segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O pífaro leiteiro



































Bem-hajas, amigo do Jardim!

Do lido, o sublinhado (46) - Desassossegos


Bernardo Soares in Livro do Desassossego

"Antes o primeiro na aldeia do que o segundo em Roma!"  Eu não sou nada nem na aldeia nem em Roma nenhuma. Ao menos, o merceeiro da esquina é respeitado da Rua da Assunção até à Rua da Vitória; é o César de um quarteirão."





Em tão polifónica companhia, fica o atrevimento: é isso. Estou, estamos aqui. Continuem a aparecer. 

Ao menos neste espaço  há, julgo que se percebe, gente .... Obrigado pela regularidade generosa da vossa presença nesta espécie de ... de ... Querem melhor do que um banco de jardim para tagarelar com quem passa ?!... Sem agenda, SEM AGENDA , note-se, todos os dias a eventual surpresa. Para gente AMIGA e GENEROSA, claro. Que respeita este banco como respeita, por certo, o padeiro do seu bairro. É o que me parece.

M.A.

Capricho Árabe por Tatyana Ryzhkova


JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (143/254)

Antes de mais, permita-se-me que refira que, ontem, a rua teve o maior número de visualizações gerais diárias  de sempre. Escrito isto ...




domingo, 29 de setembro de 2013

Portugal - Eleições autárquicas 2013

Ouvidos os diferentes arautos dos partidos políticos concorrentes às lusas eleições autárquicas, o que se conclui é que ninguém perdeu.

A rua, com a maior humildade, pensa o mesmo. E está aqui como aquele feirante que, não tendo dotes oratórios para "vender a sua mercadoria", se limitava a gritar, depois de ouvir a propaganda do vizinho:

E EU TAMBÉM!...

É isso...

PORNOLÍTICA - contemporânea

De um e-mail acabado de receber (bem-hajas!)

Na Universidade de Griffith, na Austrália, definição mais apropriada para um termo contemporâneo:

"Politicamente correcta é uma doutrina, sustentada por uma minoria iludida e sem lógica, que foi rapidamente promovida pela mídia oficial; ela sustenta a ideia de que é inteiramente possível pegar um pedaço de merda pelo lado limpo."

Ivan de Araújo, 30 de Agosto de 2013

Selecta de uma antologia esquecida (7) *

*  Homo Ludícus de Manuel Sérgio/Noronha Feio

CARLOS PINHÃO, que trabalhou, nomeadamente, no Mundo Desportivo

"Espírito desportivo e espírito democrático são coisas muito parecidas. Por exemplo, na Calçada da Glória, na bicha que se forma lá em baixo, nos Restauradores, para a subida do elevador. Enquanto temos a noção que há lugares para todos, somos todos muito desportivos, muito democráticos, cada um no seu lugar, ninguém passa à frente de ninguém, somos até amáveis e tudo: "O senhor estava primeiro", "ora essa", "bicha é bicha", "faça favor", "por quem é" e até ajudamos os velhinhos a subir porque o degrau é mais alto.

Entretanto, o condutor vai contando os entrantes e, à medida que os lugares vão rareando, a formação democrática de cada qual vai-se indo abaixo gradualmente e o "fair-play" sofre tratos de pontapé. Começa um a meter o ombro, outro a fazer infiltrações pela esquerda e pela direita, distraidamente, assim como quem não quer a coisa, mas não quer outra coisa senão assegurar a sua passagem naquela viagem, de qualquer modo, o parceiro que se lixe, salve-se quem puder, quem vier atrás de mim que fique prá próxima.

E quando o condutor diz que só há dois lugares, é certo e sabido que há, pelo menos, quatro candidatos que se julgam com direito à subida: "Eu estava primeiro que o senhor, eu estava primeiro que você, eu estava primeiro que esse gajo que entrou, ó sr. condutor, é sempre assim, há sempre uns chicospertos, andam para aí estes tipos a falar em democracia, deviam era educar o povo, etc., etc.", e, às vezes, o monológo (ou diálogo, ou triálogo) dura até vir o carro seguinte."

Lá vem a Catrineta que tem muito que contar (23)

- Então, sempre votaste?

- Votei em todos!...

- Mas era só uma cruzinha ...

- És parva!... Votei em todos para ver se me sai ...

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (142/254)

Em dia de eleições autárquicas 2013, é pura coincidência, juro.
Mas, se calhar, qualquer data servia, desde há muitos anos, para acontecer o mesmo ...

sábado, 28 de setembro de 2013

Rui Assis dos Santos, AQUI!

