sábado, 19 de novembro de 2011

Lê, escuta, olha e ... e diz

A partir de hoje, no final de cada mensagem, há a possibilidade de o visitante deste blogue (e de quem, obviamente, tenha subscrito, no Google, esta "gracinha") exprimir com um simples toque, num dos dois quadrados sugeridos, o grau do seu interesse pelo que leu ou/e viu.

Não vou pedir "batatinhas" a ninguém, mas lá que gostaria de saber o que pensam os meus excelentíssimos visitantes, gostaria. Quantos são já o Google  informa. De que país são também. Mas se gostam - e a que nível gostam - ninguém sabe ... Palpita-se apenas pelas "quantidades"...

Exmos., quando acabarem de ler, ou apenas ver (algumas vezes será o caso), assinalem, por favor, que sentimento vos ficou. Que reacções vos apetecem.


A "Direcção" agradece.


"Soares é fixe!"

Meus Amigos,  assino como leitor de jornais ...

- que, em 1977, como se sabe, disseram, em pleno consulado Mário Soares, que tinhamos que fazer "redução de salários e subida de impostos", por exigência do FMI;

- que em 1983, como não se ignora, sublinharam (Mário Soares no poder) que era necessário proceder a "cortes de salários na função pública, aumento de preços, pôr travão no investimento público e fazer cortes nos subsídios de Natal", por exigência do FMI.

"Garantia":

o doutor Mário Soares não alinha na greve de 24 de Novembro próximo. Nem ele, nem quantos o apoiaram. E vai dizer que temos é que trabalhar, ainda que sob protesto.

 Fixe! "Soares é fixe".

- O quê?... A greve?... Não, não posso alinhar ... Fico aqui na Fundação a ... a trab ... a ... a ler a Morgadinha dos Canaviais ...
(fotomontagens)                                                                                                         

Um país, dois sistemas


Este deve ser, dos dois sistemas, o que é para venda - no exterior, sobretudo.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

As árvores morrem de pé

Cantar parabéns

Pé ante pé, o Tempo levou um ano a dizer que era naquele dia e, de repente, repetiu-se a cena, foi: os amigos, e alguns dos outros, telefonaram, escreveram, apareceram a dizer coisas bonitas  - ou em papel selado. E disseram, com um sorriso, mas ... mas não cantaram como aqueles, deficientes intelectuais da CERCI Lisboa (Luz), que se juntaram para, com pequena ajuda e coração na voz, cantarem em coro, pelo telefone: parabéns a você nesta data feliz ...

Quase não é possível agradecer um chamada telefónica assim. Quem a recebe não é que não saiba cantar, o que não consegue é falar ... E, horas passadas sobre o inesperado, respira fundo o
aniversariante, que, antes que venha o Natal, por certo, irá ao outro lado da linha, lágrima seca, dizer um bem-haja fraterno como só na Beira e arredores se sabe dizer ...

Galeria Nacional de Fotomontagens ( XCI )

"Enfim, sós!..."

Memórias do meu cata-vento-de Timor a Timor *( V )

* Palestra proferida em Santo António dos Cavaleiros, nos arredores de Lisboa, com apresentação, em posterior publicação, da Prof. Doutora Maria Beatriz Rocha-Trindade


"Para quem não resida normalmente em Paris, tenha da Cidade-Luz uma visão de pouco mais do que a de um simples turista e esteja de frente para o Sacré-Couer, cá em baixo, ao fundo da escadaria, parece que, no topo, do outro lado, por trás da basílica, para além da famosa Place du Tertre, nada mais há do que o azul do céu e, eventualmente, um emaranhado de ruas onde deambula gente diversa, que não os parisienses com que nos cruzamos nos Champs Elisées ou em Montparnasse.


Todavia, continuamos no bem conhecido Montmartre, embora na outra aba da encosta, de cujos píncaros se avista a Paris que as telas dos mestres registam com as cores variegadas que lhes vão na alma.


É aí, nas traseiras da cidade, onde, apesar de tudo, ainda chegam vozes dos cabarés de Toulouse Lautrec, que vive Costa Camelo, o pintor português dos grandes espaços bretões, para quem, mais do que o ambiente que ali diariamente o rodeia, devem contar as léguas de paisagem que, em resposta a desejos profundos, tenta, de preferência sozinho, absorver, sempre que pode, no norte de França.


É a necessidade de infinito, ou uma certa forma de ser português, captada quase às ocultas e em silêncio, e depois metida, sabe Deus com que apelo à capacidade de síntese, no sempre acanhado rectângulo de uma tela.


Nascido em 1924, numa Covilhã encostada à Serra da Estrela, isto é, numa espécie de traseiras de um agigantado Sacré-Coeur sem basílica, consta que fez o liceu em Castelo Branco e que, em termos universitários, terá passado pela Faculdade de Letras de Lisboa e pela Academia Real de Belas-Artes de Antuérpia. Reside em Paris desde 1950 - com a simplicidade de quem apenas aproveita do exterior o que julga amplo e digno de alguma atenção. De resto, se se quisesse observar a sua obra a partir do que lhe roça a pele, ter-se-ia que dizer que seria difícil conceber tanto, olhando o tão pouco que, na aparência, o envolve: uma casa vulgaríssima, com pinturas suspensas da parede com adesivos medicinais; um ou outro canudo com desenhos que o publico há-ver - se calhar; uma sala de visitas e/ou de trabalho com uma velha banheira cheia de tralha e uma mesa tosca ao centro, à volta da qual os amigos se sentam em bancos que foram cadeiras; mas, sobretudo, a tranquilidade nas palavras, em cujos intervalos se bebe chá preparado e servido ("desculpe o à-vontade") numa lavada caçarola de alumínio."

www.antena5.org > Artigo > Horas e temperaturas diárias em todo o mundo

http://www.antena5.org/sartigo/index.php?x=4087

Ignorância risonha


A esperança é de que a amostra não seja significativa ...
NÃO PODE SER!!!

