segunda-feira, 7 de março de 2016

Macau, capítulo encerrado




by Ponto Final
A bandeira de Portugal arriada no território a 19 de Dezembro de 1999 foi entregue à Liga dos Combatentes e vai ser depositada no Mosteiro da Batalha. A entrega da bandeira ao organismo, na última sexta-feira, coloca um ponto final num impasse com quase uma década.


"Mais de 16 anos após a transferência de administração do território entre Portugal e a República Popular da China, foi dado finalmente um destino à última bandeira portuguesa de Macau. A bandeira arriada a 19 de Dezembro de 1999 foi sexta-feira entregue por Vasco Rocha Vieira à Liga dos Combatentes, numa cerimónia que se realizou na sede do organismo, em Lisboa.
O último governador de Macau entregou a bandeira ao presidente em exercício da Liga dos Combates, general Chito Vieira, numa cerimónia a que assistiram o antigo presidente da República, António Ramalho Eanes, o professor Adriano Moreira, vários altos responsáveis militares e ainda o ministro da Defesa do Executivo de Lisboa, Azeredo Lopes.
A 9 de Abril, data em que se celebra o Dia do Combatente, a bandeira será levada para a sala das oferendas do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha. Para além da bandeira, Vasco Rocha Vieira entregou ainda à Liga dos Combatentes a salva de prata onde foi depositada a bandeira depois de ter sido arriada, há 16 anos, no território: "A bandeira não podia ficar em melhores mãos", defendeu Rocha Vieira, que lembrou o "simbolismo muito forte" da cerimónia de transferência de soberania da Região Administrativa Especial de Macau de Portugal para a China, a 19 de Dezembro de 1999.
A forma como foi feita a transição, defendeu o último governador, permitiu que Macau continuasse a ter "a vocação que sempre teve no passado mas adaptada ao seculo XXI, de ser uma plataforma, de ser terra de charneira entre a China e o resto do mundo”, defende Rocha Vieira. “Macau é um exemplo do legado que Portugal deixou", rematou o agora general na reserva.
Quando, há cerca de uma década, foi tornado pública que a bandeira nacional estava numa gaveta na casa de Tiago Maria Vasconcelos, antigo ajudante de campo de Rocha Vieira, muitos foram os que se interrogaram qual seria o destino a dar à bandeira. Muitas também foram as instituições que se ofereceram para a guardar.
O impasse em torno da bandeira só se resolveu porque um governo - Rocha Vieira não explicitou qual - lhe telefonou a sugerir que a bandeira ficasse num "museu da expansão" que haveria de ser construído com todas as bandeiras usadas nos territórios administrados por Portugal.
O museu nunca foi construído mas, Rocha Vieira sugeriu que poderá haver, no futuro, um local que reunisse as bandeiras ainda existentes e que estão fora do olhar do público. José Alberto Azeredo Lopes afirmou por seu lado sentir-se como "o padre nos casamentos católicos", uma testemunha da cerimónia, e lembrou o momento que ficou registado numa imagem que "marcou muita gente": a do general Rocha Vieira com a bandeira nacional junto ao coração, depois de esta lhe ter sido entregue."

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