A história desta "peça de museu" é simples, mas é por isso mesmo que, em cinco ou seis linhas, a sublinho aqui: estamos nos primeiros dias de 1980, quase no início da volta ao mundo que tive a honra de realizar (acabara de chegar de Goa, primeira etapa), e o comandante do agrupamento militar português em Macau convida-me para, ao lado dele, assistir à formatura que antecede (antecedia, digo eu - agora) o almoço dos militares do Centro de Instrução Conjunto.
No final do almoço, fui obsequiado com a "recordação" que a imagem mostra. Por tudo, a emoção, essa, foi/é a que se imagina.
domingo, 31 de julho de 2011
Quadras p'ra enquadrar
No princípio, há Borgonha
E um Afonso, filho da mãe.
Agora herdámos Bolonha
E ficámos Zé Ninguém ...
Que coisa chata esta,
Oh que merda de país!
Tanta nau, tanta testa,
Mas tanta gente infeliz ...
Basta! Um homem não chora:
És "povo que lavas no rio",
"Hora a hora Deus melhora",
- Acende o lume, está frio ...
Férias num lindo banco de jardim
Por razões completamente alheias à minha vontade embora (as Novas Tecnologias me derem as fotos, as Novas Tecnologias mas roubaram ...), tenho do Norte de Portugal documentação registada que não tenho do Sul. E talvez por isso, TAMBÉM, em período de férias, o meu ficar esteja a ser mais fortemente alimentado pelo campo do que pelas praias, que são imagem de marca da Caparica para baixo, onde, de resto, anos a fio, acampei em época própria - e até fora dela.
Com efeito, sem agitação, refrescar o olhar e a pele, respirar ar filtrado pelas matas, saborear o prazer da sombra das árvores é ... é, para quem vive na grande Lisboa, sobretudo, na minha perspectiva, coisa para cima do Castelo do Almourol ...
A sul, claro que também há um pouco de tudo, mas temos, principalmente, oceano, areal "ornamentado" com pedaços de estranja - que, para alguns, é o chique, claro.
O Norte, esse, é aconchego histórico, montanhoso e florestal. Com praias fluviais e mar para banhos rápidos no que se quiser ...Prefiro, assim, se me der para isso, rumar ao nosso continental Norte, fazendo do Sul a excepção. Sem desprimor.
No fundo, no fundo! é aqui, não é num lado, nem noutro, é no Jardim, que me refresco. É neste Centro, que não é geodésico, em que tenho o banco, que, convosco, me sinto bem - a "falatar", como diria Vergílio Ferreira, não muito longe do local onde era o "endireita da Esperança", a S. Bento. Afinal, bem de acordo com os tempos que se vivem por aí ... fora da China, ao que se faz crer.
Com efeito, sem agitação, refrescar o olhar e a pele, respirar ar filtrado pelas matas, saborear o prazer da sombra das árvores é ... é, para quem vive na grande Lisboa, sobretudo, na minha perspectiva, coisa para cima do Castelo do Almourol ...
A sul, claro que também há um pouco de tudo, mas temos, principalmente, oceano, areal "ornamentado" com pedaços de estranja - que, para alguns, é o chique, claro.
O Norte, esse, é aconchego histórico, montanhoso e florestal. Com praias fluviais e mar para banhos rápidos no que se quiser ...Prefiro, assim, se me der para isso, rumar ao nosso continental Norte, fazendo do Sul a excepção. Sem desprimor.
No fundo, no fundo! é aqui, não é num lado, nem noutro, é no Jardim, que me refresco. É neste Centro, que não é geodésico, em que tenho o banco, que, convosco, me sinto bem - a "falatar", como diria Vergílio Ferreira, não muito longe do local onde era o "endireita da Esperança", a S. Bento. Afinal, bem de acordo com os tempos que se vivem por aí ... fora da China, ao que se faz crer.
Eunice Muñoz - 82 anos?
sábado, 30 de julho de 2011
Brasil - Campeonato do Mundo de Futebol
Futebol no país da língua portuguesa com açúcar:
Os eliminados ...
- segundo o Zé Povinho: ficaram fora da carroça ...
- para o Zé Carioca: já dançaram ...
Estamos aí ...
Bom dia, Brasiu!...
Os eliminados ...
- segundo o Zé Povinho: ficaram fora da carroça ...
- para o Zé Carioca: já dançaram ...
Estamos aí ...
Bom dia, Brasiu!...
"O POETA" - livro a haver ( XIII )
"(...) As décadas fazem aos grandes centros urbanos o mesmo que os anos fazem aos homens: cárie dentária. Ambos procuram lavar muito bem os dentes da frente, mas não raro se esquecem de que os que mais trabalham são os da rectaguarda ...
Da fachada ligeira e ajanotada do Chiado, a lamentar-se apenas dos fumos da Brasileira, Isidro fora parar a uma Paris recuada, mas vibrante, ainda que cheia de pedra nos queixais e, volta não volta, tresandando mau hálito.
Esquecida a tormentosa viagem até Austerlitz, em que, no meio daquele salsifré, tudo o que de dramático tivera a viagem do pai lhe acudira à memória, acabara por se instalar a uns duzentos metros do largo da Sorbonne, no hotel de Madame La Coste, na rua Toullier, que talvez não pudesse orgulhar-se da tradição de um Bragança, seu vizinho em Lisboa, mas acabara por ser aquele de que conseguira dispor sem malbaratar francos. "Aliás, o Bragança até nem ..."