E que os que sabem ... consigam emprego.
TEM QUE SER!!!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Feira da Ladra

Já não vou à Feira da Ladra, em Lisboa, há uns anos, mas está a parecer-me que, por lá, o negócio de antiguidades deve estar, não digo próspero, mas quase... Pelo menos o mercado dá mostras de estar cada vez mais abastecido com o que vai progressivamente sendo, em casa de cada um, mais "superflúo" e vendido ao desbarato ... Aliás, não é preciso ir à Feira da Ladra para perceber isto. Basta percorrer o país e tomar nota de quantas lojas compram, por exemplo, ouro e coisas assim (isto sou eu a pensar na vida, é evidente ...).

- Ó filho, não achas que esta casa tem bugigangas a mais?...

- Olha, filha, já andava para te dizer isso há uns tempos ... Estamos  velhos ... O melhor é desfazermo-nos de alguns monos ainda do tempo da tua bisavó ... Não é tarde, nem é cedo, no sábado vou dar um salto à Feira da Ladra p'ra ver em que param as modas. Se calhar até dá p'ra ...

E assim por diante. Palavra puxa palavra: Feira da Ladra com o que "está a mais"! ... (isto sou eu a pensar na vida, é evidente ...)

Donde, meus amigos (agora os outros, os amantes das pechinchas), é fartar! A não ser que queiram esperar mais um pouco pelo continuo apertar do cinto ... As coisas podem melhorar ... As coisas podem piorar ... Não, as coisas podem melhorar ... Não, as coisas podem piorar ... Depende da perspectiva (isto sou eu a pensar na vida, é evidente ...).

- Prontos, está decidido: vamos à Feira da Ladra ver se nos compram o buda de marfim, a Nossa Senhora de porcelana, o canivete suíço, o tacho de cobre ...  Logo se vê...

- Olha lá, filho, e a Enciclopédia Luso-Brasileira?... Agora nem para os miúdos serve ... Já não se escreve Português como naquele tempo ... Aliás, temos a Internet, não te esqueças ...

- Boa! Também há Feira da Ladra à terça-feira, não há ?... Vamos lá já amanhã !!!

Natureza morta na Europa

Desculpem, enganei-me. O título da exposição (MAGNÍFICA) patente na Fundação Gulbenkian até 8 de Janeiro do ano que vem é

A Perspectiva das Coisas
A NATUREZA-MORTA NA EUROPA

Séculos XIX-XX (1840-1955)

Não é uma exposição acerca do que na Europa, e na Natureza, está morto, mas uma homenagem ao que a Europa nos deu de melhor na área da pintura nos séculos que antecederam este período nado-morto que estamos a viver e que sempre estou p'ra ver que movimentos artísticos vai provocar tal como se nos apresenta agora ...

Para já, melhor do que (excelente!) Berardo "apresenta" no C.C.B., impõe-se uma visita à Fundação Gulbenkian:

MANET, MONET, RENOIR, VAN GOGH, GAUGIN, CÉZANNE, BRAQUE, PICASSO, JUAN GRIS, MAGRITTE, DALÍ, MATISSE, AMADEO DE SOUZA-CARDOSO, EDUARDO VIANA, MÁRIO ELOY, VIEIRA DA SILVA.

Que tal?... A não perder. Digo eu. Que gosto de ser europeu.

Chapéu intelectual ...

Você é o número ... Veja como se sabe na ruadojardim7, por exemplo

Hoje, exactamente HOJE, há minutos, segundo as estatísticas lideradas pela BBC, eu era o cidadão do mundo número:

74 582 504 695

e, para se perceber o que aconteceu, aí vai a mesma conta reportada a 1 de Novembro próximo passado:

74 390 308 250.

Já agora, quando nasci, há 74 anos, era o número:

2 237 375 371 !

Se pensarmos nas responsabilidades colectivas que nos envolvem, grande responsabilidade é existir ...

Memorial do casamento

Ignoro se isso alteraria, ou não, a data do meu nascimento, mas o "importante" aqui é fazer um retrato "à la minute" da viagem de núpcias de meus pais, no tempo dos combóios a carvão.

O que sei (contaram-me, claro...) é que os dois se meteram no três riscos perto do Tortosendo, na Beira Baixa, com destino a Lisboa e paragem em todas as estações e apeadeiros. Contudo ...

... contudo, a meio do percurso, no Entroncamento, onde a demora do combóio era sempre demorada (trinta minutos e mais ...), meu pai aproveitou para sair da carrugem  (terá perdido a noção do tempo), andou por ali, e ... e distraído, acabou por deixar o combóio partir ... sem ele ...

Foi sempre a rir que ambos me repetiram esta história - que recordo em dia que é de recordar. Com saudade. E sem enfado, espero, para quem me lê, aqui, na rua, onde se contam coisas destas ... Que não aumentam a Crise, que não anunciam novos impostos, que ... que não me anunciam candidato a nada - a não ser a estar com ... convosco."De pé ..."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Galeria Nacional de Fotomontagens ( XC )

TRIO EM LISBOA
- Como vêem, tenho os instrumentos suficientes ...

