Já não ía ao Tortosendo há muito tempo. Isso: não ía... Passava por lá a correr, a caminho da Covilhã que, apesar de tudo, de uma forma ou doutra, sentia crescer à volta da sua universidade e das chamadas novas tecnologias de que tanto se fala e escreve.
Há dias, porém, fui ao Tortosendo mesmo. Uma, duas, três vezes. Para um percurso a pé, primeiro de uma forma descuidada, depois com a preocupação de, mais do que olhar, ver ... Fiquei desolado: a vila do Tortosendo é um espaço tísico, tuberculoso. Tem uma estrada que a atravessa, tem uma praça de táxis rodeada de árvores e tem ... tem, um pouco por toda a parte, restos de prédios que foram fábricas. Tortosendo foi ... Tortosendo são vidraças partidas, com uma ou outra moradia azul desmaiado. Resta-lhe os arredores onde o verde é moldura de um retrato antigo, do tempo em que os teares mexiam sem parar e ajudavam a vestir Portugal - e não só.
SOS: o Tortosendo está moribundo. Tem uma estrada que atravessa a vila, ladeada de "jazigos" que foram fábricas e um ou outro vendedor de esperanças no comércio mínimo para uma população envelhecida, onde um clube tenta o "um por todos e todos por um". Há sinais de movimentações políticas e partidárias inconsequentes - nas paredes agora mais disponíveis...
Aproveita a Covilhã, que, sede concelhia, luta pelo possível braço dado com as aldeias que lhe ficam à ilharga, quais residências universitárias. Mas acerca do Tortosendo - torto está ... "Disse".
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