Isidro juntava aos conhecimentos de francês que aprendera na secundária, os que ganhara no dia-a-dia de um Cais do Sodré poliglota. E se não era um honoris causa pela universidade lisboeta da borda d'água, poder-se-ia considerar, na circunstância, um licenciado em românicas, com laivos de saber em língua de camones. Um doutor a cheirar a maresia, mas um doutor q.b., numa terra onde português é honra, trabalho - e gestos -, havendo uns intelectuais, alguns políticos e vários artistas de Lisboa, de Coimbra, de ... de ...
( ...) A breve trecho passou a conviver com as pequenas tertúlias dos que, como ele, consideravam incompleto tudo o que faziam no domínio artístico. Ao princípio, assentava arraiais quase sempre no La Palette, mas, como abelha em incessante busca, era frequente vê-lo no Le Dôme ou no La Rotonde, onde, sobretudo neste último, iam desaguar os que frequentavam as academias livres de desenho e pintura. Por ali haviam passado, aliás, nomes como Modigliani, Degas, Matisse, Braque, Buffet, Picasso, Dali, para não falar num Hemingway, num Trotsky e até num certo visionário chamado Lenine.
- Aconselho-lhe a Academia de la Grande Chaumière, aqui em Motparnasse. Temos também a Collarossi, mas, se me permite, sugiro-lhe as secções de pintura e de modelo nú da Chaumière. Não me pergunte porquê, mas dá-me ideia que tirará maior proveito desta do que de outra qualquer. Olhe, curiosamente, ali se travaram de amores a Vieira da Silva e o que hoje é seu marido, o excelente pintor húngaro Arpad Szenes, que já andava pela Academia quando ela para lá foi. De qualquer modo, o importante não é frequentar uma academia, o importante é frequentar Paris. Experimente ir todos os dias à Chaumière e regressar a casa sem ter passado, pelo menos, por uma galeria de arte e sem estar uns minutos na cavaqueira connosco e aguarde ... Nós é que somos a luz desta cidade! O que o meu amigo precisa é de um banho de imersão no nosso meio cultural. Qual Londres, qual Nova Iorque, qual história!... Façam desaparecer Paris e verão o sarilho que arranjam ... Não deixe de visitar com regularidade uma Galerie Pierre, ou uma Galerie Cardinale. Vá até à Galerie Staedler, onde expõe com frequência a vossa/nossa Vieira da Silva ... Paris só tem arredores ... Acho que está de parabéns por ter vindo até nós. Brindemos à sua chegada! ... Rapaz, tráz o champanhe! Hoje, meus senhores, paga o ...
- Isidro ... Isidro Lobo ..."
Da fachada ligeira e ajanotada do Chiado, a lamentar-se apenas dos fumos da Brasileira, Isidro fora parar a uma Paris recuada, mas vibrante, ainda que cheia de pedra nos queixais e, volta não volta, tresandando mau hálito.
Óleo de Emília Alves |
Isidro juntava aos conhecimentos de francês que aprendera na secundária, os que ganhara no dia-a-dia de um Cais do Sodré poliglota. E se não era um honoris causa pela universidade lisboeta da borda d'água, poder-se-ia considerar, na circunstância, um licenciado em românicas, com laivos de saber em língua de camones. Um doutor a cheirar a maresia, mas um doutor q.b., numa terra onde português é honra, trabalho - e gestos -, havendo uns intelectuais, alguns políticos e vários artistas de Lisboa, de Coimbra, de ... de ...
( ...) A breve trecho passou a conviver com as pequenas tertúlias dos que, como ele, consideravam incompleto tudo o que faziam no domínio artístico. Ao princípio, assentava arraiais quase sempre no La Palette, mas, como abelha em incessante busca, era frequente vê-lo no Le Dôme ou no La Rotonde, onde, sobretudo neste último, iam desaguar os que frequentavam as academias livres de desenho e pintura. Por ali haviam passado, aliás, nomes como Modigliani, Degas, Matisse, Braque, Buffet, Picasso, Dali, para não falar num Hemingway, num Trotsky e até num certo visionário chamado Lenine.
- Aconselho-lhe a Academia de la Grande Chaumière, aqui em Motparnasse. Temos também a Collarossi, mas, se me permite, sugiro-lhe as secções de pintura e de modelo nú da Chaumière. Não me pergunte porquê, mas dá-me ideia que tirará maior proveito desta do que de outra qualquer. Olhe, curiosamente, ali se travaram de amores a Vieira da Silva e o que hoje é seu marido, o excelente pintor húngaro Arpad Szenes, que já andava pela Academia quando ela para lá foi. De qualquer modo, o importante não é frequentar uma academia, o importante é frequentar Paris. Experimente ir todos os dias à Chaumière e regressar a casa sem ter passado, pelo menos, por uma galeria de arte e sem estar uns minutos na cavaqueira connosco e aguarde ... Nós é que somos a luz desta cidade! O que o meu amigo precisa é de um banho de imersão no nosso meio cultural. Qual Londres, qual Nova Iorque, qual história!... Façam desaparecer Paris e verão o sarilho que arranjam ... Não deixe de visitar com regularidade uma Galerie Pierre, ou uma Galerie Cardinale. Vá até à Galerie Staedler, onde expõe com frequência a vossa/nossa Vieira da Silva ... Paris só tem arredores ... Acho que está de parabéns por ter vindo até nós. Brindemos à sua chegada! ... Rapaz, tráz o champanhe! Hoje, meus senhores, paga o ...