Rui Assis dos Santos, em S. Paulo, Brasil, Março de 1980, onde está? Está? Não está? ESTÁ! Está aqui. Não o vice-cônsul, mas também. Ou melhor: está AQUI o cidadão, a memória de toda a simpatia com que recebeu o representante de um jornal português. "Não temos cônsul, trabalhe neste gabinete (o gabinete é o do cônsul que não há ...), esteja à vontade ... Use a cada de banho privada  e, se precisar de telefonar, tem linha directa ... Disponha!" 

Entretanto,  durante cerca de uma semana Rui Assis dos Santos apresentou-me "a todos os portugueses" que conhecia ... De manhã, à tarde (em almoços inesquecíveis), à noite (em serões na intimidade de gente nossa - SEMPRE).

Rui Assis dos Santos, o Poeta, ele próprio, relido HOJE, muito mais do que na gentileza de um autógrafo:

Quem sou?
Donde vim?
Que faço aqui
Isolado do Universo sem fim?

Sou homem, rato, animal?
Sou máquina, arado, enxada,
Ou sou tudo e não sou nada
Neste mundo material?

Sou arma, bala, foguete,
Oração, verso rimado,
Por quem fui aqui chamado, 
Onde soa tudo a falsete?

Eu quem sou? Que não recordo
Minha anterior geração;
Fui peixe, gato ou cão?
De que noite agora acordo?

Tenho alma, coração,
Corpo mesquinho e doente
Sangue, ossos, tenho mente
Olhos, barriga e razão

Donde vim até aqui
Onde me sinto isolado?
Antes mal acompanhado!
É apanhado!
Não digam que me perdi!

Mas que faço eu afinal?
Giro no espaço, sou planeta?
Lento demais para cometa
Mascarado em carnaval

Retalhado em carne viva
É a gesta da hora que passa
Ao menos a morte não maça
Só se houver recidiva

Vai para o fundo do inferno
Vai dialogar com o demo
Eu cá por mim não o temo,
Comigo é manso, amigo, terno

E põe no jornal a notícia
Da cena mais patarata
Vender a alma barata
Sem retribuição, estultícia

Por isso eu quero saber
Quem me mandou até aqui
Já não posso estar sem ti,
Estou bravo, quente, a ferver

Mas estou só, desacompanhado,
Isolado do Universo;
Cada dia mais perverso
Mas vivo, pensando, acordado!


Anatomia das ideias (0031) - Caminhos

Vasco Gonçalves - ex-Primeiro-Ministro português

"(...) Não há nenhum povo que, alguma vez na História, tenha conseguido executar, promover transformações profundas de carácter económico e social, sem sacrifícios. Nós teremos que ser a geração dos homens que se sacrificam."

Passos Coelho - Primeiro-Ministro português

A rua não tem à mão nenhuma passagem dos seus discursos recentes.

António de Spínola - antigo Presidente da República 

"(...) Não é na destruição que nos encontraremos, pois não se deseja contribuir para as teses revolucionárias que pretendem subverter o País e por essa via submergi-lo; nem é na simples refutação dos factos que prestaremos serviço válido à Pátria na difícil conjuntura que atravessamos."

António Alçada Baptista - escritor

"(...) Veio a crise e alguma coisa mais. É preciso não esconder que o sistema produtivo foi propositadamente desmantelado e que grande parte das classes trabalhadoras participaram dum processo que tinha essa destruição programada com vista à conquista do poder."

"(...) Os construtores da felicidade colectiva são quase sempre uns chatos, uns tristes e uns angustiados."

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (141/254)

Na sequência das fotografias anteriores ...

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Reflexão enquanto se pode (faltam 45 minutos para não se poder)

Daqui por cerca de 45 minutos não posso "aqui"  reflectir mais nada acerca das eleições autárquicas do próximo domingo. E estou o que se chama à rasca:

os do Passos Coelho, andam a passo e aos pulinhos e, ainda por cima, atacam todos os dias os "depósitos" que fiz para efeitos de reforma;

os do Sócrates, enquanto estiveram no poder, só pensaram na localização de um novo aeroporto de Lisboa e numa terceira ponte sobre o Tejo ... Ah! Venderam alguns Magalhães ao falecido presidente Chavez, mas agora já ninguém fala do computador português ...

os do tempo do Cunhal, quando fizeram parte, só falaram de coisas parecidas com os "sábados do Povo" e de iniciativas assim ... Apesar de, verdade seja escrita, nunca se ter falado tanto em comissões disto e daquilo ... o que, apesar de tudo, não era mau para os que não trabalhavam ...

dos do Bloco de Esquerda,  não se percebe bem que "sensibilidades" representam;

o MRPP, salvo erro, ainda tem, penso, Garcia Pereira, mas pouco mais se sabe;

entretanto, acabaram com a União Soviética e de alguns que lhe eram fiéis, nem sempre é claro o que se lê ...

