Mais uma página africana, vivida por madeirenses emigrados ...
Para que nada se perca:
"7 de Dezembro de 1984
Fiéis amigos
Há dois dias que terminou na África do Sul o ano escolar e parece não existir, como é natural, quem não esteja a pensar em férias. A fisionomia da própria cidade o diz. Talvez por isso o almoço da Academia do Bacalhau, de ontem, como de todas as quintas-feiras, tenha registado a presença de poucos "compadres". Assim mesmo, lá estavam alguns madeirenses já nossos conhecidos, a dizer que, pelo menos à mesa, somos todos a mesma gente. Enquanto houver bacalhau ... a comunidade portuguesa não morre mais ...
A excepção
- Vim de Moçambique há sete anos - disse-nos a caixa de um supermercado, assim que com ela metemos conversa. - O meu marido era motorista da D.G.S., em Lourenço Marques, e agora aqui é metalúrgico. Temos dois filhos: um já trabalha no ofício do pai e o outro anda na escola sul-africana, mas vai começar para o ano a aprender português.
- Saudades de Portugal?
- Sou de V. N. de Gaia e todas as semanas faço tripas ...
Prossigamos.
E, para que nada falte nesta gazeta, abordámos a seguir, quase sem querer, um madeirense declaradamente estúpido e malcriado, com a agravante de lhe terem chamado comendador.
- Não respondo a nada: já disse no Congresso o que tinha a dizer ...
- Podemos tomar aqui umas notas?
- Não!
- Pode, ao menos, indicar-nos qual o melhor caminho para o Consulado?
- Fica ali atrás daquele prédio ...
- Bom dia, senhor comendador!
Acontece. Regista-se a excepção.
Retomemos, tranquilamente, o diálogo com os que, por certo, representam a maioria. Neste caso, um armazenista, com quem falámos largos minutos sobre Portugal, até que surgiu a pergunta sobre os interesses madeirenses:
- Que pode a comunidade madeirense residente na África do Sul fazer pelo desenvolvimento dos sectores da agricultura e das pescas na Madeira?
- Quanto às pescas, tornar-se-ia necessário fazer um entreposto frigorífico com os respectivos túneis de congelação, cuja capacidade absorvesse, em épocas de abundância, os produtos existentes.
Nos períodos de falta, poder-se-iam importar mercadorias em trânsito, que seriam armazenadas, parte para as necessidades locais, parte para mercados exteriores. Admito que a própria África do Sul estivesse interessada no aproveitamento destas condições, principalmente se Portugal vier a entrar para a C.E.E..
É lógico que se impunha também a ampliação da frota pesqueira da Região, não sendo de excluir a hipótese de haver madeirenses aqui ligados a esta actividade dispostos a uma colaboração.
No respeitante à agricultura, é transparente que as próprias características do solo madeirense dificultam a acção. Contudo, é bem possível que, pouco a pouco, haja possibilidade de levar as novas gerações a um racional aproveitamento das potencialidades existentes que, apesar de tudo, não são tão poucas como isso.
Aliás, talvez o Governo Regional, se pudesse encarregar de enviar técnicos agrícolas às populações rurais em missões de formação e esclarecimento.
O sr. Figueiredo
Já nos tinham dito que na cidade há muitos motoristas de táxi portugueses. Chegou hoje, finalmente, a vez de conhecermos um deles: o sr. Figueiredo (o nome está escrito no exterior das portas da frente do carro).
- Boa tarde, sr. Figueiredo! - abri a saudar, provocando conversa. - Leve-me, por favor, à Kurk Street.
- Com certeza. Boa tarde!
- Então como é que vai a vida? - arremessei.
- Vai indo. E em Portugal?
- Bom ...
- Dinheiro meu é que eles não apanham ...
- Mas os portugueses daqui estão a investir na nossa terra, com força ... - retorqui.
- Sabe, eu ... eu tenho os meus parentes no Brasil ...
O diálogo foi-se animando e, entrementes, com silêncios à mistura, havíamos chegado ao destino indicado. Antes da despedida, porém, e connosco já fora do carro, ainda o sr. Figueiredo gritou, lá de dentro:
- Olhe, amanhã às seis da tarde tem onde ir?... Gostava de palestrar consigo. Apareça no bar do Hotel Joanesburgo, que param lá compatriotas nossos e a gente troca mais impressões."
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
De quantas cruzes se faz o Natal?
Há quem diga que é Natal. Talvez. Mas não vejo ninguém a sorrir. Será que, afinal, estamos na Páscoa ... Sim, talvez estejamos na Páscoa, no começar tudo de novo.
Não, também não gosto do Natal. Mas não digam isto às crianças, que elas acreditam no sapatinho e ainda não sabem de quantas cruzes se faz um Natal...
Um dia destes foi véspera de Natal, ouviu-se no Parque Infantil. Mas quando a criança passou por mim de mão dada com o avô, a criança sorriu-me e eu respondi-lhe:
- Olha, logo à noite o Pai Natal vai a tua casa ...
O avô não sorriu. Porque o que ele queria era mesmo que fosse Ressurreição para depois acordar e já ser Natal.
Não, também não gosto do Natal. Mas não digam isto às crianças, que elas acreditam no sapatinho e ainda não sabem de quantas cruzes se faz um Natal...
Um dia destes foi véspera de Natal, ouviu-se no Parque Infantil. Mas quando a criança passou por mim de mão dada com o avô, a criança sorriu-me e eu respondi-lhe:
- Olha, logo à noite o Pai Natal vai a tua casa ...
O avô não sorriu. Porque o que ele queria era mesmo que fosse Ressurreição para depois acordar e já ser Natal.
Brasil - meu bem! Saravá!
De quando em vez, a curiosidade leva-me até às estatísticas Google e, não raro, há períodos em que o Brasil surge no primeiro lugar no conjunto dos países que mais aparecem na ruadojardim7 . É uma honra e uma alegria enorme só de pensar-me lido e visto num dos países que mais amo e que, não podendo dizer que conheço, posso afirmar que já, em mais de uma oportunidade, lhe pisei calçadas, morros, ruas e areias. A primeira vez em Setembro de 1972, depois de uma inesquecível viagem no luso Infante D. Henrique - nas comemorações do vosso Sesquicentenário da Independência.
Permitam-me, por isso tudo, amigos do Lado de Lá, que vos preste uma pequena homenagem com a publicação de duas fotografias de outras tantas páginas, justamente de dois livros que, na simplicidade da "minha estante", gritam BRASIL e lembram a vossa maneira de estar com. Gostava de vos ver na lista dos seguidores do blogue que, afinal, na prática, acabam por ser com muita frequência.
Saravá, meus Irmãos!
Permitam-me, por isso tudo, amigos do Lado de Lá, que vos preste uma pequena homenagem com a publicação de duas fotografias de outras tantas páginas, justamente de dois livros que, na simplicidade da "minha estante", gritam BRASIL e lembram a vossa maneira de estar com. Gostava de vos ver na lista dos seguidores do blogue que, afinal, na prática, acabam por ser com muita frequência.
Saravá, meus Irmãos!
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
PORNOLÍTICA 20 - Mesquitas e igrejas
Síntese de um "e-mail" recebido:
"A NORUEGA PROIBIU A ARÁBIA SAUDITA DE FINANCIAR MESQUITAS, ENQUANTO NÃO PERMITIR A CONSTRUÇÃO DE IGREJAS NO SEU PAÍS."