Canteiro de palavras (XXXI) - Saramago *

* no 89º aniversário do nascimento de José Saramago

in Memorial do Convento

"(...) Tanto mais que convento em Mafra o anda a querer a ordem de S.Francisco desde mil seiscentos e vinte e quatro, ainda estava rei de Portugal um Filipe espanhol, que, apesar de o ser e portanto dever dar-lhe só cuidado mínimo a fradaria de cá, pelos dezasseis anos que conservou a realeza nunca deu consentimento. Não cessaram por isso as diligências, meteu-se no empenho o valimento dos nobres donatários da vila, mas parecia que andava exaurida a potência e embotada a pertinácia da Província da Arrábida, que ao convento aspirava, pois ainda ontem, que tanto se pode dizer do que apenas há seis anos aconteceu, em mil setecentos e cinco, deu parecer desfavorável o Desembargo do Paço a nova petição, e com não pequeno atrevimento se exprimiu, se não desrespeito pelos interesses materiais e espirituais da Igreja, ousando não ser conveniente a pretendida fundação por estar o reino muito onerado de conventos medicantes e por muitos outros inconvenientes que a prudência humana sabe ditar. Lá saberiam os desembargadores que inconvenientes ditava a prudência humana, mas agora vão ter de engolir a língua e digerir o mau pensamento, que já disse frei António de S. José que convento havendo, haverá sucessão (...)."

in Viagem a Portugal

"(...) O Convento de Mafra é grande. Grande é o Convento de Mafra. De Mafra é grande o convento. São três maneiras de dizer, podiam ser algumas mais, e todas se podem resumir desta maneira simples: o Convento de Mafra é grande. Parece o viajante que está brincando, porém o que ele não sabe é pegar nesta fachada de mais de duzentos metros de comprimento, nesta área ocupada de quarenta mil metros quadrados, nestas quatro mil e quinhentas portas e janelas, nestas oitocentas e oitenta salas, nestas torres com sessenta e dois metros de altura, nestes torreões, neste zimbório (...)."

O que o viajante não sabe é que, anos depois, Saramago é o mais impressionado de quantos se aproximaram de Mafra. Tão impressionado que, para que as visitas não vejam só paredes, vai tentar ajudar o mundo e ... e acabar por se dedicar ao  "guia" Memorial do Convento, para ler antes de entrar no Espaço onde D. João V terá gasto muita, muita sola para conseguir percorrer salas e salas, e, com Maria, fazer Portugal ("D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa e até hoje ainda não emprenhou").
Convento de Mafra

Nas janelas, a azul, o percurso de D. João V...
Óleo de Emília Alves




Camões em Goa

OS LUSÍADAS
Canto X
16

Já não defenderá somente os passos,
Mas queimar-lhe-á lugar, templos, casas;
Aceso de ira, o Cão,* não vendo lassos
Aqueles que as cidades fazem rasas,
Fará que os seus, da vida pouco escassos,
Cometam o Pacheco, que tem asas,
Por dous passos num tempo; mas voando
Dum noutro, tudo irá desbaratando.

20

Aquele tantas batalhas, sustentadas
Com muito pouco mais de cem soldados,
Com tantas manhas e arte inventadas,
Tantos Cães,* não imbeles, profligados,
Ou parecerão fábulas sonhadas,
Ou que os celestes Coros, invocados,
Decerão a ajudá-lo e lhe darão
Esforço, força, ardil e coração.

* no sublinhado, diz-se, a razão do vandalismo.





































A História é assim: talvez tenha sido, neste local, dos últimos portugueses a ter oportunidade (1980 - 4º Centenário da Morte de Camões) de se fazer fotografar junto desta estátua, que "pouco depois" terá sido vandalizada e mais tarde, inteira (1983), levada para o Museu Arqueológico de Velha Goa, onde creio que permanece.

"À sombra da minha latada"

À força de vos convidar a sentar neste banco, lembrei-me de uma pequena colectânea de apontamentos publicados na imprensa que me "aturava" e de que, por conta própria, ousei fazer livro. Vou ao meu  (re)encontro nas palavras de abertura escritas em 1980 - ou talvez um pouco antes. "Mandaram-me vir (é o que, generosas embora, dizem as estatísticas) - aturem-me ..."












Absentista não quero ser.

Para latifundiário não sei se tenho vocação.

Fico-me, por isso, pelo minifúndio - que é coisa, modéstia à parte, ao meu alcance. Aqui, à sombra da minha latada o concebo.

As palavras que aí vão aparecem, assim, como frutos e nasceram das sementes que, fundamentalmente, o tempo estrumou. Tentei cortar-lhes as ervas daninhas que à sua volta se formaram, mas não posso prometer, apesar disso, que o produto venha a ser de boa qualidade. É, isso sim, o melhor que, sem ajuda de ninguém, me foi possível, de momento, aprontar.

Crónicas como árvores, palavras como pêras. Algumas doces. Mas nem todas. Enfim, o que se pôde arranjar - sem subsídios, sem reformas agrárias complicadas, sem alfaias agrícolas do vizinho. Um minifúndio de vontade, feito de palavras nossas - ou nacionalizadas. Uma iniciativa privada. Por vezes, privada de iniciativa. Sobretudo, no que toca aos extremos da propriedade - onde tive que deixar crescer ortigas, que até dizem que dão um bom chá contra algumas maleitas ...

" ... Cada um dá o que tem, conforma a sua pessoa."

Eu dou um minifúndio.
Nem todos são Ramalhais Figuras.
Isto de minifúndios de letras é para quem sabe e pode e eu apenas faço parte, por direito próprio, penso, da Associação dos Pequenos e Médios Agricultores de Palavras.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

SAL e AZAR, não!

