folclórico de Ponte de Frielas*

* Ponte de Frielas é hoje parte da freguesia,
até há pouco tempo, "apenas",
de Santo António dos Cavaleiros

Da Pré-História da vila de Santo António dos Cavaleiros

  Na Monografia Histórica de Santo António dos Cavaleiros de Jesué Pinharanda Gomes, está tudo ... excepto que ...

após reuniões, de que não se conhecem relatos, nos gabinetes do Banco Borges & Irmão, financiador da ideia, Santo António dos Cavaleiros, enquanto projecto, nasceu nos gabinetes do 120 - 1º andar, da avenida Elias Garcia, em Lisboa, e depois, já com pormenor, nas instalações da fábrica da ICESA, na Póvoa de Santa Iria, com a presença, nomeadamente, do Eng. Monteiro de Barros, Eng. Brasão Farinha, Arq. Reais Pinto, Arq. Jácome da Costa e outros que não me ocorrem de momento. O que sei é que o "desenhado" corresponde, no essencial, ao que hoje é o núcleo inicial construído da vila de Santo António dos Cavaleiros. E lembro um aspecto curioso das "discussões" a que assisti: a primeira fase da construção, em banda, previa (e foi) que as ruas teriam, do seu lado direito, prédios com acabamentos mais caros do que os do lado esquerdo "de maneira que, no futuro, os respectivos, e potenciais, habitantes possam conviver quando, no quotidiano, se encontrarem (e os filhos do policia, por exemplo, brinquem com os filhos do médico, que mora em frente").



























Actualidade: primeira obra de Siza Vieira na China

Primeira obra de Siza Vieira no Continente inaugurada no final do mês

 by Ponto Final
O arquitecto projectou um edifício em Jiangsu. Virá a Macau, onde, segundo a Agência Lusa, trabalhará na recuperação de um “hotel histórico”.

A primeira obra de Siza Vieira na China – um edifício de escritórios, desenhado em parceria com o arquitecto Carlos Castanheira – vai ser inaugurada no dia 30 de Agosto na província de Jiangsu, no leste do país.
Trata-se de um edifício com cerca de 10 mil metros quadrados, encomendado por uma empresa de Taiwan instalada em Huaian, a Shihlien Chemical Industrial Jiangsu Co., e foi construído num lago artificial que funciona como reservatório daquela unidade industrial, referiu hoje à Lusa o arquitecto Carlos Castanheira.
A inauguração contará com a presença dos dois arquitectos portugueses, que se encontram há já alguns dias na China para tratar de outros projectos, adiantou Carlos Castanheira.
"Estamos na Ásia há cerca de dez anos. Primeiro no Japão, depois na Coreia do Sul e agora na China", disse aquele arquitecto acerca da sua parceria com Siza Vieira.
Antes de se deslocarem a Huaian, os dois arquitectos irão a Taiwan, para inaugurarem um edifício de apoio a um 'court' de ténis, e a seguir viajarão até Macau, onde estão a projectar a recuperação de um histórico hotel.
"Xi Zha" (Siza, em chinês), galardoado em 1992 com o Pritzker Prize, o Nobel da Arquitetura, é um nome muito admirado entre os arquitectos chineses, nomeadamente por Wang Shu, o primeiro chinês distinguido com aquele prémio, há três anos.
Para o Shihlien Group, Siza Vieira "é um dos grandes mestres da arquitectura vivos", com uma obra de linhas "minimalistas" e "altamente poética".
O edifício desenhado por Siza e Castanheira para acolher os escritórios daquela empresa em Huaian, uma construção curvilínea, com apenas dois pisos e 300 metros de comprimento, evoca um dragão flutuando sobre a água.
"O minimalismo simples do seu vocabulário arquitectónico está intimamente ligado à paisagem e casa-se com um profundo respeito pela região, a cultura e a história, dando à obra uma irresistível tensão e vitalidade", realçou o Shihlien Group acerca do edifício que será inaugurado no dia 30.
Baptizada pelos proprietários com o nome de "Edifício sobre a Água", esta nova parceria entre Siza Vieira e Carlos Castanheira demorou quatro anos a ser projectada e construída.
Os dois arquitectos também trabalharam juntos no desenho de um museu em Seul, Coreia do sul, inaugurado há cerca de um ano.
 A galeria Macpro, em Macau, inaugura a 1 de Setembro um mostra de fotografia de Fernando Guerra sobre a obras de Siza Vieira. A exposição, “The Shadow of Light”, ficará patente entre 5 e 28 de Setembro e a abertura contará com a presença quer do fotografo, quer do arquitecto. Fernando Guerra, fotografo português, foi pioneiro na imagem do trabalho arquitectónico, procurando transmitir na fotografia o valor da obra de arquitectura tal como planeada pelo seu autor.

