Breve, tanto quanto possível, hoje, vou contar-vos a história que penso estar por contar DOS PRIMÓRDIOS da, agora, Associação de Moradores de Santo António dos Cavaleiros, que, aliás, pode muito bem ser idêntica à de muitas meritórias associações existentes, se calhar, no mundo.
Então, a minha memória diz-me o seguinte:
várias décadas agora passadas, em época de nacional política censurada, houve o propósito de criar as bases de uma colectividade que dinamizasse cultural, social e desportivamente a hoje vila, mas, na altura, NADA, ou, quando muito, esboceto, de "qualquer coisa" que sintetizasse o passado da, então, quase zona rural em causa. Pesquisa aqui, vontade acolá ...
Na rectaguarda, entretanto, Miguel Quina, aqui, Miguel Quina, acolá, também. Dinheiros do Banco Borges & Irmão para um lado, crédito p'ra aqui, crédito p'ra acolá: de repente, Santo António dos Cavaleiros - com Praça D. MIGUEL a surgir entre as primeiras habitações. Tudo certo, sobretudo, se possível, analisado no contexto da época.
Acontece que, não muito depois, naturalmente, ao crescimento do betão, "associou-se" a desejada, a prevista chegada de habitantes ... que, como também era natural, foi sendo cada vez maior (hoje, Santo António dos Cavaleiros é, como se pode ler nos documentos que o registam) e começou a, de algum modo, "impor" a congregação das pessoas e ... e a lançar as bases de uma colectividade que as integrasse. E isso aconteceu. E aconteceu com o aparecimento do esboceto de uma associação defensora dos interesses das populações ... Mas como na natureza nada se perde, tudo se transforma, quase em simultâneo, surgiram ... duas associações ( em linguagem democrática, como que poder e oposição). Poder de quem não queria poder e oposição de quem imaginava haver poder em quem o poder não desejava. E, de repente, fruto de tudo, surge ... surge um Clube e uma Associação: Clube, pouco a pouco, relegado para um papel desportivo, mas invejado, e Associação, num ápice, como se fosse, em linguagem d'hoje, Associação de Moradores, pouco a pouco, muito politizada, mas ... mas, justiça se lhe faça, à distância, minimamente capaz de cumprir, no fim de contas, a ideia central e inicial, e ainda hoje, de pólo de convergência de uma freguesia, na altura, como que em formação, mas que acabou por acontecer - agora até já absorvendo a população de uma zona limítrofe (Ponte de Frielas).
E a coisa, a vida é assim: o embrião esquece, porque a memória dos homens é menor do que, por exemplo, a "desta coisa" e a verdade é, actualmente, o que se pensara ser um centro de convergência de pessoas e acção, são hoje três: uma Junta de Freguesia, uma Associação de Moradores (muito politizada, diz-se) e um Clube (muito débil, parece).
E, por ser verdade, registe-se - onde se quiser. Que no blogue "mando eu" (sob delegação do sr. Google) que, reformado, já há muito tempo que não mandava em nada e que, não desfazendo, é um espaço, que só não é mais associativo porque a "concorrência é muita" e, se calhar, o(s) conteúdo(s) é (são) discutível (tíveis), sobretudo, numa época em que um certo radicalismo ultrapassa em muito um quase romantismo, por exemplo, das FARPAS, de um Ramalho Ortigão da minha cabeceira - ainda HOJE.
E que a história fixe o que quiser, que eu estou-me nas tintas. Não tenho mérito municipal, claro, mas (em cerimónia que até tropecei no estrado onde estavam os representantes oficiais do acto, para entregar a honraria), em tempos (2002), recebi uma medalha (que é coisa que nunca esperei ter) da Senhora Dona Junta de Freguesia desta zona de Portugal. E mais nada tenho a acrescentar. A História que indague, se achar que vale a pena. Fica o desabafo ou, se se quiser, o testemunho (este) de quem o tinha para entregar. Já agora, aproveitando este "veículo" de diálogo público que, pelo menos, há-de acabar por ser lido pela minha neta, que, por coincidência, é mestre em Arqueologia, não sei se, já agora também, a Senhora D. Câmara de Loures, por exemplo, sabe.
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