Quando não venho para aqui olhar a paisagem e escrever acerca do que se pode observar num jardim como este, dou comigo, às vezes, a pensar noutros blogues, escritos sabe Deus onde (o meu tem qualquer coisa de Purgatório ...) e no parlapié com que se apresentam ... E, para falar verdade, gosto de grande parte dos que leio. Percebe-se, entretanto, que, a uma parte, faz falta Sócrates ... Não o filósofo, mas o outro ... É que porrada no dito-cujo garantia audiências ... Bem sei que há o Passos, a senhora Merkl, o Sarkozy, o Durão, etc.

Tá bem ... Mas falta-lhes, FALTA-NOS, contudo, uma coisa ainda mais séria: por exemplo, descascar trinta e tal anos da lusa democracia, e ver de perto o que realmente se passou ... É claro que seria um trabalho, eventualmente, arriscado, com muitos demagogos pelo meio. E de tal maneira seria arriscado que poderia levar a um "slogan" eventualmente importante nos tempos que correm, mas indesejável na visão contemporânea e democrática que se deseja:

Produzir e Poupar, Manda Salazar.











Uma porra!!!

Aprofundem, mas não aprofundem muito. Até porque pode haver quem queira trocar a liberdade por pão, esquecendo que, no fundo, sem a primeira pode nem sequer haver farinha ... E a rima arriscaria vir a terminar em  SAL e AZAR. O que não daria jeito nenhum ...

Olhares

Jovem, eu?...


Hoje, quase em véspera de mudar da idade, que o FACEBOOK insiste, como de costume, em querer que assinale com um gesto de ordem social ("não me apetece ..."), recebi um telefonema do cônsul de Portugal em Melbourne que começou por me dizer uma coisa gostosa: "você está um jovem! Eu, eu tenho 85 anos!..." E falámos largos minutos, como se estivessemos à mesa do ... do ... no Chiado, onde almoçámos (no ano passado ou há dois anos? ...) e pusemos a "escrita em dia"...

Mas não é esse o miolo deste apontamento. Este apontamento é apenas para ... para "dissertar" acerca da palavra ... da palavra  juventude ... A tal, aquela a que se referiu o cônsul Carlos Lemos, do outro lado da linha, a partir da terra dos cangurus. Socorro-me de Vergílio Ferreira e, com palavras do Mestre, faço o discurso:

"Quando um cataclismo acontece, há um desregramento geral. Oportunistas, salteadores, mesmo assassinos. Somos na nossa normalidade uma teia que nos liga aos outros e que a todos nos sustenta. Quanto génio se não terá criado na implícita necessidade da relação com esses outros. E a vida quotidiana, desde a porteira que nos diz bom-dia quando vamos buscar o jornal, aos inúmeros encontros e telefonemas que nos fazem existir. Mas na velhice a rede vai-se desintegrando. Cada homem realiza-se em função dos que lha estruturam. É a rede que estabelecemos na juventude e vem vindo connosco ao longo da vida. Com ela somos quem somos e a eternidade connosco. Quando um jovem se integra nela, é uma festa. Porque vem de outra zona de existir e traz-nos a ilusão ou a esperança de que também nela existimos. E é uma festa porque nos faz renascer. Mas a verdade verdadeira está noutro lado, na teia em que somos aranha, no código em que a palavra se entende.

Como falares ainda, se não há quem te entenda? De vez em quando um laço da rede desfaz-se, um amigo calou-se definitivamente. E ano a ano, mês a mês, com uma frequência proporcional ao aproximar do fim, amigos e conhecidos vão-te deixar a falar sozinho. O desprendimento ou desinteresse na velhice não tem tanto a ver contigo como com a impossibilidade de te ouvirem. Estás só, cada vez mais só. É altura de te calares, se não queres que te metam num manicómio. Porque é lá que se fala sozinho."

Ainda não é caso. Até ainda há quem me telefone longamente do outro lado do mundo, na juventude dos seus 85 ...

Medicamentos genéricos

                                               CONVERSA DE JARDIM
´
Em ambos os casos estamos em presença da Gioconda ...
Mas a verdadeira não está aqui ...

O paciente é regularmente assistido pelo cardiologista em que sempre confiou e que, há anos, lhe receita, nomeadamente, ADALAT.

Entretanto, um dia destes, prescreveu-lhe, como passou a ter que ser para beneficiar dos descontos ainda em vigor, por princípio activo, que, em rigor, lhe deverá produzir o mesmo efeito terapêutico.

Foi à farmácia, atendeu-o uma técnica que lhe apresentou, salvo erro, cinco caixas correspondentes a outros tantos laboratórios e preços diferentes. Segue-se que, na circunstância, foi o paciente que teve que escolher e, por não ter estudado para o efeito, optar com base no preço ... Pelo preço que não era nem o mais barato, nem o mais caro ... Mas cheio das naturais dúvidas quanto a garantias de eficácia, face à disparidade ... em euros ...

É critério? Dir-se-á que a isto se chama liberdade de escolha ... Mas ... Mas que liberdade é esta? Não se percebe nada ... Acresce que, nas farmácias, nem todos os profissionais são licenciados em farmácia ... Se não der certo, quem assume a responsabilidade?

Uma coisa se sabe antecipadamente: o negócio do medicamento deve ser do melhor que há (gostava, a propósito, de saber a fiscalização das actividades económicas mais envolvida na permanente observação directa do que se passa) ...

É tudo. É tudo, não: viram, ontem, a quantidade de vozes farmacêuticas que estavam no programa Prós e Contras, na RTP? Repararam na mobilização?

Apesar de tudo, valeu o exemplo da médica presente que falou do bacalhau à Brás, que não perde o nome por causa de, eventualmente, o bacalhau, os ovos, ou outros ingredientes serem de qualidade menos recomendada ... 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Redes sociais - CARTA ABERTA

Queridas/os Amigas/os

Ainda a história das chamadas redes sociais. Recebo com generosa frequência da "electrónica destas coisas" propostas de adesão a novos, ou velhos, não sei, a abraços a fingir. A fingir, não! Do que eu gosto é de vos sentir, de saber o que pensam, em directo.

