terça-feira, 31 de maio de 2011

O DE VOTO

Viva Bordalo!

Quadras para flores de papel

Maio está no final
E o Junho já lá vem
Mas o verso, Portugal,
É Portugal sem vintém ...

Ó Portugal sem cheta,
Com Santo António a casar
Ó meu S. João, minha treta ...
Meu S. João sem bailar

Ó Portugal sem vintém
De chaves na mão a fugir
Valha-nos S. Pedro, amém,
Neste Portugal a fingir ...

"O POETA" - livro a haver (V)

"(...) Já pelo Tortosendo se respirava a ansiedade mal contida resultante de uma mecanização que despontava. Pouco a pouco, a indústria descobria-se a si própria. A electricidade dera o tiro de partida, ameaçando abafar os velhos tecelões das redondezas. Começa, então, o salve-se quem puder em toda a região.

Aguenta-se quem tem padrinhos ou, não tendo, aproveita com engenho a maré. O Dominguizo, terra de gente institivamente vocacionada para o negócio, espreita ...

Mas, na vila, o proletariado movimenta-se. Não se sabe a quem obedece, nem isso lhe parece dar cuidado. Entre o exportar raparigas para o Cais do Sodré e a luta para sobreviver localmente, tenta a segunda hipótese. Fala-se em greves e afigura-se que, na sombra, alguém pretende como que organizar o descontentamento que promete instalar-se. Face à vaga de desemprego à vista, surgem, à chucha calada, manifestações incitando à rebelião.

João Pinheiro, criado no campo, mas vivendo dos fios, sente, como os outros, que a vida começa a estremecer. Há os que se dão conta disso e o convidam para uma reunião de amigos. Resiste: perecebe-lhes o alcance e evita encontros que possam roubar a tranquilidade. Mais a mais, tem mulher e filha ... Ainda se fosse sozinho ... Mas a situação degrada-se na vila e a electricidade recém-chegada ameaça deixá-lo sem pão.


Um dia, ao fim da tarde, quando quase todos os da terra se tinham recolhido do frio, que começava a apertar, passaram-lhe uns papéis que convidavam à resistência. Mal chegou a casa pediu à filha que lhos lesse: "Beatriz, o que é diz aqui?..." A garota soletrou os manifestos como pôde. Depois João pegou neles de novo e rasgou-os em mil bocadinhos.

"Já leste Lenine", perguntaram-lhe baixinho no dia seguinte. "Não sei ler", aproveitou, adivinhando do que se tratava. "É necessário unir os trabalhadores da nossa indústria principal", acrescentaram-lhe, sem mais pormenores.

Na semana seguinte foi à reunião. Não sabia muito bem o que aquilo era, mas foi. Encontraram-se fora da vila, a pretexto de uma pastucada. Falaram-lhe da urgência em se nomear um comité de greve a constituir com base num outro comité local, já a trabalhar à socapa. Percebeu que a coisa era grave e
comprometedora, mas aceitou continuar. "Do campo nunca levei nada, dos fios muito menos ... E agora o desemprego ... Depois, Beatriz, a minha menina ... ", pensou. Ganhara forças. Agora não faltava às patuscadas, "em local diferente para não dar nas visitas", diziam-lhe os controladores da região. De resto, havia-se habituado a tomar todas as cautelas recomendadas, para evitar surpresas. De cada vez que se encontravam, os primeiros a avançar, se não houvesse azar, riscavam, com giz, em muro próximo do ponto de encontro, a senha previamente combinada.

O Tortosendo sufocava. Começara a perder a pacatez doutros tempos. Até o posto da GNR metera mais homens. Nas imediações as aldeias interrogavam-se receosas. Foi timidamente comentada a prisão de João Pinheiro, que a guarda surpreendera "a distribuir uns papéis ...", deixando-lhe, com falinhas mansas, a mulher e uma filha pequena sem sustento."

Nos limites do disfarçável

Era uma cara conhecida. Tenho a certeza, mas não sou capaz de a enquadrar no álbum da minha memória. Viajava como eu numa carruagem do Metro de Lisboa quase vazia. Eu sentado e voltado para a porta à beira da qual o sujeito em causa viajava sempre - de pé, só, pensativo. Vestia um fato completo azul escuro, do cimo do qual, como que a sublinhá-lo, saía uma cabeça emodurada a branco, branco-cinza ... Tudo normalíssimo. Se era alguém da política, não sei. Se era alguém do espectáculo, não sei. Se era um "opinion maker", não sei. Se era alguém das Artes ou das Letras, não sei. Não sei, mas sei que "era conhecido - e muito ..." Contudo, não o suficiente para que eu fosse tentado a dar interiormente um pulo e dissesse: JÁ SEI! Não!!!

Bom, então era um ilustre desconhecido ... Quiçá !... Quiçá, nomeadamente, porque o homem apresentava tiques que lhe compunham a imagem ... Tiques que eram, na quase solidão do ambiente em que nos cruzámos, alguns como estes:

Ligeiras, ligeirissimas e muito rápidas rugas na testa;

Ligeiros, ligeirissímos e muito rápidos movimentos no olhar;

Breves, brevíssimos esgares nas faces;

Rápidos, rapídíssimos movimentos nos lábios;

Nem drama, nem felicidade no rosto. Nada!

Nem um breve sorriso, nem o assomo de uma lágrima ou de uma mágoa. Nada!

