quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Memórias do meu cata-vento-de Timor a Timor * I

Não vou aqui divulgar ("isto" é um blogue ...) as 35 páginas A4 da palestra que, pensando bem nas várias (não muitas) que fiz até ao momento, maior prazer me deram proferir. Mas penso que ninguém me levará a mal que recue a 1992 para recordar o que, talvez hoje, nos esteja a fazer particular falta ...

Só lê quem quer, mas antes de qualquer indício de abandono, melhor será arrebitar ... cada um com as forças que tiver, quiçá muitas - para me ler :

"Se, como diz o Poeta, apesar de tudo, um fingidor, língua portuguesa é Pátria nossa, permitam-me que desta fale sem barreiras, evocando não os que, Maiores, na sua construção empunharam espadas de marfim e ouro e timonaram ideias e caravelas de filigrana, mas os outros, muitos mais, que vendo-se-lhe igualmente o mar no discurso e nas obras, também à crónica fizeram jus.

Duas regras, pois, aqui ficam: lembro os que se encarregaram, e encarregam, de arrotear, no interior da Ocidental Praia, palavra a palavra, gesto a gesto, estas léguas de terra e suor que nos abraçam, para cá de Espanha e por aí, escolha-se a latitude, por onde fomos e ficámos, não raro, pedra em troca de canela, mas sempre poesia e ensinamento, para não dizer bigorna e crucifixo também. Ignorando formalismos académicos, dar-lhes-ei voz directa quando as circunstâncias o imponham e os seus substantivos tenham mais força do que a boa vontade dos meus adjectivos."

* Palestra proferida em Santo António dos Cavaleiros, nos arredores de Lisboa, com apresentação, em posterior publicação, da Prof. Doutora  Maria Beatriz Rocha-Trindade.

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