"Não tenho planos para cobrar juros materiais algum dia com cargos ministeriais. Algum dia pedirei justiça, mas a justiça que pedirei será de poder abandonar a vida pública, que me seja permitido não ter de fazer parte do aparelho de Estado, não ser Presidente, ministro ou embaixador. Quando o dia da libertação chegar, espero ter ainda energia para de novo percorrer Timor Leste, rever as terras onde cresci, percorrer os trilhos da minha infância, descobrir o paradeiro de Mariazinha, Nuno e Guilherme, três irmãos mortos sem um funeral, e honrar a sua memória. Espero ter inspiração para realizar vários projectos de livros de ficção, projectos sempre protelados nos últimos anos.
Aos meus detractores habituais e que parecem sempre demasiado preocupados com as minhas ambições políticas quero tranquilizá-los, afirmando que nem um acto do Parlamento me persuadiria a aceitar um cargo público."
Maio 1998 - 2ª edição
de Timor Leste, Amanhã em Díli, de José Ramos-Horta, Prémio Nobel da Paz, que, mais tarde, por razões que a História dirá, exerceu o cargo de Presidente da República de Timor Leste.
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