Tudo, mas tudo, quase uma espécie de pausas, que remetiam para um interior em eventual convulsão.

Alguma pressa, talvez, não se percebia de quê ...

Uma saída da carruagem, aparentemente tranquila, umas estações antes do terminal do percurso daquele combóio-cenário.

Fiquei a pensar.Tratava-se de uma figura pública sexagenária, septuagenária?... Talvez.  Mas quem? É a psicologia de trazer por casa, "amadurecida" frente a "esta coisa", que me responde:

era eu, eras tu que, cheio de informação por todos os lados, já não consegues conter o que a vida te proporciona, para o bem e para o mal, no interior da embalagem que és...

E foi tudo. Provavelmente uma estátua tragicómica (da maioria).

Pior: o Homem nos limites do disfarçável.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pensar em voz alta

"Dizer! Saber dizer! Saber existir pela voz escrita e a imagem intelectual! Tudo isto é quanto vale a vida: o mais é homens e mulheres, amores supostos e vaidades factícias, subterfúgios da digestão e do esquecimento, gentes remexendo-se, como bichos quando se levanta uma pedra, sob o grande pedregulho abstracto do céu azul sem sentido."

in Livro do Desassossego de Bernardo Soares

Galeria Nacional de Fotomontagens ( XVII )

Srs. Empresários
Tenho um plano táctico:

quando jogarmos contra o FMI,
os meus amigos, que são grandes, 
ficam todos à baliza;

a meio campo, alinhamos com mais um ou outro médio
 e contratamos o Ronaldo para ponta de lança ...

domingo, 29 de maio de 2011

Va' pensiero... Riccardo Muti speaking about Italian culture, Opera di R...


Sem palavras! Para ver, ouvir e sentir em tela cheia. 

Quadras para flores de papel











Ai que bom isto vai ser,
Diz a Sócrates o fedelho
Deixa p'ra mim o prazer
É da espécie, sou Coelho


Está quieto, eu é que sei,
Tenho disto muito fado.
Já cá estava, não falhei,
Embora me sinta falhado.


Entro eu primeiro agora
Fica tu à porta a zelar
Que se eu vier embora, 
Tu voltas a titular ...

Arte e política

O quadro da esquerda foi pintado por volta de 1570 e é da autoria de Ticiano. O da direita foi pintado entre 1628 e 1629 e é de autoria de Rubens.

Ambos estão no Museu do Prado, em Madrid. Compare.


Se, entretanto, a uma semana das eleições para Assembleia da República, me é lícito "pintar um quadro político", sugiro aquele exercício que os jornais às vezes publicam junto às palavras cruzadas:  descubra as diferenças (entre as intenções anunciadas, entenda-se).

"O POETA" - livro a haver - (IV)

Naquela minha cadeira
Luminosa e nevoenta,
Que um Poeta sempre tem
Ou quando não tem inventa
... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
- Meu amor, que vejo eu?
... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Vejo tudo o que não vejo,
Vejo tudo o que pressinto
... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Noël de Arriaga

Quem gosta e tenta escrever, tem sempre um baú, em regra, não com o interesse do que deixou, por exemplo, um Fernando Pessoa, que era genial, mas com os eventuais  afectos (e simples - como é o caso) de quem ama.


Desses afectos, a partir de hoje, de vez em quando, retomo o registo parcial,  iniciado neste espaço em Outubro de 2010.

Livros são papéis... Não são, em princípio, páginas NET.


Porquê, então, agora? Perguntar-se-á. Porque há nos textos publicados inúmeros pormenores que se cruzam com o que se conhece do passado de uma aldeia aqui citada, directa ou indirectamente, diria, vezes sem conto:  Dominguizo (com Z ou com S).

 
E chegado aos cerca de 1500 posts neste blogue, é altura, digo eu, de ... de "relançar" uma transcrição já iniciada. Com uma advertência séria e definitiva: não se trata de um texto autobiográfico, mas de uma "exposição" romanceada ("vejo tudo o que pressinto") de uma vivência imaginada a partir de realidades amalgamadas num dia-a-dia em observação permanente.


São, pois, fragmentos que, somados, não mostrarão a "obra", mas tentarão valer por si - como se do retrato familiar a saudade mandasse isolar figuras e paisagens. Considerando o facto de, aqui, neste meio de comunicação,  a "palavra de ordem" ser muito em pouco.

 O pouco assegurarei. O muito estou longe de garantir, mas ... Mas continuo.


" (...) Isidro Lobo, quarenta e sete anos bem visíveis, estava como que embriagado pela tranquilidade que o circundava.  Já várias  vezes se detivera a escutar a paisagem e mais não descobrira do que, com excepção do incómodo de um ou outro carro que passava a correr na estrada, por baixo da varanda, o murmúrio da Primavera e o chilrear constante da passarada que, empoleirada nas oliveiras vizinhas, quebrava alegremente o silêncio local. 

De resto, naquela zona da aldeia, uma centena de metros afastada do povo tanto fazia ser domingo como dia de semana: o burburinho, quando o havia, manifestava-se para além da curva da estrada, junto à fonte nova, quem vai para a igreja, à beira de antigas vendas (autênticas instituições de utilidade pública), hoje feitas cafés, à moda de Lisboa, graças a farrapos e divisas. Aí se fumavam então cigarros feitos comprados avulso e se dava uma engraxadela nos sapatos de ver a Deus.

