terça-feira, 25 de junho de 2013

CRUZEIRO DA AMIZADE AO BRASIL - Agosto/Setembro 1972 (14)

É o adeus ao Brasil, é o adeus à Cidade Maravilhosa da canção. Mas ainda não vai ser Lisboa da saudade geral. A saudade vai passar pela terra da ... da Saudade: Cabo Verde das mornas. S. Vicente com Santo Antão à vista. Para uma lágrima de ternura e um até sempre!

A bordo, entretanto, já todos se conhecem: houve Dança da Tesoura,  Baile da Fantasia,  Hino do Cruzeiro e também, além de Paco Bandeira, tivemos José Cheta e Serão dos Passageiros. Houve casamentos apalavrados. Houve namoros para ficar e amizades para perdurar. Entre pessoas e entre as pessoas e as paisagens visitadas ... Houve bailes que se sucederam a bailes. Brindes até cair para o lado ... 

Há barbas que cresceram, há gente mascarada, há gente vestida de comandante, e há tripulação que nunca o foi ... A sensação geral é de que o Infante D. Henrique, à força de rasgar com regularidade as mesmas ondas,  aprendera a navegar sozinho ... E sabia de cor onde é a Rocha Conde Óbidos, em Lisboa. E ía chegar cheio de crónicas para serões a haver, cheio de fotografias para mostrar a toda a gente, cheio de serpentinas para perpetuar, em terra, a festa que, a bordo, dir-se-ia não ter fim ...

O Infante D. Henrique, na noite da aproximação a Lisboa, meteu-se nos copos e se não fosse a experiência de alguns sóbrios, não sei como atracaria ... Mas atracou. Atracou sem que ninguém, em terra, conseguisse perceber quem eram aqueles/aquelas que acenavam de bordo - pretos pelos dias e dias ao sol, em pleno oceano, mascarados por horas seguidas sem regras ... Seres estranhos, dir-se-ia.

Para trás ficara a Passagem do Equador, o Rio, os brotinhos de Copacabana, Brasília a insinuar Futuro, as Escolas de Samba, o Maracanã, o Corcovado, o Pão de Açúcar, o Butantan, em S. Paulo, a Candelária, o Real Gabinete Português de Leitura, a Rua do Ouvidor, o Canecão, a Tijuca, Olinda, a missa a bordo e ... e uma vontade enorme de voltar, quiçá, um dia, pelo Carnaval, por exemplo. Que também "é o fim", registe-se já ...

"Restos"
de um Carnaval vivido no Rio muitos anos depois ...
em pleno Sambódromo (das nove da noite às nove da manhã)








Teatro do Tempo que Fez

 Uma nuvem como se fosse uma cortina no teatro da Gardunha


Homenagem (tardia) *


* só agora se conseguiu recuperar a fotografia que encima este "post".
Fica, fora de tempo, a homenagem à P.R. e ao Cônsul de Portugal em Melbourne,
que facilitaram e acolheram esta edição, 
escrita com as palavras doridas ou risonhas dos portugueses 
que vivem e trabalham do outro lado do mundo


Águas paradas


Emoções *

                             * de um e-mail recebido (bem-haja!), em que o que mais impressiona
                                                                             
                                                                          é a
                                                         JUVENTUDE,    
                                              a alegria, a destreza do manipulador.



Brasil num poema de Miguel Torga









CRUZEIRO DA AMIZADE AO BRASIL - Agosto/Setembro 1972 (13)

BAÍA-DE-TODOS-OS-SANTOS

Jorge Amado, presente!

"Não é justo que tanta miséria caiba em tanta beleza"

"Verás as igrejas grávidas de ouro. Dizem que são trezentas e sessenta e cinco"

"(...) junto com o pitoresco e a poesia te direi da dor e da miséria."








































JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (72/254)


























Carlos Pinto Coelho, presente!

Monsanto


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Do lido, o sublinhado (38) - Nelson Mandela e o marxismo





in LONGO CAMINHO 
PARA A LIBERDADE, 
autobiografia de Nelson Mandela




"(...) Das minhas leituras de literatura marxista, e de conversas com marxistas, retirei a impressão de que os comunistas consideram o sistema parlamentar do Ocidente como antidemocrático e reaccionário. Eu, pelo contrário, sou um admirador de tal sistema.

A Magna Carta, a Petição de Direitos e a Declaração de Direitos são documentos venerados por democratas de todo o mundo. Tenho grande respeito pelas instituições políticas britânicas, e pelo sistema judicial do país. Considero o parlamento britânico como a instituição mais democrática do mundo, e a independência e imparcialidade do seu poder judiciário nunca deixaram de despertar a minha admiração. O Congresso Americano, a doutrina do país da separação de poderes, assim como a independência do seu poder judiciário, despertam em mim sentimentos semelhantes."

DOMINGUIZO - anos 50 do século passado

O escrito ... 




























... e o retratado





reVER Lisboa

Que bom, reVER Lisboa (obrigado, C.M.!)

"A TUA CARA NÃO ME É ESTRANHA" ( 5 )


Portugal entre gente remota ( 5 )













Na Austrália, à conversa com Benvinda Xabregas, "médica dos portugueses", em Petersham, nos subúrbios de Sydney

"(...) um dia um doente entrou no meu consultório com uma grande dor de ouvidos ... Eu não compreendia bem o que ele estava a procurar dizer-me, mas tentei dar-lhe comprimidos, coisas assim ... Cá nós actuamos mais à base de comprimidos do que de supositórios, mas, no caso, acabei por receitar supositórios, sem explicar, contudo, de que medicamento se tratava ... O senhor foi para casa e, passados dois dias, veio dizer-me que se sentia pior ... Estranhei e perguntei-lhe: 

- Mas o que é que está a acontecer?... Não se está a dar bem com o medicamento?...

