domingo, 8 de julho de 2012

Bordéus em baixa velocidade (11)

NOTAS SOLTAS

"Na Cours Victor Hugo (importante artéria, pelo que vejo), uma velha (observei a partir do autocarro) encostou-se à janela de uma cave, deu um certo jeito à saia e ... e mijou, com o ar mais tranquilo do mundo. Ainda consegui ver um "rasto" líquido na parede ..."

"Como morre uma pequena vila", é o título de uma poesia colocada na montra de uma loja de calçado, que se refere à bondade de ser pequeno, mas atencioso para os "seus vizinhos" que, às vezes o procuram fora da hora. A queixa é contra o abandono dos que são da terra (arredores de Bordéus) e deixam morrer o pequeno comércio, procurando as desumanizadas grandes superfícies nos grandes centros."

"C'est dure, monsieur! C'est dure!..." - foi a expressão de uma octogenária, agarrada a uma muleta ao atravessar uma rua estreita, quando me viu, em sentido contrário, a olhá-la."

"O rapaz que, na esplanada, me serviu e que levou tempo a dar pela minha presença, quando, finalmente, percebeu o meu chamamento e me quis servir o chocolate quente pedido, apressou-se a dizer-me quanto era e, simultâneamente, deixou cair parte do que, para outros, trazia na bandeja. "Je suis desolé!...", disse, limpou, apanhou cacos e continuou, depois de me fazer o troco."

"Em Saint Emilion são tantas as lojas que propõem aos turistas provas de vinho que se, por acaso, alguém ensaiasse ser muito exigente, corria o risco de, ao fim do dia, não estar em condições físicas de, finalmente, tomar uma decisão ..."

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