Angola está entregue ...

Macau era ...

um  Caetano está fora de causa. Como, aliás, por maioria de razão, um Salazar  ...

Se calhar vou votar (posso dizer?...) em quem mandou, várias vezes, cortar a relva à volta da minha casa ... Na esperança de que continue a fazê-lo. É isso! Eureka!

E pronto. É tudo. E ainda falta 1 minuto para a meia-noite.

Dia Mundial do Turismo


Welcome!

Bem precisamos ...

Religiões















Não lhe perguntou porque é que era baptizada, porque sabia que não tinha sido ela a autora da ideia ... Mas, logo a seguir, para ver "onde pegar", a questão foi outra: porque é que és crismada? E a resposta simples foi ... porque sim. E casada pela Igreja Católica, porquê? Porque, sem me interrogar, achei que sim ... Mas não podes explicar isso tudo numa palavra? E a resposta foi: e porque é que tu és muçulmana?... 

E antes que uma certa espécie de guerra religiosa começasse, acabou-se a conversa. Com um sorriso sem credos. E foram almoçar a um restaurante chinês. Entretanto, a católica não se benzeu para não parecer provocatória e a outra, a mulçulmana, começou a ler a ementa.

A dúvida que, entretanto, na rua, em liberdade, subsiste, é acerca das escolhas culinárias de qualquer das senhoras - uma com véu sobre a cabeça, outra, cabelos ao vento, acabada de chegar da cabeleireira ... Líquido é, ao que se sabe, que uma gosta de comer com pauzinhos, outra não ... Mais: sabe-se que pagaram a conta a meias e combinaram novo encontro para um dia destes ... 

- Depois da missa na Sé, pode ser?...

- Porque não? ... Mas da próxima vez sou eu que escolho o restaurante ...

- Acho bem!

As eleições locais e Cambronne *

Muito bem: eleições locais, ou autárquicas, se preferirem. Listas e listas do a fazer. Com assembleias regulares ao longo dos mandatos. Para discutir. Às vezes só para discutir. Nem sempre com serenidade, diria quem aqui chega para a quotidiana assembleia de jardim. Cedo se percebe que os não vencedores vão dizer "que a luta continua" e que os que tiveram mais votos, no fundo, em boa parte dos casos, vão, para aguentar o mandato, tentear promessas feitas ou transformá-las em conformidade com orientações recebidas ...

Mas não há solução para isto. Ou melhor, a "solução" seria a ditadura e essa já a tivemos sob formas diversas, para quem se queira lembrar. Mas eu tenho uma sugestão, eventualmente, romântica, mas ... mas uma sugestão: que todas as assembleias, antes da chamada ordem do dia, comecem com uma leitura, não biblica, claro, não do catecismo partidário, mas de meia dúzia de linhas de, por exemplo, As Farpas, da nossa Ramalhal Figura. Está lá tudo. É só actualizar.

E era só isto que, a propósito de eleições autárquicas, tinha para escrever, que a área que me cabe nem micro autarquia é ... Tem fregueses, isso tem, mas a sua aproximação ao "poder" não passa de eventual cábula - com um ou outro recadito ... Embora a Catrineta, às vezes ... às vezes quase se exceda ... Mas porque a falsa modéstia é a pior das vaidades, certo é que, não raro, a palavra que esta espécie de "actas" mais lembra é a de Cambronne, Pierre Cambronne...

*Se não souber quem é, consulte a NET, que está lá tudo... Desabafe mas, se, SE necessário, peça ajuda ao Bordalo, que foi um dos nossos grandes repentistas de sínteses ...

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (140/254)

Raras têm sido as legendas a estes "retratos"
mas... mas, concordemos, a tentação é grande e os comentários poderiam até "ter piada" ...
Mas na rua não temos especialistas habilitados ...  Afinal, isto é um simples jardim ...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Cartazes no cartaz ...









                                                   Obrigadinho, Companheiro da Travessa!
                                                               
                                                            Os da RUA agradecem-te.