sábado, 23 de agosto de 2014

Santo António dos Cavaleiros - o palhaço *

           * Todos anos o/a fotografo. E não lhe consigo saber a idade. Vantagens das máscaras.   
2014


2013

No XXIII aniversário da Freguesia de Santo António dos Cavaleiros

Um abraço público a quantos, dedicadamente, oferecem a Santo António dos Cavaleiros esta verdura, esta tranquilidade, esta forma serena de estar ... Eu, que acho que vi nascer aqui quase tudo, estou com todos. Espero e desejo que todos possam continuar Santo António dos Cavaleiros.


Bloco de notas - para não esquecer


O arremesso é fácil: não te lembras. E a gente que já nasceu há muitos anos, fica sem saber se há-de agradecer a eventual vantagem, ou rejeitar o indesejável tiro ... E, mesmo que não queira, tem que começar por perguntar a si próprio quem recorda o não te lembras para ver se ele representa, ou não, o último arremesso da razão perdida, eventual esconderijo não se sabe bem de quê, ou um sereno aviso de quem acha que ainda tem a memória toda ...

Releio Vergílio Ferreira: "... Só na memória o prodígio é eterno porque só é eterno o impossível. Foi bom por isso talvez resgatar na imortalidade a tua mortalidade. Porque vens ainda, imagem do meu desassossego? Não voltes mais. Há já tanto para ser em inquietação ..."

Releio Miguel Torga:

"Com que saudade te recordo agora,
Lirismo antigo!
Odes de juventude
Cantadas com saúde
E alegria
O sol do meio dia
A pino no poema ...
Tão pura cada imagem!
Tão viva a pulsação de cada verso!
Nunca em nenhum momento
O desalento
Deste triste reverso
Da inspiração.
Esta morte acordada
A olhar, calada,
A tampa do caixão."

O que se sabe é que os mais velhos vão ao médico para lhes pedir Fósforo, enquanto os mais novos tentam fixar tudo para o académico 20 que, às vezes, é apenas uma questão de memória, de eventual fadiga  - por compensar.

Mas estamos a falar de memória e, pela parte que me toca, não quero esquecer a consulta com o Dr. ... que espero tenha anotado a última vez em que me fiz sua factura. Porque isto de escrever aqui é bom, é memória em comprimidos, mas ...
mas já me esqueceu o que mais queria registar a propósito ...

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Curiosidades estatísticas do JARDIM7 - até hoje

VISUALIZAÇÕES DE PÁGINAS EM %

1º - Portugal

2º - Brasil

3º - Estados Unidos (quase igual ao Brasil)

4º - Rússia (mais de metade dos EUA)

Os nossos L(ug)ARES

Um dia (há uns 22 anos), após amável convite, entrei esta porta, 
subi ao primeiro andar,
e falei durante cerca de uma hora para quem,
com a idade que tenho hoje,
me quis ouvir...
Foi bom - porque ao reouvir-me agora em silêncio, 

gostei do que "ouvi" ...

As redes sociais



Esta minha mensagem é inédita, não nas letras que a servem, mas no seu conteúdo. Com efeito, essa coisa dos polícias aparecerem aos magotes em locais públicos sem que ninguém os chame, para, como parece quererem dizer, desconcentrarem os jovens das suas conversas abertas em grupo, parece-me um excesso. É claro que o inverso também não me pareceria normal.



No fim de contas, o que está em causa é saber quem, e porquê, surge primeiro para, no caso de dúvida, chamar, por exemplo, a GNR, para fazer dispersar a PSP, ou os papás dos meninos e meninas para levar para outros caminhos a juventude em causa, ocasionalmente, fora da lei.

