1 do Cinco: Dia Anual de Fazer Algo

Hoje, se não vier chuva, o jardim vai transbordar de gente. É Dia de Não Fazer Nada! Hoje é quase como se o país estivesse todo reformado (a propósito, nos jornais, em que trabalhei  cerca de 50% da minha vida profissional, nunca fiz nada no 1º de Maio. O pretexto é que não foi sempre o mesmo: antes do 25, na imprensa portuguesa, fingia-se que era o seu Dia, Dia da Imprensa. E a 2 de Maio não havia matutinos).Hoje é, portanto, dia apenas para desabafar longe de ouvidos indiscretos. Se o Zé quiser.

A propósito, deixem-me que recorde um sábado louco do pós-25, no jornal O Século, de republicanas tradições. Aquele em que, em nome não se soube de quê, as "massas trabalhadoras" internas decidiram inventar, não mais um Dia do Trabalhador, mas um sábado a favor não se soube de quê ... Ou melhor: um sábado em que só uma minoria soube porquê e era, ou parecia ser (vista com os os olhos do agora ...) a mesma que gritava, manipulada, por direitos que, uma vez instalada, nem sempre soube defender (alguns dirão que foi um "sábado de luta" - mas a luta, no caso, culminou no encerramento de um órgão de informação inspirado numa certa Esquerda da época)...

Cá estamos para ver se para trabalho igual acabará por haver salário igual. Ou se, pelo contrário, certos mails que recebo são apenas gritos, mas não passam disso ... Os que hoje, aqui no jardim, vão ser em maior número, decerto, aproveitarão para debater o assunto. Calmamente. Que para desordem, bem basta a que se pode ver num post de ontem, aqui, nesta rua.