Isidro, porém, que viera da capital há pouco tempo, parecia gostar de se esquecer por ali, naquela pasmaceira, olhando, entre dois bocejos, que mais pareciam desabafos, a serra que emoldurava a tela verde seco que tinha na sua frente. De quando em vez, semicerrava os olhos e parecia querer absorver num relance tudo o que o seu olhar abrangia. De seguida, surpreendia-se de pálpebras cerradas, quais gelosias, e, então, era o regresso ao deambular pela cidade ou à sobriedade interior do sótão da casa da rua do Alecrim, à beira Tejo, ali a dois passos de gingões e prostitutas dos bares do Cais do Sodré.

Percebia-se que a imaginação o conduzia nesse instante a algum amor perdido ou às bisnagas dos óleos que tinha espalhadas pelo atelier. Ao seu moder de lábios correspondia, por certo, um apertar de tubos de verdes, castanhos, amarelos, azuis, sabe-se lá, com que alegrava as telas virgens de uma imaginação activada pelo horizonte beirão que escolhera para uma temporada de descanso, a conselho médico."

sábado, 28 de maio de 2011

Comícios em Braga

O PS e o PSD fizeram hoje campanha eleitoral em Braga, mas não combinaram os respectivos ajuntamentos (fizeram bem ...) para o Santuário do Bom Jesus. É certo que aí haveria mais santos "à mão", mas, no plano logístico, teria sido muito complicado, posto que, certamente, ambos os partidos quereriam aquela hora, e não outra,
para as respectivas manifs.

A coisa não seria, por isso, fácil. Desde logo:

1º Quem é que subiria pela direita e quem subiria pela esquerda?
 Descer, por certo, mesmo simbolicamente, ninguém quereria,
embora a bulha fosse a mesma ...

2º Em qualquer caso, quem é que seguraria os militantes
de um e do outro lado
quando se encontrassem nos diferentes patamares do Santuário?

Decidiram bem. Terá havido alguma bulha, mas do mal o menos ...

O Bom Jesus ficou de fora. E isso, conjunturalmente, foi importante.

Galeria Nacional de Fotomontagens ( XVI )

Imagem inédita da assinatura do PEC 4

Lembrar para esquecer ...

28 de Maio. Lembrar para esquecer. A Democracia quer-se viva. Hoje e ... também depois do próximo 5 de Junho - que é cinco dias antes do 10 de Junho, que é Dia de Portugal. Do Portugal, sobretudo, dos não abstencionistas, em que, se não for antes, por certo, falará o Presidente da República. Para sublinhar que existimos, temos história e que, para quem chega do continente americano, somos geograficamente o país que, desde sempre, aí está sentado à beira-mar a dar as boas-vindas aos que entram na Europa pela Ocidental Praia (é preciso dizer, alto, o banal - aos outros...).





Portugal, gare marítima do Velho Continente.


Portugal, enorme costa à espera de redes que a rejuveneçam.


Portugal, destino histórico, vivendo, em largas parcelas do seu interior, a esperança de que um dia apareçam a escavá-lo, a investigá-lo ...


Portugal das vinhas do Douro e da necessidade de novas "descobertas". Económicas e outras.


Portugal: "que gente é esta que descobriu o meu país e penetrou nas suas selvas virgens?..."


Portugal: que literatura? Que poetas? Que gente?...


Portugal do clima ameno, do sol, das águas macias ... Das praias atlânticas.


Portugal da tranquilidade, do sorriso, da saudade cantada ...

"Está tudo decidido - dizes - está tudo pronto. Só uma coisa me falta: pôr isto em acção. E essa coisa, que é um nada, tem o infinito de comprido." Raúl Brandão in Húmus

Piazza del Campo - Itália

Aqui, é feio um homem não chorar. Aqui, é feio um septuagenário não chorar. Aqui, no meio desta Piazza del Campo, em Itália, na medieval Siena, o homem culto que é o antigo director da Biblioteca do "Diário de Notícias", Leonel Gonçalves, Amigo, ex-Colega, e, na circunstância, Companheiro de Viagem, chorou de emoção.Chorou. Testemunhei-o.
Num silêncio único e sem relógio.

Revelo-o porque é urgente sentir o que às vezes teimamos não querer ver
-  mesmo sem sair de Portugal.
A emoção é urgente.  Mais do que olhar, é urgente VER. VER.

Desculpa, caro Leonel! É preciso dizer, escrever, isto.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Singularidades de Chaplin

De uma biografia de Chaplin com eventual interesse para os das mensagens ultra-sónicas (do "ai que bom vai ser, não foi..."):

"SINGULARIDADES: Chaplin, uma máquina humana de sexo, que como estimulante sexual recitava passagens eróticas de Funny Hill e de O Amante de Lady Chaterley, conseguia dar seis fornicadelas sucessivas, com intervalos de cinco minutos entre cada uma."


in "A Vida Intíma de Gente Famosa"

Charlie Chaplin (Charlot) - O Barbeiro


Minhas Senhoras e meus Senhores, aqui têm o Charlie Chaplin de que vos "falei" no post anterior.Que vos sirva de inspiração para um eventual filme acerca das sofisticadas relações de amizade fantástica destes tempos facebookianos, tão do agrado dos apressados da vida.

Esta comunicação massificada que temos ...




















