terça-feira, 15 de março de 2016

- Que importa que nos vejam: é urgente!


MACAU: Governo não aconselha viagens à Turquia









by PONTO FINAL
"O Gabinete de Gestão de Crises do Turismo insta os residentes de Macau que pretendam viajar para a Turquia para avaliarem os riscos de segurança e reconsiderarem os seus planos de viagem. O alerta foi emitido em resposta ao atentado bombista que sacudiu a capital turca no domingo. O organismo indica ainda que não há nenhum grupo organizado de turistas do território actualmente na Turquia. As autoridades esclarecem também que não receberam qualquer pedido de informação e assistência."

segunda-feira, 14 de março de 2016

Volta ao Mundo em ... em 90 dias *

* Mais 10 do que o Júlio (o Verne)

A Igreja Ortodoxa Russa (em Lisboa) cujas instalações comecei por espreitar para, minutos depois, a convite, entrar, falar (não sei "rezar em Ortodoxo" ...) e ficar seduzido pela simpatia do inesperado anfitrião que, vendo-me "curioso", me convidou para a alegria do estar com ... independentemente de convicções religiosas ...







Esgotos públicos melhores do que bancos hospitalares?


Impecavelmente vestidos (todos de igual) eram uns cinco e, pelo que me apercebi, vinham, em nome dos Serviços da Câmara Municipal, abrir as tampas das pluviais águas a haver para, creio, verificar se havia alguma anormalidade no respectivo e eventual trânsito.

E a coisa passava-se, pelo menos, na aparência, assim: um dos trabalhadores abria com uma ponta de uma picareta a caixa pública, outro acendia uma "lanterna de bolso" com que, em pleno dia, se certificava do estado de limpeza da pluvial "cavidade". Outros viam - ou "chefiavam"...

Confirmada a inexistência de eventuais anormalidades resultante de uma possível chuvada, o GRUPO debandava, silencioso, para a caixa seguinte, uns 50 metros adiante, onde também nada havia a registar ... E assim sucessivamente: 5/6 homens por cada não-caso. Observei, garanto.

Encurto o discurso: só ali, enquanto contribuinte, paguei "pela atenção" o ordenado de umas cinco ou seis pessoas que "olharam", das quais, na circunstância, um abria e fechava e outra, com lanterna de bolso em punho, "observava"...

Eficácia, diria, eventualmente superior, à de, por exemplo, um vulgar banco de hospital, onde, a falta de pessoal, dizem, às vezes, é gritante ... Embora da responsabilidade de outros pelouros públicos, note-se em abono da verdade, dir-se-á. Mas isso é outra coisa, confirmo.

Em tempo: parece que uma das caixas observadas tinha lixo, que terá sido removido por um trabalhador aparecido duas horas depois ...

MACAU - Condenações em alta na República Popular da China



by Ponto Final

"Quase 100 por cento dos acusados por crimes da República Popular da China foram condenados no ano passado, segundo dados ontem pelo Supremo Tribunal do país. Entre os acusados, 1.039 foram “declarados inocentes” pelos tribunais chineses em 2015, afirmou Zhou Qiang, presidente do Supremo Tribunal da China, num relatório apresentado na sessão anual da Assembleia Nacional Popular chinesa.
Em contrapartida, 1.232 milhões de pessoas foram consideradas culpadas, correspondendo a uma taxa de condenação de 99,92 por cento. Em 2014 foram registadas 778 absolvições e 1.184 milhões condenações, segundo o relatório apresentado em 2015."

domingo, 13 de março de 2016

QUARTO DE DESPEJO - Diário de uma favelada (9)

"... Não havia papel nas ruas. Passei no Frigorífico. Havia jogado muitas linguiças no lixo. Separei as que não estavam estragadas. (...) Eu não quero enfraquecer e não posso comprar. E tenho um apetite de Leão. Então recorro ao lixo."
Comprei este livro no Rio de Janeiro (9ª edição - 90º milheiro)
em Maio de 1979 (ed. de 1963)

Divulgada aqui HOJE, em Portugal, não quer dizer nada, ou melhor, quer ... mas não quer ...








SERIP onde estás que te não vejo, nem oiço?*

* Espero que ESTEJAS - onde gostas, de preferência. Tenho saudades de te rever ("clandestino") a ensaiar nos corredores do nosso Diário de Notícias onde o teu papel, oficial, era outro ... Mal pago, creio.