Nesse sentido, a criação deste espaço pode não ser, talvez, a solução mais confortável, mas é nele que eu estou sempre disponível para vos ler, vos "ouvir" - como eventual passo para mais e mais aproximações não administradas por interesses que me/nos escapam.

Tolice? Talvez! Mas apareçam. Apareçam na rua. Aqui, do lado de cá, acreditem, estou EU, que VOS AMO.

Com mais recato do que nas chamadas redes sociais, acreditem. 

Isto, é claro, enquanto a ruadojardim7 não passar à categoria de rede social ... Porque se isso vier a acontecer ... em vez de um banco de jardim, meus Amigos, teremos um banco dos outros e...e já não haverá blogue para ninguém - por falta de tempo p'ra negócios ... que acabarão por me destruir enquanto pessoa, tenho a certeza. Contra o vosso desejo, não duvido.

Deslumbramento ou falha nos registos? Rio de Janeiro, Canecão

O barco levou-me ao Rio de Janeiro e a emoção fez-me ir a Botafogo e entrar no Canecão. Sei, tenho a certeza, que foi em 1972. Sei também, tenho a certeza, que me emocionei "até às lágrimas" com o que vi e senti, mas não sou capaz de me sondar e tirar a limpo o que gostaria de recordar com nitidez ... Entretanto, nem a INTERNET, sabichona,  consegue ajudar-me ... Já tentei vários canais, mas nada ... Nada, não!... Sei que ...

- "Pioneiras na arte do topless, as bailarinas francesas do Moulin Rouge subiram ao palco no Canacão, justamente, em 1972, causando um certo desconforto na sociedade brasileira da época ..."


- "1972 - Amália Rodrigues cantou no Canecão e gravou aí um disco que incluiu o "Vou dar de beber à dor" ...

- Irmão, do meu Brasiu-brasileiro, tu que és, logo a seguir aos portugas, o mais assiduo visitante deste espaço, diz-me logo que tenhas tempo e pachorra (alô direcção do Canecão, por favor):

 em Setembro de 1972 fui vítima de deslumbramento por causa do topless ou foi Amália que se excedeu no seu dar de beber à dor?

Ou ainda: terão tido lugar outros espectáculos, por exemplo, nos finais desse mês?

Seja como for, a verdade é que ... nunca mais esqueci aquele espaço imenso ...  Apesar do deslumbramento que, no Rio, é a paisagem e não só ...

- Mano brasuca, diz-me coisas ... Um abração.

"A arte de se fazer odiar no escritório" ( VIII )

Em jeito de síntese
de um livro pedagógico e sempre actual:
















"A empresa não é a pândega que o subordinado supunha."


"A insónia do motorista aumenta o progresso do Chefe."


"Chicoteie, chicoteie! Não é verdade que o subordinado seja indomável. É tudo uma questão de dose."


"Não colaboradores, mas unidades de trabalho, coeficientes, executantes servis, escribas e mais máquinas."


"A úlcera une, na dor, o Chefe e o Superior."


"O subordinado deve ser chamado por intermédio do contínuo".


"Um chefe que não meta medo é um subordinado."


"O homem político não deve ter memória, mas memoriais."


"Na balança do Chefe o subordinado não tem peso."

"O subordinado, ao contrário do cavalo, engorda quando Você não o vê."

"Um Presidente chega mais tarde do que um Secretário-Geral."

"Criado de V.Exa." é uma guloseima verbal para o paladar do Chefe."

"Palavra de ordem? Não estou para ninguém!"

E pronto, aqui vos deixo com a síntese da síntese de um Manual de Relações Humanas "Exaustivo, completo, escrito com grande clareza", segundo António Miotto, Professor Universitário de Psicologia.

domingo, 13 de novembro de 2011

O tacho e o banco com buraco

             


Os facebookados





















Falemos, sem poucas palavras, no FACEBOOK. É capaz de ser um excelente meio de comunicação para quem gosta, claro. Mas, esclareçamos: a mim faz-me quase sempre lembrar, com a história do GOSTO, por exemplo, aqueles respeitáveis cavalheiros, mais ou menos conhecidos, que, quando se cruzavam connosco na rua, se acaso levavam boné ou chapéu na cabeça, lhe mexiam na ponta, simulavam o cumprimento, e seguiam ... Com um sorriso (já não era mau ...) ou sem um gesto que se percebesse vir de dentro... Apetece-me até dizer que, nessa base, o FACEBOOK não é hoje mais do que a informatização do "sorriso" - e, nesse sentido, em boa parte, a pretexto da pressa, uma oportunidade de fingimento. Amizade de plástico.

Então e os blogues, na mesma perspectiva, o que são? São tudo o que se quiser. O que não são é disfarces. Aqui, pelo menos, quando se cumprimenta, não se leva apenas a mão ao boné ... E dá-se a cara, de que a seguir, à vezes, o FACEBOOK se aproveita - para um universo humano que, maioritariamente, já só lê titulos e com eles alimenta eventuais e "profundas" discussões.

Agora o FACEBOOK é bom, é verdade, para convocar gente, para lançar palavras de ordem e coisas assim ... Dizer nada, fingindo dizer muito ... Aliás, talvez, no fundo, tenha razão ... Só que o resultado está à vista: ninguém se entende ... Não é em Portugal ... É pior ... é no Mundo. Piorámos a era do velho telegrama ... E estragámos isto: toda a gente se conhece, mas ninguém conhece ninguém ...