Não vou dizer quem, nem quantas vezes, nem quando, nem a propósito de quê, nem qual das vias postas ao dispor pelas chamadas Novas Tecnologias me "provocou", mas ... mas que "isto" está a precisar de um qualquer novo Charlie Chaplin, está.


Temos blogues aos milhares (milhões?...), temos os respeitáveis Amigos de carne e osso que, em princípio, já tínhamos, mas logo em cima deles, a pretexto da apressada vida moderna, aparecem os Facebooks e outros que tais que, numa parte dos casos, simulam fraternidades...


Entretanto, sente-se, o mundo não melhorou: continuam as confusões, as ameaças de guerra mudaram de estilo mas permanecem (se é que não aumentaram...); a miséria física continua, a miséria cultural persiste, os jogos financeiros refinaram  métodos (para pior), as associações de solidariedade social, onde tinham gente necessitada, passaram a ter clientes, mas continuam a viver "à rasca"; onde havia uma fisga, há agora uma arma que, em vez de matar um de cada vez, faz logo isso por junto... Em resumo, temos "isto", a INTERNET, mas cada vez nos sentimos mais a viver "no arame"...


Numa palavra, o que continua a faltar é CORAÇÃO. Alma, Internet, com certeza, mas calor, calor humano. E não o refinamento desta conversa que me sublinharam, há uns 30 anos, em Estocolmo, na civilizada, diz-se, Suécia:


"- Olha vai ali adiante o teu irmão, que não vez há um bom par de anos...
- Não te preocupes, telefonamo-nos todos os dias..."


Estamos pior do que há trinta anos. Embora haja o Skype e sucedâneos. Fora o que não sei e é da electrónica, de certeza.


Ganhámos, eventualmente, a "presença" dos que, estando longe, nunca conseguiriam estar perto ... Certo. Mas o mundo melhorou? Há menos doentes do foro psiquiátrico, por exemplo. Há menos guerras? Menos fome? Menos desavenças familiares? Há quantos anos Portugal não vivia com tantas dificuldades?...


O que acho é que tudo aumentou, excepto a GRANDEZA HUMANA. Que finge, finge - como eu que insisto em vir para aqui dizer coisas, como se toda a gente estivesse a ler-me.


Tudo, ou quase, é virtual. E do virtual nos alimentamos, na ESPERANÇA, na ESPERANÇA de que nos oiçam, nos leiam, nos vejam, nos AMEM.


Regressa, regressa meu querido Charlot! Depressa, depressa antes que o mundo comece a fingir, ainda mais do que agora, que dá pelo nome de HUMANIDADE - sem saber para quê, mas a caminho da patetice global, depois das grandes amizades de plástico que ensaia há uns anos.Sobretudo, nos últimos, diria, vinte, trinta, quarenta anos.


E cá fica mais um quixotesco "post" para fingir que estou por dentro... Graças a Deus (posso dizer assim?...), as estatísticas sublinham, com regularidade, que no JARDIM7 somos cada vez mais ...


Olhem, que isso seja tido em conta "na hora de somar pecados ..." Assim seja!


Mas, caro Charlot a haver, não te esqueças do "meu caso"... É que, conhecendo-me, há quem me escreva como se eu não fosse eu... Que, ainda por cima, tenho um nome menos comum do que Manel, por exemplo.


Um abraço virtual para todos. Demoro aqui. No banco (do jardim).

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Treino em Atenas

"SE ... vou ver-me grego..."
Fotomontagens

"Lembrando-se da esmerada educação que recebera na Suiça, disse ..."

Assim não presta. Do que eu tenho saudades é da velha Ribeira e do velho Bolhão. Agora acho que a política está muito informatizada. Um tipo quer mandar para o c..., quer dizer que o outro é um f... d... p..., quer mandar para a p... q... p... um sujeito que, por exemplo, tenha levada a vida a enganar-nos, e, zás, dizem-lhe logo assim: "olha, filho, envia "mails" a toda a gente a "denunciar a situação"...


Qual "mails", qual p..., o que me apetece, nestas circunstâncias, é ir à Ribeira e desabafar, ir ao Bolhão e dizer das minhas.

Tenho razão, eu!


Olhem, um dia destes, coisa fina, fui à Feira do Livro, que é educada (apesar de, este ano, ter acontecido, naquela que chamam a pré-campanha eleitoral) e o que é que lá encontrei?... Uma preciosidade, sim, uma preciosidade: um dicionário ... O Dicionário de Calão, de Albino Lapa. Rejubilei. Preço da edição: umas cinco vezes mais alto do que o que dei nos tempos do velho Mercado da Ribeira, no Cais do Sodré, em Lisboa. Respirei fundo. Até que enfim. Do mal o menos: informatizaram os insultos, mas ainda há, felizmente, quem cultive o puro ... Embora... embora não como antigamente ... Quantas vezes, se estivessemos noutros tempos, eu não teria mandado à m... o, esse, a quem, parecem meninos de coro, chamam apenas mentiroso, aldrabão ... Coisas assim, sem Ribeira, sem Bolhão. SEM VERDADE. Gatunos! Roubaram-me o palavrão. Se eles soubessem quantos ansióliticos uma pessoa toma para se aguentar ...


Vão para o c... (ía-me a sair...). Ainda bem que o dia 5 de Junho já vem aí... Estou farto do algodão em rama destes cobardes que, em vez de dizerem, cara a cara, o que devem, andam a encher a gente de "mails" ("mails", já se viu?...) que nem o velho manguito dos antigos valem ... Não há, na verdade, nada que chegue a bom manguito. O Paulo Portas, que é educadinho, lá anda pelos mercados, mas não fala, não se expressa ...