SERIP - SERIP (o PIRES, paquete no Diário de Notícias) foi o primeiro ilusionista a actuar na RTP, numa altura em que, na Feira Popular, em Lisboa, ia para o ar a também primeira emissão experimental da nacional televisão pública.

Toda a gratidão vai, agora, por isso, para a RTP que, solicitada, amavelmente, há dias, cedeu a cópia do DVD que proporcionou as imagens aqui reproduzidas  com a maior emoção. Bem-hajam!

Caro SERIP, trabalha ou repousa, onde quer que estejas, na paz e/ou alegria que te se via no rosto da tua "clandestinidade" artística nas zonas recônditas do D.N.,na avenida da Liberdade, 266, em Lisboa.




























sábado, 12 de março de 2016

TROCA DE GALHARDETES (147) - Drones e música

100 drones e uma orquestra. Vejam os vídeos.

TROCA DE GALHARDETES (146) - Azulejos de Lisboa

        - Abra e veja, ou reveja, Lisboa - 
"onde se morre do mal da pressa"




http://www.lisbonlux.com/magazine/the-10-most-beautifully-tiled-facades-in-lisbon/

A lã, a neve e a solidão do que ficou ...

Amigos, não poucos, familiares chegados, muitos, ficaram por terras que ajudaram a semear: vou "vê-los". Dentro de dias. Suportado o inevitável da condição humana, aí só me vai restar, uma vez mais, a saudade dos que não voltam. Nada a fazer, a não ser esperar que a Eternidade que, dizem, a todos reúne com laços que se antevêem apertados.

Mas, uma vez mais também,
igualmente notadas, vão ser as fábricas que já não há, o suor que os panos tecidos
levaram consigo, alguns por acabar nos teares que lhes deram vida.

É, finalmente, o reencontro, também com ossos, ossos de fábricas que foram e não voltaram - porque ninguém as reconverteu, mas deixou assim, no caso, cadáveres em pé, já, pelo menos, desde o tempo de um tal cronista Ferreira de Castro, rezam as bibliotecas, com uma sebenta a tomar notas do irreversível *:
* O Tortosendo é, em pleno século XXI, o "cadáver" exposto - nas suas vidraças partidas, nos seus interiores "caixotes de lixo", visíveis por quem passa. A solidão.






MACAU - A vantagem única de Macau



by Ponto Final

 Macau está numa posição única que permite à Região Administrativa Especial gozar os benefícios da estratégia “Uma Faixa, Uma Rota”, diz Chen Guanghan, vice-presidente da Associação Chinesa de Estudos de Hong Kong e Macau, em declarações ao portal CalvinAyre. Lembra a plataforma, especializada na indústria do jogo, que a China procura hoje novos canais para sustentar o crescimento e que aquela iniciativa se enquadra na nova estratégia, que aponta como o plano ambicioso do Presidente Xi Jinping para assumir um maior papel em assuntos globais, vinculando o país aos seus vizinhos na região euroasiática, através de uma faixa de terra económica e uma rota marítima.
“Macau tem a vantagem da política ‘Um País, Dois Sistemas’ e depende do comércio livre de impostos e de direitos com elevado grau de autonomia. Macau pode ser capaz de tomar as suas próprias decisões sobre a sua economia e pode também depender do grande mercado interno da China continental, o que pode também ser expandido para o mercado internacional”, disse Chen, citado pelo portal CalvinAyre.
O estudioso salientou ainda que a cidade conta também com uma “muito grande cooperação” com os países de língua portuguesa: “Macau pode ser uma grande plataforma para o desenvolvimento económico em conjunto com Hong Kong, em termos económicos”. No que toca à indústria do jogo, Chen defende, citado pela mesma publicação, que a estratégia “Uma Faixa, Uma Rota” se traduz num maior fluxo de turistas que chegam a Macau.
“Se nos abrirmos ao mercado na Ásia, especialmente o Sudeste Asiático, o número de turistas vai crescer largamente e isto pode ser benéfico para o mercado de Macau”, explicou Chen. E acrescentou: “Macau está rotulada como um centro internacional de turismo e lazer, e se “Uma Faixa, Uma Rota” pode ajudar este crescimento de oportunidades para a economia turística em Macau, então vai ganhar um monte de investimentos”.

sexta-feira, 11 de março de 2016

MACAU - Pequim aperta cerco à Internet



by Ponto Final
As regras para publicação de conteúdos na Internet no Continente estão desde ontem mais apertadas. As empresas estrangeiras estão agora proibidas de publicar conteúdos online e as empresas com capitais estrangeiros precisam de receber luz verde do Governo primeiro para divulgar o que quer que seja.

