domingo, 26 de junho de 2016
Lírica - Canções
Luís de Camões - Lírica
Fermosa e gentil Dama, quando vejo
A testa de ouro e neve, o lindo aspeito,
A boca graciosa, o riso honesto,
O colo de cristal, o branco peito,
De meu não quero mais que meu desejo
Nem mais de vós que ver tão lindo gesto.
Ali me manifesto
Por vosso a Deus e ao Mundo; ali me inflamo
Nas lágrimas que choro,
E de mim, que vos amo,
Em ver que soube amar-vos, me namoro;
E fico em mim só perdido, de arte
Que hei ciúmes de mim por vossa parte.
MACAU: "Mulheres de Macau não querem chefes nem namorados portugueses"
Elas acham os portugueses simpáticos, mas há zonas de conflitualidade, conclui uma investigação que permitiu a João Laurentino Neves obter o grau de mestre. O director do Instituto Português do Oriente (IPOR) defendeu recentemente a dissertação na Universidade Aberta. Entre as conclusões a que chegou estão algumas surpreendentes.
João Paulo Meneses
O que pensam as mulheres de Macau sobre os portugueses radicados no território?
João Laurentino Neves, presidente do Instituto Português do Oriente (IPOR), passou das interrogações aos actos e investigou as representações e estereótipos que vigoram sobre os portugueses no território, apresentando as conclusões na tese de mestrado que defendeu recentemente na Universidade Aberta.
“Kuailous ou Po Tao Ya. Imagens no feminino sobre os portugueses em Macau” é o título da dissertação do novo mestre em Relações Interculturais, um texto que se encontra disponível online para consulta.
A propósito do título, que se pode dar a interpretações dissonantes, o autor explica na introdução ao trabalho: “De modo simbólico, o cantonense, língua veicular que prevalece em Macau, regista dois termos que refletem duas representações sociais dos portugueses - Kuailous (diabos brancos) e Po Tao Ya (aquele que vem de Portugal) consagram, de facto, duas percepções diferentes. Será pertinente para a perspetivação das relações sociais envolvendo a comunidade de portugueses, no presente como no futuro, compreender as diferentes tendências existentes que os dois vocábulos traduzem do ponto de vista simbólico”.
Em nota de rodapé acrescenta ainda que “termo kuailou ou kuai-lou (diabo branco) constitui um lexema que, não designando apenas especificamente os portugueses (antes os ocidentais), os teve, porém, entre os seus principais referentes, assinalando, de forma marcada, a oposição ao tôu-sán-chai (filho da terra). É, nos bairros mais tradicionais, ainda usado pela população mais idosa”, esclarece Laurentino Neves.
O autor detalha, naturalmente, o que pretendeu com este trabalho: “Analisar representações sociais e traços de estereotipicidade dos portugueses construídos por mulheres chinesas de Macau”. A partir deste objectivo geral, seria possível, nomeadamente, “identificar situações de contacto e de distância intergrupal”, “apreender atitudes e preconceitos face aos portugueses” ou “explorar perspetivas de futuro para a língua portuguesa em Macau, como factor de integração dos portugueses no território”.
Imagens positivas …
De uma forma muito genérica, “o estudo conclui que as representações sobre os portugueses são, no essencial, de pendor positivo e exibem uma abertura à proximidade social e à participação desta comunidade nas dinâmicas sociais da Região Administrativa Especial de Macau. Mas assinala também áreas de potencial maior conflitualidade na defesa, pelo endogrupo - as 175 mulheres de etnia chinesa, residentes em Macau, entrevistadas por João Laurentino Neves – de áreas vitais de afirmação dessa nova ordem social pós- transferência”. Noutro capítulo, o agora mestre em Relações Interculturais escreve que “efetivamente, as imagens sobre os portugueses são globalmente positivas, no sentido em que as marcas estereotípicas identificadas remetem para traços positivamente valorizados quer na cultura do grupo próprio das inquiridas quer, de facto, na cultura do exogrupo [os portugueses de Macau]”.