Fica o apelo:
encham-se os blogues de notícias destas que "falam" de liberdade. Para que a liberdade não tenha fronteiras. De facto.
"A NORUEGA PROIBIU A ARÁBIA SAUDITA DE FINANCIAR MESQUITAS, ENQUANTO NÃO PERMITIR A CONSTRUÇÃO DE IGREJAS NO SEU PAÍS."
Fica o apelo:
encham-se os blogues de notícias destas que "falam" de liberdade. Para que a liberdade não tenha fronteiras. De facto.
Boca do Inferno
Por muito insólita que tenha sido a pergunta, um dia destes, estava eu, no banco, a apanhar a réstea de sol que as árvores circundantes permitiam, quando um dos seus fregueses habituais, disparou, sem mais nem quê:
"diga lá você (você, no caso, era eu, claro ...), quantas pessoas conheceu até hoje, ao longo da sua vida, sem a mais pequena ponta de mérito - social, laboral, etc Vá, assim sem pensar muito... Diga!"
Transcrevo a resposta, numa altura em que se avizinha o dia anual (1 de Janeiro) do balanço ... e do correspondente lixo:
- Até agora, quatro, meu Caro! Uma pela sua inultrapassável incultura profissional e humana; outra pelo seu demonstrado, e incomodativo, baixo nível cultural e social; uma terceira, pelo seu reiterado estilo hitleriano nas relações com toda gente e ... e ainda uma quarta, pela forma interesseira como, em momentos difíceis, se comportou em relação a quem, muitas vezes, lhe deu pão.
E, partindo do quase impensável da pergunta do sr. ..., ao contrário do que se poderia esperar, foi um dia feliz na ruadojardim7, frente ao coreto. Pelos modos, "fechadas as contas", a nível pessoal, às vezes, pensando melhor, não estamos assim tão mal quanto, sem pensar, pensamos ...
É claro que, na soma, não entraram os que não conseguiram nem ser carne, nem peixe ...
Isto tudo, AQUI, p´ra quê? Para propor uma eventual reflexão - sobretudo agora que não há nada que não nos pareça uma desgraça ...
"diga lá você (você, no caso, era eu, claro ...), quantas pessoas conheceu até hoje, ao longo da sua vida, sem a mais pequena ponta de mérito - social, laboral, etc Vá, assim sem pensar muito... Diga!"
Transcrevo a resposta, numa altura em que se avizinha o dia anual (1 de Janeiro) do balanço ... e do correspondente lixo:
- Até agora, quatro, meu Caro! Uma pela sua inultrapassável incultura profissional e humana; outra pelo seu demonstrado, e incomodativo, baixo nível cultural e social; uma terceira, pelo seu reiterado estilo hitleriano nas relações com toda gente e ... e ainda uma quarta, pela forma interesseira como, em momentos difíceis, se comportou em relação a quem, muitas vezes, lhe deu pão.
E, partindo do quase impensável da pergunta do sr. ..., ao contrário do que se poderia esperar, foi um dia feliz na ruadojardim7, frente ao coreto. Pelos modos, "fechadas as contas", a nível pessoal, às vezes, pensando melhor, não estamos assim tão mal quanto, sem pensar, pensamos ...
É claro que, na soma, não entraram os que não conseguiram nem ser carne, nem peixe ...
Isto tudo, AQUI, p´ra quê? Para propor uma eventual reflexão - sobretudo agora que não há nada que não nos pareça uma desgraça ...
Um salto à retaguarda para eventual (re)toma? ... *
* De um breve apontamento MA publicado num vespertino em 1976, mas que, agora, enquanto coisa velha, me apetece deitar fora. Ora leiam a transcrição do que depois saiu em livro (À Sombra da Minha Latada)...e, já agora, digam de vossa justiça, antes da limpeza que é uso fazer-se no dia 31 de Dezembro de cada ano. Mas estejam à vontade. Seja qual for o vosso parecer.
"Abril em Portugal. Mais do que uma canção: uma revolução. Com flores, letra e música. Marchas e cravos. Espingardas para decorar e flores para atirar. Sem ovos podres. Só batalha de flores. De cravos. Eram vermelhos sem ninguém saber porquê. Nem importava. Há pormenores que não se discutem em dias festivos. O povo veio para a rua e depois de ter sido madrugada hesitante, foi manhã de festa sucessivamente mais rija até ao 1º de Maio, em que cantou, bailou, comeu e bebeu à grande. No dia seguinte, foi trabalhar e depois ainda trabalhou. A seguir, desistiu enquanto não lhe deram mais dinheiro, enquanto não repartiram consigo parte da riqueza acumulada.
Repartiram do que havia e do que deveria haver.
Dançara na rua. Dançava agora na "boite". De dia reclamava - à noite dançava. E de tanto dançar ficou tonto. E começou a perturbar-se. É agora novo-rico. Ou melhor: foi novo-rico. De momento, já receia ser de novo pobre. Tinha pouco dinheiro, teve algum dinheiro, hoje paga por letras. Ao merceeiro ainda não. Mas quase. Entretanto, passa cheques sem cobertura. Inadvertidamente. Contudo, algumas lojas fazem questão em só lhos aceitarem visados pelo banco.
Dançou para festejar. Dançou para gozar. Entonteceu a dançar. Dança para esquecer. Liamba-se para sonhar. Sonha para se divertir. E a sonhar vive. Mas sem notas nem moedas.
Tem automóvel à porta e a letra no protesto. Tudo foram cravos. Quase tudo são cravas. Deixou-se envolver na primeira. Envolveu-se na segunda.
Portugal em Abril foi, antes de mais, uma canção: letra e música. Hoje é só letra. Portugal é uma letra. Todos os dias protestada.
Foi cravo. Alguns querem-no crava. Estamos, a pouco e pouco, em plena "revolução dos cravas" em que a terra já nem sempre é para quem a trabalha, mas para quem a baralha.
A música ... foi-se. Perderam-se as notas."
Edição de 1980 |
"Abril em Portugal. Mais do que uma canção: uma revolução. Com flores, letra e música. Marchas e cravos. Espingardas para decorar e flores para atirar. Sem ovos podres. Só batalha de flores. De cravos. Eram vermelhos sem ninguém saber porquê. Nem importava. Há pormenores que não se discutem em dias festivos. O povo veio para a rua e depois de ter sido madrugada hesitante, foi manhã de festa sucessivamente mais rija até ao 1º de Maio, em que cantou, bailou, comeu e bebeu à grande. No dia seguinte, foi trabalhar e depois ainda trabalhou. A seguir, desistiu enquanto não lhe deram mais dinheiro, enquanto não repartiram consigo parte da riqueza acumulada.
Repartiram do que havia e do que deveria haver.
Dançara na rua. Dançava agora na "boite". De dia reclamava - à noite dançava. E de tanto dançar ficou tonto. E começou a perturbar-se. É agora novo-rico. Ou melhor: foi novo-rico. De momento, já receia ser de novo pobre. Tinha pouco dinheiro, teve algum dinheiro, hoje paga por letras. Ao merceeiro ainda não. Mas quase. Entretanto, passa cheques sem cobertura. Inadvertidamente. Contudo, algumas lojas fazem questão em só lhos aceitarem visados pelo banco.