"Uma normativa que entrou ontem em vigor na República Popular da China proíbe as empresas estrangeiras de publicarem conteúdo na Internet chinesa, em mais um esforço de Pequim para controlar aquele que é considerado o espaço mais livre do país.
O novo documento, designado "regulamento para a gestão dos serviços publicitários `online`", obriga ainda as empresas chinesas com capitais estrangeiros a obterem a aprovação das autoridades antes de difundir conteúdos no espaço cibernético chinês.
A normativa abrangerá sobretudo as "indústrias criativas" de jogos, animação, banda desenhada e gravações de áudio ou vídeo, mas também livros, jornais e revistas, segundo o jornal oficial Global Times.
A regulamentação anterior, que data de 2002, permitia às empresas estrangeiras difundir conteúdo "criativo" directamente no espaço cibernético. As alterações tinham sido já anunciadas, no ano passado, pela Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (NDRC), o organismo ministerial chinês encarregue do planeamento económico, e pelo próprio Ministério do Comércio.
Os conteúdos ‘online' deverão, a partir de agora, "promover valores socialistas essenciais" e "transmitir princípios morais que sirvam para melhorar o país e promover o desenvolvimento económico", detalha o Global Times.
"A proibição do investimento estrangeiro em serviços de publicação ‘online' destina-se a proteger a segurança ideológica e cultural da nação", disse àquele jornal Wang Sixin, professor na Universidade de Comunicação da China. "Ajudará também a prevenir que a nossa cultura seja influenciada por culturas estrangeiras", acrescentou o académico.
Na quarta-feira, as contas oficiais do jornal de Hong Kong South China Morning Post nas principais redes sociais chinesas - Sina Weibo, Tencent Weibo e Wechat - foram encerradas.
A população `online` da China atingiu os 688 milhões de pessoas em 2015, mas Pequim esforça-se para sufocar a liberdade criada pela internet através do "Grande Firewall da China". Aquele mecanismo censura `sites` como o Facebook, Youtube e Google. Nos últimos anos, foi aperfeiçoado, bloqueando selectivamente páginas com termos "sensíveis" em vez de uma censura integral do `site`.
Desde que Xi subiu ao poder, em 2012, uma lei de segurança nacional que visa "a protecção da soberania do espaço cibernético" foi aprovada, enquanto as autoridades têm vindo a reforçar a monitorização da rede.
Em Fevereiro passado, ao discursar na Conferência Mundial sobre a Internet em Wuzhen (leste da China), o Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu que cada país deve controlar a sua própria Internet, uma vez que "liberdade e ordem" devem andar de mãos dadas na rede."

quinta-feira, 10 de março de 2016

DOMINGUIZO - Foto antiga, no intervalo de uma reunião FARRAPEIRA


TROCA DE GALHARDETES (145) - Tibete


"E se tu fosses Presidente da República?..." *

* A pergunta (entre muitas) foi feita, em 2008, aos clientes da CERCI Lisboa. As respostas, as mais diversas, foram publicadas no livro CONVERSAS DIFERENTES, apoiado pela Junta de Freguesia de Carnide, em Lisboa, com o Alto Patrocínio da Presidência da República de então. Reproduzem-se aqui para que a memória se revigore e a imaginação as actualize, tiradas, embora, de um contexto agora diferente, que, na altura, correspondeu ao Depósito Legal nº 286244/08 - ISBN 978-989-20-1459-3 (2000 exemplares).

A pergunta (no caso, sempre a mesma):

- E se tu fosses Presidente da República o que é que farias?

 Cliente A:

- ... diria a todos os portugueses para apertarem o cinto.

Cliente B:

- Primeiro, é assim: eu não acredito muito nos políticos, porque prometem, prometem e não cumprem ...

Cliente C:

- Vamos melhorar a segurança nas ruas.

Cliente D:

- Não sei! Nunca pensei nisso ... Era complicado! Assim de repente, não me vem nada à cabeça ...

Cliente E:

- Vamos convocar reuniões para tratar dos assuntos da Saúde, da Economia ... Dos assuntos que têm a ver com o nosso Portugal.