                                                                      Vamos a isto!

                                           




             O espaço amarelo que se segue
                       é para a abstenção ...

         
          De resto, ninguém o obriga a votar:

                       pode não querer 
            ou não ter idade, por exemplo. ...

               

























                            






































































Rua Augusta, em Lisboa, como já não a via há muito tempo ...

Se ao menos houvesse autárquicas de vez em quando ... As relvas aparadas, as árvores podadas, os pisos calcetados, as ruas lavadas, as luzes acesas, as ervas daninhas cortadas, os sorrisos nas tesourarias, as multas substituidas pela pedagogia, as vereações na rua, os abraços do sr.presidente e tudo, tudo assim ...

Se possível, com um espectáculo de luz e som para festejar, mesmo não se sabendo o quê ... E muitos fotógrafos e câmaras de televisão a registarem tudo  - para constar...

Entretanto, euros a brotarem do Tejo e Catrineta a subir ao palco com carapaus suficientes para os gatos e.. .e  p´ra ela. Sempre. Uma festa! Com direito a holofotes vindos da estranja, se necessário. E o Terreiro do Paço como nunca, a contar-nos uma nova história pátria. Testemunhada por um Marquês de Pombal vestido a rigor. Lavadido das poeiras do Terramoto e doutros desastres de que fala a história.

Seria bom haver autárquicas de vez em quando! Vivam as autárquicas! Que ganhe o melhor e que o melhor seja o presidente responsável pela iluminação - cujas velas não permitem arbustos por aparar nem outras coisas degradantes.

Viva a Rua Augusta, não por ser Augusta, mas por, sozinha, ter dias em que é a nossa noite, o nosso Palácio da Ajuda em festa (com o apoio técnico de Joana Vasconcelos). Vivam as autarquias sete dias lavadas, pelo menos, de quatro em quatro anos.

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (139/254)


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Amador é quem ama ...

Da Xú - sempre!


Lá vem a Catrineta que tem muito que contar (22)














- Então que tal, Catrineta?...

- Olha, ontem vendi mais um carapau ...

- Boa! Isto vai lá ...

- ... mas o meu gato passou fome ...

- ??? ...

-  ... o carapau era p'ra ele ...

Do lido, o sublinhado e ... e esta "enfardadeira de palavras" ...












A gente que gosta de ler, vai lendo, lendo, lendo e sublinhando, lendo e sublinhando (a lápis, que é para não estragar nada ...), mas sempre, sempre, quer queira, quer não queira,  para um seja-o-que-Deus-quiser ...


Entretanto,  mais um Do lido, o sublinhado - curto, que o tempo é pouco para os verbos e vontades na espécie de enfardadeira insaciável de palavras que é isto ...

"... E silenciosamente
morri, de morte humilde, humildemente,
numa longínqua torre,
num triste anoitecer ...

... ... ... ... ... ... ... ... ... 

Não é quando se acaba que se morre;
é quando acaba o gosto de viver."

Branca de Gonta Colaço

O Convento de Mafra "olhado" pela alegria de ver, ou ...

... ou o que um telemóvel pode fazer pela alegria de um reencontro ...





































Fotografias de Isabel Alves

Selecta de uma antologia esquecida (6) *

* fonte: Homo Ludícus de Manuel Sérgio/Noronha Feio

O Jogo de Andebol

Agora sou uma janela
Aberta de par em par
Contemplando este jogo de andebol
Esta rotina diferente
Estes corpos amarrados
A qualquer coisa que se pressente

Estes corpos amarrados
Que saltam e abrem fendas
Que correm e esmagam pedras
(sem que ninguém os tome)
E traçam linhas helénicas
Que os olhos bebem
Com fome

Olha aquele guarda-redes
Faz defesas que são telas
E tem ímanes entre os dedos
Que são esperanças
E atrai as bolas os homens
E palmas esbraseadas
Como um tinir de lanças

Olha aquele golo
Dum remate linear
Geometria da miragem
Que fedia o ar
Olha aquele golo
Flor que no espaço surgiu

Luz de Promessa que ninguém ouviu

O jogo findou
Foi o árbitro
Taciturno e de preto que ordenou
Fechou-se a janela
Aberta de par em par

O jogo de andebol que nunca vi
É o que eu vou recordar




JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (138/254)


Xaropes para o que der e vier ...

Quando cheguei ao pé do sr. Vieira para comprar o meio litro de vinho tinto e o meio litro de vinho branco que minha mãe (olá, Mãe!) me tinha "encomendado", disse assim ao sr.Vieira:

- Sr. Vieira, dê-me vinho e vinho ...

