domingo, 1 de fevereiro de 2015

Do lido, o sublinhado (73): rever Cáceres Monteiro (morteiro?)

in Hotel Babilónia (com cartão ao autor datado de Janeiro de 2005)

Escrevi: 

"Caro Cáceres Monteiro

Acabo de ler o HOTEL BABILÓNIA por cinco razões:

1ª - Por acreditar na honestidade intelectual do que escreve;

2ª - Pelo título que, em duas palavras, faz a síntese e o "convite"...

3ª - O meu interesse pelas histórias vividas;

4ª - Uma certa preguiça pessoal em gastar dioptrias com alguma ficção que se faz por aí ...

5ª - O desejo de, em leitura densa, tentar abarcar, calmamente, o essencial de muito do que é (ou foi) o nosso tempo.

Parabéns! Excelente: senti climas, respirei atmosferas, revi pessoas (algumas) e locais (vários), recapitulei história, li reflexões. Tremi. Se, aqui ou ali, tive dúvidas de ordem política, não me lembro ...

Gostei de o conhecer (mais de perto).


PS: logo que possa, fale-nos (apenas) de mares calmos, florestas verdes, céu azul, gente sem fome. Como não é ficcionista, seria bom ...




Do lido, o sublinhado (73)

"A violência é uma das virtudes do Corão."

"As facas desapareceram: o imã considerou-as, já há muito tempo, objectos contrários ao Islão, evitáveis a todos os títulos. Mesmo em Teerão, raros são os hotéis em que a carne não se corta com uma colher."

"No momento de defecar ou urinar devemos agachar-nos de modo a não ficarmos de frente ou de costas voltadas para Meca", prescreveu o imã."

"A véspera dos conflitos armados sempre gerou em toda a parte uma euforia artificial, e uma das suas manifestações é a profusão de bodas."

Na ex-União Soviética, os trabalhadores diziam: "Eles fingem que nos pagam, nós fingimos que trabalhamos."

"Os novos vietnamitas estão pouco interessados em Marx e muito interessados em dinheiro (...) e à semelhança da China , saltou-se de Mao para McDonald´s em menos de uma geração..."

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