sábado, 23 de julho de 2011

Para que serve um blogue?

Lá para trás, no início destes escritos de jardim, está uma lista do "para que serve um jornal", com conclusões "aterradoras"... Ensaiar aqui para que serve um "blogue" seria um óptimo exercício, estou convencido, se eu deste fosse um assíduo antigo ...


Acontece que, dos meus mais de setenta, algures, expressos num, ou em mais do que um, dos "posts" deste espaço, está a explicação, directa ou indirecta, de que como é que cheguei às chamadas Novas Tecnologias (expressão em desuso, em cada dia que passa).


É fácil listar, recém-chegado aqui, quase imberbe, p'ra que serve "isto". Serve para muita coisa, apetece começar por dizer. Mas em relação a um jornal, por exemplo? - perguntar-se-á. Desde logo, não serve para ... para, numa emergência, limpar o cú ... O que é pena. Mas tem muitas outras utilidades:


- Pode dar a sensação agradável de se estar a falar para o mundo, com milhões de visitantes - todos a ler, mas, sobretudo, todos a ver ... que a nossa língua não é tão universal como isso ...


- Depois, depois não há nenhum polícia de opinião a condicionar o nosso pensamento e expressão.


- Coloca o "dono do blogue" na posição única de ele ser tudo: o das ideias, o da prosa, o da ilustração, o da revisão, o da direcção do espaço, o revisor, o expedidor. Em suma: "one man show".


- Permite fazer auto-promoção "de borla".


- Facilita a maledicência "de borla".


- Permite mentir sem que o desmentido seja obrigatoriamente feito com escândalo público ...


- Permite fingir de bonzinho, sem custos ...


- Facilita uma adesão muito fácil aos grupos mais ou menos organizados de tias ...


- No caso de falhas na energia eléctrica, pode fazer-se com recurso a pilhas.


- Em princípio, está isento de compromissos de periodicidade.


- Luta contra o efémero do papel (ainda que não isento de um "apagão").

- Pode ser fuga para escritores "mal compreendidos".

- Pode ser carrasco do poder (aqui, tal como os jornais).

- Pode ser trampolim para políticos e candidatos a "donos da opinião" (no caso, semelhante aos jornais em papel).

- É matéria fácil, caseira, ao alcance de outros bloguistas em chinelos.

- Não contribui para o corte de eucaliptos, nem tem nada a ver com os incêndios nas florestas.

- Pode "cozinhar-se" como uma espécie de pudim instantâneo ...

- Pode ser concebido, escrito e expedido a partir de um qualquer banco de jardim ou até, em caso de emergência, duma retrete pública, por exemplo.

- Com apoio externo, embora,  podem conhecer-se-lhe, em parte, os níveis de adesão quase "na hora".

- Pode ser apagado em menos de nada, e não a andar por aí, no chão, como os jornais em papel, às vezes, a serem consultados no lixo. O seu lixo é electrónico ... Exige já, em princípio,  um certo nível. No mínimo, o nível do efémero, que pode ser eterno, dizem.

É tudo. Embora pense não ter sido exaustivo. Contudo, se tiver ficado por aí alguma calinada, não há problema - APAGA-SE ou emenda-se.




- Meu filho, o que é que queres para o almoço?
- Olhe, mãe, um bifinho a cavalo, com dois ovos estrelados ...
- Está bem! Vou fazer ...

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