O estudo refere em concreto a “predisposição significativamente elevada manifestada pelas inquiridas para a proximidade social com portugueses”.
Na parte em que discute os resultados, o autor destaca por exemplo as “competências sociais dos portugueses, de modo particular a sua simpatia, e a forma como abordam a vida (vista como despreocupada e divertida) mereceram uma significativa valorização positiva pelo endogrupo”, sendo que “os dados apontam no sentido da existência de uma considerável predisposição para atitudes de proximidade social”, ainda que “a avaliar pelos dados ao nível do contacto efetivo, a prática social parece, no entanto, estar ainda longe desta predisposição de princípio que a recolha efetuada com recurso à escala de proximidade social parece sugerir”.
Ainda assim ....
Em determinadas áreas, contudo, “as imagens construídas perdem a positividade e a predisposição para a proximidade recua face a outras”. Uma delas é no “Trabalho”: “Não apenas os estereótipos sobre os portugueses são, nesse campo específico, marcados pela negatividade, como diminui a predisposição para a proximidade quando as relações nesse campo envolvem uma perda de poder do endogrupo, definido através de relações hierárquicas favoráveis a portugueses”. Daí o autor falar em espaço de “potencial conflito social”, citando outro autor. João Laurentino Neves explica mais à frente: “Se é bem aceite a ideia de ter colegas portugueses não o é, como vimos, a de ter chefes portugueses, cuja média do nível de concordância se situa mesmo a um nível que pode ser considerado não positivo”.
Outra área, descrita na dissertação como de “recuo”, verificou-se ao nível das relações interindividuais, “que impliquem a abertura a portugueses de alguns espaços socialmente mais simbólicos (o casamento, o namoro), denotando a intenção de que eles se mantenham preferencialmente no espaço de controlo do endogrupo”.
Chegado a este ponto das conclusões, o autor questiona: “Que espaço entende, pois, o grupo de referência dever existir para uma presença de portugueses no novo contexto político-jurídico de Macau e qual a qualidade dessa presença?”.
A resposta não parece ser animadora: “Apesar do reconhecimento conferido à importância que a presença portuguesa até 1999 assume para o ambiente social, económico e cultural atual da RAEM, não é particularmente significativa a concordância manifestada pelo grupo de referência relativamente à concessão de autorizações de residência e de trabalho aos portugueses na RAEM na atualidade”, defende o autor. “Por outro lado, a qualidade dessa presença parece ter igualmente perdido impacto no processo de construção da RAEM. O reconhecimento que é conferido à importância dos portugueses até 1999 não é acompanhado por um reconhecimento significativo do seu papel atual, se se tomar como referência a sua pertinência relativa face a outras comunidades. A representação expressa de que os portugueses não se distinguem, em termos de importância, face a outras comunidades migrantes, apesar desse capital acumulado no passado, parece também apontar para uma necessidade de preservação, por parte do endogrupo, de uma nova ordem social que chame a si a liderança dos processos e diminua o espaço de ação de outros”.
Um dado mais: as mulheres de etnia chinesa inquiridas pelo investigador entendem que “os portugueses vêem tendencialmente os chineses como inferiores” o que terá “certamente implicações ao nível da referida qualidade da participação reservada aos portugueses no desenvolvimento da RAEM”.
A importância da língua portuguesa
É aqui que entra a relevância da língua portuguesa, quando se analisam os “vestígios da presença portuguesa que concorrem para a singularização de Macau no contexto da RPC, tanto uma necessidade (reconhecida na Lei Básica da RAEM), como uma oportunidade”.