- Isidro ... Isidro Lobo ..."
Garrett, presente! *
"(...) Não: plantai batatas, ó geração do vapor e do pó de pedra, macadamizai estradas, fazei caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro para andar a qual mais depressa, estas horas contadas de uma vida toda material, maçuda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente do que a hoje vivemos.
Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiota. No fim de tudo isto - o que lucrou a espécie humana? - Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? (...) Cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis."
* in Viagens na minha terra
Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiota. No fim de tudo isto - o que lucrou a espécie humana? - Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? (...) Cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis."
* in Viagens na minha terra
Os hebreus e a Igreja Católica
Lisboa - Largo de São Domingos
Lisboa - Largo de São Domingos
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Caravanas
Oh! ser francês... Francês em férias, claro: imagino-lhe a vontade, o natural gosto de viajar, uma bruta autocaravana recheada apenas com o essencial para sobreviver alegre, a carteira com euros quanto baste, GPS tão importante como a potência do carro, papel higiénico de acordo com a média das necessidades comuns, muita água, alguns frescos para começar - e ... e, adeus França!... Adeus, França, da foto em pleno Rossio lisboeta.
Dou comigo, entretanto, a pensar... Desânimo? É o desanimas ...
Lembro aquele sociólogo que se alegrava visitando as traseiras dos prédios das cidades ... É isso. Ser português, ter roteiros de tudo, em particular, das borlas nos museus, de ruínas de entrada livre, de passear a pé e conseguir, na medida do possível, uma lista de inaugurações de acesso aberto. Estar informado acerca do preço dos passes para ... para tudo. Estudar, sobretudo isso, estudar sem dinheiro no bolso. Conhecer "self-services" e mercados de venda de frescos, onde, acresce, o povo é igual a si próprio ... Visitar pontos altos, é outro segredo do conhecimento ao nível alfacinha, por exemplo. Há um nunca mais acabar de hipóteses - sem falar em crise. Crise é coisa para ricos e mal habituados ...
A solução intelectual é: de esferográfica em punho, estar preparado para tirar apontamentos e um ou outro retrato "para mais tarde recordar"... Das traseiras que houver. Aliás, quem está habituado a ver exposições de fotografia, por exemplo, sabe que, em regra, o que aparece, o que ganha prémios, são as fotos (a preto e branco, cá está ...) de traseiras, de docas, de gente que não é de avenidas, nem de Rossios onde passam caravanas francesas e outras ...
Se calhar pensam que nos fazem inveja ... Franciús!...
Dou comigo, entretanto, a pensar... Desânimo? É o desanimas ...
Lembro aquele sociólogo que se alegrava visitando as traseiras dos prédios das cidades ... É isso. Ser português, ter roteiros de tudo, em particular, das borlas nos museus, de ruínas de entrada livre, de passear a pé e conseguir, na medida do possível, uma lista de inaugurações de acesso aberto. Estar informado acerca do preço dos passes para ... para tudo. Estudar, sobretudo isso, estudar sem dinheiro no bolso. Conhecer "self-services" e mercados de venda de frescos, onde, acresce, o povo é igual a si próprio ... Visitar pontos altos, é outro segredo do conhecimento ao nível alfacinha, por exemplo. Há um nunca mais acabar de hipóteses - sem falar em crise. Crise é coisa para ricos e mal habituados ...
A solução intelectual é: de esferográfica em punho, estar preparado para tirar apontamentos e um ou outro retrato "para mais tarde recordar"... Das traseiras que houver. Aliás, quem está habituado a ver exposições de fotografia, por exemplo, sabe que, em regra, o que aparece, o que ganha prémios, são as fotos (a preto e branco, cá está ...) de traseiras, de docas, de gente que não é de avenidas, nem de Rossios onde passam caravanas francesas e outras ...
Se calhar pensam que nos fazem inveja ... Franciús!...
Cabo Verde num livro (1974) da 3ª classe na Guiné-Bissau e n'Os Lusíadas
Ovídio Martins
Liberdade
ê consciência
de necessidade
Liberdade
ê expulsá
português de nôs terra
Liberdade
ê tudo cabverdióne espaióde
pa munde
pôde voltá pa casa
Liberdade
ê criá na Cabverde
um terra de nôs vontade
sem seca
sem fome
sem português
Camões
... ... ... ... ... ... ... ...
Aqui gentes estranhas lava e rega
Do negro Sanagá a corrente fria,
Onde o Cabo Arsinário o nome perde,
Chamando-se dos nossos Cabo Verde.
Liberdade
ê consciência
de necessidade
Liberdade
ê expulsá
português de nôs terra
Liberdade
ê tudo cabverdióne espaióde
pa munde
pôde voltá pa casa
Liberdade
ê criá na Cabverde
um terra de nôs vontade
sem seca
sem fome
sem português
Camões
... ... ... ... ... ... ... ...
Aqui gentes estranhas lava e rega
Do negro Sanagá a corrente fria,
Onde o Cabo Arsinário o nome perde,
Chamando-se dos nossos Cabo Verde.
