Si Ka Long, Kwan Tsui Hang e Pereira Coutinho dizem que não há motivos para o nome da empresa que vai substituir a Reolian não ser já público.
Sónia Nunes e Iris Lei
Desde Abril que o Governo fez saber que está em negociações com um investidor para continuar a exploração Reolian, sob gestão do Governo há oito meses depois de ter declarado falência. Quem é? Não se sabe: o Executivo recusa-se a revelar o nome da empresa até à assinatura do contrato. Os deputados dizem não haver justificação para postura do secretário para os Transportes e Obras Públicas, director dos Serviços de Tráfego e do director dos Assuntos de Justiça – a informação, defendem, é de interesse público.
“Nesta fase, em que já se sabe que o contrato vai ser assinado na próxima semana, não há razões para não ser divulgado o nome da empresa”, reprova Si Ka Lon, número dois de Chan Meng Kam, o cabeça de lista mais votado nas legislativas de 2013. O deputado não tem dúvidas: “As pessoas estão preocupadas. Não têm confiança no Governo ao nível dos transportes públicos”.
A identidade da sucessora da Reolian, continua, vai trazer a reposta a duas perguntas: a nova empresa, sendo local, tem capacidade para substituir uma empresa internacional? Vai conseguir manter o serviço? “As pessoas têm dúvidas”, insiste.
Para Si Ka Lon, “é muito difícil não questionar se não se trata de um contrato feito à porta fechada” – sobretudo, destaca, quando “todos os sinais apontam para uma única empresa”. Segundo avançou o jornal Cheng Pou, em Maio, a China Travel Service terá sido a escolhida. A empresa é subsidiária da Nam Kwong (estatal) e pertence ao mesmo grupo da TCM, uma das operadoras.
“A ideia com que ficamos é que fazem as coisas às escondidas. Por quê este secretismo? Estão a proteger que interesses? Não se percebe este sigilo”, diz também José Pereira Coutinho. “Este tipo de negociações devem ser feitas com o máximo de transparência possível”, defende.
O deputado destaca a “exigência” pública de que “as concessionárias ofereçam um serviço de qualidade” e diz que o Governo, “mais tarde ou mais cedo, vai ter de se justificar”. “E se correr mal, assumir as responsabilidades”, remata.
Também Kwan Tsui Hang, dos tradicionais Operários, entende que a forma como o Governo geriu o processo de falência da Reolian “não foi a melhor”.
A deputada concorda que o Executivo deve revelar a identidade do investidor “o mais breve possível”, mas também diz que “o Governo não tem escolha”. “O negócio da Reolian não é muito bom. Não é assim tão atractivo para os investidores”, aponta.
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Sem informação nas escolas, resta aos jovens a iniciativa de procurarem saber sobre Tiananmen na Internet, aponta Jason Chao.
O presidente da Associação Novo Macau, Jason Chao, considera que a vigília pelas vítimas de Tiananmen funciona como uma alternativa às escolas, no que toca à informação sobre o massacre aos mais jovens. “A maioria dos manuais escolares das escolas primárias e secundárias não falam do massacre do 4 de Junho. Como consequência, se os estudantes não procurarem de forma pró-activa informação na Internet, têm muito pouco conhecimento sobre o massacre”, comenta.
O activista que avançou com o pedido para utilizar o Largo do Senado para a vigília deste ano, manifesta-se “surpreendido pelo número de pessoas” e “feliz” por ver que há “cada vez mais cidadãos que pensam no massacre de 4 de Junho”. Jason Chao acredita que a manifestação de 25 de Maio contra o regime de garantias “contribuiu para uma maior mobilização para a vigília”.
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