Nas conclusões da dissertação, João Laurentino Neves dá conta de uma certa ambiguidade face à prevalência e à importância do idioma de Camões: “(…) Se o seu estatuto como língua oficial parece recolher o consenso entre as inquiridas, o mesmo não se regista relativamente à obrigatoriedade do seu ensino curricular. A decisão deve, assim, do seu ponto de vista, permanecer sob sua opção individual, não se tratando, portanto, de um conteúdo identitário”, assinala o director do IPOR. Neves acrescenta que “o interesse significativo (de que as próprias inquiridas são exemplo) em torno da aprendizagem de uma língua que, apesar de ter acompanhado largos anos de administração portuguesa, pouco foi difundido entre a comunidade chinesa parece, assim, assentar numa representação essencialmente instrumental – a língua portuguesa está associada a uma perspetiva de mobilidade profissional (e social) que decorre, em larga medida, de opções estratégicas conjunturais da política da RPC. Por si só, este interesse pelo Português poderá, por este motivo, não alavancar mais e melhores contactos e relações intergrupais, nem constituir oportunidade adicional para portugueses”.
O PONTO FINAL contactou o director do IPOR com o objectivo de avaliar a disponibilidade para abordar algumas das questões suscitadas pela dissertação, mas João Laurentino Neves defendeu que a própria tese fala por si: “Pelas suas características, a reflexão efetuada tem um contexto e um alcance próprios. Apenas me parece oportuno salientar que reforça a importância da inclusão e da promoção de competências interculturais em todas as intervenções de carácter formativo, onde se inclui o ensino de línguas.”
Como foi feito o estudo?
A partir da pergunta-base “Exibem as imagens dos portugueses construídas por mulheres chinesas de Macau traços favoráveis ao desenvolvimento de relações intergrupais positivas com os portugueses, abrindo espaço à participação destes na construção da RAEM?”, João Laurentino Neves juntou “175 mulheres de nacionalidade chinesa residentes em Macau, que frequenta[va]m, no momento da recolha, formações em Língua Portuguesa oferecidas pelo Instituto Português do Oriente, a cujo acesso tínhamos facilitado”.
Houve uma amostra inicial de 50 mulheres “composta por 30 estudantes, 12 funcionárias públicas e 8 quadros de empresas locais, com habilitações que se situam entre o ensino secundário (22) e o ensino superior (28), de quatro faixas etárias pré-definidas: menos de 20 anos (20), 21- 30 anos (14), 31-40 (12) e 41-50 anos (4)”.
Num segundo momento, “– o inquérito principal – participaram as 175 mulheres que compunham a amostra, pertencentes aos mesmos grupos etários de -20 anos (53), 21-30 anos (83), 31-40 (34) e 41-50 anos (5). São naturais de Macau 148 das participantes no estudo, enquanto 26 (14,86 por cento) nasceram na China continental e 1 (0,57 por cento), tendo nacionalidade chinesa, nasceu na Birmânia. Os dados recolhidos referentes à sua ocupação situam 38,29 por cento como estudantes - 22,29 por cento dos quais no ensino secundário (39) e 16,0 por cento no ensino superior (28) - sendo 46,86 por cento (82) funcionários da administração pública da RAEM, 13,71 por cento (24) trabalhadores por conta de outrem em empresas e 1,14, por cento (2) trabalhadoras por contra própria”.
O autor explica ainda que se socorreu do “acompanhamento por parte de um tradutor no processo de construção dos instrumentos de recolha e no tratamento da informação recolhida (nas questões abertas e semiabertas) e que recorreu a três inquiridores de língua materna chinesa, que conduziram a aplicação dos instrumentos de recolha, explicitando-os aos inquiridos. Por fim, Neves privilegiou a utilização do chinês tradicional nos caracteres chineses usados nos instrumentos de recolha distribuídos”.
O novo mestre em relações interculturais não deixa que lembrar que “registando as limitações que a seleção da técnica de amostragem operada trouxe ao estudo em termos da sua representatividade, assim não assegurada, fez o mesmo, no entanto, apelo a uma amostragem não probabilística por conveniência assente, essencialmente, em razões operacionais”.