Wasa - o brinquedo que quis ir pr'á guerra ...
Na Wikipédia (tentando melhorar-lhe o português), a informação é a seguinte:
"Wasa foi um navio sueco de guerra construído entre 1626 e 1628. O navio afundou-se depois de navegar menos de uma milha náutica (cerca de 2 quilómetros), na sua viagem inaugural, em 1628.
(...) Apesar de uma evidente falta de estabilidade, foi autorizado a zarpar e naufragou poucos minutos depois. (...) O rei sueco, Gustavo Adolfo, estava impaciente, queria vê-lo juntar-se à frota do Báltico na Guerra dos Trinta Anos."
Em Estocolmo, na documentação facultada aos visitantes, o que se revela é... é diferente:
"O Wasa (...) tinha a missão de mostrar as magnificências da nação, do rei e da família real.
É um produto da arte barroca.
Quando foi trazido para a superfície constituia uma ruína - bem conservada. Hoje é um "puzzle" (o maior do mundo, diz-se) composto por 14 000 peças que se estudam sistematicamente e que, no seu conjunto, dão uma ideia do que era um barco de guerra que se afundou e foi recuperado em 1961."
O resto da "história", mal ou bem, está aqui ao lado, na Wikipédia. O que não está na Wikipédia, nem tem que estar, é a estranha emoção de quem tem oportunidade de visitar, na capital sueca, o que a guerra não levou, mas é motivo de orgulho nacional (recomposto após desastre). E, imagine-se, hoje, "brinquedo grande" e ... e atracção turística ...
A mim, cujo tempo foi curto, houve quem, para além da paisagem urbana, fizesse questão de, em Estocolmo, me mostrar, em particular, duas coisas: uma estação de metro cavada na rocha e, em bruto, assim pintada e ... e o Wasa, que se vê com algum pormenor a partir dos diferentes andaimes que o cercam.
Trata-se, na verdade, de um espectacular "puzzle" gigante, como toda a gente saberá, sem, eventualmente, pensar no que foi ter feito da fraqueza ( do desastre) uma força ... cultural e ... e, com o rodar dos anos, turística.
"Ainda há hoje quem, aí ao largo, mergulhe à procura de bocados do Wasa ..." - ouvi.
"Wasa foi um navio sueco de guerra construído entre 1626 e 1628. O navio afundou-se depois de navegar menos de uma milha náutica (cerca de 2 quilómetros), na sua viagem inaugural, em 1628.
(...) Apesar de uma evidente falta de estabilidade, foi autorizado a zarpar e naufragou poucos minutos depois. (...) O rei sueco, Gustavo Adolfo, estava impaciente, queria vê-lo juntar-se à frota do Báltico na Guerra dos Trinta Anos."
Em Estocolmo, na documentação facultada aos visitantes, o que se revela é... é diferente:
"O Wasa (...) tinha a missão de mostrar as magnificências da nação, do rei e da família real.
É um produto da arte barroca.
Quando foi trazido para a superfície constituia uma ruína - bem conservada. Hoje é um "puzzle" (o maior do mundo, diz-se) composto por 14 000 peças que se estudam sistematicamente e que, no seu conjunto, dão uma ideia do que era um barco de guerra que se afundou e foi recuperado em 1961."
O resto da "história", mal ou bem, está aqui ao lado, na Wikipédia. O que não está na Wikipédia, nem tem que estar, é a estranha emoção de quem tem oportunidade de visitar, na capital sueca, o que a guerra não levou, mas é motivo de orgulho nacional (recomposto após desastre). E, imagine-se, hoje, "brinquedo grande" e ... e atracção turística ...
A mim, cujo tempo foi curto, houve quem, para além da paisagem urbana, fizesse questão de, em Estocolmo, me mostrar, em particular, duas coisas: uma estação de metro cavada na rocha e, em bruto, assim pintada e ... e o Wasa, que se vê com algum pormenor a partir dos diferentes andaimes que o cercam.
Trata-se, na verdade, de um espectacular "puzzle" gigante, como toda a gente saberá, sem, eventualmente, pensar no que foi ter feito da fraqueza ( do desastre) uma força ... cultural e ... e, com o rodar dos anos, turística.
"Ainda há hoje quem, aí ao largo, mergulhe à procura de bocados do Wasa ..." - ouvi.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
( Re ) descobrir Lisboa ( VII )
quarta-feira, 27 de julho de 2011
O homem da "cafeteira"
"Embora tivesse pequena estatura, Toulouse-Lautrec tinha órgãos sexuais incrivelmente desenvolvidos, mesmo para um homem de tamanho normal. A sua genitália era tão
desproporcionada com o resto do corpo que ele se comparava a uma "cafeteira de bico grande".
(...) Vivia com prostitutas o dia inteiro. Jogava cartas com elas, ria com elas e surpreendias na cama.
(...) Quando se começou a cansar de bordéis, Toulouse-Lautrec mudou-se para os bares de lésbicas ...
(...) Em 1897 apaixonou-se por uma parente jovem, chamada Aline, que tinha acabado de sair do convento. Durante algum tempo alterou a sua maneira de viver, negando-se a ir a festas (que ele tinha ajudado tornar populares), falando em entrar para uma clínica para alcoólatras e tomando apenas vinho do Porto."
in "A Vida Íntima de Gente Famosa"
desproporcionada com o resto do corpo que ele se comparava a uma "cafeteira de bico grande".
