terça-feira, 30 de abril de 2013

Uma muito curta ...

Dos diversos e simpáticos e-mails recebidos, um muito, muito curto ...

- Bom dia, eu sou o Francisco, o papa dos pobres.



- Encantado, eu sou o Passos Coelho, um dos seus melhores fornecedores.

Do lido, o sublinhado ( 32 )

A partir de hoje, a Holanda, reafirmou o seu regime monárquico e ... e eu fui ao meu baú das memórias. Para muito pouco, embora. O que julgo saber é o que não esqueci, sobretudo, de dois "momentos": o de uma visita "impressionista" àquele país e o da leitura, em Março de 1973, de A Holanda, de Ramalho Ortigão.

Da Holanda na generalidade, a visão inesquecível das flores, do mercado das flores, por exemplo; de Amesterdão, o ar bucólico dos canais e das casas que os ladeiam; de Roterdão, a esmagadora imagem do respectivo porto e, de tudo, por muito estranho que possa parecer, a presença (enorme) do quadro de Rembrandt, Ronda da Noite, que Ramalho Ortigão, entretanto, terá visto assim:

Do lido, o sublinhado 

"... o que menos profundamente comove é a Ronda da Noite, precisamente o mais teatral, o de mais intenção de eloquência, o menos simplesmente retrato (...). A Ronda representa a companhia dos arcabuzeiros do capitão Kok no momento de sair da doele para um passeio militar, talvez para um exercício de tiro no campo. Este simples facto é, porém, revestido de particularidades que o tornam obscuro, enigmático, quase incompreensível.

(...) Quem não tiver sido previamente informado, não entende coisa alguma do que toda esta gente vem fazer. É uma ilustração de um capítulo cujo texto é indispensável ler. Como quadro, apesar da vitalidade soberba das suas figuras e de todo o seu grande clarão de topázio, de luar e de âmbar, fica uma coisa obscura, oscilante e confusa."






JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 ( 16/254 )


Não obstante, QUIXOTEMOS!

Não obstante ... não obstante as palavras porno e puta (ou prostituta) terem, nas estatísticas que chegam, direito a lugares de grande destaque, bom é continuar a "Quixotar". Embora se perceba que o escândalo, o insólito, o sordido,  é que "vende"... Portanto, mais duas fotografias, diria, inocentes. Tanto mais que a política está a apertar-me ... E ela também "é fresca"... E, de vez em quando, tenta f...-nos.

Não obstante ...


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Memórias do meu cata-vento




















Quando, fora do aeroporto e do táxi, pisei terras de Hong-Kong, dei comigo com bagagem suspensa do pescoço, bagagem pendurada nos ombros direito e esquerdo e bagagem em ambas as mãos, para além da "entalada" entre o braço esquerdo e as costelas... Isto sem falar no, preso nos dentes, bilhete de acesso ao jet-foil,  que, repleto de gente amarela e outra, me havia de conduzir ao cais de Macau. 

Fiz assim, então, no barco, a viagem de pé, como um pastor zeloso cuida do seu rebanho: qual ilha no meio da sua própria bagagem, marcada para não se confundir com a que, eventualmente, lhe pudesse ficar à ilharga. E foi neste preparo que me vi, olhando muito, mas, das falas, não percebendo nada e, nos olhares, sentindo, no caso, uma total indiferença ...

Até que, aproximando-se o momento do desembarque no cais de destino, começou a verificar-se uma certa agitação, de resto, por si só, pouco perturbadora face ao que é habitual em toda a parte, em momentos idênticos (tinha a experiência do Lisboa-Cacilhas, por exemplo), e deixei-me ficar ... Ouviram-se, entretanto, uma ou duas apitadelas a partir do jet-foil, os olhares voltaram-se todos para a saída assinalada, salvo erro, em inglês e em caracteres chineses (mandarim?) e ... e houve ali um ligeiro "alinhar" para o desembarque, como se fosse o posicionamento para a partida de uma corrida de 100 metros barreiras ... Verificou-se a modos que uma espécie de chegada à frente, até que, de repente, se soltou a "ponte" do jet-foil para a beira do cais de Macau e ... e houve como que uma descarga de gente apressada para terra firme. 