 Ah, meu rico Bolhão! Já nem peixeiras temos como antigamente. Isto está pela hora da morte... Tudo muito higienizado. 

"E lembrando-se da esmerada educação que recebera na Suiça, disse: porra não! CHIÇA!..." 

C h i ç a ...Olha, c h i ç a !... "M a i l e z i n h o s..."

Balha-me Deus!...

EUA - milhões de descendentes de imigrantes e alguns peles vermelhas

 De um artigo de M.A. publicado na imprensa de Lisboa,
mais tarde inserido no livro "Os Portugueses no Mundo"
















"(...) Surge de vez em quando (...) o engodo desmedido pelo dólar, e a vida torna-se, assim, menos bela, mais interesseira, algo desagradável. Os que reagem, contudo, a este estado de coisas, fazem-no, não raro, sem conta, peso e dedida e surgem, deste modo, aqui e além, os americanos marginais, ou simples rebeldes, descontentes uns, vivendo à sombra da sociedade outros.

Há ainda os que, talvez fartos da abundância, procuram na droga a nova "emoção" que o comum dos mortais não tem.

(...) A América do Norte são umas Nações Unidas feitas país. A ela acorrem gentes de todas as raças e credos, com liberdade total de movimentos e com oportunidade de se tornarem americanos de pleno direito.

No Congresso cada vez que alguém se lembra de propor que as reformas dos naturalizados só devem poder ser gastas nos EUA, logo se levantam tais protestos que a ideia é abandonada, face à pressão dos grupos que constituem o povo americano de hoje. Aí e sempre, só os peles-vermelhas estão inteiramente de acordo com este tipo de propostas. Com eles, só com eles, nunca haveria, por isso, exportação de capitais, mas os EUA também talvez jamais passassem da cepa torta. Digo-o francamente, sem racismos, que não é coisa que passe pela cabeça de um português - a menos que o obriguem." 


NOTA: escrito em 1981.

Galeria Nacional de Fotomontagens ( XV )

"- Presidente, aqui para nós: já me viu aquela bronca no FMI?!...
Quem é que pomos lá agora?...

- Não me diga nada, Majestade!... Só os States precisam, todos os dias, de 4 mil milhões de dólares emprestados 
e ainda não sei onde os vou desencantar ...  

- Não acredito !!!

- É verdade, Majestade!... É a vida!... Mas... mas não falemos nisso...
Mudemos de assunto. Esta malta adora fofocas... Sabe como é...

O que eu gostava mesmo de ver eram as vossas jóias da Coroa ...
Devem ter custado um dinheirão ... Dizem-me que são lindas!...

- Olhe, Presidente, com toda a franqueza, não sei se o Protocolo considerou a sua "espreitadela" ao Tesouro ...
Mas eu, depois, digo-lhe, fique descansado ... Vou ver se é possível uma visita guiada ...

Desculpe, Majestade, mas, caneco, até já estou a esfregar as mãos de contente ...

(quem adoraria ter esta oportunidade, sei eu: eram os gregos e os portugueses
 - gente também muito rica de história ... Cala-te boca!...)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Frases

Mikhail Gorbatchov in Perestroika (Publicações Europa-América - Estudos e Documentos 1987)



 "Os namoros políticos e a distribuição em massa de recompensas, títulos e bónus substituiram muitas vezes uma genuína preocupação pelo povo, pelas suas condições de vida e de trabalho, por uma atmosfera social favorável. Surgiu uma atmosfera de "vale tudo", sendo cada vez menores as exigências nos campos da disciplina e da responsabilidade. Foram feitas tentativas para encobrir tudo isto com pomposas campanhas, tanto a nível local como central. O mundo das realidades do dia-a-dia e mundo da prosperidade fingida divergiam cada vez mais."




Galeria Nacional de Fotomontagens ( XIV )

Almoços com a classe trabalhadora do nosso povo

Ao espelho, a redescoberta

Há povos cujo passado glorioso, comparado com outros que foram "descobertos" e/ou colonizados, não consegue expressar-se no seu quotidiano presente. Portugal faz parte desse "absurdo" colectivo dos povos às aranhas... Mas a Grécia, que tanto deu ao mundo, também não acerta; a Itália, rica de passado, volta não volta, revela-nos, pelo seu lado, a sua porca miséria... Etc, etc. É assim. Com nítida, digo eu, excepção para a Grã-Bretanha que lá "arranjou" um esquema para se defender e continua a andar aí pelo mundo, criticada, sem dúvida, mas triunfante, agora com a sua Elizabetezinha, sem grandes estremeções... Tem aquela parlamento com risco ao meio, vai-se passeando pelo mundo de mão dada com os States, pôs toda a gente a falar inglês, enfim, "sabe fazê-las..."

Nós, entretanto, que nos fartámos de remar, de apelar aos ventos, de beber água salgada, de parlamentar, ficámos uma espécie de mãe tísica que, nalguns casos, pariu promissores pimpolhos - mas... mas que continua tísica... Tísica neste espaço geográfico, com a Espanha a empurrar-nos para o Atlântico - o que, pelos modos, note-se, podia ter sido a nossa sorte, se soubessemos ser... ser mais trabalhadores e persistentes em causa própria ... Enfim! ...