Trabalho de uma finalista de Artes Plásticas, eventualmente (não se percebe bem a provocação ...) inspirada na vida e obra do pintor naturalista francês Toulouse-Lautrec |
(...) Vivia com prostitutas o dia inteiro. Jogava cartas com elas, ria com elas e surpreendias na cama.
(...) Quando se começou a cansar de bordéis, Toulouse-Lautrec mudou-se para os bares de lésbicas ...
(...) Em 1897 apaixonou-se por uma parente jovem, chamada Aline, que tinha acabado de sair do convento. Durante algum tempo alterou a sua maneira de viver, negando-se a ir a festas (que ele tinha ajudado tornar populares), falando em entrar para uma clínica para alcoólatras e tomando apenas vinho do Porto."
in "A Vida Íntima de Gente Famosa"
( Re ) descobrir Lisboa ( VI )
Na época do quanto mais mal feitão mais caro ...
Na época do quanto menos tecido mais euros (a 200$00 cada) ...
Na época do menos sobretudo e mais cachecóis - caros ...
Na época do menos gabardina e mais impermeável de bolso ...
o anúncio da Alfaitaria Modelo do Carmo é um grito e, quiçá, o último sorriso, ou quase, de uma profissão ...
Pois que seja:
viva o pronto-a-vestir - desde que se consiga despir ...
Na época do quanto menos tecido mais euros (a 200$00 cada) ...
Na época do menos sobretudo e mais cachecóis - caros ...
Na época do menos gabardina e mais impermeável de bolso ...
o anúncio da Alfaitaria Modelo do Carmo é um grito e, quiçá, o último sorriso, ou quase, de uma profissão ...
Pois que seja:
viva o pronto-a-vestir - desde que se consiga despir ...
"A moda é uma variante oblíqua de se lutar contra a morte. Ora na velhice tal luta é mais problemática. E é por isso que no velho a moda é mais ridícula." Vergílio Ferreira |
Galeria Nacional de Fotomontagens ( L )
- Meus Senhores, tomei a liberdade de convocar V. Exas. para ver se, em equipa, conseguimos estar à altura do miúdo que ganhou no estrangeiro uma medalha de ouro (quem nos dera ...) para o melhor em Matemática ...
A equação é:
Tesos X Tesos : Pelintras X Pelintras é igual a?...
Pelintras X Pelintras Tesos X Tesos
A equação é:
Tesos X Tesos : Pelintras X Pelintras é igual a?...
Pelintras X Pelintras Tesos X Tesos
terça-feira, 26 de julho de 2011
Ainda a Veiga Beirão: reflexões a partir de quase nada...
Passei hoje pelo meu/nosso Largo do Carmo, em Lisboa. E, por entre as grades de ferro da entrada da velha Veiga Beirão, fotografei a paisagem para além de ... que vi durante os vinte meses que lá espreitei pelas janelas, sobretudo, da sala de Desenho, no último piso.
Do Tejo lembrava-me, mas do Castelo de S. Jorge, imagine-se, não. Vamos lá saber porquê...
Mas no que somos há de tudo - e não são os cabelos brancos que o encobrem. Sou, somos, portanto, os que por lá passaram, o Tejo, Afonso Henriques, Martim Moniz, a Lisboa antiga que as janelas da V. B. facilitaram ...
Actualmente, sou jardim, este, e com ele me tento acrescentar. Sei lá para quê?!... Talvez para durar.Como umas pilhas que há por aí à venda "nesta Lisboa que eu amo."
Do Tejo lembrava-me, mas do Castelo de S. Jorge, imagine-se, não. Vamos lá saber porquê...
Mas no que somos há de tudo - e não são os cabelos brancos que o encobrem. Sou, somos, portanto, os que por lá passaram, o Tejo, Afonso Henriques, Martim Moniz, a Lisboa antiga que as janelas da V. B. facilitaram ...
Actualmente, sou jardim, este, e com ele me tento acrescentar. Sei lá para quê?!... Talvez para durar.Como umas pilhas que há por aí à venda "nesta Lisboa que eu amo."
Cervantes, gracias!
Actualidade
"Para reconstruir o rosto do escritor espanhol Miguel Cervantes Saavedra, uma equipa de especialistas irá começar a procurar os seus restos mortais.
(...) Até agora, a imagem única referência que temos do escritor é a pintura feita pelo artista Juan de Jauregui, 20 anos depois da sua morte."
Cervantes presente!
" - Senhor D. Quixote, deite-me a sua benção e dê-me licença que me despeça. Daqui mesmo quero voltar para a minha casa, onde me esperam mulher e filhos. Com eles, pelo menos, posso falar e discutir quanto me venha à cabeça. Nada, nada querer que ande por estes desertos de dia e de noite, feito pato mudo, e que não abra a boca quando me vier o apetite, é o mesmo que sepultar-me em vida. Se ainda a sorte permitisse que os animais falassem como no tempo de Isopete, vá, falava com o burro, falava com o primeiro bicho que encontrasse, e assim se iria passando o meu negro fado. É coisa por demais, que não se pode levar à paciência, andar a vida inteira à cata de aventuras e não receber senão pontapés, manteações, pedradas e sopapos por uma pá velha. Ainda por cima, ponto na boca, sem licença para desatar o saco, como se um homem tivesse nascido miudinho! Não!"
