"Distraído com as caras e a música dos telemóveis alheios, ainda não me dera conta de que, no banco lateral do autocarro em que entrara minutos antes, estava agora, a meu lado, um homem de mãos calejadas como as dos velhos carpinteiros, e que, em frente, noutro lugar disponivel, se sentara, porventura na mesma altura, um jovem mongolóide, escasso de falas e na movimentação sapuda das mãos curtas com que matava o tempo.
Pouco mais há a dizer. Salvo acerca do instante em que, chegado ao destino, me levantei e ouvi o das mãos calejadas convidar o filho, mongolóide, a sentar-se a seu lado e, mãos com mãos, formar num ápice um ramo de dedos, semelhante no gesto ao que, dizem, terá sido visto, apesar de tudo, sem constrangimentos das humanas doenças, nos tempos gloriosos de José, já lá vão mais de 2000 anos."
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