Agarremos, entretanto, à falta de melhor do ponto de vista interno, o que a História ainda não tirou a limpo. Oiça-se a voz do Prof. Kenneth Gordon McIntyre, que já nos deixou, e que tive a honra de cumprimentar em sua casa, no Estado de Vitória, na Austrália:

"(...) O essencial das minhas conclusões a propósito da descoberta da Austrália pelos portugueses, baseia-se nas onze versões dos mapas Dieppe, desenhados entre 1536 e 1566. Cada um deles revela um continente, a sul, que podemos identificar como sendo a Austrália. (...) Embora, actualmente, o clima político seja outro, sabe-se que, nestas coisas, quando a eventual descoberta é concretizada por uma grande potência (no caso, a Inglaterra), a respectiva publicidade tem a dimensão correspondente. A enorme divulgação dada às descobertas de Colombo na América e às de Cook na Austrália, podiam ter sido silenciadas se a Espanha e a Ingleterra não fossem, na época, superpotências como tal incontestadas. Portugal sempre foi considerado um país fraco, pequeno e pobre e, portanto, o menos provável
"concorrente" em façanhas deste tipo. Não obstante o seu valioso passado histórico." (*)

Uma coisa é certa (digo eu...): se Portugal pudesse nesta altura inventar um espaço, com o mínimo de condições naturais, para, por absurdo, fazer um país a partir do nada, tinha uma solução:

criar as condições políticas e administrativas para aí se trabalhar e ... e reunir todos os nossos emigrantes espalhados pelo mundo para lá se criar como que um, finalmente, glorioso novo império".

Posta de lado, por absurda, esta hipótese, só nos resta, finalmente, neste quintal, darmos sinais de que, em democracia, TODOS, somos capazes.

Nunca é tarde ... Vota isto.

*in "Entre Vistas nos Arredores das Montanhas Azuis", de M.A.

terça-feira, 24 de maio de 2011

madredeus - haja o que houver


Que saudade desta voz e deste grupo! Haja o que tiver havido...

Quadras para flores de papel

















Que pode um homem fazer

Sem caroço p'ra nada?

- Olha, deixa-os feder

Mas sem a letra mudada ...

Galeria Nacional de Fotomontagens ( XIII )

- Gostam deste disfarce
 ou acham que é uma barbaridade?...

Papéis velhos - justiça medieval

"O padeiro fêz menos pão do que devia com a farinha que tinha recebido: poderá ser condenado à morte.

O ladrão foi apanhado em flagrante: se for reincidente, com certeza terá a mão cortada. O acusado esperneia e diz-se inocente: será atirado para uma tina cheia de água; se flutuar, os seus protestos serão aceites; se se afundar, ninguém duvidará da sua culpa."

Chiça! Ainda bem que já não vivemos na Idade Média.

Façamos, no entanto, um exercício para, assim às primeiras, ver quem é que flutuava e quem é morria   afogado ... Em Portugal, por exemplo. Hoje.

É um mero exercício para "animar" a família ...

Para um eventual serão cultural no Rossio

Do poeta português Cesário Verde vou "dizer" uma poesia muito conhecida, que dedico à organização do encontro no Rossio. Espero com este gesto dar um contributo, modesto embora, e sem ofender ninguém, para o reforço da solidariedade internacional aqui expressa nesta sala de visitas lisboeta. Muchas gracias!

Todas as noites ela me cingia
Nos braços, com brandura gasalhosa;
Todas as noites eu adormecia,
Sentindo-a desleixada e langorosa.

Todas as noites uma fantasia
Lhe emanava da fronte imaginosa;
Todas as noites tinha uma mania
Aquela concepção vertiginosa.

Agora, há quase um mês modernamente,
Ela tinha um furor dos mais soturnos,
Furor original, impertinente ...

Todas as noites ela, ó sordidez!
Descalçava-me as botas, os coturnos
E fazia-me cócegas nos pés ...

Disse.
M.A.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Lisboa, Rossio - "Manifesto Puerta del Sol"

Passei por eles no Rossio e ... e parei para fazer os "bonecos" que adiante poderão "ser apreciados".

Entretanto, a NET diz-me que se trata de uma:

Vígilia permanente a propósito do tema genérico em epígrafe, mas com adaptações à realidade portuguesa.

"NÃO NOS DEIXAM SONHAR, NÃO OS DEIXAREMOS  DORMIR", sublinha-se.

Prevê-se: "criação de grupos de trabalho: logística; comunicação e informação; cultura; assessoria jurídica e segurança; acção directa; manifestações e manifesto."

Sugere-se, entretanto, aos aderentes para levarem:

água
cartão
almofadas
esponjas
mesas
sacos de lixo
alguidares
vassouras
chapéus-de-sol
cordas
lonas
lençóis
bens alimentares
material de primeiros socorros
materiais para estaleiro criativo.

As imagens, os "bonecos" que "captei" são, sem comentários especializados, embora me pareçam um pouco badalhocos, os seguintes:



Vista "general"  Rossio

Vista menos "general"
Não se percebe se falta, ou não, uma cedilha ...










Five Rings - no Museu Berardo

O "catálogo" de apresentação diz assim: "Five Rings apresenta-se como um percurso através de uma sequência de "palcos" que nos conduzem até um espaço de memória ficcional. A exposição tem lugar nas salas mais escuras do Museu Colecção Berardo. O intimismo (...)" Etc, etc.