Dançou para festejar. Dançou para gozar. Entonteceu a dançar. Dança para esquecer. Liamba-se para sonhar. Sonha para se divertir. E a sonhar vive. Mas sem notas nem moedas.
Tem automóvel à porta e a letra no protesto. Tudo foram cravos. Quase tudo são cravas. Deixou-se envolver na primeira. Envolveu-se na segunda.
Portugal em Abril foi, antes de mais, uma canção: letra e música. Hoje é só letra. Portugal é uma letra. Todos os dias protestada.
Foi cravo. Alguns querem-no crava. Estamos, a pouco e pouco, em plena "revolução dos cravas" em que a terra já nem sempre é para quem a trabalha, mas para quem a baralha.
A música ... foi-se. Perderam-se as notas."
Do lido, o sublinhado ( 4 )
Homenagear, AQUI, Nelson Mandela, seria caricato. Lembrá-lo não. Sempre será melhor que fazê-lo num qualquer "graffiti", digo eu, que, apesar de tudo, gosto de alguns que tenho visto aquém e além fronteiras.
Nelson Mandela in Longo Caminho para a Liberdade:
"Possuo uma licenciatura em Letras e pratiquei a advocacia em Joanesburgo durante vários anos, em sociedade com o Dr. Oliver Tambo. Sou um prisioneiro condenado, a cumprir uma pena de cinco anos por ter saído do país sem autorização e por incitar o povo a fazer greve, no final de Maio de 1961.
Admito imediatamente que fui das pessoas que ajudaram a formar o Umkhonto we Sizwe e que desempenhei um papel importante na condução dos seus assuntos, até à minha detenção em Agosto de 1962.
Quero deixar claro, desde o início, que a insinuação feita pelo Estado de que a luta na África do Sul está sob influência de estrangeiros ou de comunistas é totalmente incorrecta. Fiz o que fiz, quer como indivíduo, quer como líder do meu povo, devido à minha experiência na África do Sul e à minha proveniência africana, de que me orgulho, e não por causa do que alguém possa ter dito.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Das minhas leituras de literatura Marxista, e de conversas com marxistas, retirei a impressão de que os comunistas consideram o sistema parlamentar do Ocidente como antidemocrático e reaccionário. Eu, pelo contrário, sou um admirador de tal sistema."
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Tem a palavra um dos que aparece no "banco"
Não importa o quadrante político onde se situa, não importa a religião a que dá maior importância, não importa o que faz, ou fez - ESTÁ AQUI e, se está aqui perto deste banco de jardim, é como se estivesse a meu lado.
Eu digo-vos onde o podem encontrar - amigo e disponível (copiem bem ...):
http://qualeatuaomeu.blogspot.com
não para criar sociedades do elogio mútuo ou daquelas do gosto, que andam por aí cheias de armadilhas, em "amores" de circunstância. Não!
Também não vamos, em público, discutir opções clubistas ou outras, mas o que SOMOS, somos, e, nesse ser, está, estará tudo - sem cartilhas. Não é verdade, Fernando Monteiro? Gostei do que li sem a pobreza verbal de um FACEBOOK, mas com a breve sugestão amiga de que tente uma maior síntese em, eventualmente, mais mensagens. Mas, como diria um mestre do cavaquinho, no programa "Portugal no Coração", da RTP, TODOS É QUE SABEMOS TUDO.
Boas Festas! Que 2013 não dê azar! ...
NATAL 2012: duas imagens, um rosto
NATAL 2012. Hoje é dia dos sonhos, mas também de virmos aqui dizer que temos saudades do castelo a que, anos a fio, subimos ... E que importa continuar. À procura, nem que seja da utopia.
Obrigatório é não desistir.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Arte de Guzman
domingo, 23 de dezembro de 2012
Do lido, o sublinhado ( 3 )
De Miguel Torga
Natal
Leio o teu nome
Na página da noite:
Menino Deus ...
E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos.
Humanas alvoradas ...
A divindade é o menos.
sábado, 22 de dezembro de 2012
Quem é que quer ser José ou Maria?
Nos últimos dias tenho pensado muito nesta coisa aparentemente intrigante que resulta do facto de as pessoas, em particular, nesta altura do ano, serem, de um modo geral, boazinhas ... Abraçam-se, enviam cartões com os melhores votos de felicidades uma às outras, fazem os mais piedosos votos que se conhecem, dão beijinhos, eu sei lá ... Depois, depois ... ninguém sabe explicar porquê, "vem a Zefa do Carriço, o Zé Barbeiro e o filho e é tamanho o reboliço que anda (de novo) tudo num sarilho".
Ora eu, no exercício do meu direito de opinião, acho isto tudo, a continuar como está, péssimo. Ou bem que há condições de viver com os outros 365/6 dias sem guerras, ou nada pior do que a hipocrisia de uma semana a fingir ... Lembro, a propósito, aquele ex-colega que, aqui há uns anos, pelo Natal, comprou meia dúzia de objectos para, "na mais cordial camaradagem", sortear/oferecer aos colegas e a si próprio ... O que aconteceu foi que o fulano, depois, ficou "danado" por não lhe ter saído a ele o "brinde" mais caro do conjunto que adquirira para sortear em plena "confraternização"...
Ora bem, tal como o cristão não o é só porque vai à missa, também o amigo o não deve ser apenas quando o calendário indica.
Por outras palavras, espírito natalício sempre, ou zero ... Porque nada pior do que prometer e não dar ... Nas actuais circunstâncias, podem ganhar-se, nalguns casos, sete, dez dias de paz, mas, quando tudo volta ao normal, volta ... volta, em regra, pior ... O que é uma chatice!... Enquanto o Natal não for quando um homem quiser e um homem quiser sempre ... isto da quadra natalícia é um negócio e pouco mais ... Pobres e bem agradecidos foram Maria, José e o Menino - mas por isso ficaram inequivocamente santos todos os dias.
Ora eu, no exercício do meu direito de opinião, acho isto tudo, a continuar como está, péssimo. Ou bem que há condições de viver com os outros 365/6 dias sem guerras, ou nada pior do que a hipocrisia de uma semana a fingir ... Lembro, a propósito, aquele ex-colega que, aqui há uns anos, pelo Natal, comprou meia dúzia de objectos para, "na mais cordial camaradagem", sortear/oferecer aos colegas e a si próprio ... O que aconteceu foi que o fulano, depois, ficou "danado" por não lhe ter saído a ele o "brinde" mais caro do conjunto que adquirira para sortear em plena "confraternização"...
Ora bem, tal como o cristão não o é só porque vai à missa, também o amigo o não deve ser apenas quando o calendário indica.
Por outras palavras, espírito natalício sempre, ou zero ... Porque nada pior do que prometer e não dar ... Nas actuais circunstâncias, podem ganhar-se, nalguns casos, sete, dez dias de paz, mas, quando tudo volta ao normal, volta ... volta, em regra, pior ... O que é uma chatice!... Enquanto o Natal não for quando um homem quiser e um homem quiser sempre ... isto da quadra natalícia é um negócio e pouco mais ... Pobres e bem agradecidos foram Maria, José e o Menino - mas por isso ficaram inequivocamente santos todos os dias.
P´ra todos os visitantes da ruadojardim7
Pr'aqueles p'ra quem amar é existir,
Pr'aqueles p'ra quem ler é amar,
Pr'aqueles p'ra quem estar é sentir,
Pr'aqueles p'ra quem sorrir é saudar,
AQUI ESTOU!
