Inicio hoje a publicação de uma série de apontamentos que subscrevi, há uns anos, no velho/novo "Diário de Coimbra". Talvez valha a pena registá-los aqui...agora, justamente, AGORA que...
"Em nome de uma legitimidade extraída de textos divulgados no melhor estilo do verso das apólices de seguro que ninguém lê, ouvi dizer que, contra a proclamada figura centralizadora do Terreiro do Paço, querem retalhar o nosso secular e pequeno Portugal em naçõezinhas com poderes próprios e, portanto, novos cargos (leia-se tachos) políticos.
Português que sou, independente que, como tal, me conhecem, não desejaria entrar, para além dos limites, em tão magna discussão, até porque, confesso, o assunto, de certo modo, me agrada, na medida em que, sendo homem com "idade para ministro", vi na ideia produzida algumas hipóteses de, finalmente, ter acesso a um ou vários tachos políticos, que, tudo indica, em nome da descentralização, irão criar-se de norte a sul do país."
E apresentava-me:
"(...) a) Nasci em Lisboa, onde vivo há mas décadas, pensando saber alguma coisa da cidade dos corvos, embora não frequente a 24 de Julho, do Jardim da Estrela conheça os cisnes, dos Passos Perdidos tenha ouvido falar e do Terreiro do Paço distinga, do cavalo, sobretudo, o traseiro...
b) Relativamente à Região Centro posso afirmar-me, pela ascendência, beirão, amante das gentes e das paisagens locais, embora sem ligações, que eu saiba, à progressiva cidade do Fundão, de tão profundos atilhos, via primeiro-ministro, ao Terreiro do Paço, de que, como disse, só conheço bem as partes traseiras do respectivo cavalo. Mas, em último caso, posso dar uma ajuda...
c) No que respeita ao espaço alentejano, as minhas referências podem ser encontradas no casamento, mas aí talvez seja difícil - temos que ser realistas -, pois a ideia pode ser criar na região léguas de paisagem vermelha e eu, na intimidade, quanto a cor, torço, unicamente, pelo Benfica. De qualquer modo, se for preciso... Será uma questão a ver...
d) Finalmente, por ter uma neta algarvia, admito não exagerar se disser que, se o sr.Vitorino não absorver o eventual parlamento local, poderei ser, a norte de Marrocos, um bom candidato, tanto mais que não rejeito a governação de costas para o mar - em especial, no Verão. Penso que, na circunstância (já estou em campanha...), antes um lisboeta (quase) genuíno no poder algarvio do que um qualquer rafeiro John Bull a brincar connosco - católicos e protestantes (...).
Para alguma falta, esclareço ainda que tenho amigos em todos os recantos de Portugal, dispostos a darem-me o seu amável e, de certo modo, comovente voto, enquanto me assumir como independente."
Em tempo: mantenho o que escrevi, embora se saiba hoje, face ao que se vê, que, mesmo sem a chamada descentralização, não ficaram tachos por oferecer...E aqui estou, "pobre de mim", a...a rapar os ditos, como a maior parte...
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