A tese de João Laurentino Neves sobre as imagem dos portugueses radicados no território e as relações interculturais entre as duas comunidades historicamente mais relevantes da RAEM pode ser acedida na íntegra em https://repositorioaberto.uab. |
sábado, 25 de junho de 2016
Uma história contemporânea de sucesso: SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS *
* de lugar a vila (1967/actualidade)
IMAGENS CONTEMPORÂNEAS de M.A., com história disponível de Pinharanda Gomes, por certo, na documentação pública da Câmara Municipal de Loures e/ou na Biblioteca Nacional
IMAGENS CONTEMPORÂNEAS de M.A., com história disponível de Pinharanda Gomes, por certo, na documentação pública da Câmara Municipal de Loures e/ou na Biblioteca Nacional
sexta-feira, 24 de junho de 2016
Do lido, o sublinhado: a Grã-Bretanha e os outros *
* Reler John Bull, de Ramalho, no dia em que se verifica alguma (pelo menos, aparente) turbulência no Poder Executivo de Sua Majestade
"... Tu viajas digna e honradamente para aprender. És o primeiro de todos os touristes profissionais; és o mais completo e perfeito viajante de todo o Mundo. Entras numa cidade seriamente, religiosamente quase, como entra numa biblioteca o estudioso que se quer instruir. Não tens preferências antecipadas nem opiniões preconcebidas. Todos os fenómenos te interessam por igual modo, e com igual escrúpulo os escrituras e relacionas dia a dia no teu caderno de notas. Equipas-te com incomparável perfeição, ninguém tem melhores estojos, nem melhores malas, nem mais confortáveis plaids, nem mais leves capacetes de sabugo, nem mais sólidos sapatos de marcha. A isso reúnes a petulância da personalidade no exercício da tua missão. Pouco se te dá que te apontem ao dedo, que te achem caturra ou maníaco: prossegues impassível com o teu mapa e o teu guia debaixo do braço, o teu binóculo, os teus lápis de desenho e de escrita, o teu álbum, a tua fita de medir, a tua lente, o teu memorandum - book nas algibeiras.
Vês tudo, não passas por alto um monumento, uma galeria, uma colecção, uma curiosidade local."
E assim dizes ao mundo o que és e como governas ...
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Visita "de estudo" aos bastidores do Beatriz Ângelo
Não se preocupem: tentarei ser um ausente presente - nas leituras que, dos outros, vou procurar fazer, quando não me estiverem a "mexer na ferida ..."
Espero, já agora, que, entretanto, ler não doa. Embora não tenha a certeza se terei "vagar" para digerir as mais de 700 páginas d' "O Estranhíssimo COLOSSO", de Agostinho da Silva, que me acompanhará nas horas vagas.
Com auxílio dos médicos e enfermeiras (podem ser enfermeiros) espero, no meio de tudo, superar eventuais dificuldades. Aliás, as equipas do B.A. vão ter uma oportunidade única: ver parcialmente as entranhas do que, dizem os registos, é, para todos os efeitos, o primeiro habitante da hoje vila de Santo António dos Cavaleiros, que aqui se reconfessa.
Até breve! Quando neste espaço não me lerem, já sabem que estou, noutro lado, a "armazenar material" para o próximo futuro. Entretanto, Boas Férias! Que eu vou ver como é por dentro o que, edificado, por fora, parece de bom cimento.
Almada Negreiros lembrado por Júlia Coutinho
Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei!
Traz tinta encarnada para escrever estas coisas!
Tinta cor de sangue, sangue verdadeiro, encarnado!
Traz tinta encarnada para escrever estas coisas!
Tinta cor de sangue, sangue verdadeiro, encarnado!
Mãe! passa a tua mão pela minha cabeça!
Eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de viagens!
Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar.
Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar.
Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um.
Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa.
Depois venho sentar-me ao teu lado.
Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei,
tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.
Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa.
Depois venho sentar-me ao teu lado.
Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei,
tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.
Mãe! ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado!
Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa.
Eu também quero ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa,
como a mesa.
Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa.
Eu também quero ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa,
como a mesa.
Mãe! passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!
Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!
Almada Negreiros (que a minha amiga e ex-colaboradora Júlia Coutinho me acaba de lembrar).
