Para os que são do tempo em que, entre nós, ainda não havia pianos electrónicos, nem televisão, a rádio era vedeta, os hábitos de leitura um facto e a escola penalizava a sério os pontapés na gramática, o espanto é grande ao verificar que quem não escolheu Letras, só sabe números.
Ilustro, sem comentários, com a transcrição de uma conversa tida com uma engenheira civil dos seus trinta e poucos anos:
- Já leu Eugénia Grandet?... - pergunto.
- Conheço essa autora, mas confesso que não li nada dela ... - solta-se, "humilde", a resposta.
- Mas ... Eugénia Grandet é título de livro ... De Balzac ... - emendo atrapalhado.
- Ah! que cabeça a minha! Tem razão!... Claro, durante alguns números, esse livro até vinha destacado na revista do Circulo de Leitores ...
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