Pr'aqueles p'ra quem ler é amar,
Pr'aqueles p'ra quem estar é sentir,
Pr'aqueles p'ra quem sorrir é saudar,
AQUI ESTOU!
As mãos com chagas e pus de Bombaim
Porque é que se escreve o que se escreve, aqui, neste espaço de leitura dispersa? Os estatísticos que o digam. O que eu sei é que ontem, exactamente ONTEM à noite, a "provocação" chegou-me via RTP 1 (para os "distantes": Radiotelevisão Portuguesa - Canal Um - Programa Princípes do Nada).
Não para adiantar muito, ou mesmo quase nada, mas para referir que, milhares de quilómetros percorridos um pouco por todo o mundo, o caso mais chocante de miséria que vi na minha vida foi na amplamente falada India, em Bombaim, onde, sempre que um táxi parava, havia mãos, havia chagas, feridas com pus e sangue, a tentar entrar pelos vidros das janelas - a pedir esmola ... E, não sei se cúmulo ou não da miséria, via-se com frequência a eventual delimitação de "habitações" pintada numa parede apenas com dois traços verticais ... Com pregos no muro para pendurar alguns "utensílios"... E ... e, no chão, tudo, tudo o mais que era suposto ser uma casa ... A dois passos, no caso, de um hotel de cinco estrelas, por exemplo.
É isto a India? Não sei. Temo que seja. Integrada numa Comunidade Britânica que "ajuda na implementação e manutenção de sistemas políticos que visem democracia, desenvolvimento sustentado e direitos humanos".
Tenho saudades de Goa.
Não para adiantar muito, ou mesmo quase nada, mas para referir que, milhares de quilómetros percorridos um pouco por todo o mundo, o caso mais chocante de miséria que vi na minha vida foi na amplamente falada India, em Bombaim, onde, sempre que um táxi parava, havia mãos, havia chagas, feridas com pus e sangue, a tentar entrar pelos vidros das janelas - a pedir esmola ... E, não sei se cúmulo ou não da miséria, via-se com frequência a eventual delimitação de "habitações" pintada numa parede apenas com dois traços verticais ... Com pregos no muro para pendurar alguns "utensílios"... E ... e, no chão, tudo, tudo o mais que era suposto ser uma casa ... A dois passos, no caso, de um hotel de cinco estrelas, por exemplo.
É isto a India? Não sei. Temo que seja. Integrada numa Comunidade Britânica que "ajuda na implementação e manutenção de sistemas políticos que visem democracia, desenvolvimento sustentado e direitos humanos".
Tenho saudades de Goa.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Um chá para Alice - a do País das Maravilhas *
* Exposição na Gulbenkian,
na avenida de Berna, em Lisboa
Uma exposição para as crianças, num Chá para Alice: 21 mesas, 21 ilustradores contemporâneos, de 15 países diferentes. Uma centena de originais e a alegria de crianças e adultos. Excelente pretexto para uma fotografia ... a sublinhar, em tempos sisudos, o bom gosto da apresentação da FCG - que, pelos modos, ainda vai tendo euros para nos tentar animar a imaginação (não digam nada ao ministro das Finanças, por favor).
na avenida de Berna, em Lisboa
Uma exposição para as crianças, num Chá para Alice: 21 mesas, 21 ilustradores contemporâneos, de 15 países diferentes. Uma centena de originais e a alegria de crianças e adultos. Excelente pretexto para uma fotografia ... a sublinhar, em tempos sisudos, o bom gosto da apresentação da FCG - que, pelos modos, ainda vai tendo euros para nos tentar animar a imaginação (não digam nada ao ministro das Finanças, por favor).
Do lido, o sublinhado ( 2 )
Marguerite Yourcenar
in Memórias de Adriano
"Duvido de que toda a filosofia do mundo consiga suprimir a escravatura: o mais que poderá suceder é mudarem-lhe o nome."
"Protestaram quando eu expulsei uma patrícia rica e considerada que maltratava os seus velhos escravos; qualquer ingrato sem categoria que se desinteressa dos seus pais enfermos choca mais a consciência pública, mas vejo pouca diferença entre estas duas formas de desumanidade."
"Quanto a mim, compreendia mal que se deixasse voluntariamente um mundo que me parecia belo, que não se esgotasse até ao fim, a despeito de todos os males, a última possibilidade de pensamento, de contacto e mesmo de olhar."
"A memória da maior parte dos homens é um cemitério abandonado, onde jazem, sem honras, mortos que eles deixaram de amar.Toda a dor prolongada insulta o seu esquecimento."
in Memórias de Adriano
"Duvido de que toda a filosofia do mundo consiga suprimir a escravatura: o mais que poderá suceder é mudarem-lhe o nome."
"Protestaram quando eu expulsei uma patrícia rica e considerada que maltratava os seus velhos escravos; qualquer ingrato sem categoria que se desinteressa dos seus pais enfermos choca mais a consciência pública, mas vejo pouca diferença entre estas duas formas de desumanidade."
"Quanto a mim, compreendia mal que se deixasse voluntariamente um mundo que me parecia belo, que não se esgotasse até ao fim, a despeito de todos os males, a última possibilidade de pensamento, de contacto e mesmo de olhar."
"A memória da maior parte dos homens é um cemitério abandonado, onde jazem, sem honras, mortos que eles deixaram de amar.Toda a dor prolongada insulta o seu esquecimento."
"As Idades do Mar"
A exposição patente na Fundação Calouste Gulbenkian intitula-se As Idades do Mar e, pelo modo bonito que é a pintura, sublinha "O mar (enquanto) entidade física imensa que, com especial significado na história e cultura portuguesa, tem um valor universal, enquanto veículo de comunicação para a economia, a política e a cultura."
Eu talvez acrescentasse "veiculo de comunicação para a aproximação, para o abraço ( ou a guerra) entre povos". E citaria, por exemplo, a fraternidade, que vai muito para além da Cultura, entre Portugal e o Brasil, que o mar uniu. Mas talvez tudo acabasse por ficar piegas. E o piegas, o amor, venha a merecer outras aproximações intemporais e intercontinentais.
É uma excelentíssima exposição que "vive", sobretudo, do que, nas Idades do Mar, não foi aproximação pacífica.
Eu talvez acrescentasse "veiculo de comunicação para a aproximação, para o abraço ( ou a guerra) entre povos". E citaria, por exemplo, a fraternidade, que vai muito para além da Cultura, entre Portugal e o Brasil, que o mar uniu. Mas talvez tudo acabasse por ficar piegas. E o piegas, o amor, venha a merecer outras aproximações intemporais e intercontinentais.
É uma excelentíssima exposição que "vive", sobretudo, do que, nas Idades do Mar, não foi aproximação pacífica.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
CERCI Lisboa - Espaço da, de, Luz
Natal "é quando um homem quiser". Foi hoje. No Espaço da Luz da CERCI Lisboa.
No meio das novas amarguras, das novas dificuldades, neste mundo que dizem "acabar amanhã", que fiquem os sorrisos que hoje, hoje mesmo, na véspera de um anunciado "cataclismo", reencontrei no rosto dos Amigos do Espaço da Luz-CERCI Lisboa, na confraternização possível neste Natal agridoce de 2012.
No meio das novas amarguras, das novas dificuldades, neste mundo que dizem "acabar amanhã", que fiquem os sorrisos que hoje, hoje mesmo, na véspera de um anunciado "cataclismo", reencontrei no rosto dos Amigos do Espaço da Luz-CERCI Lisboa, na confraternização possível neste Natal agridoce de 2012.