Beatriz Ângelo, nome de cidadã e médica ilustre
"O Hospital Beatriz Ângelo (sigla: HBA) é um hospital multivalente integrado no Serviço Nacional de Saúde (SNS) sito em Loures, Portugal. A sua data de inauguração é 19 de Janeiro de 2012. O serviço de urgência geral, último momento do processo de abertura do HBA, abriu em 27 de Fevereiro de 2012. Foi construído e é operado no sistema de parceria público-privada.
Entre as suas valências médicas e cirúrgicas, contam-se uma área de diagnóstico e terapêutica, um hospital de dia médico para a área de oncologia, unidade de dor e diálise, um serviço de urgência geral, de pediatria e de ginecologia-obstetrícia e uma maternidade . Conta ainda com 44 gabinetes de consulta externa, 8 salas de bloco operatório, 5 salas de parto, 3 salas de cesarianas e 64 postos em hospital de dia.
O seu nome homenageia a médica portuguesa Carolina Beatriz Ângelo (1877-1911), republicana, maçon e activista política."
DIÁRIO
Por razões não políticas, irei, dentro de dias, visitar/homenagear, espero, o/a Beatriz Ângelo, na parte norte de Santo António dos Cavaleiros. Até breve! Entretanto, continuarei aqui com quem quiser fazer-me discreta companhia.Voltarei dentro de poucas semanas.Contadas a partir de 27 do corrente.
MACAU- Condomínios: Governo quer mecanismos de mediação mais eficazes
O objectivo é evocado no âmbito da lei sobre a administração das partes comuns do condomínio, que vai prever a utilização de uma entidade independente do Governo, à imagem do Centro de Arbitragem do World Trade Center, para evitar “conflitos de interesses”.
João Santos Filipe
"O Governo quer que os mecanismo de mediação sejam mais utilizados e eficazes na resolução de diferendos entre os condóminos, nomeadamente no que toca à aplicação de sanções internas. Este é um dos objectivos da nova lei sobre a administração das partes comuns do condomínio, que pretende evitar que as discórdias acabem nos tribunais da RAEM.
Neste sentido, além dos serviços de mediação e arbitragem que podem ser efectuados no Centro de Arbitragem de Administração Predial do Instituto de Habitação, que é uma entidade pública, o Governo quer que os moradores em litígio possam igualmente recorrer a uma terceira parte ou organismo independente.
“Com os regimes actuais em vigor, os resultados do Conselho Arbitral não conseguem ser satisfatórios porque as pessoas não os usam. Nos últimos anos só houve 3 ou 4 casos com resultados satisfatórios”, explicou ontem o presidente da 2.ª Comissão Permanente, Chan Chak Mo, organismo que se encontra a discutir a lei na especialidade.
No serviços de mediação, as duas partes chegam a um acordo conciliatório, que coloca um fim ao caso. Mas se esse acordo não for conseguido, é pedido ao Conselho Arbitral do Instituto de Habitação, enquanto entidade imparcial, que faça a arbitragem do caso e tome uma decisão.
No final, se uma das partes não concordar com a decisão do IH, pode levar a questão para o tribunal, que é o passo que o Governo quer evitar. No entanto, o Governo quer que a mediação e a arbitragem seja também feita por uma terceira entidade, nomeadamente nos casos em que possa haver “conflitos de interesse” na actuação do Instituto de Habitação, explicou o presidente da 2.a Comissão: “O Governo ainda não explicou quem vai ser a terceira parte responsável pela arbitragem. Ainda não sabemos o nome”, disse ainda Chan Chak Mo.
No entanto, foi explicado na reunião que esta entidade deve funcionar num modelo semelhante ao Centro de Arbitragem do WTC de Macau, que opera no Centro de Comércio Mundial de Macau, na Avenida da Amizade. Esta entidade privada tem como objectivo a resolução de diferendos com meios alternativos não contencioso.
Aliás não está afastada a hipótese de ser mesmo este Centro de Arbitragem a assumir essa função. O Centro de Arbitragem do WTC foi criado em 1998 e tem como presidente do Conselho Geral o deputado Chui Sai Cheong, de acordo com o portal online da entidade, que é também membro da 2.ª Comissão Permanente.