Reformas, sem manha, na Alemanha

Tribunal constitucional alemão considera que as reformas são um direito dos trabalhadores idêntico à detenção de uma propriedade privada, cujo valor não pode ser alterado. Tribunal Europeu dos Direitos do Homem segue a mesma linha


O Tribunal Constitucional alemão equiparou as pensões à propriedade, pelo que os governos não podem alterá-las retroactivamente. A Constituição alemã, aprovada em 1949, não tem qualquer referência aos direitos sociais, pelo que os juízes acabaram por integrá-los na figura jurídica do direito à propriedade. A tese alemã considera que o direito à pensão e ao seu montante são idênticos a uma propriedade privada que foi construída ao longo dos anos pela entrega ao Estado de valores que depois têm direito a receber quando se reformam. Como tal, não se trata de um subsídio nem de uma benesse, e se o Estado quiser reduzir ou eliminar este direito está a restringir o direito à propriedade. Este entendimento acabou por ser acolhido pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
MODELO RETRIBUTIVO O modelo de pensões na Alemanha baseia-se na retribuição, ou seja, todos os meses trabalhadores e empregadores descontam uma percentagem sobre os vencimentos pagos. O ano passado esta taxa foi de 19,6%, dividida equitativamente por ambas as partes. O valor pago aos aposentados é calculado com base nos salários médios, com base em cálculos que são feitos anualmente pelo Estado. Este valor é então multiplicado pelo número de anos em que o contribuinte descontou e o valor final calculado sobre uma percentagem do salário médio auferido durante a vida da pessoa. A pensão média em 2012 era de 1263,15 euros por mês, sendo a pensão máxima para alguém que tenha ganho o dobro de um salário médio - que no país é de 64 200 euros - de 2526,30 euros.
REGIME VOLUNTÁRIO Além da reforma paga pelo regime retributivo, cerca de metade dos trabalhadores alemães recebem uma pensão complementar paga pelas empresas que aderiram ao modelo voluntário ao abrigo de uma lei aprovada em 1974. Estas pensões provêm de regimes de capitalização pagos por fundos de apoio, empresas seguradoras e fundos de pensões, entre outros. Em 2009 as contribuições até 2500 euros estavam livres de impostos, bem como as superiores a 1800 euros pagas através de um sistema directo de seguros.
Este sistema pode no entanto estar comprometido a médio prazo. Em quase todas as empresas, segundo o Zeitwertkonten und Pension Losungeuma, 30% a 50% do capital necessário para cumprir os compromissos assumidos já não existe. Os alemães investiram 500 mil milhões de euros nas pensões voluntárias e actualmente são necessários 170 mil milhões de euros a 225 mil milhões para cobrir o défice.
Finalmente, a Alemanha tem um regime de pensões privadas financiado pelas pessoas que a ele queiram aderir. Os fundos são protegidos por lei e não podem ser penhorados nem por credores nem pelo Estado ou ser transmitidos por herança. Os pagamentos beneficiam de um crédito fiscal de 154 euros por ano por adulto, que pode ir até aos 300 euros se o beneficiário tiver filhos. A forma mais popular deste regime é o chamado Riester-Pension. O custo anual para o Estado dos créditos tributários é de 7 mil milhões de euros.
PENSÕES À MEDIDA As recentes alterações ao sistema de pensões na Alemanha fixam o aumento da idade da reforma entre 2012 e 2023 dos 65 para os 67 anos de idade, ao ritmo de um mês por ano. A partir de 2023, a idade sobe dois meses por ano até chegar aos 70 em 2029. Por cada ano em falta, o trabalhador tem uma redução de 3,6% no valor que vai receber, exceptuando os que tiverem atingido os 45 anos de descontos. Segundo o acordo negociado pelo SPD com a CDU para integrar o governo de coligação, neste caso a idade desce de 67 para 63 anos, devendo a partir de 2017 ser criada igualmente uma pensão mínima de solidariedade até 850 euros. Por sugestão da CDU, as mães com filhos nascidos antes de 1992 também terão pensões melhoradas.
Os alemães podem mesmo estar a assistir ao surgimento de uma geração de pensões flexíveis, segundo defende o jornal "Die Tageszeitung". "A era em que toda a gente se aposentava mais ou menos com a mesma idade está a acabar", considera o diário num artigo publicado em Abril, "não por as pessoas se terem de repente libertado ou tornado individualistas, mas porque o mercado de trabalho é hoje extremamente flexível e vai necessitar mais de uns que de outros". O jornal aponta duas soluções para minorar as desigualdades: ou se recorre mais às pensões de invalidez, com a respectiva burocracia, ou se opta por uma situação em que cada actividade estabelece a sua própria política de reformas. Assim, os operários de coberturas e andaimes poderão reformar-se por inteiro aos 58 anos enquanto os jornalistas ou os professores universitários podem trabalhar até aos 72 anos, se assim o desejarem.