Já o Skype, bom, o Skype ... Talvez esse sim ...

É claro que blogues também não pretendem ser, digo eu, "enciclopédias" do que quer que seja, mas são, muitas vezes, primeiras aproximações, de cabeça descoberta, penso eu, mais ou menos opinativas muito para além do tal boné onde apenas se toca, quando toca ...

Memórias do meu cata-vento-de Timor a Timor *(IV)

* Palestra proferida em Santo António dos Cavaleiros, nos arredores de Lisboa, com apresentação, e posterior publicação, da Profª Doutora Maria Beatriz Rocha-Trindade

"(...) Os poetas vão á frente, sabe-se, prova-se. Macau, contudo, acompanha-os, quando, aos jardins, a horas matutinas, em gaiolas de bambú, leva pássaros domésticos ao espectáculo de bailado das folhas verdes que nas árvores se agitam à sua chegada; quando, ao cair da tarde, aguarelas lhe fixam vidas que nascem e morrem no secular junco, que é fortaleza de pobre e admiração de turistas; quando na intimidade conventual, um padre, quase monge, Manuel Teixeira, acorda para a história de que ele próprio, sem dar por isso, se fez parte.


Mas, um de cada vez: que se aproxime o pintor, que do monge falarei adiante, antes de deixar, sem tufões que desorientam cata-ventos, a Cidade do Nome de Deus, por onde saudado Timor, principiei esta Memória, que do adro ainda não passou.


Herculano Estorninho, pintor de ar livre


Os registos dão-no como nado em Macau em 1921. Autodidacta da pintura por força da pequenez do meio, logo que se encontrou a si próprio, estabeleceu os primeiros contactos com os mestres que admirava. Hoje pode dizer-se que deve a sua formação estética a Smirnoff, Luís Dumée, professor de pintura da Escola Superior de Belas-Artes do Porto, Tam Tsi Tsang, da Academia Chinesa de Arte, Frederick Joss, do Instituto de Arte Aplicada de Viena, Kwoc Zse, da Escola de Belas-Artes de Nang Yang (Singapura), Kam Cheong Ling, do Colégio de Belas-Artes de Macau, Yutas Chen, da Galeria Apollo, de Hong-Kong, Chi Vai Fu, do Instituto de Arte de Cantão.


Fui encontrá-lo bem longe, ao entardecer, na formosa praia de Sá, na longínqua ilha de Coloane, nos antípodas, onde, há mais de sessenta anos, ama terra e gentes. Provoquei-o para dissertar sobre a sua obra. Pedi-lhe que me falasse do seu trabalho, mas quase sempre dei com o pintor a escapar-se-me para o amor a Macau. Com efeito, Estorninho está na limpidez do que pinta, na intimidade do que vê. Estorninho é o mar do Sul da China, é espaços abertos e luminosos, é ruas velhas a cheirar a pivetes queimados, mas, acima de tudo, e sem demagogia, é povo da borda d'água, é china que passa e lhe chega a cerveja que refresca: "deixa-o ... É o artista de Portugal que está a pintar as nossas coisas ...", sussurra-se." Estorninho são milhares de quadros ao longo de uma vida. Estorninho-impressionista, segundo ele e os demais - é Macau e o que o território nos pode revelar de poético, de fantasmagórico, de alegre ou infeliz."

sábado, 12 de novembro de 2011

Silhuetas

Galeria Nacional de Fotomontagens ( LXXXIX )

- Vamos lá ver se m'aguento!...

Sem que o espelho desse por isso ...

Dói-me tudo ...

 Percebo na pele, como a maioria dos portugueses, o rombo, quase apetece dizer o assalto, que está a ser feito agora aos dinheiros da grande maioria dos portugueses. Mas há uma coisa que não entendo, ou me recuso a entender:

porque é que não são analisadas e publicamente discutidas as contas públicas, por exemplo, dos últimos dez/quinze anos? Porque é que, à margem da gestão corrente, não é nomeada pela Assembleia da República, com o apoio do Tribunal de Contas, uma comissão parlamentar, que se obrigue a dar público testemunho dos eventuais  desvios, ou atitudes contrárias ao oportunamente aprovado na Assembleia da República?

Em vez de uma troika externa, uma quadriga interna, presidida, por alguém indicado pelo Tribunal de Contas, por exemplo.

E, já agora, em simultâneo, promover uma campanha pública de apoio a uma iniciativa deste tipo, eventualmente, moralizadora. Ou há aí alguém com medo dos resultados? Recebo tantos "mails" focados na actualidade que, sem prejuízo das verdades que possam encerrar, estou sempre à espera que a honestidade política que os dita ... salte cá para fora extensiva ao antes de ...

Ou tudo, na prática, não está a passar, não da defesa da carteira, mas, cinicamente, na defesa de cores clubistas, alicerçada na dor geral?

Estamos com os sintomas de uma grande pneumonia - e tomamos aspirinas, onde se impunham, se calhar, antibióticos ... Sempre quero, finalmente, ver de que é que se queixam, de facto, os meus amáveis visitantes.

Será apenas de um resfriado? Olhem, pelo que me toca, não sei se tenho febre, mas dói-me tudo ...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Maria Cavaco Silva na CERCI Lisboa *

* Ver "post" de 26 de Outubro findo.

S. Martinho p'ra lamentar


                           É Dia de S. Martinho,
                           Assim reza a tradição,
                           Calhou a Festa do Vinho
                           Em Dia de Votação ...

                           Houve grande salsifré,
                           Percebe-se o alarido,
                           Uns sentados outros de pé,
                           E tudo, tudo partido ...