DIÁRIODEVEZEMQUANDO
Diário de vez em quando para dizer coisas, mostrar coisas, "falatar" acerca de tudo e de nada, numa sala de espelhos, algures, muito longe do capital, mas nos arredores da capital, para onde, às vezes, trago o banco. Hoje, agora ... apenas para vos "falar" de SAUDADE. Melhor: pedir aos papéis que falem e digam isso mesmo, que gritem o sentimento que ficou do dia de ontem, e do de anteontem, e daquele em que, no Canadá, por exemplo, andei de português em português a tentar perceber melhor o que era a Saudade, essa Saudade, que também é Fado e, portanto, património da Humanidade ...
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Do lido, o sublinhado ( 1 )
Em MIGUEL TORGA
"Coimbra, 6 de Fevereiro de 1932 - Passo por esta Universidade como cão por vinha vindimada. Nem eu reparo nela, nem ela repara em mim."
"Coimbra, 8 de Janeiro de 1933 - Ao chegar, encontrei reunido na Central o concílio dos deuses. Sentei-me prudentemente à distância."
"S. Martinho de Anta, 3 de Março de 1934 - Aqui estou enterrado em montes até às orelhas, a receitar xaropes e a ler o Comércio do cabeçalho ao derradeiro anúncio. "Pela cidade" ... E vêm-me umas saudades dos eléctricos, das livrarias e do Joaquim António de Aguiar dentro da casaca de bronze à Portagem, que até estas pedras bravias se comovem. Já nem o negrilho posso ver. Ou saio daqui para um sítio onde haja ao menos um cinema, ou esta minha raiz, que mesmo do cabo do mundo bebeu sempre neste chão, seca como um canoco.
Mas ir para onde, se não tenho com que mandar cantar um cego, nem a mão de ninguém me acena de parte alguma de Portugal?"
Macau - duas microrradiografias
"... um dia, nos finais dos anos 80 do século passado, fui a Macau e quis saber, para os 16 km2 de que me falavam ter a terra, quantos eram os habitantes. Responderam-me com o censo de 1970."
Desconheço a taxa de crescimento eventualmente entretanto verificada ...
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Bom Natal e um 13 sem azar, onde quer que estejam!
O "cartão" foi composto, há uns anos, nas oficinas da ruadojardim7 por uma jovem familiar do dono do banco que conhecem.
Nas flores entretanto secas, está o desafio à imaginação, e com imaginação podem ver toda a frescura dos votos que aqui se desejam expressar - e que já leram no título da mensagem.
Nas flores entretanto secas, está o desafio à imaginação, e com imaginação podem ver toda a frescura dos votos que aqui se desejam expressar - e que já leram no título da mensagem.
Espécie de poema para um "nado-morto"
Ausentou-se, consultou médicos e boticários, ouviu gente que dizia conhecer, pensou, tanto quanto a cabeça lho permitiu, e um dia, encheu-se de uma espécie da coragem que nunca tinha tido, e disse: "morri! O que julgas ver é a imagem de um nado-morto."
Ainda lhe disseram que não, que não tinha morrido, mas ele foi a uma gaveta e mostrou tudo: "estão aqui os relatórios que dizem que morri, que sou o cadáver que sempre fui..."
"Mas eu sinto que me observas, que pareces estar dentro do corpo que julgo ter conhecido ..."
"Não! Quem te olha não é aquele que, desajeitado embora, te disse, em tempos de virgindade, que era teu, teu para sempre. Não, não! Menti! Eu hoje, mais do que nunca, com os anos, tento parecer um homem para te dizer a verdade sem disfarces: sou o cadáver que sempre fui, mas que quer deixar-te enquanto ainda te possa parecer um homem.
Adeus! Sê feliz, tenta ser feliz, em ti e no prolongamento que juntos concebemos, na mentira da vida, quase inocentes, na antecâmara desta morte invisível de que tenho sido portador quase às escondidas.
Estou morto! Adeus! Até sempre! Os médicos te dirão o resto."
Gazeta a preto e branco: África do Sul (VIII)
Nota prévia para quem aqui assomar:
Não é, obviamente, pela oportunidade política ou social que aqui se irá esgotar o que a esta gazeta diga respeito. É, sobretudo, por uma certa história que sempre fica por contar nos manuais que, não raro, sendo feitos de outros manuais, nem sempre se aproximam da realidade que
ruadojardim7 oferece, assim, o que viveu, sem tirar nem pôr. E vai continuar o registo (DATADO) que teve oportunidade de fazer.
"(...) 6 de Dezembro de 1984
Multimilionários no activo e "comendadores" falidos
A primeira notícia que nos deram pela manhã foi a de que tinha falido (não sabemos quando) determinado empresário madeirense que nos tinha sondado há uns anos para que intercedessemos "junto das autoridades portuguesas no sentido de lhe ser concedido o grau de comendador ..." Fraquezas! Quem somos nós, simples escrevinhadores desta gazeta? E como é isto de condecorações, afinal?"
Esqueçamos, porém, as mazelas da humanidade e passemos, de certo modo, a uma sondagem sobre as conclusões do I Congresso das Comunidades Madeirenses.
A um empresário de doçarias, perguntámos sem azedume:
- Que pensa da recomendação do Congresso no sentido de ser garantido o voto aos madeirenses nas eleições para a Assembleia Regional?
- Gostaria de ver as nossas comunidades espalhadas pelo mundo, que totalizam uma população superior àquela que vive na Madeira, directamente representadas para que pudesse haver uma ainda mais efectiva defesa dos nossos interesses.
- Há quantos anos neste país?
- 29!
- Tem casa na sua terra?
- Na Madeira e em Lisboa.
A seguir, de um comerciante de produtos do mar e enlatados, quisemos saber:
- Que obstáculos ao investimento em Portugal e, em particular, na Região Autónoma da Madeira?
- Com madeirense, sempre optei por investir na Madeira, antes de o fazer no Continente, pelo facto de ter saído muito novo da minha terra e só a ter conhecido depois de estar na África do Sul, através das minhas curtas visitas. Concretizando os obstáculos, direi que não estou de acordo com a lei existente para o inquilinato e penso que é legítima a pretensão de querer ver resultados palpáveis dos investimentos efectuados - o que parece não acontecer. Permitam-me, todavia, que aproveite esta oportunidade para acentuar que algumas facilidades que o emigrante tem hoje já existiam antes do 25 de Abril ... O que não significa, necessariamente, a minha concordância com tudo o que se fazia.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Depois (...) dirigimo-nos a Bryanston, a uns doze quilómetros do centro de Joaneburgo. Trocámos, impressões com o dono de um estabelecimento comercial. Da conversa havida, registámos:
- Que se preconiza para uma ligação aérea mais regular entre a Madeira e a África do Sul?
- Respondo-vos com outra pergunta: dado que a comunidade madeirense na África do Sul representa metade dos portugueses que aqui vivem, não seria possível, uma ou duas vezes por semana, a TAP voar directamente para o Funchal e depois seguir para Lisboa, dado que a Madeira, para quem vai de África, fica antes da capital?
Confiemos a pergunta aos técnicos, aos economistas e aos políticos e continuemos o "bailinho".
