"Timor, presente! Breve, principio, levantando-me, não para o minuto de silêncio que, no claustro, o falsete do clarim insinua, mas para, de Ruy Cinatti, pacto de sangue reafirmado, ler, disperso, o verbo que a sepultura não calou:
"Bendigo os que estão
De alma ao léu, enterrados
Em Santa Cruz, em outros sítios
Tanto ou quanto, mas retidos
Em Timor, meu campo-sacro!"
"Morra ateu em qualquer horto
Se Timor não for lembrado.
Eu quero viver inteiro
Em Timor, depois de morto.
Eu quero ... mas Deus me salve
Do pensamento sinistro
Tenho contas a ajustar
Com Deus, antes de proscrito
Em Timor, em qualquer parte!"
Ajusto o cinto e, numa aeronave imitadora de pássaros, vento a favor, lê-se na giroeta, rumo ao território de Macau que nos deram, mas vão tirar (hão-de ir para o Inferno, dirá minha neta quando souber...), e que, para se não confundir com o seu homónimo brasileiro, alerto já que se situa no Oriente-Extremo, a Sul da China e à ilharga de uma pilha de arranha-céus (...)".
* Palestra proferida em Santo António dos Cavaleiros, nos arredores de Lisboa, com apresentação, em posterior publicação, da Prof. Doutora Maria Beatriz Rocha-Trindade.
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