Além disso estão envolvidos nos trabalhos do centro, o deputado Gabriel Tong Io Cheng, como árbitro, sendo também membro da 2.ª Comissão Permanente da AL, e Tommy Lau Veng Seng, membro da 3.ª Comissão Permanente."
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quarta-feira, 22 de junho de 2016
Santo António dos Cavaleiros: lembrar o Arq. Gonçalo Teles e...
Correndo o risco da repetição, mas, das suas muitas intervenções VERDES, além do Jardim da Gulbenkian, e da ligação entre o Parque Eduardo VII e Monsanto, em Lisboa, bom é não esquecer o que ao Arq. Gonçalo Teles se deve na concepção e acompanhamento do que hoje é, nomeadamente, grande parte da zona verde envolvente do espaço inicial que, em Santo António dos Cavaleiros, é fruto da sua sensibilidade de grande paisagista.
Já agora, homenagem também a quantos/quantas a têm conseguido preservar e... e aumentar. Para que convívio não seja apenas conversa de café para políticos de bancada ...
Já agora, homenagem também a quantos/quantas a têm conseguido preservar e... e aumentar. Para que convívio não seja apenas conversa de café para políticos de bancada ...
... e quantos, ao longos dos anos, o continuaram - para que verde continue sinónimo de convívio ao ar livre. |
MACAU: Au Kam San quer mais estátuas das personalidades que marcaram o território
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terça-feira, 21 de junho de 2016
Memórias longinquas de uma viagem ao Rio
A história conta-se em poucas palavras: chegado ao Rio de Janeiro num Infante D. Henrique a transbordar de entusiasmo (150 anos da Independência do Brasil), máquina fotográfica a tiracolo, eis-me, deixando de lado, num primeiro entusiasmo, a companhia apeada mais ou menos dispersa pelas mesmas razões de alegria, de repente (quase como se fosse "milagre"), vejo-me frente a uma delegação da ... da lusa Caixa Geral de Depósitos, isto é, diante do primeiro sinal português, edificado, da lusa presença ... E, sem pensar duas vezes, "rapo" do "kodak" e ... e zás: "já cá canta a primeira imagem do Portugal" deixado à beira-mar duas semanas antes ...
Só que ... só que, minutos depois, mais adiante, em presença do Real Gabinete Português de Leitura, entrei e ... e mal o tinha feito, fui surpreendido a olhar para os livros que lhe "forram" as nobres paredes - e aconteceu o "inevitável" na circunstância: um polícia à paisana a perguntar aos responsáveis pelo histórico Gabinete quem é que eu era ... que tinha cometido a ilegalidade de fotografar ... fotografar a entrada da ... da filial carioca da lusa Caixa Geral de Depósitos ... da minha alegria ... antes de entrar para o Real Gabinete...
Foi um embaraço - logo desfeito, numa altura em que o entusiasmo de reencontrar Portugal em meio carioca, explicou os factos ... E me deu, finalmente, a oportunidade maior de ver uma das primeiras edições de O Lusíadas. E "tudo se transformar ..." Depois de ter apagado o negativo da entrada do luso banco e ... e feito prova de que não era gatuno ... Gatuno, no caso, descarado ...(não faltaram as testemunhas, companheiras de viagem, que logo se aproximaram ...).
aFUNDAdado
"O teatro português actual não é uma profissão mas uma probabilidade. E no campo das probabilidades admite-se tudo e todos. O que se faz é, apenas, parte daquilo que podia ser feito. Declara-o o autor. Sugere-o o encenador. Deixa-o entrever o actor. Insinua-o o crítico. Mas se, de súbito, o teatro português deixasse de viver em estado de emergência - seria um drama para grande parte daqueles que, hoje, dizem-se ser esse teatro. Se o teatro português se fizesse profissão, técnica, exigência, o autor, para o ser, seria obrigado a produzir essa coisa tremenda - teatro autêntico. O encenador, para o ser, teria de pôr de pé essas coisas penosas - encenações modernas. O actor, para o ser, ver-se-ia na necessidade de estudar essas coisas esmagadoras - interpretações válidas. O crítico, para o ser, teria estrita obrigação de pensar e redigir essas coisas subtis - críticas úteis.