Foi então que, cilindrado pela multidão, tentei, feliz, sair do barco ao mesmo tempo que se me abria a mala principal em plena ponte levadiça do jet-foil, enquanto um sem número de chineses ávidos da chegada,  me atropelava, me ignorava, me gritava a força da sua quantidade ... Passados talvez uns quinze minutos, desarrumado, mas refeito do susto, entrei, finalmente, no pequeno Macau verde-rubro, com a certeza física da minha insignificância. Numérica, pelo menos. Embora, embora sem ter perdido nada da lusa bagagem que se havia desarrumado por motivos alheios à minha vontade.

Águas furtadas *













Amável, quem se senta neste banco de jardim, anima, com a sua presença, a respectiva manutenção - tão cuidada quanto possível. Mas, entendamo-nos política e socialmente: não se fazendo a apologia da progressiva pobreza que aqui se nota, que aqui vem desaguar, há que ser transparente:

AQUI, respeitada a pluralidade das opiniões, há um "pormenor" que, se não está, é bom que fique claro (e, depois dele, apareça quem quiser, envie mails quem quiser, sente-se ao pé de nós todos os dias, de vez em quando, ou nunca ... quem o desejar), mas:

regresso ao Portugal de 1975, NÃO! 

Regresso à fingida igualdade, NÃO!
Regresso aos sábados de trabalho "voluntário", NÃO!
Acabada a PIDE, regresso ao controlo operário, NÃO!
Regresso à manipulação sindical, NÃO!
Regresso aos monopólios, vindos donde vierem, NÃO!
Regresso ao receio de falar, NÃO!
Regresso à exclusão social, NÃO!
Regresso à censura, NÃO!
Regresso ao país de frustrados que já fomos, NÃO!
Subscrição de manifestos de origem duvidosa, NÃO!
Regresso ao medo (do vizinho, dos passageiros dos transportes públicos, e dos ... e dos ... ), NÃO!

Regresso ao unanimismo, NÃO!

SIM à liberdade de culto.
SIM, sempre, à amizade. Sobretudo aquela que não precisou do Facebook para existir.

* da "Constituição" do ruadojardim7.blogspot.com

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 ( 15/254 )


domingo, 28 de abril de 2013

Em Belém, dias da música ( 6 )































Cartas à minha neta (*)

* à espera, sem pressas, de um editor que também seja, mais do que comerciante, avô (são 300 páginas, antes de uma eventual selecção)







Aos pares


































































JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 ( 14/254 )


sábado, 27 de abril de 2013

ALTERNATIVAS gestuais *

* PORTUGAL em tempo de reuniões partidárias
                           e outras ...




















































Alfredo Cunha, presente!

Parabéns, Alfredo Cunha!

Conheci-te no jornal O SÉCULO, em 1972/73 (?) e lembro-me de ter colaborado contigo para publicasses o primeiro livro (onde o posso encontrar?). Regozijo-me com o que tens feito, mas deu-me particular alegria  o que a teu respeito soube através da RTP- agora. 

PARABÉNS, meu Caro! Em caixa alta.

Sorrir











Estar contente
com amigos
sou inteligente!

Gosto de divertir,
rir, 
sorrir!

Sem deixar
o sorrir
cair
brincar
sonhar
nadar
cantar!

Com os amigos
estar!
Nada de inimigos
para lutar
como posso explicar.

Matilde de Castro Gomes 
2º ano do 2ºciclo (antiga 4ª classe), em Mafra

Emoções

De um e-mail recebido

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 ( 13/254 )


Maracanã - quase remoçado para o Mundial de futebol

Aí está o Maracanã, pelos modos, não como o conheci em Setembro de 1972, a pretexto de um Fla-Flu (Flamengo-Fluminense) que "consegui acompanhar" num estádio cheio, esgotado, comprimido, colorido com cartazes, serpentinas e os mais diversos trajares. Tudo, tudo por todo o lado, excepto em parte da bancada, da bancada, onde choviam os mais diversos objectos vindos, "descontrolados", da ... da arquibancada. Um pandemónio!