- Não, estou cada vez pior e isto fica em cera cá dentro ..."








CRUZEIRO DA AMIZADE AO BRASIL Agosto/Setembro 1972 (11)

AMIZADE razão (comercial) Patriótica de um cruzeiro - muito bem organizado, animadíssimo, único, quiçá, Histórico.

Classes? Só as do Infante D. Henrique, enquanto navio de passageiros, que optaram no dia-a-dia por uma  classe única - se quiseram participar, divertir-se, dizer, ouvir dizer e cantar,  piadas a tudo, hinos a tudo ...

Viva o 7 de Setembro! Foi a conclusão. A, por certo, programada, mas saída das profundezas de cada viajante. Sempre (sorte nossa) em mar sereno. Para que, dir-se-ia, a AMIZADE saísse sublinhada, como foi o caso. A bordo e no contacto directo com um Brasil em festa. Que aqui se recorda. Com saudade.

INDEPENDÊNCIA OU MORTE!


































































JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (71/254)


Directamente do Porto, via RTP

































domingo, 23 de junho de 2013

JARDIMAGENS


Um autógrafo de Jorge Amado


Opinião


CRUZEIRO DA AMIZADE AO BRASIL - Agosto/Setembro 1972 (10)

São horas e horas de gravação, são dezenas e dezenas de imagens a testemunhar TUDO, para que, sem o adivinhar à partida, aqui saissem 10/12 "posts" ...

Vamos no 10º. Com a certeza de que o importante é o que fica por dizer ou mostrar. No entanto, valendo mais alguma coisa do que nada, aí se testemunha a 10ª presença a contar, a mostrar pequenas passagens do muito que a emoção registou num simples cruzeiro.

Voltamos ao Rio, mas agora ao Rio em festa. Ao Rio centro das Comemorações do Sesquicentenário da Independência do Brasil. Ao clima de festa onde o papel de um português vindo da Pátria-mãe é de congratulação por mais uma vela que se acendeu, mas não uma vela qualquer: uma vela grossa de 150 anos de alforria, sem as agruras de certas alforrias ... Melhor dizendo, 150 anos a fazer história contemporânea - o menos turbulenta possível.

Que as imagens aproximem o que as palavras ...Com as palavras de José Hermano Saraiva para reflectir:

"Quando, em 1821, D. João VI, embarcou no Rio para Portugal, o movimento separatista dominava todos os meios intelectuais e económicos do Brasil e a marcha para a independência era um movimento irreversível.

O Brasil contava então três milhões e meio de habitantes, sem contar os índios; em quarenta anos, crescera meio milhão. Quase toda essa população era de origem portuguesa e grande parte nascida em Portugal, porque a emigração na segunda metade do século XVIII foi extremamente forte. A situação económica era de prosperidade e em contraste com a decadência portuguesa. Havia a ideia da superioridade do Brasil em relação à velha metrópole: dizia D. Pedro que era Portugal, "Estado de 4ª ordem e necessidade", que se devia unir ao Brasil, "Estado de 1ª ordem", e não o Brasil que se devia unir a Portugal."














JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (70/254)


sábado, 22 de junho de 2013

FARRAPEIROS 2013 - no Dominguizo

Em Portugal, como, penso, em todo o lado, há sempre mais quem diga que faz (ou faria) do quem faz ... Com o devido respeito por quem não sabe fazer, a homenagem aos que, numa aldeia do interior beirão (DOMINGUIZO), FAZEM. Fazem porque conseguem mobilizar quem gosta de fazer. 

Politizar é outra coisa. Aqui os verbos são AMAR, IDEALIZAR, ANIMAR, MOBILIZAR, MELHORAR, CONCRETIZAR. E a obra nasce assim, vai renascer assim. Como em 2011 e em 2012. Plena de juventude. Para TODOS. Porque o Farrapeiro é património do concelho, pelo menos. Tem uma história. Que, antes de ser festa, foi trabalho, foi suor, é parte da prosperidade de muitos.



JARDIMAGENS


CRUZEIRO DA AMIZADE AO BRASIL - Agosto/Setembro 1972 (9)

Brasília

Do Rio de Janeiro, o avião, para alguns (poucos) dos do Cruzeiro, foi destino para tentar perceber, num relance, o então Brasil novo, Kubitschekiano, espécie de arquipélago de prédios pintados de fresco ou a aguardar construção, como era o caso da embaixada de Portugal, com o Infante D. Henrique, ali ao sol, feito estátua, à espera de enquadramento na romper do interior brasileiro, que os do Governo Federal já lá estavam, na altura, ainda longe das inevitáveis favelas a haver, a partir dos alojamentos das obras circundantes numa Brasília que se desejava de um Brasil novo, sem ministros tratados pelas guanabaras da ex-capital.

Foi bom conhecer a tentativa de um novo folgo para o legado de Álvares Cabral e de muitos mais.

Algumas fotografias-testemunho impressionista, que a NET, de Brasília, "sabe mais a dormir do que eu acordado"...







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