"Para reconstruir o rosto do escritor espanhol Miguel Cervantes Saavedra, uma equipa de especialistas irá começar a procurar os seus restos mortais.
(...) Até agora, a imagem única referência que temos do escritor é a pintura feita pelo artista Juan de Jauregui, 20 anos depois da sua morte."
Cervantes presente!
" - Senhor D. Quixote, deite-me a sua benção e dê-me licença que me despeça. Daqui mesmo quero voltar para a minha casa, onde me esperam mulher e filhos. Com eles, pelo menos, posso falar e discutir quanto me venha à cabeça. Nada, nada querer que ande por estes desertos de dia e de noite, feito pato mudo, e que não abra a boca quando me vier o apetite, é o mesmo que sepultar-me em vida. Se ainda a sorte permitisse que os animais falassem como no tempo de Isopete, vá, falava com o burro, falava com o primeiro bicho que encontrasse, e assim se iria passando o meu negro fado. É coisa por demais, que não se pode levar à paciência, andar a vida inteira à cata de aventuras e não receber senão pontapés, manteações, pedradas e sopapos por uma pá velha. Ainda por cima, ponto na boca, sem licença para desatar o saco, como se um homem tivesse nascido miudinho! Não!"
Rostos
Sonetos do abade de Jazenite (1719-1789)
"... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Abade eu fui; e se saber de mim
alguma coisa mais quiser alguém
saiba, que versos faço, e os faço assim:
A trinta e cinco reis custa a pescada;
O triste bacalhau a quatro e meio;
a dezasseis vinténs corre o centeio;
do verde a trinta reis custa a canada.
A sete e oito tostões custa a carrada
da torta lenha, que do monte veio;
vende as sardinhas o galego feio
cinco ao vintém; e seis pela calada.
O sujo regatão vai com excesso,
revendendo as pequena iguarias,
que da pobreza são todo o regresso.
Tudo está caro: só em nossos dias,
graças ao Céu! temos em mui bom preço
os tremoços, o arroz, e as Senhorias.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... "
Abade eu fui; e se saber de mim
alguma coisa mais quiser alguém
saiba, que versos faço, e os faço assim:
A trinta e cinco reis custa a pescada;
O triste bacalhau a quatro e meio;
a dezasseis vinténs corre o centeio;
do verde a trinta reis custa a canada.
A sete e oito tostões custa a carrada
da torta lenha, que do monte veio;
vende as sardinhas o galego feio
cinco ao vintém; e seis pela calada.
O sujo regatão vai com excesso,
revendendo as pequena iguarias,
que da pobreza são todo o regresso.
Tudo está caro: só em nossos dias,
graças ao Céu! temos em mui bom preço
os tremoços, o arroz, e as Senhorias.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... "
Quem guarda, acha: MACAU ( I )
Fui ao meu baú, trouxe-o pr'aqui, à guarda do vigilante do jardim e, de vez em quando, vou mostra-vos "relíquias" de um Macau que não volta, digo eu, que não percebo nada de política e que do que gosto é de ser português - como tu, como vossemecê ...
segunda-feira, 25 de julho de 2011
De um livro da Instrução Primária da Guiné-Bissau *
"BISSAU
(...) No tempo das campanhas militares que os tugas faziam para imporem a sua dominação ao nosso Povo, os filhos de Bissau mostraram igualmente a sua grande coragem e determinação. Em 1890 tinha sido a primeira campanha contra os papéis mas, vinte e cinco anos depois, os colonialistas, vendo que Bissau não aceitava a presença estrangeira, fizeram nova campanha.
Em 1915 Bissau encontrou-se novamente atacada e cercada e, como sempre, defendeu-se com muito heroísmo. Todas as vezes que a tropa tuga tentava avançar, era derrotada. (...)"
* 1980
"Mudam-se os tempos ..."
Lisboa, Rossio - hoje, dia 25 de Julho de 2011:
LISBOA, CIDADE DE ACOLHIMENTO - A FOTOGRAFIA SEM PALAVRAS
(...) No tempo das campanhas militares que os tugas faziam para imporem a sua dominação ao nosso Povo, os filhos de Bissau mostraram igualmente a sua grande coragem e determinação. Em 1890 tinha sido a primeira campanha contra os papéis mas, vinte e cinco anos depois, os colonialistas, vendo que Bissau não aceitava a presença estrangeira, fizeram nova campanha.
Em 1915 Bissau encontrou-se novamente atacada e cercada e, como sempre, defendeu-se com muito heroísmo. Todas as vezes que a tropa tuga tentava avançar, era derrotada. (...)"
* 1980
"Mudam-se os tempos ..."
Lisboa, Rossio - hoje, dia 25 de Julho de 2011:
LISBOA, CIDADE DE ACOLHIMENTO - A FOTOGRAFIA SEM PALAVRAS
Onde se lembra Marchueta e os seus afectos populares ...
Não tenho que adjectivar, nem me apetece, mas, ao "descobrir" na rua da Madalena uma sociedade de recreio fundada no século XIX , numa altura em que os governos civis em Portugal passaram à história, lembrei-me de Afonso Marchueta que, durante duas décadas, no "antigamente", foi ... foi governador civil de Lisboa.