Vinte minutos, apenas vinte minutos, na bancada possível para "assistir" ao "maior espectáculo do mundo" - e agora recordar, sem medo de ficar sem o que quer que seja, no recato desta rua ("cuidado com a máquina fotográfica..."- disseram-me, na altura, vários).

Boa sorte, Brasil! Juízo, Cariocas!


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Rostos


POESIA - "o meu poema"

A ruadojardim7.blogspot.com é, ou pretende ser, um espaço aberto. Aparece, deixa ficar neste "post", no espaço reservado aos comentários, o teu poema preferido. Não necessariamente de tua autoria, mas de que gostes muito.

Abre, ajuda a abrir, neste "mundo cão", mais um lugar à Poesia. Que pode ser de escárnio e mal-dizer, mas também abraço. Aparece. Sob pseudónimo ou não. Ajuda a "lavar isto ..."

Tento começar:

De Alexandre O´Neill

PORTUGAL

Ó Portugal, se fosses só três sílabas,
linda vista para o mar,
Minho verde, Algarve de cal
jerico rapando o espinhaço da terra,
surdo e miudinho,
moinho a braços, com um vento
testarudo, mas embolado e, afinal, amigo,
se fosses só o sal, o sol, o sul,
o ladino pardal,
o manso boi coloquial,
a rechinante sardinha
a desancada varina,
o plumitivo ladrilhado de lindos adjectivos,
a muda queixa amendoada
duns olhos pestanítidos
se fosses só a cega-rega do estio, dos estilos,
o ferrugento cão asmático das praias,
o grilo engaiolado, a grila no lábio
o calendário na parede, o emblema na lapela,
ó Portugal, se fosses só três sílabas
de plástico, que era mais barato!



Em Belém, dias da música ( 5 )

Apetecia-me escrever, não Em BELÉM, mas, em S. Bento, dia da música, mas não percebo muito bem o que é que, ontem, data solene, se poderia ter tocado neste palco... É que, como toda a gente sabe, não é a mesma coisa fazê-lo num grande auditório ou, por exemplo, num espaço 7 x 5, ou coisa assim ... Há músicas que requerem uma certa intimidade, convenhamos.

Mas isso são outras conversas. Continuemos, portanto, sem confusões, no Centro Cultural de Belém. No ambiente que ali se viveu em DIAS DE MÚSICA (sem política). No passado fim-de-semana.

































JORNAL NOVO retratos p.b.1975/76 ( 12/254 )


Istambul - uma cidade, dois continentes

Na televisão disse-se ontem à noite que o Benfica, a equipa principal de futebol do Benfica (dispenso-me de explicar o que é o Benfica ...) perdeu, em Istambul, um a zero, com uma sua congénere turca. Disse-se também que o resultado é "recuperável" na "desforra" - na Catedral, em Lisboa. Pois que seja.

Pelo lado que toca ao pessoal do jardim, acalmados os ânimos, a conversa virou-se para ... para Istambul, "berço de civilizações", como o turismo lhe chama e, por certo, a História também.

Ora bem, este blogue é, sobretudo, um registo de emoções. Como tal, de vez em quando, dá consigo a fazer "revisões", bastas vezes abaladas, por exemplo, pelos nacionais parlamentos ou pelas manifestações que vamos tendo sempre com os mesmos na primeira linha e, em regra, com grande monotonia cromática no vestir. Ora, Istambul é uma cidade de encontros de várias cores. Quiçá, difíceis, mas ENCONTROS. Não sei se consegue escapar a um ou outro confronto Benfica-Sporting político, mas tem um factor não manipulável e único: é, num espaço irmão, Ocidente e Oriente para mais de 12 milhões de pessoas à volta do Bósforo. E isso, sendo um desafio nos tempos que correm, é um facto que faz da cidade, para lá do encanto, um lugar a, politicamente, "religiosamente", preservar - e que hoje, aqui, em Lisboa, banhada pelo Tejo, com Cacilhas na outra banda, muito em especial (futebol à parte), ... dá que pensar ... E era só isto que queria escrever, por ter feito parte da agenda do fim da tarde de ontem nos arredores do banco.



quinta-feira, 25 de abril de 2013

Rostos
































Do lido, o sublinhado ( 31 )











in PENSAR de Vergílio Ferreira *

A VERDADE

"Os políticos que se dizem de esquerda, por ser o bom sítio de se ser político, estão sempre a afirmar que são de esquerda, não vá a gente esquecer-se ou julgar que mudaram de poiso. Mas dito isso, não é preciso ter de explicar de que sítio são os actos que a necessidade política os vai obrigando a praticar. Como os de direita, aliás, que é um lugar mais espinhoso. O que importa é dizerem onde instalaram a sua reputação, na ideia de que o nome é que dá realidade às coisas. E se antes disso nos explicassem o que é isso de se ser de esquerda ou de direita? Nós trabalhamos com papéis que não sabemos se têm cobertura, como no faz-de-conta infantil. Mas o que é curioso é que o comércio político funciona à mesma com os cheques sem cobertura. E ninguém tira a limpo esse abuso de confiança, para as cadeias existirem. Mas o homem é um ser fictício em todo o seu ser. E é precisa a morte para ele enfim ser verdadeiro."

"Devemos ter atingido o limite do possível de quaisquer verdades. Devemos ter atingido o limite em que qualquer uma é admissível, ou seja, nenhuma. Uma verdade tem a ver também com a sua conveniência, relação harmónica com o seu contexto. Porque um contexto, como uma circunstância, diz até onde a verdade pode ir.Como a licença das nossas atitudes ou do simples vestuário. Toda a verdade é assim condicionada pela moldura de mil motivos. Nenhuma verdade pode ir assim para além do molde, de um anteparo, de um cinto de segurança. Senão é a desordem, a dissolução, o estampanço. Porque a maior razão da verdade está fora dela."

* revisitado depois de ter assistido pela televisão à sessão comemorativa do 25 DE ABRIL, na Assembleia da República.

Em Belém, dias da música ( 4 )


































JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (11/254)


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Altar em dia de peregrinação


Moçambique 1977 - Hotel Central ao vivo ...

Estamos nisto. É na BES Photo 2013, patente no Museu Colecção Berardo, em Lisboa, até 02/06.

"Descobri que no Hotel Central, seis dos quinze ou vinte quartos são alugados à hora, a duzentos meticais. Chamam "showtime" a esses quartos para onde as prostitutas levam os clientes, de dia e de noite. Resolvi (Filipe Branquinho) fotografar as mulheres na rua de Bagamoyo nos quartos que frequentam. Cada cliente tem a sua fantasia, e eu, como cliente, paguei os quartos e as mulheres para poder estar lá, e a minha fantasia foi fotografá-las (...)" 

E a minha é ... é mostrar o corredor onde, à falta de outros motivos de eventual interesse, se podem ver "mulheres da vida" em poses artísticas ...

E assim estamos. Assim vamos.


Em Belém, dias da música ( 3 )


































































Amanhã é Dia de Discursos

Hoje é dia 24 de Abril. Do dia 24 de Abril para 25 de 1974, dormi como quase toda a gente. Quase, porque os militares estavam cansados da guerra e tinham razões directas e objectivas para dormir mal;

porque havia gente perseguida pela PIDE que, naturalmente, se deitava pouco tranquila;

porque havia homens e mulheres que tinham que ler estrangeiro para entender Portugal;

porque havia partidos políticos à espera de voz.

Mas, no meio de tudo, a ideia que permanece é que o que, acima de tudo, havia, era cheiro a suor inútil e morte em África (a que depois se juntou um certo atordoamento colectivo, como, de resto, talvez aconteça em todas as revoluções).

E pareceu fácil. E criativo. Logo pela manhã do 25, por exemplo, como se sabe, apareceram cravos e, mais do que tiros, houve liberdade para dizer coisas - e tudo bastou para passar a ser diferente. Mas nem sempre melhor.

Estamos hoje, por isso, no processo de tentativa contínua desse melhor. Ainda ontem, por exemplo, falou o senhor ministro da Economia a propósito disto tudo - que dizem ser para nosso bem. E a gente acredita. E espera. Para que o 25 não passe de apenas uma lua-de-mel sem casamento, em que se pode escrever isto, mas ...

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (10/254)


terça-feira, 23 de abril de 2013

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