segunda-feira, 7 de setembro de 2015

"As Luzes de Leonor" - em debate (5)













"Se os povos devem ser fiéis aos reis, os reis não têm menor obrigação de ser fiéis aos povos, e não há caso nenhum em que a inteira fidelidade da parte de um vassalo dispense um príncipe ou um rei de lhe ser fiel.Vossa Alteza Real sabe se neste ponto tenho que reclamar da sua delicadeza, e o sem-número de provas de que à sua glória, ao seu serviço queria consagrar esses tais ou quais talentos que me deu a natureza, merecia que me entregasse sem piedade à maneira surda de uma intriga baixa, digna só de homens habituados aos expedientes do vício e a nenhuma elevação nos procedimentos.

Quando avisei a V.A.R. de que os franco-mações tinham roubado a memória que escrevi, para V.A.R. ler, fácil era conhecer que dez mil libertinos, tendo por chefe os mais consideráveis membros do Estado e por camaradas todos os franceses jacobinos de Lisboa, assim como o Secretário da Legação Francesa, poriam em uso todos os meios de perder-me, se V.A.R. com a sua mão poderosa me não defendesse muito fortemente.

Por meu irmão me mandou Vossa Alteza Real segurar que nada me havia de suceder, que ficasse descansada. Quis descansar, mas, passado pouco tempo, em respeito a nenhum dos privilégios que me decoravam, o pobre e iluso intendente da polícia, querendo atacar a franco-maçonaria, veio ..."

"Encurralada e prisioneira do Estado na sua própria casa pela ferocidade despótica de Pina Manique", Leonor, apoiada só na determinação e na vontade, continua a expor ao Príncipe, durante maia algum tempo, os agravos a que tem sido sujeita."

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