Voltámos à cidade de Joanesburgo (sempre com a preocupação de ouvir, ouvir ...) agora para dar a palavra a um exportador e importador. Anota-se o que de mais significativo nos disse:
- Que sugestões faria ao Governo da Região Autónoma da Madeira no sentido de "criar as condições necessárias ao aparecimento de actividades compatíveis com a capacidade e formação profissional dos emigrantes?"
- Entendo que, por exemplo, no sector bancário, algo havia a fazer, bem como no das representações industriais e comerciais, a nivel mundial. Relativamente aos profissionais por conta de outrém, admito que, nalgumas actividades, fosse interessante fazer o levantamento das potencialidades humanas existentes para o seu eventual aproveitamento directo na Região.
Para honra nossa
Com o sol a esconder-se para além dos montes que encerravam ouro ainda não há muitos anos, as tarefas do dia chegavam - quase - ao fim. Só que, em país de cardiologistas famosos, impunha-se procurar, dentre os oitenta e cinco médicos portugueses existentes em Joanesburgo, um desses homens que leva a vida a evitar a morte alheia, com sabedoria reconhecida entre os seus pares sul-africanos e doutros países. Não é um madeirense, mas, se necessário, é um compatriota nosso capaz de lutar para que também os simpáticos ilhéus da Pérola do Atlântico não morram - antes de tempo. (...) É o dr. Manuel Antunes, de seu nome, é rei em terra de gente que vê ... sem as fanfarronices de outros que também nasceram na grande Maternidade Lusitana."
Nota, em tempo, à sombra da árvore que"tenho" aqui no Jardim7:
esqueça-se o tom entusiasmado, às vezes, quase vibrante do discurso, mas no contacto com o Portugal distante foi/é difícil outro ...
Não é, obviamente, pela oportunidade política ou social que aqui se irá esgotar o que a esta gazeta diga respeito. É, sobretudo, por uma certa história que sempre fica por contar nos manuais que, não raro, sendo feitos de outros manuais, nem sempre se aproximam da realidade que
ruadojardim7 oferece, assim, o que viveu, sem tirar nem pôr. E vai continuar o registo (DATADO) que teve oportunidade de fazer.
"(...) 6 de Dezembro de 1984
Multimilionários no activo e "comendadores" falidos
A primeira notícia que nos deram pela manhã foi a de que tinha falido (não sabemos quando) determinado empresário madeirense que nos tinha sondado há uns anos para que intercedessemos "junto das autoridades portuguesas no sentido de lhe ser concedido o grau de comendador ..." Fraquezas! Quem somos nós, simples escrevinhadores desta gazeta? E como é isto de condecorações, afinal?"
Esqueçamos, porém, as mazelas da humanidade e passemos, de certo modo, a uma sondagem sobre as conclusões do I Congresso das Comunidades Madeirenses.
A um empresário de doçarias, perguntámos sem azedume:
- Que pensa da recomendação do Congresso no sentido de ser garantido o voto aos madeirenses nas eleições para a Assembleia Regional?
- Gostaria de ver as nossas comunidades espalhadas pelo mundo, que totalizam uma população superior àquela que vive na Madeira, directamente representadas para que pudesse haver uma ainda mais efectiva defesa dos nossos interesses.
- Há quantos anos neste país?
- 29!
- Tem casa na sua terra?
- Na Madeira e em Lisboa.
A seguir, de um comerciante de produtos do mar e enlatados, quisemos saber:
- Que obstáculos ao investimento em Portugal e, em particular, na Região Autónoma da Madeira?
- Com madeirense, sempre optei por investir na Madeira, antes de o fazer no Continente, pelo facto de ter saído muito novo da minha terra e só a ter conhecido depois de estar na África do Sul, através das minhas curtas visitas. Concretizando os obstáculos, direi que não estou de acordo com a lei existente para o inquilinato e penso que é legítima a pretensão de querer ver resultados palpáveis dos investimentos efectuados - o que parece não acontecer. Permitam-me, todavia, que aproveite esta oportunidade para acentuar que algumas facilidades que o emigrante tem hoje já existiam antes do 25 de Abril ... O que não significa, necessariamente, a minha concordância com tudo o que se fazia.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Depois (...) dirigimo-nos a Bryanston, a uns doze quilómetros do centro de Joaneburgo. Trocámos, impressões com o dono de um estabelecimento comercial. Da conversa havida, registámos:
- Que se preconiza para uma ligação aérea mais regular entre a Madeira e a África do Sul?
- Respondo-vos com outra pergunta: dado que a comunidade madeirense na África do Sul representa metade dos portugueses que aqui vivem, não seria possível, uma ou duas vezes por semana, a TAP voar directamente para o Funchal e depois seguir para Lisboa, dado que a Madeira, para quem vai de África, fica antes da capital?
Confiemos a pergunta aos técnicos, aos economistas e aos políticos e continuemos o "bailinho".
Voltámos à cidade de Joanesburgo (sempre com a preocupação de ouvir, ouvir ...) agora para dar a palavra a um exportador e importador. Anota-se o que de mais significativo nos disse:
- Que sugestões faria ao Governo da Região Autónoma da Madeira no sentido de "criar as condições necessárias ao aparecimento de actividades compatíveis com a capacidade e formação profissional dos emigrantes?"
- Entendo que, por exemplo, no sector bancário, algo havia a fazer, bem como no das representações industriais e comerciais, a nivel mundial. Relativamente aos profissionais por conta de outrém, admito que, nalgumas actividades, fosse interessante fazer o levantamento das potencialidades humanas existentes para o seu eventual aproveitamento directo na Região.
Para honra nossa
Com o sol a esconder-se para além dos montes que encerravam ouro ainda não há muitos anos, as tarefas do dia chegavam - quase - ao fim. Só que, em país de cardiologistas famosos, impunha-se procurar, dentre os oitenta e cinco médicos portugueses existentes em Joanesburgo, um desses homens que leva a vida a evitar a morte alheia, com sabedoria reconhecida entre os seus pares sul-africanos e doutros países. Não é um madeirense, mas, se necessário, é um compatriota nosso capaz de lutar para que também os simpáticos ilhéus da Pérola do Atlântico não morram - antes de tempo. (...) É o dr. Manuel Antunes, de seu nome, é rei em terra de gente que vê ... sem as fanfarronices de outros que também nasceram na grande Maternidade Lusitana."
Nota, em tempo, à sombra da árvore que"tenho" aqui no Jardim7:
esqueça-se o tom entusiasmado, às vezes, quase vibrante do discurso, mas no contacto com o Portugal distante foi/é difícil outro ...
Adeus, "Funchal"!
1978 - Memória de uma viagem a Ponta Delgada (Festas do Senhor Santo Cristo) ao serviço de A TARDE. No regresso a Lisboa, foi entregue, no cais, aos passageiros, uma edição do jornal em que figuravam os respectivos nomes, entretanto, transmitidos de bordo. Uma festa!
Adeus, FUNCHAL!
Adeus, FUNCHAL!
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Do Dr. Mário Soares, a síntese que lembra ...
É a vida ...
Assim de repente, o que é que, sem mordaça, me ocorre de um Dr. Mário Soares, que foi Presidente da República e Primeiro-Ministro, agora muito agitado?
