As lojas ficam apinhadas e "todo o mundo" ciranda de um lado o outro, atafulhado de embrulhos com papel colorido e laçarotes brilhantes. São as prendas que se trocam, também elas significando as características de aproximação que o Natal propicia, fazendo esquecer muito daquilo que, no dia a dia, nos espera e, quantas vezes, isola.
Desta vez assim acontece, também, mas com algumas diferenças, mais ou menos perceptíveis.
Por um lado a inflação galopante, a fazer sumir o dinheiro das bolsas esprimidas das portugueses, torna menos rendoso o negócio dos estabelecimentos, apesar de tudo, muito visitados. Só que, agora, as pessoas vêem mais e compram menos, não disfarçado o olhar triste por não poderem chegar aquilo que gostariam de adquirir.
Por outro lado, percebe-se com toda aclareza a desvalorização deslizante do (...).
É esta, em pinceladas rápidas, a feição dominante neste Natal, onde nem sequer o movimento destes dias, em que estabelecimentos comerciais abrem as portas até mais tarde, se pode comparar ao de anos anteriores. Menos gente, menos compras, menos azáfama. E que não se diga, depois, que é por causa do frio.
O Natal serve, por isso, também, para deixar uma imagem, ainda que pálida, sobre a tomada de medidas que viabilizem a recuperação que vai tardando. Não é caso para dizer que será um Natal menos alegre, já que que o calor humano, esse, apesar de tudo, não esfriou, mas é, sem dúvida, o Natal da nossa preocupação."
José Alcino.
O luso Natal por um canudo... |
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