                           Agora o Zé vai beber,
                           Q'a cepa lho vai dar,
                           Se torta não nascer
                           N'adega parlamentar.

Os abstémios

Em Dia de S. Martinho, em que se vai à adega e se prova o vinho", na Assembleia, as Contas Nacionais foram aprovadas graças à abstenção ... E eu que sou abstémio de facto, fico obrigado a beber o que, em tudo, me é mais repugnante: ser penalizado ao fim de dezenas de anos de trabalho por causa das loucuras, das cedências, das chantagens, dos roubos, das vigarices, das demagogias, das bebedeiras (finas) de uns quantos que não suaram e sempre viveram à grande.

Resta-me, resta-nos aquela receita de um ex-colega no "Diário de Notícias" que, chamado ao gabinete da administração, "enchia" o bolso das calças de manguitos que, a seguir, se necessário, soltava no éter ...

Conta-se, a propósito, que um dia um administrador o surpreendeu no gesto e lhe perguntou os porquês "daquilo" ...

"É cá por umas coisas ..." - terá dito.

Tá decidido: vou levar o dia a homenagear o Zé Povinho! O que não sei é se terei bolsos suficientes para as necessidades ... Mas tentarei "reabastecer-me"... Cá por umas coisas ...

"A arte de se fazer odiar no escritório" ( VII )


"A AVALIAÇÃO DO SUBORDINADO
ou: Como avaliar a olho o subordinado, e de que maneira fazê-lo pesar a própria inconsistência

Demonstre constantemente que o subordinado não sabe, não  faz, não quer, não pode. Não pode querer, não pode saber.

Os olhos dele são demasiadamente limitados para olhar para as coisas em perspectiva, a sua força é excessivamente débil para dar um contributo.

No fim de contas, o que é um subordinado? Uma rodinha pequeníssima, numa engrenagem grande, mastodôntica, estupenda. Os efeitos, as cores, as tonalidades, as cavilações, são bagagem dos Dirigentes.

O subordinado deve, em vez de isso, compreender e reconhecer a inexistência de peso da sua opinião sobre a balança do Chefe. E, se ele próprio não compreende - recomenda Pierluigi Litondo (Chefe de serviços administrativos na indústria automobilistica) -, é preciso fazê-lo notar que a agulha da balança não se move, que o seu peso escapa às leis da gravidade.

Eis, por exemplo, algumas frases que servem para desmantelar completamente um homem. Use-as também:

"Eu não confio em você."
"Você não dá uma para a caixa."
"Empregados como você mais vale perdê-los que encontrá-los."
"Não pedi o seu parecer."
"A sua opinião não me interessa."
"Você não deve pensar."

Opiniões deste género dizem tudo, "pão, pão, queijo, queijo"; não são mandadas dizer por ninguém. Fazem ver e tocar com a mão que há apenas uma pessoa para pensar e agir: O Chefe."

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Como será, como será? ..."

O ACERCA DE MIM que abre este blogue, como milhentos no universo deste tipo de comunicação, é um espaço obrigatório no ... no Blogger. Pelo menos foi o que me disseram quando "me meti nisto", em Agosto de 2009.


Tenho hoje, contudo, um aditamento a fazer ao então escrito. Não é importante, sei. Mas faço questão, já agora, em deixá-lo aqui escarrapachado, tanto mais que me foi sublinhado por um antigo e leal colaborador da "velha guarda" e acrescentado por outro que me aturou apenas uns meses, enquanto paquete (era assim o título da função):


- Terei exercido funções de mando a partir do dia ... do dia 10 de Outubro de 1964 (assumo que chefiei ... Ler, neste blogue, passagens do livro A Arte de se fazer odiar no escritório). 


- E, ao fim destes anos todos, um desenhador especialista, ainda no activo de uma Câmara Municipal da periferia de Lisboa, revelou-me, à bocado, ter trabalhado comigo durante uns meses ... há mais de quarenta anos ...


Na humildade dos novos dados em presença, apenas uma interrogação, infelizmente, legítima, creio: como será daqui por 30/40 anos para os que agora se iniciam?...


Sendo certo que, mal comparado, como foi dito a uma professora na hora da aposentação: "a senhora só morre quando morrer o último dos seus alunos..."


Sim? Não?


Sei lá!... Cumpra-se, neste caso, o que o Blogger "determina". Ponto final. Tá cumprido. "Ao menos desabafei ..."


PS: a verdade é que ninguém me diz porque é que se lembra ... Olhem, leiam o livro atrás referido.

Galeria Nacional de Fotomontagens ( LXXXVIII )


"Europa a duas velocidades"

- Vamos conduzir isto a duas velocidades:
Eu meto a primeira e tu metes a segunda ...

- Sim ... Não, não! Eu meto a primeira
e tu metes a segunda ...


Sentado num banco de jardim o mundo abraça-nos ...

Generalista é tudo a que "aspira" quem passa horas aqui sentado. Hoje, por exemplo, estive a brincar às memórias, e quem é que tive oportunidade de rever?... O "miúdo" que trabalhou comigo uns seis, sete meses há mais de 40 anos (!!!) e ainda mexe algures nos arredores do jardim ...


FIM
o vento veio. a chuva veio. abraçaram-o. abraçaram-na. abraçaram-nos. abraçaram-se. o tempo corria suave gentil com os corpos sós que tinham. ele era ele. ela era ela. ele e ela eram eles. tornaram-se um na caminhada da vida que lhes corria nas veias. a cidade estava longe. o fim estava longe. mas nada nem tempo nem eles queriam fim. queriam sentir o vento que lhes moldava as roupas a alma o caminho. o caminho de encontro ao passo seguinte que é sempre o passo que há-de vir. deram as mãos soltaram risos sorrisos gaivotas abriram-lhes alas de encontro ao mar que num murmúrio cantante chamava por eles. deram o passo seguinte que é sempre o passo que há-de vir na direcção do mar. as águas envolveram-nos abraçaram-nos. continuaram caminhando seguidos pelo coro de gaivotas. a cidade não era o fim o mar não foi o fim o fim nunca foi  fim.
FIM

Fernando Monteiro











Hoje está bom tempo. Os pássaros cantaram p'ra mim assim que cheguei ...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não diga que não é capaz de fazer isto...