Porque o teatro em Portugal vive em condições difíceis daí não resulta que seja impossível. Exactamente para que ele seja possível, em normalidade, em eficiência, em cultura, serão meritórias as tentativas. Mas essa dificuldade é, apenas, um obstáculo. O fim não é fazer textos de emergência, encenações de emergência, interpretações de emergência, críticas de emergência. Esse estado de emergência em que se vive e dentro do qual se trabalha é um obstáculo - não pode ser um alibi de mediocridade.
O teatro português actual é uma casa de comédia dilatada. Somos todos aprendizes de teatro - autores, encenadores, actores, crítico e público. Que alguns levam a aprendizagem excessivamente a sério e encontrem em si autoridade para dizer que está tudo mal menos eles, os autores, ou eles, os encenadores, ou eles, os actores, ou eles, os críticos, não altera positivamente a situação.
(...) Amar o teatro não chega. Em alguns casos, o teatro português é prejudicado por excesso de amor. Esse amor não devia ser mas é condição suficiente para quantos ocupam os palcos e as colunas da crítica.
Esse amor pode ser uma atenuante. Mas desajeitado como é, por falta de profissão, de métier, prejudica o teatro. Em alguns casos, gravemente. Porque faz mal o que está a fazer. Porque substitui aquilo que devia ser feito.
A situação do teatro em Portugal é tão injusta que, nele, é extremamente fácil ter razão. Razão têm-na todos. Não há teatro porque não âmbito. Mas não há âmbito porque não há teatro. Não há espectáculos porque não há textos. Mas não há textos porque não há espectáculos. Não há actores porque não há companhias. Mas não há companhias porque não há actores."
segunda-feira, 20 de junho de 2016
FARRAPEIRO 2016 - no Dominguizo (concelho da Covilhã)
FARRAPEIROS 2016 - 7ª Edição - 24, 25 E 26 JUNHO
Tasquinhas/Artesanato/ Quermesse/Diversão e Muita Animação
"Festa Tradicional realizada anualmente na aldeia do Dominguizo, concelho da Covilhã.
A Festa tem como principais objectivos homenagear a figura do Farrapeiro, tradicional do Dominguizo e trazer alguma vida e animação à nossa aldeia durante um fim de semana sempre recheado de muitas surpresas e folia."
Tasquinhas/Artesanato/
"Festa Tradicional realizada anualmente na aldeia do Dominguizo, concelho da Covilhã.
A Festa tem como principais objectivos homenagear a figura do Farrapeiro, tradicional do Dominguizo e trazer alguma vida e animação à nossa aldeia durante um fim de semana sempre recheado de muitas surpresas e folia."
Artur Portela Filho, SIM!
Tenho bem presente o ambiente que se criou em Santa Catarina (Lisboa) na altura em que o JORNAL NOVO era O JORNAL (vespertino)... e Artur Portela Filho, o respectivo director. Não é que, politicamente, estivéssemos sempre do mesmo lado (nem eu tinha importância que justificasse OPINIÃO), mas, tendo lido e guardado tudo o que, no "nosso vespertino", foi escrito, apetece-me agora como que "RESSUSCITAR" as palavras ditas, com naturais adaptações à realidade vivida HOJE. E atrever-me a pedir, sem prejuízo da sua saúde, que PORTELA diga de sua justiça - com a verdade que achar, baseada na queiroziana intensidade posta, em devido tempo, nos seus escritos anti-gonçalvistas e outros:
Portugal - O DESEMPREGO
Portugal - O FAZ QUE ANDA MAS NÃO ANDA
Que bastariam para "calar" sorrisos e, quiçá, trazer de volta a revista à portuguesa, sem ressuscitar QUADROS, quadros de revista ou não ...
MACAU: "Se aconteceu em Hong Kong também pode acontecer em Macau"
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