Faltou-me, confesso, a sabedoria de um bom aprendiz de René Huyghe, para que o DIÁLOGO, no caso, COM O in VÍSIVEL fosse possível ... Mas achei muito sugestivo isto:

"Orla e Rui Chafes (...) evitam as grandes e luminosas de exposição,
criando um espaço de intimidade e de natureza artificial"

BES Photo 2011

Inicialmente, meu ver, encolhida, a BES Photo, no activo de 2004, ocupa agora, no espaço do Centro Cultural de Belém - Museu Colecção Berardo, mais paredes do que "antigamente". E a pergunta é: mérito da iniciativa ou necessidade de, por falta de outras obras para expor, fazer medrar o pão com a farinha que há?

Gostei, apesar de tudo, dos documentos que vi - de Angola, Moçambique, Brasil e Portugal. Regra geral, a beleza na desgraça. Que foi ou se adivinha virá a ser. Em cada disparar da câmara, um resumo, o conto que deixa adivinhar o romance... Na maior parte dos casos, a angústia sentida assim passada ao outro que não tem dificuldade em a "adivinhar"... E sai-se a preto e branco desta BES PHOTO que, nem sempre, no papel, tem outras cores.

Nota: há trabalhos de construção civil, em curso, no Museu Berardo que fazem prever, para breve, outras iniciativas, eventualmente mais apelativas do que esta, que acaba já no próximo dia 13.E que, apesar de tudo, não se deve perder. Temos que ajudar a banca ... No caso, moralmente, claro.

Meditar para agir. Já!

Oliveira Martins in História de Portugal

"Arruinada no fim do XVI século, e perdida a independência, a nação arrasta uma vida pedinte e miserável no XVII século, à mercê da Europa e das suas intrigas de equilíbrio. No século XVIII o rendimento do Brasil vem dar riqueza a um país desolado e despovoado; e agora, de facto perdida outra vez a independência - se alguma houve realmente, a não ser durante o reinado do marquês de Pombal

perdia-se com ela o tesouro português. No fim do XVI século, era o desabar do império ultramarino que fazia cair por terra a nação. A dinastia de Avis soube acabar heroicamente. O D. Sebastião de agora, o D.Sebastião dos Braganças, sabia fugir em vez de morrer; sabia apenas sacrificar tudo para se salvar a si, como fizera o avô, D. João IV. Por tudo isto, o último homem dos de Avis deixou no coração do povo um rasto de luminosa saudade, e o último homem dos Braganças deixou apenas aquele enjoo que provoca o vómito ... Quando Napoleão saiu e voltou a paz, deu-se o balanço à fortuna portuguesa. Era um sudário de miséria e solidão. De 1807 a 14 a população baixara de meio milhão: um quarto do que fora. Não havia quem trabalhasse; Beresford fizera soldados todos os que não eram frades, nem desembargadores, nem cónegos e capalães cantores, ou castrados. Não havia cultura, nem indústria, nem  gado, nem pesca. De cada 2000 recrutas só às vezes dois sabiam ler. Até o princípio do século, com uma população de um quarto maior, bastava importar por ano 10 milhões de cruzados de trigo: agora necessitavam-se 40, e mais 23 de bacalhau, num país que é uma faixa marítima e piscosa. A desgraça crescia de ano para ano. 19 era muito pior do que 18. Em Lisboa e Porto tinham entrado menos 416 navios, tinham saído menos 238. As importações de fora baixavam de 49 a 37 milhões; as exportações de 42 a 26. Para o Brasil, em 18 tinham ido 20 milhões de géneros, em 19 iam só 16; tinham vindo 24 milhões, vinham 19 apenas. No congresso (1821, Fevereiro) lamentava o ministro, ainda sectário do equilíbrio económico pombalino, que o deficit total da balança do comércio português fosse 21 milhões de cruzados. As finanças arruinadas reproduziam o estado da indústria, do comércio. Custava a casa real por ano, apesar do rei estar ausente, 260 contos; e só por si as cavalariças absorviam 80. O comissariado consumia mais de 1200 contos; e ao mesmo tempo que os operários das fábricas de Portalegre e da Covilhã pediam esmola, o deficit do orçamento anual chegava a 2000 contos."

2011, Maio: vamos às comparações. JÁ! Antes de se votar.

E, como diz por aí um leitor de jornais, "não se esqueçam da auditoriazinha às contas públicas."

Galeria Nacional de Fotomontagens ( XII )

"Entre les deux mon coeur balance ..."

domingo, 22 de maio de 2011

Contraluz

Penha - Guimarães

Frases






Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, hora e meia antes da final da Taça de Portugal, no estádio nacional do Jamor:


"... se até no Santuário de Fátima fizeram obras, porque não aqui?!..."

Galeria Nacional de Fotomontagens ( XI )

-  Irmãos,
vamos todos ao Braga,
com o nosso querido Porto gal no coração!...

Rezem comigo:
"... agora e na hora ..."

Canteiro de palavras (XXII) - Portugal e Oliveira Martins


"(...) Camões fulminava, pela boca do velho do Restelo, os que arrastavam Portugal para o mar; com Plutarco também condenou Temístocles por ter lançado os atenienses no caminho das empresas marítimas.