Isto é, no espaço de cinquenta metros, se tanto, a memória, na altura, "pouco assente", esquecera o pedido ...

Contudo ... contudo, a verdade é que, depois ... depois foi sempre, ou quase sempre, assim ... Até agora, confesso, em que vou, para evitar, sobretudo, esquecimentos, na 4411ª mensagem (leia-se auxiliar de memória (s)) "nesta coisa"...

Pois bem, Meus Amigos, chegado à idade que se pode verificar consultando, aqui, o primeiro "post" (vai em americano, como diria Hermínia Silva, que sempre é outra coisa ...),  vou passar a usar um livrinho a que, há uns anos (gato escaldado da água fria tem medo ..), chamei "a viúva", por ter capa preta e se ter revelado, bastas vezes, alarmante, no caso, para as hierarquias que me eram superiores e ... e não gostavam de ser lembradas (o sr. disse que aumentava a ... e ... Etc).

Vai entrar em funções para o que aqui não tiver cabimento, mas vai ser, sobretudo, a mezinha que o médico hoje achou por bem não me prescrever. "Pôr a Catrineta a dizer ... Fotografar na primeira oportunidade o ... Apanhar o ... em contradição ..." Isto é, xaropes para o que der e vier ...

E assim me preparo para, no fundo, tentar uma "velhice gloriosa" ... Se não me vier a esquecer do capa preta nalgum lado e ninguém me pedir para comprar, simultâneamente, vinho branco e vinho tinto ... Sobretudo, quando houver eleições ...

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Para que NADA SE PERCA ...





Ouvimos no momento próprio e, aqui no JARDIM, ficámos arrepiados. Mas talvez seja importante recordar. Não para influenciar votos, como alguns gostariam, mas para que, como na Natureza, NADA SE PERCA E TUDO SE TRANSFORME - sem ditaduras de esquerda ou de direita. 

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (137/254)


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Não morreu o poeta António Ramos Rosa *

*  embora, amanhã, os jornais noticiem o contrário

Dia de Verão

Contra a muralha de ar
desfaço os nós da cinza dura
a ânsia larga larga
lucidamente embarco no meu corpo
e no ar
onde mulheres vivas rompem
com o sangue do Verão
rodopiando ancas sonoras
giram na vertigem direitas contra
a força do ar caindo como uma onda
sobre o sexo que respira violentamente
abertas vulvas felizes na febre fresca
corpos de seda e sede
livres em cada poro que o ar e a luz penetram
desfazendo todos os nós no ar
altas frescas fortalezas

Verdade acerca de Angola hoje, precisa-se *

* mas se alguém achar que é politicamente incorrecta, esqueça-se a sugestão ...































Na imagem, duas Angolas: a de que o vespertino português A CAPITAL fez amplo suplemento em 15 de Março de 1974. E aquele com que a colecção "LIBERTAÇÃO DOS POVOS DAS COLÓNIAS" fez a sua "revolução".

Falta-nos agora a Angola d´hoje. Aquela que, formalmente independente, não querendo ser monarquia ...

 É preciso que os contemporâneos comecem a, sem medos, dar contributos escritos para a ... para a contemporânea história de Angola - que deve ter muito que contar ...

Curta metragem dos tempos modernos

Encontrei uma antiga colega e, espontâneamente, quis dar ao encontro a alegria, viva e natural de quem não se vê há anos. Respondeu-me assim: olá! Com quem tenho falado é com a Isabel (Isabel é uma antiga colega comum) ... através do Facebook...

E quase não dissemos mais nada um ao outro. Mas fiquei a pensar (juro!): puta que pariu o FACEBOOK! 

Mas logo que me senti remetido para as novas tecnologias - que fingem que aproximam.  À cautela, belisquei-me para ver se doía ... e doeu ... Fiquei descansado: ainda não sou de "plástico"...

- Então prazer em vê-la!...

- Igualmente.

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (136/254)


domingo, 22 de setembro de 2013

Museu d'Orsay a não perder - aqui, se não puder ser lá ...

Para a Xú e para Mónica

Memória de uma tarde inesquecível - lá, ao vivo, como se fosse agora, aquela tarde em que também subimos ao Arco do Triunfo, e fomos à Torre Eiffel, e, já noite, chegámos, finalmente, à Disney de todas as brincadeiras ... Para, descansado o essencial, andar de carrossel, e nos automóveis a velocidades assustadoras, e ver o Mickey, o Pato Donald e ... e gente de todas as idades como se as não tivessem ...




JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (135/254)


sábado, 21 de setembro de 2013

For you

































                    Para quantas e quantos, cordiais, em tempos difíceis, 
                              se aproximam do JARDIM e aqui deixam, 
                                directa ou indirectamente, a simpatia 
                              das suas palavras ou as suas imagens

Desassossegos

Se querem saber quem seleccionou estes DESASSOSSEGOS, vão ao princípio da rua que está lá escrito, mas como isso pouco ou nada interessa ...

... melhor será, sem mais conversa, deixar-vos com boas companhias. Boas, mas ... mas um pouco estranhas, convenhamos. Aliás, se calhar foi, em parte, por isso que passaram à posteridade e apetece revê-las.

Ora leiam:

José Régio

"- Eu sou, a meus próprios olhos, um doido que por acaso nasceu com juízo."

Barbosa du Bocage

"Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura
Nariz alto no meio, e não pequeno:

(Digo de moças mil) num só momento
... ... ... ... ... ... ... ... ..."

Alexandre O´Neill

"O´Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvos; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
e ferida desdenhosa e não cicatrizada.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ..."

Bernardo Soares

"Pertenço (...) àquela espécie de homens que estão sempre na margem daquilo a que pertencem."

Ruy Belo

"... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 
Assim sou passado de dia em dia
confiado pelo dia que parte ao dia que chega
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... "

Almada Negreiros

"... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
O autor destas páginas também desenha e não sabe expressar por palavras a extraordinária impressão que recebe sempre que copia o perfil de qualquer pessoa. A natureza chega tão complexa às feições de cada um, que somos forçados a não aceitar cada qual resumido ao lugar em que a sociedade o põe.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ..."


Lá vem a Catrineta que tem muito que contar (21)














- Estou a pensar, a pensar ...

- A pensar o quê, mulher?...

- Cala-te! Estou a pensar como é que hei-de aumentar as vendas de peixe à freguesia ...

Selecta de uma antologia esquecida (5)*

URBANO TAVARES RODRIGUES  (que, confessa, não acertava com o lado esquerdo da baliza)

"De chutos não posso falar em consciência, como prática minha de desporto, porque sempre que, na adolescência, visava o canto esquerdo da baliza, acontecia-me atirar para fora ou por alto, a menos que - e algumas vezes isso me aconteceu - enfiasse misteriosamente o esférico no canto direito das redes junto ao posto.Enfim, um êxito absoluto como falta de direcção."

* fonte: Homo Ludicus,
de Manuel Sérgio/Noronha Feio

Fado
















Há festa em Alfama. O fado é vedeta mas ...
mas para a UNESCO é Património IMATERIAL da Humanidade.

Para o Zé Fadista, que não percebe o que é imaterial, ouvido pela televisão,
chama-lhe Património IMORTAL da Humanidade.

E o fado é mesmo isto. Com o imaterial a perder-se nas falas da gente simples que o canta fora das casas onde é caro ouvi-lo. Fica o registo.

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (134/254)


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Quadra popular de enquadramento



Estou a pensar em calão

O que não posso dizer,

Mas não tenho opção,

E devo mandá-los ... para onde quiserem ...

Autárquicas - Santo António dos Cavaleiros, presente!





















Eu estava lá, eu vi (sou do tempo do NADA) como é que os politicamente mais activos de uma comunidade tentaram tomar conta de um espaço público e, pouco a pouco,  fazer dele uma pequena autarquia monocolor.

Foi assim: houve quem se aproveitasse das boas intenções não politizadas dos que, "sem mangas", se movimentavam para congregar pessoas no sentido da prática desportiva e cultural e, pouco a pouco, em nome do social, tentasse destruir os alicerces do idealizado ... Mas Santo António dos Cavaleiros, é o caso, continuou. É. Fez-se vila.

É VILA a caminho de cidade. Votando em quem? Não se sabe se nos "espertos" dos primeiros tempos, se nos que, entretanto, mais crescidos politicamente, trabalharam ... e fizeram obra.




As eleições autárquicas e as omeletas sem ovos

Autárquicas ou as promessas de omeletas sem ovos. Promessas de omeletas sem ovos - é isso, é aqui que está a questão. Acontece que ... que, tudo ponderado, o prometido é devido ...