E o que é que ficou desse senhor? Para além, dirão vários, de uma figura eventualmente ridícula, a presença em tudo o que se relacionasse com as sociedades de cultura e recreio da cidade. Convidavam-no para festas e ele, se calhar, para ser noticiado como estando ao lado do povo - ía. Era vê-lo - dando a entender que estava com as classes trabalhadoras ...
Mudaram as moscas ... Há políticos assim. Continua a haver. Não são é governadores civis ...
Viva, entretanto, a Sociedade de Cultura e Recreio nº 1, sita na rua da Madalena, em Lisboa, que deve ter uma história digna da História.
Toca o hino!...
E o que é que ficou desse senhor? Para além, dirão vários, de uma figura eventualmente ridícula, a presença em tudo o que se relacionasse com as sociedades de cultura e recreio da cidade. Convidavam-no para festas e ele, se calhar, para ser noticiado como estando ao lado do povo - ía. Era vê-lo - dando a entender que estava com as classes trabalhadoras ...
Mudaram as moscas ... Há políticos assim. Continua a haver. Não são é governadores civis ...
Viva, entretanto, a Sociedade de Cultura e Recreio nº 1, sita na rua da Madalena, em Lisboa, que deve ter uma história digna da História.
Toca o hino!...
1855! |
Frases
"Que posso eu contra a vida? E se me recuso, se luto, que me espera? A renúncia? A estúpida renúncia, e cada minuto que passa me aproxima do nada, me leva, queira ou não queira, para o nada? Na cova, na podridão, desfeito em pó, arrastado por todos os ventos, daqui a um século, daqui a milhares de séculos, ainda todas as partículas do teu ser, que não soubeste impregnar de vida e alimentaste de simulacros, te hão-de pregar:
- Estúpido! estúpido!"
Raul Brandão in Húmus
Na escola: queremos saber quem são os melhores
Amigos (as) e Senhores (as)
com responsabilidades na lusa imprensa regional, por favor, ponderem a seguinte sugestão:
em relação às escolas secundárias existentes na vossa principal área de distribuição, publiquem, com o destaque que vos pareça adequado (atrever-me-ia a sugerir-vos a primeira página) e em relação a cada período escolar, os nomes e as notas dos alunos com melhores classificações em cada disciplina das diferentes áreas
e, no final do ano lectivo, entrevistem o melhor dos melhores. E o (a) respectivo (a) professor (a).
E assim sempre, daqui para a frente.
com responsabilidades na lusa imprensa regional, por favor, ponderem a seguinte sugestão:
em relação às escolas secundárias existentes na vossa principal área de distribuição, publiquem, com o destaque que vos pareça adequado (atrever-me-ia a sugerir-vos a primeira página) e em relação a cada período escolar, os nomes e as notas dos alunos com melhores classificações em cada disciplina das diferentes áreas
e, no final do ano lectivo, entrevistem o melhor dos melhores. E o (a) respectivo (a) professor (a).
E assim sempre, daqui para a frente.
domingo, 24 de julho de 2011
"O nosso livro"
A pergunta foi esta: "como consigo ter um livro que dê uma ideia do que ensinam actualmente na Primária aos miúdos da Guiné-Bissau?"
O motorista da embaixada de Portugal, que, amavelmente, me mostrava a cidade de Bissau, olhou-me e respondeu de imediato: "vou arranjar-lho ..."
Estávamos em 1980.
Aqui o tenho. Novinho em folha.
Reencontrei-o agora no meio do que, nesta área, "amealhei" durante anos. Foi impresso na Suécia em 1974 (100 000 exemplares, é o que está escrito) com o título: "O NOSSO LIVRO, da 3ªClasse". É, foi "Elaborado editado pelos Serviços de Educação Nacional e Cultura do P.A.I.G.C" Tem 160 páginas.
Transcrevo da sua página 156:
Aprende esta poesia para recitares:
KEL BARCO DI SUL
Kaoberdiano Dambara
Kel barco di San Tumé
ki ta pupá ko disafôro,
dja bira más kéto;
Kel guêntis ki ta mata,
ta sota, ta negano Djustiça
dja busguêdja sês xicóti;
Kel branco di baldézia
dja sucundi si grandeza
pê fla mê nôs armum.
Amilka di nôs, más ês sôta,
Má ês prêndê pa no squecêu,
Más pôbo ta krêbo tcheu:
Abó é Sol di Liberdádi,
ki ka ta tapado ko manta
ratadjo, PIDE, scrabatura!
Voltarei a este livro, enquanto documento de uma época ... Em data próxima.
Penso, entretanto, que está aí para trás, neste blogue, a história dos monumentos portugueses que, na oportunidade, me mostraram no lixo, nos subúrbios de Bissau ...
O motorista da embaixada de Portugal, que, amavelmente, me mostrava a cidade de Bissau, olhou-me e respondeu de imediato: "vou arranjar-lho ..."
Estávamos em 1980.
Aqui o tenho. Novinho em folha.
Reencontrei-o agora no meio do que, nesta área, "amealhei" durante anos. Foi impresso na Suécia em 1974 (100 000 exemplares, é o que está escrito) com o título: "O NOSSO LIVRO, da 3ªClasse". É, foi "Elaborado editado pelos Serviços de Educação Nacional e Cultura do P.A.I.G.C" Tem 160 páginas.