(...) Não tivesse a Grécia sido colonizadora e marítima, e a sua voz educadora jamais se teria ouvido no mundo. Outro tanto diremos nós. Não tivessemos alargado pelo mar um nome sem razão de ser na Europa, e, jungidos à Galiza virente e à Castela farta, teríamos tido menos fome e menos dores, menos misérias decerto, mas nenhuma honra, também, na história. O próprio nome de Portugal não teria existido senão como lembrança erudita de um certo condado, que, nas mãos de princípes astutos e atrevidos, conseguira viver alguns séculos separado do corpo da nação espanhola."

The Power of Words

sábado, 21 de maio de 2011

Entrevista ao Prof. Doutor Ricardo Nuno Futre Pinheiro


 "Não há nada como realmente e é bem certo..." 

Sugestão - quase mensagem. UM PEDIDO.Isso!

Escultura de Teixeira Lopes - 1890


Ditosa Pátria
"(...) levantai hoje de novo o esplendor de Portugal!"

Srs. Professores, neste final de ano lectivo,
uma sugestão,
eventualmente desnecessária: 
tentem mobilizar os vossos alunos
para trabalhos finais
 que nos acordem a todos.

A vossa intervenção é fundamental - sem rótulos, que tudo estragam ...
Um abraço.

Sousa Martins - o "santo laico" (1843-1897)


Dizem os livros e está na NET: "homem de actividade inesgotável e praticante incansável da caridade junto dos mais desfavorecidos. A sua figura assumiu contornos de santo laico."

Nada a fazer!... É um espectáculo lamentável, mas é assim ... Somos o que somos.
Temos aldeias recônditas na cidade grande...

O Brasil está cheio delas também, como se sabe.Da Baía, por exemplo, importamos nós as fitinhas...
É assim!... Não há orações que cheguem para tanto laicismo...


sexta-feira, 20 de maio de 2011

O debate José Sócrates - Passos Coelho

Por razões naturalmente indesejáveis, à hora do debate entre José Sócrates e Passos Coelho, estava a acompanhar um familiar na sala de espera, após triagem, de um hospital público de Lisboa.

Em resumo: o que sei do confronto político em causa é quase nada.

Mas uma coisa (a única nesta altura)  posso afirmar: se o futuro tiver alguma semelhança com a sala onde permaneci duas horas no Santa Maria, em Lisboa (foi o caso),  podem limpar as mãos à parede ...

Galeria Nacional de Fotomontagens ( X )


- Vá, vá ... Faz ... faz uma aliança comigo ... Sim?...

- Não! Não quero!... Tu és feio ...


Histórias dos "Vigaristas da Baixa"

Quem tiver a paciência de ir ao meu "post" de 5 de Março último percebe que, na turma, era o Manecas que "dominava". Mais do que pelo físico, a malta sentia nele um certo ascendente, que não sei explicar... O que sei é que, um dia, cerca de uns dez do meu grupo, decidiu ir brincar aos polícias e ladrões no Jardim Botânico, em Lisboa, que, como se sabe, não é assim tão longe do Largo do Carmo onde, na Veiga Beirão ("Vigaristas da Baixa", chamavam-lhe...), frequentava, de segunda a sexta, a Escola Secundária.

A serenidade, a tranquilidade do jardim não permitia grandes alvoroços, mas lá nos organizámos: cinco para cada lado, uns a fazer de polícias, outros no papel de ladrões... O Manecas ficou no grupo dos ladrões, eu fiquei no dos polícias.

Dispersaram, a dada altura, os ladrões no meio do denso arvoredo do Botânico e ficaram os polícias a combinar a estratégia para prender os adversários "malfeitores"... Deixaram-se passar uns dez minutos e toca a palmilhar, cada um para seu lado, à procura dos bandidos, entretanto, escondidos, algures.

Foi então que terei dito, mais ou menos, o seguinte: "o Manecas é comigo!..." Com o acordo da malta, afastei-me do grupo perseguidor e ... e, depois de ter palmilhado em vão, algumas centenas de metros, tomei uma decisão "histórica": sentar-me atrás de uma das árvores de tronco com maior diâmetro, à beira de um caminho, de passagem, diria, "obrigatória" e ... e ficar a ouvir a passarada e a espreitar à volta ...

 Recordo-me de, naquele desassossego tranquilo, ter esperado, esperado, esperado ... até que, até que o Manecas, com ar entre o calmo e o desconfiado, resolveu abeirar-se da "minha árvore", sem viv'alma nas circunvizinhanças.

"Estás preso!" - gritei.

"Ganhámos!" - disseram os outros  "polícias" que, entretanto, se tinham apercebido do sucedido. "Já prendemos os outros quatro. Faltava só o Manecas ... Ganhámos! Iupi!..."

E lá fomos para as aulas, robustecidos com a vitória sobre o Manecas grande e o seu "grupo de malfeitores".

 Passaram, entretanto, os anos e aconteceu-me, no outro dia ... Não, não, não!... Estou sem paciência para esperar. Não conto. Saúde para todos! Sinto-me bem aqui à sombra, neste banco de jardim que tem árvores parecidas com as do Botânico da minha saudade. Reinem vocês! Eu, agora, estou farto de ... de brincar ao esconde-esconde... Tanto mais que hoje fala o Coelho e o Sócrates... Não posso desconcentrar-me.

Mas, se se proporcionar, um dia conto-vos mais histórias. Dos "Vigaristas da Baixa" ou de outros ...

Do perfil do Manecas: "um dos principais inimigos da GNR do Carmo ..."

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