Escrevi:
"Caro Cáceres Monteiro
Acabo de ler o HOTEL BABILÓNIA por cinco razões:
1ª - Por acreditar na honestidade intelectual do que escreve;
2ª - Pelo título que, em duas palavras, faz a síntese e o "convite"...
3ª - O meu interesse pelas histórias vividas;
4ª - Uma certa preguiça pessoal em gastar dioptrias com alguma ficção que se faz por aí ...
5ª - O desejo de, em leitura densa, tentar abarcar, calmamente, o essencial de muito do que é (ou foi) o nosso tempo.
Parabéns! Excelente: senti climas, respirei atmosferas, revi pessoas (algumas) e locais (vários), recapitulei história, li reflexões. Tremi. Se, aqui ou ali, tive dúvidas de ordem política, não me lembro ...
Gostei de o conhecer (mais de perto).
PS: logo que possa, fale-nos (apenas) de mares calmos, florestas verdes, céu azul, gente sem fome. Como não é ficcionista, seria bom ...
Do lido, o sublinhado (73)
"A violência é uma das virtudes do Corão."
"As facas desapareceram: o imã considerou-as, já há muito tempo, objectos contrários ao Islão, evitáveis a todos os títulos. Mesmo em Teerão, raros são os hotéis em que a carne não se corta com uma colher."
"No momento de defecar ou urinar devemos agachar-nos de modo a não ficarmos de frente ou de costas voltadas para Meca", prescreveu o imã."
"A véspera dos conflitos armados sempre gerou em toda a parte uma euforia artificial, e uma das suas manifestações é a profusão de bodas."
Na ex-União Soviética, os trabalhadores diziam: "Eles fingem que nos pagam, nós fingimos que trabalhamos."
"Os novos vietnamitas estão pouco interessados em Marx e muito interessados em dinheiro (...) e à semelhança da China , saltou-se de Mao para McDonald´s em menos de uma geração..."
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