Cliente F:

- Para dar dinheiro aos pobrezinhos...

Cliente H:

- Acabar com as guerras ...

Cliente I:

- As coisas não vão piorar ...

Cliente J:

- Portugueses, vamos falar sobre as empresas ... Vai correr tudo bem: vamos fazer estradas, fábricas e um hipermercado ou um centro comercial também...

Cliente K:

- Mudava o país, algumas leis ...

Cliente L:

- Arranjava casas para as pessoas que não têm e mais lares ...

Cliente M:

- Não diria nada ...

Cliente N:

- Para terem calma que eu vou ajudá-los ... Para não andarem com "stress".




FARRAPEIROS 2016, no Dominguizo, a caminho da Covilhã

FARRAPEIROS 2016 - 24, 25 e 26 Junho
24 June at 19:00 to 26 June at 22:00
Dominguizo, Castelo Branco, Portugal in Dominguizo, Castelo Branco, Portugal

Luzes de Lisboa




Rostos


MACAU - O primeiro dia do Presidente Marcelo



by Ponto Final
Marcelo Rebelo de Sousa sucedeu ontem a Aníbal Cavaco Silva na presidência da República Portuguesa. Num discurso muito aplaudido na Assembleia da República, Marcelo prometeu ser o Presidente de “todos os portugueses”.



"Marcelo Rebelo de Sousa assumiu ontem a presidência da República Portuguesa e prometeu que será o Presidente de "todos sem excepção", do princípio ao fim do mandato, sem querer ser mais do que a Constituição permite ou aceitar menos do que a Lei Fundamental impõe.


"Um Presidente que não é nem a favor nem contra ninguém. Assim será politicamente, do princípio ao fim do seu mandato", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no discurso na cerimónia em que tomou posse como Chefe de Estado. A cerimónia decorreu na Assembleia da República e o discurso de Rebelo de Sousa foi aplaudido no final pelas bancadas de PSD, PS e CDS de pé. O único deputado do PAN aplaudiu sentado, enquanto as bancadas do PCP, BE e PEV não aplaudiram o discurso do novo Presidente da República.
Marcelo acrescentou que será socialmente a favor do jovem que quer exercitar as suas qualificações e procura emprego, da mulher que espera ver mais reconhecido o seu papel num mundo ainda tão desigual, do pensionista ou reformado que sonhou com um 25 de Abril que não corresponde ao seu actual horizonte de vida, do cientista à procura de incentivos sempre adiados ou do agricultor, comerciante e industrial, que, dia a dia, sobrevive ao mundo de obstáculos que o rodeiam.
"De todos estes e de muitos mais", declarou, falando igualmente do trabalhador por conta de outrem e do trabalhador independente, que pagam os impostos que sustentam os sistemas que protegem os que mais sofrem e das instituições que cuidam de muitos.
"O Presidente da República é o Presidente de todos. Sem promessas fáceis, ou programas que se sabe não pode cumprir, mas com determinação constante. Assumindo, em plenitude, os seus poderes e deveres", frisou.
Assegurando que não quer "ser mais do que a Constituição permite", nem "aceitar ser menos do que a Constituição impõe", Marcelo Rebelo de Sousa prometeu que, nos próximos cinco anos será "um servidor da causa pública".
"O Presidente da República será, pois, um guardião permanente e escrupuloso da Constituição e dos seus valores", garantiu o chefe de Estado, ele próprio um antigo deputado constituinte, apontando o respeito da dignidade da pessoa humana como o ‘primeiro' valor a ‘guardar'.
"De pessoas de carne e osso. Que têm direito a serem livres, mas que têm igual direito a uma sociedade em que não haja, de modo dramaticamente persistente, dois milhões de pobres, mais de meio milhão em risco de pobreza, e, ainda, chocantes diferenças entre grupos, regiões e classes sociais", disse, numa passagem do discurso bastante aplaudida, onde falou igualmente do imperativo de lutar por mais justiça social e do dever de continuar a assumir o mar como prioridade nacional.

"Altos estudos" genealógicos

Salazar não sei se, algum dia, ainda chegará a santo. 

Caetano já esteve mais longe. 

Eanes ainda é, dizem, um homem sério. 

Sampaio já ultrapassou a sua raiz partidária para se ver nele um homem cordato e sabedor. 

Spínola foi um homem com eles no sítio, é o que se opina ... 

