domingo, 8 de novembro de 2009

Reflexão (pouco WEB) para uma campanha eleitoral


Saramago ironizou.

Os cicerones dizem...

Eu imagino:

no Convento de Mafra, onde o ouro se fez pedra, D. João V, erecto ele todo, firmadas as contas do débito e crédito do dia, algumas tochas acesas no caminho para que não tropeçasse e a energia se lhe esvaísse, a correr de uma à outra ponta dos aposentos para, noite adiantada por força do quotidiano expediente, sentir D. Maria Ana, meio ensonada, embora, disposta a receber nas suas humidades o que restasse a Sua Majestade de capacidade erótica por um Portugal eterno.

Naquele tempo era assim: sexo era pátria.

Qualquer monárquico sabia que fornicar, em princípio, era também lutar pela continuação da herança recebida. Em terras e metal sonante. Já no tempo das armaduras, está documentado, era assim. Sabe Deus como...

A D. João V não atrapalhava a indumentária minuciosamente trabalhada nas reais oficinas, mas, quando em Mafra, não deixava de ter que ser muito determinado na sua função nocturna, suponho, de continuar Portugal. Não como qualquer indígena das longínquas Áfricas, apostado em simples e desprotegidos prazeres...Não. D. João V, dizem as boas línguas, deslocava-se em Mafra na melhor tradição nacional, como noutros locais em que a vontade o tivesse apertado e a Pátria lhe fosse Viagra para, acima de tudo, cumprir um legado.

Duplo proveito: aplacar necessidades íntimas e, se possível, fazer gente. Era a monarquia em todo o seu esplendor. Quase sacerdócio. Quase transcendência....

Mas estas reflexões são para o depois de amanhã e para o futuro há que dar conta do que se passa hoje, em plena república.

Há que dizê-lo: o regime está cheio de preservativos por todo o lado. Em latex, fala-se, e em pílulas. Portugal está a finar-se por escassez de homens como D. João V (embora nos faltem provas de ADN...) que, na sua casa saloia, andava muito a pé para que o reino não morresse...

Pergunte-se aos actuais governantes dos países que, orgulhosamente eleitos pelos Zés, legislam por aí, que exemplo nos podem dar...

Oh, geração de políticos capados!... Acordai da cabeça aos pés... Oferecei o vosso augusto exemplo.

A Europa aberta, sabe-se, pode dar uma ajuda (há, nesta altura, várias monarquias em actividade... Correcto!...), mas... Duvido que chegue. E depois onde está o nosso velho patriotismo, por onde anda a virilidade nacional, de que valeram as alegrias que em Mafra terão explodido a horas mortas?...

Excelente pessoa, dizem, ex-ministro da Educação do pós-25 de Abril de 1974, potencial e exemplar presidente da República (se se tivesse candidatado, o que julgo não aconteceu...) teria sido o Prof. Roberto Carneiro, que, ao que rezam as estatísticas, além do mais, é pai de oito ou nove filhos e que, pelo que se sabe, não apelou à monarquia...

Fica a reflexão para os que, sendo deste continente, têm conseguido demonstrar amor...pátrio...Vencendo o desafio de castradoras armaduras e de intermináveis corredores, sublinhe-se de novo.

E que viva Portugal republicano! - com mais ouro por cabeça do que o que tem no início deste 21º século d.C..





P.S.
É evidente que, num regime monárquico, qualquer excesso de parlamentarismo pode levar tudo, ou quase tudo, a perder no que respeita à natalidade...Face à aparente, pelo menos, impotência dos súbditos, uma certa esperança de continuidade da espécie vai direitinha aos absolutismos, no caso, procriadores por imperativos patrióticos.

Há ainda a considerar a perspectiva dos muito católicos, mas isso são outra conversas...Ou foi o caso do Prof. Roberto Carneiro?...

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