segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Sinfonias incompletas
Foto M.P
Aos pares, batem-nos à porta, a gente espreita pelo óculo e dá-se conta de que quem é vem devidamente acompanhado (é o que parece ...) e não pretende vender nada e muito menos roubar ... Tomadas tais cautelas (ía a escrever antigas) e enquanto, pelo óculo, se mantém a observação dos gestos e rostos que, parados ou não, se pespegam do lado de fora, a gente, finalmente, abre a porta. Melhor: entreabre a porta, sorri ao sorriso que lhe apresentam e ouve... Saltam de lá, logo, os, conhecidos de cor, papéis que lhe querem dar. Agradece-se e ... e afastam-se hipóteses de diálogo, eventualmente, catequizante ...
A partir daí é um quase "V.EXA é..." A que, se for o caso, se responde com um sorriso: "sim, sou católico, baptizado, crismado e casado pela igreja ... Muito obrigado pela vossa presença!" E tenta-se acabar ali o domicílio tentado.
"Mas nós somos ... (percebe-se que não vêm em nome do Papa Francisco ...) e queríamos deixar-lhe este ..."
"São muito simpáticos, mas melhor seria, talvez, levaram o vosso testemunho a outras pessoas. Não desperdicem connosco mais nada ... Deus vos abençoe!" Ninguém se atreve, claro, a dizer "vão pregar para outra freguesia ..."
Fecha-se a porta e ... e vai-se à estante à procura do velho Livro de Missa, da Biblia Sagrada, do Alcorão, eu sei lá... Entretanto, aproveita-se a oportunidade para rever as Confissões de Santo Agostinho. Isto é, cumpre-se em silêncio, ecumenicamente, uma visita à intimidade ... Com um seja o que Deus quiser no pensamento. Ao mesmo tempo que, na televisão, o papa Francisco dá (mera coincidência) a sua benção Urbi et Orbi.
Mas a sinfonia está incompleta:
talvez nos falte uma A Grande Mensagem de Paz - que não precise de bater à porta.
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