E assim por diante. Tivemos, dizem, um que era o rolha, ou lá que era ...

Temos agora um Marcelo. Espera-se que não apareçam por aí altos estudos genealógicos que lixem isto tudo ... Ou uma qualquer Wikipédia a dizer coisas ...

Embora este espaço não seja particularmente indicado para tais altos estudos, faça-se, quanto antes, a profilaxia do sarilho - em que somos, ou fingimos ser, hábeis médicos de família ...

Faça-se a profilaxia do sarilho, enquanto é tempo.

quarta-feira, 9 de março de 2016

TROCA DE GALHARDETES (144) - Geração escrava

"A triste geração que virou escrava" ,  Mia Couto


"E a juventude vai escoando entre os dedos.
Era uma vez uma geração que se achava muito livre.
Tinha pena dos avós, que casaram cedo e nunca viajaram para a Europa.
Tinha pena dos pais, que tiveram que camelar em empreguinhos ingratos e suar muitas camisas para pagar o aluguer, a escola e as viagens em família para pousadas no interior.

Tinha pena de todos os que não falavam inglês fluentemente.
Era uma vez uma geração que crescia quase bilíngue. Depois vinham noções de francês, italiano, espanhol, alemão, mandarim.
Frequentou as melhores escolas.
Entrou nas melhores faculdades.
Passou no processo seletivo dos melhores estágios.
Foram efectivados. Ficaram orgulhosos, com razão.
E veio pós, especialização, mestrado, MBA. Os diplomas foram subindo pelas paredes.
Era uma vez uma geração que aos 20 ganhava o que não precisava. Aos 25 ganhava o que os pais ganharam aos 45. Aos 30 ganhava o que os pais ganharam na vida toda. Aos 35 ganhava o que os pais nunca sonharam ganhar.
Ninguém podia os deter. A experiência crescia diariamente, a carreira era meteórica, a conta bancária estava cada dia mais bonita.
O problema era que o auge estava cada vez mais longe. A meta estava cada vez mais distante. Algo como o burro que persegue a cenoura ou o cão que corre atrás do próprio rabo.
O problema era uma nebulosa na qual já não se podia distinguir o que era meta, o que era sonho, o que era gana, o que era ambição, o que era ganância, o que necessário e o que era vício.
O dinheiro que estava na conta dava para muitas viagens. Dava para visitar aquele amigo querido que estava em Barcelona. Dava para realizar o sonho de conhecer a Tailândia. Dava para voar bem alto.
Mas, sabe como é, né? Prioridades. Acabavam sempre ficando ao invés de sempre ir.
Essa geração tentava  convencer-se de que podia comprar saúde em caixinhas. Chegava a acreditar que uma hora de corrida podia mesmo compensar todo o dano que fazia diariamente ao próprio corpo.
Aos 20: ibuprofeno. Aos 25: omeprazol. Aos 30: rivotril. Aos 35: stent.
Uma estranha geração que tomava café para ficar acordada e comprimidos para dormir.
Oscilavam entre o sim e o não. Você dá conta? Sim. Cumpre o prazo?
Sim. Chega mais cedo? Sim. Sai mais tarde? Sim. Quer se destacar na equipe? Sim.
Mas para a vida, costumava ser não:
Aos 20 eles não conseguiram estudar para as provas da faculdade porque o estágio demandava muito.
Aos 25 eles não foram morar fora porque havia uma perspectiva muito boa de promoção na empresa.
Aos 30 eles não foram no aniversário de um velho amigo porque ficaram até as 2 da manhã no escritório.
Aos 35 eles não viram o filho andar pela primeira vez. Quando chegavam, ele já estava a dormir, quando saíam ele não tinha acordado.
Às vezes, choravam no carro e, descuidadamente começavam a perguntar--se se a vida dos pais e dos avós tinha sido mesmo tão ruim como parecia.
Por um instante, chegavam a pensar que talvez uma casinha pequena, um carro popular dividido entre o casal e férias num hotel fazenda pudessem fazer algum sentido.
Mas não dava mais tempo. Já eram escravos do câmbio automático, do vinho francês, dos resorts, das imagens, das expectativas da empresa, dos olhares curiosos dos “amigos”.
Era uma vez uma geração que se achava muito livre. Afinal tinha conhecimento, tinha poder, tinha os melhores cargos, tinha dinheiro.
Só não tinha controle do próprio tempo.
Só não via que os dias estavam passando.
Só não percebia que a juventude estava escoando entre os dedos e que os bónus do final do ano não comprariam os anos de volta."