No fundo, como que, para todas as regiões, quiçá, o milagre da multiplicação dos pães... Mas também a oportunidade para uma política local rigorosa e capaz de, urnas fechadas, resultados apurados,

afixar em todas as freguesia, em locais bem visíveis e de preservação garantida, a lista fundamentada das principais promessas feitas durante o período eleitoral pelos inequivocamente eleitos e empossados 

O resto é conversa. Ou será conversa. Aqui no jardim, troca de impressões realizada, fica a sugestão (popular, dir-se-á). À espera de eventual multiplicação noutros "jardins" - e não só.

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (133/254)


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Sombras do mundo (IX)

Recordação de Moscovo
















"A ladroeira dos ministros"

À força de "ouvir falar" e sentir tanta coisa, andei, há minutos,"por aqui", na ruadojardim7, e parei no dia 17 de Agosto de 2011.Não para "investigar" quem nessa data estava no poder ou deixava de estar... Mas cá por umas coisas ... É uma mensagem curta.

Depois, depois, se tiver pachorra, apareça para falar comigo, ou com a Catrineta, que é uma mulher muito influente e que, por coincidência, mora ao pé de uma esquadra da PSP...

Lá vem a Catrineta que tem muito que contar (20)














-Vou ser presidente da Junta!...

-???

-Sim, o meu marido não pode, mas eu presido - e ele manda ...

Farturas e palavras

















Não sei o que é que dá às pessoas que sempre que fazem de si parte de uma multidão em festa, lhes dá fome de tudo ... Então se estão numa feira, ou num encontro do género, e aparece a caravana das farturas é como se fartura não houvesse em mais lado nenhum e forma-se uma fila que, quase sempre, à partida, esgota o que à vista possa estar pronto a mastigar, ou numa frigideira no processo, apesar de tudo, rápido de transformação entre o crú e o frito. Nota-se em quem espera, como que uma baba, um estranho salivar geral pela guloseima que há-de vir ...

Eu não sei como se enriquece, se é que enriquece, a trabalhar nos comes e bebes de uma feira, mas se me deixasse "disto", desta prosa graciosa (quer dizer, de borla ...) e, por exemplo, fizesse filós ... estaria melhor na vida, tenho quase a certeza ... Entretanto, trago comigo uns rebuçaditos e ... e viva o velho ... Que AQUI a fome mata-se, sobretudo, com palavras não censuradas.

Do lido, o sublinhado (45) - A prosa e o verso



Bernardo Soares in Desassossego

"Sou incapaz de escrever em verso (...). Considero o verso como uma coisa intermédia, uma passagem da música para a prosa. (...) Creio bem que, em um mundo civilizado perfeito, não haveria outra arte que não a prosa."

"(...) Ler é sonhar pela mão de outrem."

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (132/254)


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

NOTA de banco (14): a vida ... às vezes ...












A vida é assim: às vezes, anos a fio, ignoraram-nos, não tomaram conhecimento, por exemplo, de que, ultrapassados os estudos básicos da Universidade Existencial, tínhamos alcançado com êxito o mestrado, às vezes, o doutoramento da Vida. E que, afinal (provas dadas) até sabíamos escrever e contar para além do que as chamadas novas tecnologias "ensinavam" ... Puseram em causa, bastas vezes, a nossa continuidade nos empregos em que se nos atravessaram - por nada ... Foram meninos de coro em forjados plenários de gente arregimentável ... Alimentaram conversas para tentar marcar diferenças nunca antes sentidas pela maioria. Listaram remunerações alheias apenas para ... para nada. Em nome da camaradagem, organizaram almoços e jantares do "cada paga o seu"  para linchar um mais dos que, por certo, estaria ausente. Combinaram férias em comum unicamente para mudar o "local do crime". E assim viveram. E assim vivem neste desemprego a caminho do crónico, porque crónica é a gestão de um quotidiano cheio de vícios, de gente de má fé, de gente insensível e velhaca. Apostada, não raro, em atirar as culpas para o vizinho e, por tabela, desculpar o essencial: a má fé de muitos e a insensibilidade dos governos, não raro, ex-tachistas mais ou menos declarados, a quem a política deu a mão.

Do lido, o sublinhado (44) - Desassossego



Assisto a mim. Presenceio-me. Dói-me a vida.

Bernardo Soares

Na Natureza nada se perde ...

Antigamente, havia, nesta zona de Lisboa, muita prostituição. Agora, se há, não parece. Agora o que há é como que um espaço para dançar e ... mas se continua a haver prostituição é mais discreta ... Agora é uma zona típica da cidade - em miniatura, como o velho Bairro Alto, que teve o 7 e o 100 ... E outros cheios de cortinas e salas de espera ...

Aproveito, já agora, para saudar a fonte de inspiração internacional que é a cidade de Paris e o seu Quartier Latin, por exemplo. Estamos, como talvez dissesse Ramalho Ortigão, a pôr higiene na coisa ... Parabéns, alfacinhas edis camarários. Em véspera de eleições autárquicas, não têm que agradecer. A verdade acima de tudo. É que há sempre quem leia estas coisas ... De resto, de um banco de jardim o que é que se pode esperar?... Um artigo científico? Querias ... Aqui, não nos ficamos pela alfacinha prostituição (vária), mas também não temos grandes e muito filosóficas coisas a dizer ... Fixamos imagens, divertimo-nos com o insólito, mas, sobretudo, com o imediato "disto" ... E vamos andando, graças às encorajadoras estatísticas do sr. Google.
                                                                                                        Ainda se dança aqui?...

Selecta de uma antologia esquecida (4) *

Ruben A.

A bola

"A bola é rei de tudo. Salta, mexe, anda, vai para onde se quer, e vai para onde se não quer. Bola e olhos, olhos na bola, ali lá vai, onde vai, mesmo ia sendo, bola rebola, vai ao centro, ou vai fora. Bola pequena, bola média, bola maior, bola balão, tiro que dispara de todos os lados.

A bola é a maior invenção do mundo, é bola que vai com os olhos, os olhos estão na bola, são milhares milhões de olhos agarrados à bola. A bola pequena é redonda, por isso é bola. Já viram a bola de golfe, a bola de ping-pong, a bola com os olhos assentes ali mesmo.


Bola parada, bola que precisa de ajuda, precisa de uma mão, de um pé prá mão, bola com raquete, bola que parte como um tiro, bola é rei e rainha, bola não tem sexo, tem dois sexos lá dentro, é criança antes de nascer. Disparada, anda, salta, é cabeceada, encotovelada, apitada, bola coitada que fica lá longe para o polícia ir buscar. Bola de trapos mal feita, bola na praia, bola igual para vários desportos, bola adulta, bola para pequenos logo mexerem. Esvaziar a bola?


Haverá coisa mais triste que bola a um canto com falta de ar?!"



* fonte: Homo Ludicus de Manuel Sérgio/Noronha Feio

JORNAL NOVO retratos p.b. 1975/76 (131/254)



terça-feira, 17 de setembro de 2013

Um mau exemplo de animação gráfica de Lisboa

Ramalho Ortigão, por exemplo, não perdoaria. E logo em 2013 (que é o ano em que dou com esta falta de sensibilidade urbana e alfacinha), com os candidatos à presidência da C.M. de Lisboa a ... NUNCA!
Ainda por cima, tudo iluminado com um candeeirinho que não deve ter sido barato ... Não se faz!

Talvez vos tenham faltado bancos de estirador, digo eu ...



Terreiro dos Passos - duas épocas *

Ontem




















Hoje





















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"A tua cara não me é estranha" (8)




















Fotomontagem de proveniência pouco católica ...

Eça no Largo Barão de Quintela, em Lisboa, conforme molde

Passei lá ontem. No Largo Barão de Quintela, em Lisboa. Onde, de pedra, esteve a estátua que, há uns anos, passou para o Museu da Cidade, na intimidade de um canto dos seus jardins - como veio ao mundo e quiseram "matar", não, por certo, por "o romancista olhar por cima do ombro, com ar meio farto, meio divertido" (Aquilino Ribeiro in "Um escritor confessa-se") ou "por olhar os (...) que se sentavam (...) nas cadeiras do poder com insuperável nojo" (Maria Filomena Mónica in "Eça de Queirós"). Agora, no mesmo espaço ajardinado da obra primitiva, está o bronze que os moldes produziram. Está a indústria (melhor do que nada) para quem gostou assim-assim do Eça ...

Olhem, a propósito, os budas, os budas da Rota da Seda, coitados ... Ao menos, entre nós, o fanatismo tem dias: aqui, a pedra pode virar bronze ... E o bronze, se incómodo, até pode ser, não fundido, mas re ... recuperado para ... para o Museu da Cidade, onde "repousa" à sombra, por exemplo, um Carmona, um dos ex do"antigamente". E pode repousar, um dia ... (não, não digo ... Mete política ...).


Somos assim. Do mal o menos.































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