Vejamos:
- O Dr. Mário Soares na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, a discursar contra o poder comunista;
- O Dr. Mário Soares no Mosteiro dos Jerónimos, na assinatura da adesão de Portugal à C.E.E.;
- O Dr. Mário Soares, algures, em cima de um elefante e em cima de uma tartaruga;
- O Dr. Mário Soares, muito zangado, a parlamentar com um guarda da GNR, depois de ter sido apanhado na estrada a 199 km/hora (está escrito algures na NET);
- O Dr. Mário Soares, nos últimos tempos, a mostrar indignação por tudo e por nada.
É a vida!
Assim de repente, o que é que, sem mordaça, me ocorre de um Dr. Mário Soares, que foi Presidente da República e Primeiro-Ministro, agora muito agitado?
Vejamos:
- O Dr. Mário Soares na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, a discursar contra o poder comunista;
- O Dr. Mário Soares no Mosteiro dos Jerónimos, na assinatura da adesão de Portugal à C.E.E.;
- O Dr. Mário Soares, algures, em cima de um elefante e em cima de uma tartaruga;
- O Dr. Mário Soares, muito zangado, a parlamentar com um guarda da GNR, depois de ter sido apanhado na estrada a 199 km/hora (está escrito algures na NET);
- O Dr. Mário Soares, nos últimos tempos, a mostrar indignação por tudo e por nada.
É a vida!
domingo, 16 de dezembro de 2012
Carta aberta ao Senhor Dr. Passos Coelho
Bater numa criança é crime. Bater num velho, crime é. Senhor Dr. Passos Coelho, quando o Senhor, com o ar mais natural do mundo, se refere a eventuais cortes nas reformas de pessoas da chamada terceira idade, o que é que sente do ponto de vista cívico? O Senhor, por acaso, já reparou que, se calhar, sem pensar nisso, está a diminuir rendimentos a quem, do ponto de vista físico e cívico, está impedido de "lutar" como os demais pelos seus direitos? Que greve pode fazer um reformado? Que capacidade física, em muitos casos, tem um reformado para se envolver numa manifestação contra o que quer que seja? Não tem, pois não?
Então, Dr. Passos Coelho, se o Senhor insistir em diminuir as reformas dos que não se podem defender, o Senhor está a ser o quê?... Justo? Abusador? O que é que acha?... Qual é a palavra exacta que o Senhor encontra para se auto-definir?
Se o Senhor mandar aumentar o que se compra, toda a gente compra ou não compra, mas se o Senhor mandar subtrair determinado montante a uma reforma de alguém da chamada terceira idade, o que é que acontece? O Senhor consegue dormir só porque sabe, à partida, que o idoso não está em condições físicas de o confrontar?
O Senhor bate nas crianças? Não, claro. Mas é capaz de dar uma sova num velho? Amachucá-lo?
"Ah, mas eu tiro para o defender", dirá. "Quero que haja reformas para todos." O Senhor sabe que, não raro, a chamada terceira idade é, pelo menos, parte do subsídio de desemprego de filhos e netos para quem a Economia Nacional ainda não conseguiu arranjar emprego?
Alguma vez mandou ver quantos anos de trabalho estão atrás de cada reforma atribuída? Porque é que o Senhor, em vez de, sem mais, mandar mexer no dinheiro, não manda ver quantos anos de trabalho representam as reservas matemáticas em causa? O Senhor sabe que há por aí "meninos" que mal descontaram e ...
Pessoalmente, Senhor Dr. Passos Coelho, o Senhor já está mesmo a ver que não vou ajudar a fazer multidão, mas também já deve ter percebido que sou dos que acham, em relativo silêncio, que o que está para acontecer, se não vai ser, parece uma afronta aos mais básicos DIREITOS HUMANOS. Entretanto, Senhor Doutor, tenha cuidado com a sua saúde, mas tente, apesar de tudo, ver isto bem ... Sob pena de, não se acautelando, passar a ter insónias permanentes e desgastantes. E a ficar mais depressa velho do que espera - ainda que com as vantagens que ... que não dá mostras de querer dar aos que ainda votam, mas já mal aparecem.
Eu sei que se perguntar ao Zé o que é que ele pensa, o Zé e a família remetem-no para os casos dos Altos Cargos a que ainda paga contra nada, ou muito pouco, mas ... mas uma coisa de cada vez. Hoje, agora, gostava de o tentar fazer reflectir acerca do eventual abuso da força do Bilhete de Identidade.
Espero que ao receber desta se encontre ainda de "perfeita e feliz saúde".
M.A.
co-proprietário de um banco de jardim
Guerras vestidas "à civil"
Crise lembra crise. Difícil é, pelos modos, lendo a História, um homem não ter, pelo menos, atravessado um ou mais desses períodos que o tenham afectado, directa ou indirectamente. Lembro três datas, do fim para o princípio:
Em Portugal, na Europa, o actual, em que o desemprego é chaga e a fome ou espreita, ou está instalada.
Em Portugal, o do 25 de Abril das perseguições (sim, também das perseguições!...), com o extravasar de ódios acumulados.
Na Europa, no Mundo, a guerra de 1945/1949, de que, menino, recordo as filas para comprar pão e as dificuldades económicas em casa (meu pai, por exemplo, a trabalhar três dias por semana).
De facto, se analisarmos a História, ou se morre cedo e se "escapa", ou é fatal "calhar-nos" uma qualquer convulsão - sempre para que passemos a viver melhor.
Quando, nos anos quarenta do século passado, menino, disse a minha mãe, sentido-a em dificuldade, que me desse "um bife com batatas fritas e um ovo, que também era de alimento ...", ignorei que a hesitação de minha mãe era outra, mais profunda, eventualmente parecida com aquela que, hoje, sisuda, nos bate à porta - por vezes já sem pão.
Vale a pena chorar. Não resolve, mas alivia e recarrega forças.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Final do ano - a comunicação social, AQUI:
Do recebido e arquivado (*), o essencial para uma "conclusão" possível:
mails arquivados desde Janeiro de 2011, na mailoteca do jardim7
. Anedotas - 408
. Política - 341
. Amizade - 231
. Saúde - 77
. Fotografia - 46
. Crítica social - 20
. Crise - 5
Em resumo, mais anedotas e amizade para esquecer mágoas,
do que política, crise e critica social para lembrar desgraças ...
Isto é, no jardim confirma-se o luso perfil (ou a defesa encontrada para evitar o pior ...).
* Bem-haja a quantos, para além da companhia que nos fazem no jardim7, enviaram as centenas de "mails" de que aqui se refere uma não-científica amostragem.
mails arquivados desde Janeiro de 2011, na mailoteca do jardim7
. Anedotas - 408
. Política - 341
. Amizade - 231
. Saúde - 77
. Fotografia - 46
. Crítica social - 20
. Crise - 5
Em resumo, mais anedotas e amizade para esquecer mágoas,
do que política, crise e critica social para lembrar desgraças ...
Isto é, no jardim confirma-se o luso perfil (ou a defesa encontrada para evitar o pior ...).
* Bem-haja a quantos, para além da companhia que nos fazem no jardim7, enviaram as centenas de "mails" de que aqui se refere uma não-científica amostragem.
PORNOLITICA - Tem a palavra Bocage *
* Estava a ficar preocupado com a falta de Bocage.
Mas, para não falhar o encontro, de António Aleixo, logo aqui no banco de jardim ao lado, se ouviu ...
"Não és, mas queres parecer
um santinho no altar
mostras ao mundo, sem querer,
o que pretendes tapar."