Você já começou a treinar, eu sei ...

Bravo!

É, de resto, uma modalidade recomendada

por técnicos alemães e franceses ...

Faits divers

Cachorro quente
da Colecção do Berardo
Quem me disse foi um amigo que vem aqui para o Jardim e que conhece os meus interesses artísticos.

Galeria Nacional de Fotomontagens ( LXXXVII )

                  Hipódromo Funchalense
- Aqui, caro Coelho, quem fixa a altura
dos obstáculos é o cavaleiro ...

DOMINGUIZO - "Cartas à Minha Neta" a propósito de ...

O Dominguizo, que é, sublinha-se, uma aldeia do interior beirão de Portugal (dizem as estatísticas, "amáveis", que há muita gente a ler o ruadojardim fora das fronteiras portuguesas que pode não saber da sua existência), tem um novo espaço infantil. Bravo! Oportunamente tive ocasião de, aqui, o frisar.

Acontece que, agora mesmo, acabo de dar de nariz com um pequeno cartaz que guardo, apesar de tudo, numa gaveta, que refere um tal MOMENTO COM ... (Setembro de 2009) em que era suposto, por sugestão feita em tempo útil, falar sobre as relações avós-netos, a partir da leitura de algumas Cartas à Minha Neta, oportunamente escritas.

E o que é que aconteceu?

Dei por isso "em cima do acontecimento":

- o encontro foi marcado para uma data coincidente com uma pré-campanha eleitoral local;

- o encontro, postas à escolha dos organizadores locais duas salas: um auditório ou uma sala de jogos de snooker, com mesas de apoio a um bar, "quem dirigiu a coisa" escolheu, vamos lá saber porquê, não o auditório (inequivocamente disponibilizado), mas a sala enorme e de todos os barulhos - mais própria para comícios do que para eventuais conversas sobre crianças e jovens ...

- acresce que, em vez de, como sugerido com grande antecedência, se fizesse ouvir música tocada por um ou mais jovens com ligações à Escola de Música da sede do concelho, ali a 11 quilómetros, não senhor: foi
apalavrada e concretizada a presença de "fadistas" da terra que, generosos, copos em fundo, cantaram ao som de guitarra e viola, essas, sim, trazidas da Covilhã, que "presidiu".

Em resumo: a sessão começou no meio do tenir de "vidros" num balcão a poucos metros da "mesa dos trabalhos", com vozes que se estavam c... para conversas sobre os mais novos, enquanto a um canto os politicamente contra a presidência, em exercício na Junta (candidata a novo mandato), faziam os ruídos da confusão necessária para que nada desse certo...

Numa palavra: acabou por, em minutos, se criar um ambiente que em nada abonou ninguém, mas que agora, de algum modo, com nova sala para a pequenada, se recompõe, não para palestras sobre crianças e jovens, mas para um acolhimento aos que, se calhar, migrantes, enchem - e bem! - a aldeia de gente nova, que, nova, pode evitar, a prazo, que voltem a substituir-se conversas sobre filhos, netos e bisnetos por cervejolas e comícios de cordel ...

Porquê este "post" nesta altura? Porque acabo de reler o essencial do que então quis dizer e ... e apetece-me voltar a saudar o Futuro, o futuro do Dominguizo, aldeia serrana, que aqui chamo, como quem chama pela pureza das origens e actualiza a bondade do novo infantário, enquanto marca de eventuais novos tempos, em que, não eu, claro, alguém, respeitosamente, possa falar dos miúdos e em relações intergeracionais.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

- Sente-se aqui. Hoje há fado!...

P´ra mim, o que me dava agora uma ganda, mesmo gand'alegria era o FADO passar a ser Património da Humanidade!

E já que não pode ser mat'rial, que seja, ao menos, imat'rial, como é da sua condição. Já não seria nada mau ...






                         10 fados no coreto do JARDIM.
                         Sente-se, escolha e... e esqueça o resto ...
                         Alinhe no imat'rial - que o mat'rial está caro ...

   

Galeria Nacional de Fotomontagens ( LXXXVI )

Na Monumental de Bruxelas

O adeus.

Nós e os outros

Os estudiosos, os doutores, os especialistas nestas matérias saberão, por certo, a resposta. Aos cidadãos comuns, todavia, salta a pergunta:

porque é que os que, na Europa, já eram grandes, continuam grandes e são os mesmos os que permanecem na cauda?...

Há, no caso, problemas genéticos? Há fatalismos climáticos? A geografia é fundamental? Lisboa, Madrid e Atenas estão esgotadas? Encheram páginas de História e foram para casa lavar as mãos?...

Só sei fazer perguntas. Quando me calhou estar no activo, sempre pensei estar a "dar o máximo", mas fi-lo, de facto? E tu? O que é que fizeste? O que é que fazes?

Ficcionemos:
o que é que conseguiria uma Alemanha com 10 milhões de portugueses a viver no seu país e o que é que seria, "em troca", Portugal com outros tantos alemães aqui - por um período "experimental" de, por exemplo, dez anos?


Punhamos a questão no palco do absurdo. Para quem tiver paciência, o espaço está aberto aos comentários.

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