MACAU - Livraria de Hong Kong destruiu 45 mil livros para agradar a Pequim







by Ponto Final
O objectivo, revela um antigo funcionário da Causeway Bay Books era propiciar a libertação de Lee Bo, que se encontra sob custódia das autoridades chinesas desde Dezembro. Os livros foram destruídos no final de Janeiro. Lee Bo continua em parte incerta no Continente.

"A livraria Causeway Bay Books e a Mighty Current, editora que lhe é associada, destruíram pelo menos 45 mil títulos banidos na República Popular da China e críticos do Partido Comunista, na esperança de que o gesto possa propiciar a libertação de Lee Bo, o livreiro de Hong Kong que desapareceu da antiga colónia britânica no final de Dezembro.
A informação foi avançada por Woo Chih-Wai, funcionário da livraria, ao jornal South China Morning Post. Em conjunto com a mulher de Lee Bo, Woo ofereceu-se para ajudar a gerir a livraria após o desaparecimento dos seus quatro associados.
“Conheço Lee desde 1993 e decidi ajudá-lo no início de Novembro, quando Gui Minhai desapareceu na Tailândia e depois três outros funcionários da loja desapareceram, um atrás do outro”, contou Woo, de 75 anos, ao diário de Hong Kong.
Autor de biografias de líderes chineses e residente de Hong Kong desde que se fixou na cidade em 1979, oriundo de Xangai, Woo era a única pessoa a trabalhar com Lee na loja de Causeway Bay. A mulher do livreiro ajudava com os registos no armazém de Chai Wan.
Woo recorda o desaparecimento de Lee ao pormenor: “Era fim de tarde no dia 30 de Dezembro. A minha mulher [que também trabalhava para a livraria] recebeu um telefonema a pedir 15 livros. Deixou o escritório às 17:40 com os livros. Às 17:45, Lee deixou o escritório com os livros que lhe pediram para entregar”.
Woo e outra pessoa tinham um encontro marcado com Lee nessa tarde, mas o livreiro não apareceu: “Esperámos por Lee até às 20:25 e acabámos por cancelar o jantar, já que Lee não aparecia”, recordou.
“Olhando para trás, tudo parece ter sido bem planeado e o objectivo era garantir que Lee estava sozinho quando fosse levado”, disse o escritor ao South China Morning Post.
A editora Mighty Current tinha dois armazéns, com mais de 100 mil livros à data do desaparecimento de Lee: “Havia 45 mil cópias no nono andar do armazém, que era uma unidade arrendada cujo contrato expirou no mês passado. O resto estava no escritório do décimo andar, detido pelos Lee”, explicou.
Woo lembra-se de ver todas as cópias serem retiradas no novo andar até 25 de Janeiro, por ordem da mulher de Lee, Sophie Choi Ka-ping: “Estavam todos embalados e prontos a seguir para onde os compradores estavam. Mas depois a Sophie ordenou que fossem destruídos ao invés de vendidos”, revelou Woo Chih-wai.
“Alguém lhe disse que desfazer-se dos livros ia ajudar a facilitar a libertação de Lee, mas não parece ter sido assim”, comentou.
Cinco livreiros ligados à incómoda livraria desapareceram no ano passado durante deslocações à República Popular da China ou desaparecera de Hong Kong e da Tailândia. Meses depois, as autoridades do Continente admitiram que todos os livreiros estavam sob sua custódia.
Dois deles foram entretanto libertados sob fiança e regressaram a Hong Kong. Um terceiro deverá ser também libertado, segundo informaram as autoridades chinesas à polícia da antiga colónia britânica na semana passada.
As autoridades da China acusam-nos de estarem envolvidos num caso de comércio de livros proibidos no país, uma actividade que alegadamente realizaram sob ordens de Gui Minhai, considerado o cérebro da operação.
Gui desapareceu na Tailândia em Outubro e apareceu na televisão estatal chinesa em Janeiro, num vídeo em que afirma que fugia há 12 anos à justiça da China, que o condenou por ter causado a morte de uma mulher ao conduzir embriagado em 2004.
Quanto a Lee Bo, apareceu na Phoenix TV na segunda-feira passada a dizer que não tinha sido raptado e que tinha ido para a China pelos seus próprios meios para colaborar na investigação.
Organizações e activistas de defesa dos direitos humanos duvidam que estas confissões sejam reais e afirmam que podem ter sido feitas sob coação."