Letras de protesto
Segundo Nicolau Tolentino de Almeida
A Lourenço José da Motta Manso, Oficial da Secretaria do Reino
"Amigo Lourenço: Se tu não sabes o que é não ter dinheiro, eu to explico: abaixo de estupores é o maior mal do mundo, principalmente para quem herdou irmãs sem nenhum rendimento, e com muito bom estômago.
Por ver se aligeirava esta carga, empenhei-me em um milhão para lhe comprar tenças, e em outro para lhas assentar; mas como não as cobram, morrem de fome, e depois que são ricas, tornam-se a mim, e delas aprendo o que são lucros cessantes, e danos emergentes. Cuidei que tinha metido uma lança em África, e vejo que a meti em mim mesmo; e arde agora a vela pelas duas pontas.
Tu que tens bom coração, e que estás ao pé do senhor marquês, que o tem melhor, pede-lhe por caridade o despacho desta petição.
Não te assustem os três anos; porque ainda mal que ouço que no de 93 não tiveram cabimento. Pede-lhe que já que me livrou de crianças, me livre também das velhas, gado ainda mais impertinente, e que se não conta com figuras de retórica. Interessa-te pelo teu Nicolau, amigo e colega, e sabe que, se lhe mandas as portarias terás vergonha de o ver andar pela outras. Recomenda-se à tua eficácia o teu fiel amigo ...
Peço-te que mates a fome
A este meu povo imenso,
E peço-te, meu Lourenço,
Pelo teu santo nome.
Por um bom serviço tome
A paga de tais tencinhas.
Pois teve as carnes mesquinhas
Em vivas brasas vermelhas,
Em louvor das suas grelhas
Peço me livre das minhas
Com esta tenho enviado
Três cartas, segundo penso,
Ao meu amigo Lourenço
Nem resposta, nem mandado.
A dor de que estou tomado
Sim desejo aliviá-la:
Mas a tua mais me abala,
E parece mais interessa:
Pois eu sim fico sem tença:
Porém tu estás sem fala.
Segundo João de Deus
Vocação
- Ah, vizinho boticário,
Pois ordenou-se também?
"Apeguei-me ao Breviário
Pois se eu não tinha vintém!"
(A vocação de ordinário,
Depende do numerário.)
Para SEGUIDORES, ou não, deste blogue
O primeiro post de hoje é para, do coração, desejar as melhores prosperidades possíveis a quantos, SEGUIDORES declarados, ou não, deste blogue, o acompanham com o seu simpático e generoso interesse, animando discretamente quem dele faz como que uma espécie de "magazine", depois de décadas a trabalhar onde o cheiro a papel era permanente.
É fácil perceber, creio, que aqui não é uma Tribuna Política, não é a Academia das Ciências, não é uma Universidade Aberta, não é a Assembleia da República. Aqui são, até agora, salvo erro, 3333 oportunidades de estar com ... Se possível, com algum humor à mistura, como quem está sentado num daqueles bancos de jardim onde "tudo se discute e nada se decide" ... Embora, embora, às vezes, algo se possa acrescentar ... Para que, sem pretensões, valha a pena.
Para as dezenas de milhares de visitantes da ruadojardim7, BOAS FESTAS! E um cordial abraço.
Que ninguém, SEGUIDOR, ou não, se acanhe de aparecer.
É fácil perceber, creio, que aqui não é uma Tribuna Política, não é a Academia das Ciências, não é uma Universidade Aberta, não é a Assembleia da República. Aqui são, até agora, salvo erro, 3333 oportunidades de estar com ... Se possível, com algum humor à mistura, como quem está sentado num daqueles bancos de jardim onde "tudo se discute e nada se decide" ... Embora, embora, às vezes, algo se possa acrescentar ... Para que, sem pretensões, valha a pena.
Para as dezenas de milhares de visitantes da ruadojardim7, BOAS FESTAS! E um cordial abraço.
Que ninguém, SEGUIDOR, ou não, se acanhe de aparecer.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Corredor Verde entre os Restauradores e Monsanto
A ideia, pelo que se sabe, tem 30 anos. Isto é, o Arq. Gonçalo Ribeiro Telles há 30 anos que se batia pela existência de um Corredor Verde em Lisboa, que ligasse os Restauradores a Monsanto.Terá sido hoje, finalmente, o "corte da fita". Seis quilómetros e meio para sair da poluição da Baixa Pombalina para um pulmão verde que atravessasse o Parque Eduardo VII. Ei-lo, ao que dizem os noticiários e a televisão mostra. Diz-se que, para isso, houve que plantar 400 novas árvores e milhares de arbustos em todo o percurso - que tem vias ciclopedonais, jardins, miradouros, esplanadas, parques. O campo na cidade. Uma festa!
Parabéns Arq. Gonçalo Ribeiro Telles!
De Santo António dos Cavaleiros que, nesse domínio, muito lhe deve também, o abraço forte e cordial de quem tanto aprecia o seu saber, mas, sobretudo, a sua sempre jovem persistência e enorme amor à Natureza. Oportunidade para renovar a grata aproximação que a fotografia informal relativamente recente documenta.
Parabéns Arq. Gonçalo Ribeiro Telles!
De Santo António dos Cavaleiros que, nesse domínio, muito lhe deve também, o abraço forte e cordial de quem tanto aprecia o seu saber, mas, sobretudo, a sua sempre jovem persistência e enorme amor à Natureza. Oportunidade para renovar a grata aproximação que a fotografia informal relativamente recente documenta.
Júlio Gil - memória de um sorriso amigo
Na Wikipédia é suposto estar tudo, mas como diz aceitar achegas alheias, eu tomo a liberdade de lhe acrescentar o sorriso de Júlio Gil, que era um senhor que estava na Editorial Notícias, na altura dirigida por Calderon Dinis, na avenida da Liberdade, 266, em Lisboa, em que já era feito, nomeadamente, o centenário Diário de Notícias.
É verdade: Júlio Gil não passava por mim sem uma palavra de simpatia, um cumprimento afectivo, que recordo com a saudade e o apreço que ficariam ridículos, digo eu, nas biografias de uma qualquer Enciclopédia - impressa com tinta própria ou gravada numa "coisa" destas ... Deixo-a aqui. Aqui, onde sorriso é sorriso. Sem adjectivos, logo a seguir ao nome de quem os prodigalizava, como era o caso.
Júlio Gil, presente! Um pouco do muito que era capaz de fazer - e fez! - mas, sobretudo, a memória de uma presença simpática, naquele 3º andar a cheirar ao suor dos números, só números da chamada Administração.
Júlio Gil - no traço, a memória de um sorriso amigo e tranquilo - como o seu traço:
É verdade: Júlio Gil não passava por mim sem uma palavra de simpatia, um cumprimento afectivo, que recordo com a saudade e o apreço que ficariam ridículos, digo eu, nas biografias de uma qualquer Enciclopédia - impressa com tinta própria ou gravada numa "coisa" destas ... Deixo-a aqui. Aqui, onde sorriso é sorriso. Sem adjectivos, logo a seguir ao nome de quem os prodigalizava, como era o caso.
Júlio Gil, presente! Um pouco do muito que era capaz de fazer - e fez! - mas, sobretudo, a memória de uma presença simpática, naquele 3º andar a cheirar ao suor dos números, só números da chamada Administração.
Júlio Gil - no traço, a memória de um sorriso amigo e tranquilo - como o seu traço: