* fonte: Homo Ludícus de Manuel Sérgio/Noronha Feio
O Jogo de Andebol
Agora sou uma janela
Aberta de par em par
Contemplando este jogo de andebol
Esta rotina diferente
Estes corpos amarrados
A qualquer coisa que se pressente
Estes corpos amarrados
Que saltam e abrem fendas
Que correm e esmagam pedras
(sem que ninguém os tome)
E traçam linhas helénicas
Que os olhos bebem
Com fome
Olha aquele guarda-redes
Faz defesas que são telas
E tem ímanes entre os dedos
Que são esperanças
E atrai as bolas os homens
E palmas esbraseadas
Como um tinir de lanças
Olha aquele golo
Dum remate linear
Geometria da miragem
Que fedia o ar
Olha aquele golo
Flor que no espaço surgiu
Luz de Promessa que ninguém ouviu
O jogo findou
Foi o árbitro
Taciturno e de preto que ordenou
Fechou-se a janela
Aberta de par em par
O jogo de andebol que nunca vi
É o que eu vou recordar
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