Marcelo, o Rebelo de Sousa *

* Segundo Cavaco Silva, na sua Autobiografia Política (2004)
"(...) Marcelo Rebelo de Sousa é um candidato (no PSD) de se lhe tirar o chapéu (...) dada a sua capacidade e irrequietude política e o à-vontade com que se mexe na comunicação social"































terça-feira, 8 de março de 2016

Dia Internacional da Mulher, SIM, HOJE!


MACAU: O que sobra de Portugal em Macau?

by Ponto Final
O sociólogo Hao Zhidong defende que o legado de relativa democratização que Portugal deixou em Macau funciona como um contra-peso à vasta história de totalitarismo que caracteriza a República Popular da China. Autor de “Macau History and Society”, o académico considera que a comunidade chinesa ultrapassa uma crise de identidade, mas é mais progressista que os cidadãos chineses que vivem do outro lado das Portas do Cerco.



Dezasseis anos após a transferência de Macau para a China, o território ainda não sabe o que fazer com o seu passado e o desconhecimento da história impede-o de aproveitar e desenvolver o legado português, defende o sociólogo Hao Zhidong.
“Há cada vez menos conhecimento sobre o que aconteceu no passado. [As autoridades] não sabem como lidar com a história, com o passado colonial como o de Ferreira do Amaral. Acho que devíamos recuperar a estátua, pô-la num museu, ou assim”, afirmou o presidente da Associação de Sociologia de Macau, em entrevista à agência Lusa, referindo-se ao mais polémico dos governadores do território, ainda hoje visto pelos chineses como símbolo do poder opressor português.
João Maria Ferreira do Amaral liderou o território entre 1846 e 1849, ano em que foi assassinado. No início dos anos 1940 foi erguida no centro da cidade uma estátua em sua homenagem, em que o governador empunhava um chicote sobre um grupo de chineses. A estátua foi retirada em 1992, sete anos antes da transferência de administração de Macau entre Lisboa e Pequim: “Devemos compreender a avaliar o legado colonial, o que foi bom, o que foi problemático. E se houve algo bom, devemos manter esse legado e até expandi-lo”, defendeu o autor do livro “Macau History and Society”, que analisa a história do território, com particular foco no desenvolvimento identitário de Macau.
O académico aponta a “tradição religiosa” como um exemplo de um “legado positivo”, tal como a relativa democratização, reflectida na possibilidade de eleição de uma parte da Assembleia Legislativa. Apesar de salientar o sistema eleitoral como a principal falha dos portugueses durante as negociações que antecederam a transição – ao não insistirem para que a Lei Básica de Macau previsse o sufrágio universal, como aconteceu em Hong Kong –, Hao concede que “a democratização [existente] é um legado português”, que deve ser valorizado e desenvolvido, acabando com deputados nomeados pelo chefe do Executivo ou, pelo menos, reduzindo o seu número.
Segundo o académico, considerando “a longa história de totalitarismo” da China, é necessário em Macau “algo que contraponha essa tradição”, ou seja, o legado dos portugueses, que transporta a tradição europeia “de liberdade e direitos humanos”.
Hao não hesita em reconhecer que a relação entre chineses e portugueses foi sempre de desencontros, mantendo-se assim até hoje: “Os portugueses não tiveram uma boa prestação no passado porque estiveram sempre separados da comunidade chinesa. É uma pena, até depois da transferência podia ter havido mais diálogo”, aponta.
Para o sociólogo, Macau precisa de “empreendedores culturais” que estabeleçam essa ponte: “Aqui não temos essas pessoas, todos estão a tratar das suas coisas, não procuram as outras comunidades”, diz.
Ainda assim, 500 anos de presença portuguesa deixaram marcas no tecido social, mesmo após o retorno à China: “Diria que as pessoas têm orgulho em ser de Macau, acreditam que são diferentes dos chineses da China continental. São mais abertas politicamente, menos controladas pelo Governo, mais rebeldes. Também há rebeldes na China, mas são muito poucos, proporcionalmente. Consideram-se mais progressistas e isso faz parte do legado português”, diagnostica.
No entanto, o desconhecimento da história acaba por criar um distanciamento entre o conceito e a realidade, de que o património classificado pela UNESCO é símbolo: “As pessoas valorizam muito o património e têm orgulho nele. Agora, em que medida o compreendem ou integram na sua forma de viver, isso é outro assunto”.
As pessoas de Macau – a que chama ‘macauans’ (na expressão em inglês) por oposição ao termo ‘macaense’ que reflecte a mistura étnica entre portugueses e chineses – “estão numa crise de identidade”.
A esmagadora maioria identifica-se como chinesa, mas tem em conta que isso acarreta muitas facetas: “As pessoas têm mesmo de pensar em quem são, politicamente. Se respondem que são chineses, de que tipo? Identificam-se com o Governo chinês ou com valores universais? São a favor do centralismo, de ditadura ou de democracia? Que tipo de China perspectivam?”
O sociólogo defende que há pouca identificação com a República Popular como entidade política e o que o princípio ‘Um país, dois sistemas’ é acolhido. Ao abrigo deste princípio, as políticas socialistas em vigor no resto da China não se aplicam em Macau e Hong Kong (excepto nas áreas da Defesa e Relações Externas), permitindo um alto grau de autonomia. “É o único mecanismo que os protege”, sublinha.
Em termos de valores, Hao identifica uma juventude em Macau mais preocupada com a democracia, em grande parte por influência de Hong Kong e Taiwan, ambos territórios com relações conturbadas com a China continental: “Isso reflectiu-se num inquérito sobre a mudança de atitudes em relação à China. Identificam-se menos do que antes, menos do que em 1999 [quando a administração deixou de ser portuguesa] e até do que há uns anos”, explica.
O académico acredita que a comunidade portuguesa poderia ter um papel relevante no esforço de democratização.
“Se houvesse diálogo entre grupos, entre os que acreditam na democracia, por exemplo, podia delinear-se uma estratégia para lutar por isso”, afirma o investigador, sublinhado como seria benéfico que portugueses e chineses cooperassem para “fazer um trabalho sério” de “investigação sobre Macau”.
Apesar do seu olhar optimista quanto ao futuro, identifica sinais de ‘continentalização’ que considera preocupantes, como o caso dos dois académicos – Éric Sautedé e Bill Chou – que foram afastados dos seus lugares na Universidade de São José e Universidade de Macau, respectivamente, por motivos políticos.
Além disso, aponta, há “alguns problemas com a comunicação social em termos de liberdade de expressão”.