Transcrevo da sua página 156:
Aprende esta poesia para recitares:
KEL BARCO DI SUL
Kaoberdiano Dambara
Kel barco di San Tumé
ki ta pupá ko disafôro,
dja bira más kéto;
Kel guêntis ki ta mata,
ta sota, ta negano Djustiça
dja busguêdja sês xicóti;
Kel branco di baldézia
dja sucundi si grandeza
pê fla mê nôs armum.
Amilka di nôs, más ês sôta,
Má ês prêndê pa no squecêu,
Más pôbo ta krêbo tcheu:
Abó é Sol di Liberdádi,
ki ka ta tapado ko manta
ratadjo, PIDE, scrabatura!
Voltarei a este livro, enquanto documento de uma época ... Em data próxima.
Penso, entretanto, que está aí para trás, neste blogue, a história dos monumentos portugueses que, na oportunidade, me mostraram no lixo, nos subúrbios de Bissau ...
Contra as músicas lascivas *
Trabalho de um finalista de Artes Plásticas, em Lisboa
Aos generosos e simpáticos que me enviam com regularidade e-mails cheinhos de bençãos e bons conselhos copiados da Biblia ou de outras respeitáveis origens.
Ao povo mano do Brasil que, sem má intenção, também nos seus e-mails nos "desvia" as atenções, por vezes, de belas paisagens, para nos propor reflexões que ouviu na missa dominical, por exemplo, dedico as sábias palavras do padre Manuel Bernardes - para que alguma coisa seja mudada ...
Leia-se. É tempo de remediar.
"Quanto às músicas do tempo também é grande o detrimento, que nelas padece a Castidade. Porque assim como o canto grave, e devoto ajuda a levantar o espírito gerando nele bons pensamentos, e saudade da Pátria Celestial; e por isso se usa nas igrejas nos Divinos Ofícios: assim sarabandas, e modos mui festivos, e picados, o distraem, afeminam, e corrompem: e por isso se usa nas comédias, nas ceias nupciais, e nas músicas e antes dos que de noite fazem pé de janela para os fins, com que a mocidade os inquieta.
Mas prouvera a Deus, que destes lugares não tivera já passado alguma cousa também às igrejas. Se a voz é de mulher, ainda traz maior perigo. S. Leão Papa chama atraiçoados aos quebros e gargantas, e brandas punhaladas, com que atravessa o coração de quem ouve descuidado ...
Daqui se entenderá quam repreensível abuso seja o de algumas religiosas, que ajuntando-se na grade em visita com seculares, gastam a tarde em motetes, e xácaras, e discantes ostentando cada uma a sua habilidade. Seguem-se as lisonjas, e aplausos, e risadas, e descrições conceituosas, ou estultícias verdadeiras.
Se esta música de vozes de mulheres, cheias de melindre e afetação faz consonância com a modéstia, e honestidade própria daquele sexo, e estado, na verdade é muito para nos maravilharmos; e sòmente será necessário invertarmos outra definições às virtudes. Porém se faz dissonância com elas, vejam lá os prelados como o consentem, e se lhes corre obrigação de o remediarem."
* Padre Manuel Bernardes in Armas da Castidade
Quadras do pôr-do-sol
Escrevo guerra, sou o maior.
Escrevo paz e nem um sim ...
É isso, sabe-se de cor,
Mas esquece-se no Jardim.
Prosa livre, em ti eu penso,
Minha palavra lavrada.
Suor, um pouco, suar no lenço,
Mas não resistir à chamada.
Subo ao coreto, é tudo meu,
Há sorrisos em redor...
Vejo amor, sou Romeu!...
- Julieta, estou melhor!...
sábado, 23 de julho de 2011
Galeria Nacional de Fotomontagens ( XLIX )
- Mestre, mestre Azuleiro!...
- Cargaleiro, queres dizer, por certo ...
- Siiim ...
- Vá, diz depressa, despacha-te ...
- Mestre, mestre, há notícias de que abriram no castelo um museu com o seu nome!...
- Com o meu nome? No castelo? No castelo branco? ...
- Sii ... sim, Mestre! No castelo branco, ouvi-os dizer ...
- Oh! Alvissaras, Deus meu!... Alvissaras! Já posso partir ... Vai dizer-lhes para abrirem as portas ao povo ... Espera, não vás. Vou lá eu ... São dezenas e dezenas de anos de trabalho ... Vou lá eu!...
- Cargaleiro, queres dizer, por certo ...
- Siiim ...
- Vá, diz depressa, despacha-te ...
- Mestre, mestre, há notícias de que abriram no castelo um museu com o seu nome!...
- Com o meu nome? No castelo? No castelo branco? ...
- Sii ... sim, Mestre! No castelo branco, ouvi-os dizer ...
- Oh! Alvissaras, Deus meu!... Alvissaras! Já posso partir ... Vai dizer-lhes para abrirem as portas ao povo ... Espera, não vás. Vou lá eu ... São dezenas e dezenas de anos de trabalho ... Vou lá eu!...
Saudo a enorme vitalidade artística que tem revelado e lembro a sua presença no Porto, no encontro "Os Portugueses no Mundo - uma cultura a preservar" M.A. |
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