Estes elementos, juntamente com o falhanço do movimento pró-democracia de Hong Kong de final de 2014, pintam um cenário “pessimista a curto prazo”, mas Hao mantém as boas perspectivas para um futuro mais longínquo: “Não há fuga à democratização. Não acho que o Governo da China possa manter esta pressão em Hong Kong e, por associação, em Macau”, defende.
Olhando para 2049, data até à qual é garantido o funcionamento do princípio ‘Um país, dois sistemas’, vários cenários se vislumbram: “Se a China se democratizar – política, social e culturalmente –, Macau e Hong Kong também o vão fazer. Esse é o melhor cenário, mas há também a possibilidade de as coisas se manterem mais ou menos na mesma, até depois de 2049. Há uma terceira possibilidade, pior, em que Macau se torna mais ‘continentalizado’, com menos liberdade de expressão, de imprensa, mais problemas na indústria do jogo, mais descontentamento popular. Mas acho improvável”.


segunda-feira, 7 de março de 2016

TROCA DE GALHARDETES (143) - O nosso tempo

Angel Boligan Cultura Inquieta

Ángel Boligan



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Pawel Kuczynski



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Marc Kostabi



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John Holcroft



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Jean Jullien



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Liam Walsh



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John Holcroft



Satirical Illustrations Addiction to Technology8

Renn



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Pawel Kuczynski



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Asaf Hanuka



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Steve Cutts



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Pawel Kuczynski



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Unknown



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Makkah Newspaper



Jean Jullien Cultura Inquieta

Jean Jullien



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Pawel Kuczynski



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John Holcroft



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Jean Jullien



Satirical Illustrations Addiction to Technology18

Jean Jullien



Satirical Illustrations Addiction to Technology19

Steve Cutts



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Steve Cutts



Satirical Illustrations Addiction to Technology21

Jean Jullien



Satirical Illustrations Addiction to Technology22

Latif Fityani



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Jean Jullien



Satirical Illustrations Addiction to Technology24

John Holcroft



Satirical Illustrations Addiction to Technology25

f@temeh



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